Na sexta, me preparava para arrumar a minha pequena bagagem. Soube que em Aspen fazia bastante frio. Ainda mais nessa época do ano. Eu tinha blusa de frio, mas não muita. Aqui em Los Angeles faz mais calor do que frio. Então eu não tinha muitos casacos quentes, como a maioria das pessoas usam em Nova York. Eu precisava de mais blusas. Decidi ligar pra Kate e pedi pra ela me emprestar dois de seus casacos mais quentes. Contei a Kate sobre a viagem e claro, ela ficou super contente pelo meu final de semana. E disse que iria vir em casa me ajudar o que levar. Já passava das 15:00 horas. Eu arrumava as roupas de Daniel, mas fiquei confusa sobre o que ele levaria ou não. Resolvi esperar ele chegar. Vai que eu estava arrumando do jeito errado. A porta do quarto começou a bater.

 – Pode entrar! - eu falei enquanto organizava as roupas de Daniel.

– Cheguei na hora certa! - Kate entrou no quarto segurando uma enorme sacola branca. A sacola parecia pesada.

– Ainda bem! Preciso muito de ajuda! Kate eu não faço ideia do que levar pra esse lugar. - eu falei um pouco com desespero.

– Calma Colleen, estou aqui para resolver tudo. - Kate sorriu e tirou da sacola um bolo de blusas e espalhou pela cama. É, a tarde iria ser longa.

Depois de muita escolha e dúvidas, e de Kate quase não aprovar a maioria das minhas roupas, tínhamos terminado.

– Ah não vai esquecer do cachecol, luvas e touca. Lá faz muito frio! - Kate me alertou e continuou. - Trouxe uma coleção para você levar. - Kate espalhou as toucas e seus pares de luva, com várias combinações pela cama.

 – Kate pra que tudo isso. Eu só vou ficar um final de semana lá. - eu falei enquanto experimentava umas das toucas. Kate também resolveu brincar de frio, colocando uma touca preta na cabeça.

– É pra você escolher Colleen. Não quero que passe frio. Leva duas luvas e use uma em cima da outra. Assim não sentirá frio. - Kate deu meio sorriso e eu dei um olhar meio assustado pra ela.

– Do jeito que você fala, parece que vou para a Antártida. Será que é esse frio todo? - eu fiquei com duvida.

– Deve ser! Nova York no inverno é terrivelmente fria! Eu sofri muito lá! Prefiro ficar aqui. - Kate fez careta.

 – Tá, agora vamos arrumar isso aqui. - eu disse enquanto olhava a bagunça.

Agora, a noite já chegava. Tinha conseguido arrumar tudo com a ajuda de Kate. Ela também não demorou muito para ir embora. Me desejou uma boa viagem e falou que voltaria me visitar na terça-feira. Sem nada pra fazer resolvi tomar meu banho. Tomei meu banho rápido demais. Caminhei de volta pro quarto e coloquei uma roupa levemente confortável. Quando penteava meu cabelo eu ouvi a porta abrir. Era Daniel. Ele largou sua maleta em cima da poltrona azul perto do guarda-roupa e caminhou em minha direção.

 – Estou livre do trabalho! Graças a Deus. - Daniel soltou uma lufada de ar e se sentou ao meu lado.

– Está bem? - eu o encarei.

– Só estou cansado. Morto de cansaço. O hospital acabou comigo. - ele deitou de barriga pra cima na cama e continuou.

 – Duas cirurgias. Uma papelada infinita para analisar. Mais três casos de pacientes para ver. -ele falava. E eu me deitei ao seu lado e fiquei o observando.

 – Vou dormir profundamente no avião. - ele sorriu e voltou a me encarar.

– Já ia cancelar a viagem. - eu falei baixo.

– Não! Pelo amor de Deus. Eu quero descansar! - Daniel fez careta.

– Mas você não falou que ia fazer os trabalhos pelo computador?

 – Mas vou. Se meu trabalho no hospital fosse que nem os trabalhos do computador. Seria o homem mais sortudo no mundo. Ser médico não é fácil! É a profissão mais difícil do mundo! - Daniel voltou o seu olhar pra mim. Mas estava me segurando para não dar risada.

– Por que está querendo rir? Falei algo engraçado? - Daniel me olhou com o cenho franzido.

– É que você fica engraçado quando esta nervoso. - eu ri de leve.

– Eu sou engraçado quando estou nervoso. Isso é o que vamos ver. - Daniel me puxou para seu lado e me segurou forte em seus braços. E então me beijou. Me rodou de volta pra cama e então me soltou.

– Vou tomar banho, já volto. - ele beijou forte minha bochecha e caminhou pro banheiro. Enquanto Daniel tomava banho. Resolvi me distrair com um filme pela TV. Depois de alguns de minutos a porta do banheiro se abriu.

– Colleen você arrumou minhas coisas? - Daniel disse

– Tentei. Mas não sei quais roupas você iria querer levar. - eu dei de ombros. Quando voltei a olhar pra ele, estava colocando uma camiseta branca. Seu cabelo molhado ficou bagunçado devido ao modo quando colocou a camiseta.

– Tudo bem. Essas não eram as roupas que eu levaria mesmo. - ele deu meio sorriso e balançou a cabeça devido as minhas escolhas que fiz as suas roupas. E eu dei risada com a reação dele. 

A viagem até o Aeroporto foi tranquila. O tráfego estava bom. Não tinha muitos carros pelas ruas. O Aeroporto estava lotado como sempre, ainda mais nessa época do ano. Era o verdadeiro natal dos turistas. Mas eu gostava. Era legal ver gente diferente na cidade. Agora já dentro do avião. Eu tentava me relaxar. Daniel observou minha reação enquanto o avião ganhava voo. Ele viu que eu estava nervosa e apertou minha mão.

– Está tudo bem. - ele falou baixo no meu ouvido. Eu me virei devagar para fitá-lo e assenti calmamente com a cabeça. Depois que o avião ganhou altitude eu fiquei mais calma.

– Medo de turbulência Colleen? - disse Daniel brincalhão.

– Vai dormir Daniel. Sabia que você fica bobo quando está com sono? - eu me deitei em seu ombro.

 – E quem não fica? - ele bocejou e depois voltou a falar. - É melhor eu ir dormir mesmo. Boa noite. - ele beijou minha testa e encostou a cabeça para o lado da janela. Não demorou muito para eu pegar no sono também.