Depois do café da manha. Eu arrumei a cozinha e verifiquei se tinha comida suficiente. E tinha! Tinha carne e uma torta na geladeira. Tinha ovos também. Os armários também estavam abastecidos. Não tinha com o que me preocupar. Quando subi para o quarto. Daniel arrumava suas coisas.

– Já vai trabalhar? - eu perguntei.

– Infelizmente sim. Mas é só agora. De tarde eu vou te levar para esquiar. - ele me agarrou pela cintura. E me plantou um beijo no nariz.

Daniel tinha arrumado o quarto e depois foi trabalhar no escritório de seu pai. Que ficava na última sala. O escritório era enorme e fechado. Tinha muitos livros em uma instante que parecia estar grudada na parede. Depois que ajudei Daniel a carregar suas coisas,voltei pro quarto e troquei de roupa. Vesti uma meia-calça e uma calça de moletom preta. Vesti duas blusas para me aquecer e coloquei a touca preta, e me olhei no espelho. Estava parecendo uma desabrigada. Mas ficaria desse jeito. A porta abriu e Daniel apareceu por ela. Eu fiquei o encarando. Ele estava com um olhar estranho.

 – Que foi Daniel. - eu falei enquanto experimentava outra touca. Era uma touca rosa bebê.

– Decidi deixar o trabalho pra lá. - ele disse e passou a mão rispidamente pelo cabelo. O que fez  ele ficar todo assanhado.

– Por que. - eu voltei a encará-lo.

– Por que percebi que não quero ser como meu pai. - ele falou.

– Como assim? - eu cruzei meus braços.

– Ele vinha com minha mãe pra cá e deixava eu e ela abandonados e se trancava no escritório. Ele falava que vinha pra cá pra descansar, mas logo se distraia com o trabalho. Lembro como ontem, de minha mãe sentada nessa cadeira chorando. Quero esquecer isso. - Daniel balançou a cabeça.

 – Mas você disse que tinha que terminar... - Daniel me interrompeu. Colocando o dedo levemente sobre meus lábios.

– Esqueça, segunda-feira eu volto a me concentrar no trabalho. Esse fim de semana será sobre mim e você. - ele me encarou com os olhos intensos e eu assenti. – Eu disse que queria que você curtisse seu final de semana e é isso que eu vou fazer. - ele continuou a me analisar com os seus olhos.

– Tudo bem, se é isso que você quer. - eu, por fim, sorri e agarrei seu pescoço. Ele me beijou antes que eu pudesse perceber. Eu então o abracei com mais força. Ele logo me puxou para seus braços. E logo me colocou em cima da cama. Nossos rostos estavam muito perto um do outro. Pude ouvir nossas respirações.

– Estou sentindo um pouco de medo. - eu falei.

– Por que? - Daniel falou baixo enquanto alisava meu cabelo.

– Por que nunca me senti tão livre. Estou com medo de algo acontecer. - eu fugi de seu olhar e voltei o olhar para minhas mãos.

– Ei, esquece tudo isso. Isso tudo já passou. Aquela loucura toda já acabou. Ninguém mais vai te machucar. - Daniel levantou meu rosto e me deu um beijo de leve.

– Eu sei. Mas... - minha voz falhou.

– Não vai acontecer mais nada. Acabou Colleen, você e eu estamos fora de perigo. A única coisa que pode acontecer, é você cair enquanto esquia. - Daniel brincou e eu fiz uma careta.

– Seu bobo. - eu dei meio sorriso e Daniel me deitou pela cama onde começou a beijar o meu rosto.

– Está bem agora? - ele disse com o rosto muito perto do meu.

– Sim. - eu sorri e então Daniel me beijou de novo.