Doze
_ O príncipe Joshua não se interessa por mim _ Garanti, na esperança de que essas palavras fizessem Matthews Lennox ficar um pouco mais ali no sótão.
Ele me encarou por um instante enquanto processava aquela informação. Seu cenho estava franzido e não parecia acreditar muito nas minhas palavras.
_ Então porque se inscreveu no concurso? _ Indagou, dobrando a perna e repousando seu braço por cima dela.
_ Não poderia deixar passar essa oportunidade. É a chance de dar a mim e a minha mãe uma condição de vida melhor
Só que aquela era só uma parte da história. Naquele momento não poderia confessar para Matthews que na verdade, era apaixonada por Joshua Schreave a muito tempo.
Ele fitou o meu rosto por mais um instante. Como se medisse através da minha expressão fácil o quando estava sendo sincera. Estava pensativo e com um semblante cheio de preocupação.
_ Wendy, você é uma jovem muito linda. Mas eu, eu não posso trair a minha alteza _ Assegurou, balançando a cabeça em sinal de negativo.
Estendi o braço e deslisei lentamente a mão pelo seu peito. Uma demonstração de afeto cairia bem e poderia distraí-lo para que parasse de pensar daquela maneira. Fitei o seu rosto com um olhar desejoso. Matthews estava relutante. Repousei minha mão em seu rosto e me aproximei mais. Acariciava a sua bochecha enquanto mirava os seus lábios e depois os seus olhos. Ele não seria capaz de resistir por muito tempo e foi o que aconteceu. O guarda grudou os seus lábios nos meus com urgência. Como se precisasse disso para continuar respirando.
Passei os dedos entre os seus cabelos enquanto ele apertava a minha cintura. O fato de não se incomodar nenhum pouco com as minhas gordurinhas.me deixava extasiada. Me sentia desejada de um jeito que nunca senti antes.
Lennox, disse que sempre que quiséssemos nos encontrar poderíamos tentar fazer isso logo depois do almoço da família real, pois nesse horário a maioria dos guardas estariam descansando em outras partes do palácio.
_ Podem por favor preparar o meu banho agora ? _ Pedi, gentilmente, depois de adentrar o quarto, adiantando o processo por tentar abrir o zíper do vestido, que ficava nas costas.
_ É para já, senhorita Allison! _ Fiona, atendeu prontamente ao meu pedido abrindo a porta do armário parar pegar a fragrância de lírio, o sabonete e a toalha.
_ Jade? Pode me ajudar a tirar o vestido?
Jade estava sentada em uma cadeira, de cara feia como sempre, enquanto analisava as unhas.
_ Uma criada competente não esperaria sua senhorita pedir por ajuda _ Comentei, com um sorriso meio falso, quando ela se aproximou e começou a mexer no vestido para tirá-lo do meu corpo.
Jade não disse nada mas pela sua cara provavelmente estava me amaldiçoando por dentro.
_ Isso é cheiro de perfume masculino _ A criada, constatou aproximando o nariz do vestido que acabará de sair do meu corpo.
Engoli em seco e arregalei os olhos. Todos os detalhes se passaram pela minha cabeça, mas não esse. Mariah, que ouviu o comentário parou o que estava fazendo e olhou para nós duas com um olhar cheio de curiosidade e ao mesmo tempo com cara de que não estava entendendo nada.
_ Mariah, venha aqui e veja se não é perfume de homem? _ Jade, estendeu o braço segurando o vestido nas mãos.
A encarei com o cenho franzido e ela me olhou de canto. Internamente tinha certeza que Jade estava querendo se vingar de mim ou me causar problemas.
Olhei para Mariah, ela também olhou pra mim e engoliu em seco. Estava receosa de se aproximar. Jade insistiu fechando a cara e batendo o pé no chão para acelerar o processo.
A criada caminhou até nós igual aqueles cachorrinhos medrosos que se aproximam tremendo. Ela levou o nariz até o vestido e em seguida deu um passo para trás.
_ Você sentiu? _ Jade, indagou cruzando os braços.
Senti um nó crescer na garganta e um frio correr pela barriga. Se a outra criada confirmasse que também sentira o cheiro de Matthews na minha roupa, as coisas iriam se complicar. Já podia até visualizar Jade, saindo do quarto pronta para fazer sua acusação contra mim.
_ Eu não sinto nada _ Mariah, alegou, com sua voz frágil. Ela se estremeceu toda, quando Jade lhe lançou um olhar furioso. Mariah, voltou a sua tarefa de cabeça baixa e Jade com aquela cara de criança birrenta por não conseguir o que quer, simplesmente jogou o vestido na poltrona.
Respirei aliviada, sentindo meus músculos se relaxarem. Entretanto algo me dizia que aquilo não ficaria assim. Uma hora ou outra Jade tentaria novamente me incriminar. Sabia disso pela forma como ficou me encarando o resto daquela dia.
Morgan e o príncipe Joshua não estavam presentes no jantar daquela quarta-feira. Estavam em um encontro. O que não me agradou muito. Provavelmente estavam em um jantar romântico.
Embora não quisesse admitir, a ausência da senhorita Alvis, me fez sentir um pouco solitária. Só ela fazia questão de conversar comigo quando estávamos juntas. As outras selecionadas, conversavam entre si durante o jantar.
Observei a família real por um tempo na mesa a nossa frente. A princesa Charllote, estava de mal humor como sempre. De braços cruzados e um enorme bico. Ela provavelmente estava tentado conseguir algo com aquele comportamento infantil e cheio de teimosia.
O rei Rubens fazia de tudo para melhorar o humor da filha. Em um determinado momento estalou o dedo para chamar um dos mordomos e disse algo em seu ouvido. Pouco depois de dispensa-ló, o mordomo retornou com uma bandeja nas mãos e parou ao lado do rei. Rubens então pegou um pratinho de sobremesa e colocou na frente de Charlotte. Depois de relutar por um pouco a princesa começou a comer a sobremesa. Porém seu mau humor continuou, frustrando o plano do pai.
Simplesmente não conseguia entender como aquela garotinha de doze anos poderia ser tão infeliz mesmo tendo praticamente tudo aos seus pés!
_ Você já sabe? _ Mackenzie, se inclinou para o meu lado, fingindo que estava partindo um pedaço de brócolis com a faca.
Me virei para ela com as sobrancelhas franzidas e um olhar curioso enquanto mastigava a minha comida.
_ Os ciganos estão chegando em Illéa _Disse baixo.
Arqueei as sobrancelhas, mas ao mesmo tempo não tinha tanta certeza se podia confiar naquela informação aleatória durante o jantar. Ainda mais vindo de uma das selecionadas. Se isso tivesse sido mencionado no jornal oficial de Illéa até acreditaria de verdade. Além do mais, gostaria de saber como essa informação chegou até Mackenzie, se ela estava todo aquele tempo cercada pelos muros dos palácio. Nem mesmo o rei Rubens parecia saber sobre os ciganos.
_ Ciganos? _ Questionei, arqueando as sobrancelhas.
Para falar a verdade mesmo depois de ler tantos livros ainda não sabia muito sobre eles. Não havia muitos livros em Illéa contando sobre o povo cigano e sua cultura. Só sabia que eram pessoas que não tinham casas fixas e que ficavam se mudando com frequência. Em um dos livros que li encontrei uma imagem de uma cigana. Suas roupas, seus acessórios de ouro no pescoço, nariz, orelhas e nos braços me chamou muito atenção.
_ É, ciganos. Porém isso não é nada bom _ Mackenzie, alegou olhando para frente ao passo que levava a taça de suco até a boca.
_ E por que não?
_ Os ciganos são pessoas muito perigosas. Ouvi dizer que roubam, sequestram crianças e que fazem várias outras coisas assustadoras!
Arregalei os olhos. Senti um pouco de medo correr pela minha espinha pelo jeito como contou essas coisas. Como se estivesse contando uma história de terror para me amedrontar.
Ataques rebeldes sempre existiram em Illéa. Mas no passado aconteciam com mais frequência e intensidade. Ao longo dos anos, os Illéanos foram conquistando uma certa medida de paz e segurança. Principalmente a família real que era o alvo principal dos rebeldes. Tanto os rebeles do norte quanto os do sul, diminuíram suas tentativas de derrubar o governo. E agora me preocupava a possibilidade dos ciganos estarem chegando em nosso país com o objetivo de tirar a paz do povo.
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