Fomos todos juntos dentro do carro-forte e mais um grupo em outro carro. Liam deixou que William, Caio e Jhonathan tomassem conta dos rapazes feridos. Sinceramente, eu não sabia o que nos aguardava, mas era bom estar preparada. Enquanto Liam fazia o caminho para uma antiga fábrica. Eu me preparava, coloquei meu colete, minhas luvas de proteção e verifiquei minha calça, pra ver se tinha todas as armas necessárias. Quando voltei meu olhar para Daniel e Kate, eles pareciam confusos. Daniel estava confuso e Kate ainda estava assustada. Não queria que nenhum dos dois visse aquilo. Mas tinha que mostrar a verdade a eles. Principalmente a Kate; ela precisava saber quem era o verdadeiro Evan. E Daniel finalmente estava vendo a minha parte que eu sempre tentava esconder, estava vendo o meu lado sombrio.

– Eu quero que vocês fiquem bem e se puder, nos aguarde dentro do carro. Não vou arriscar suas vidas com homens perigosos dentro dessa fábrica.

– E por que me trouxe pra cá? - Kate voltou a dizer.

– Por que Evan pediu sua presença. Mas quero que você fique aqui dentro do carro, até segundas ordens.

– Só não entro lá dentro, por que estou com medo. - Kate engoliu seco.

– Daniel, nesse momento preciso de sua total confiança. Quero que você me escute pelo menos essa vez, tudo bem? Eu sei que é perigoso e tudo. Que você quer que eu fique a salvo. Mas se eu levar você e Kate lá pra dentro posso voltar pra casa sem vocês dois. Isso é muito sério.

– Eu confio em você Colleen, só que tenho medo de perdê-la. - Daniel segurou minhas mãos.

– Eu sei, mas preciso ajudar os rapazes e salvar Greg e pegar Evan. Hoje esse pesadelo termina. Você não vai me perder. - eu sorri.

– Então vá, mas volte segura.

 – Pode deixar. - eu pisquei pra ele e voltei a falar. - Tem mais uma coisa que eu queria dizer pro dois. Se alguém tentar atacar o carro, no porta-malas tem dois tacos de basseball e armas. Se defendam com o que achar melhor. Luke vai ficar de guarda.- Daniel e Kate assentiram e eles estavam como eu estava no primeiro dia de treinamento.

 – Não fiquem com medo, vai dar tudo certo. - eu voltei a falar olhando pros dois.

– Chegamos! - Liam estacionou o carro e voltou a dizer. - É agora! É hora de acabar com aqueles vermes, vamos Colleen!- Liam saiu do carro. Eu abri a porta e sai pra fora. Antes que eu fechasse a porta Daniel me impediu.

– Espere Colleen. - ele disse.

– Que foi?

– Boa sorte, amo você. - Daniel me jogou um sorriso.

– Obrigada, também amo você. - eu joguei um beijo e fechei a porta. Kate não falou nada, devia estar tão nervosa que nem conseguia falar.

– Preparada para entrar lá dentro? - perguntou Liam.

– Estou um pouco nervosa pra dizer a verdade.

– Vamos logo, deve estar acontecendo uma carnificina lá dentro. - Liam parecia estar se divertindo. Eu revirei os olhos.

Quando encarei a antiga fábrica, tive uma vaga lembrança do meu pesadelo. O lugar se parecia bastante com ele. Quando eu e Liam entramos pra dentro do lugar, fui tomada pelo terror. A guerra já tinha começado.

– Colleen, se espalhe! - Liam disse

– Eu vou atrás do Evan! - eu gritei e sai correndo. Tentava me desviar dos homens lutando, das balas e de toda aquela bagunça.

Subi rapidamente as escadas. E quando cheguei no andar superior, me deparei com um grupo de homens. Não perdi tempo e atirei neles. Eles atiraram de volta e corri pra trás de uma mesa para me proteger. De vez em quando atirava de volta.

– Sai de trás da mesa agora! - gritou uma voz grave. Mas não me movi. – Saia! - o homem da voz grave gritou e jogou a mesa pra longe. Me protegi com meus braços.

– Levante! - ele gritou de novo e nesse momento eu o encarei apontando a arma em sua direção.

– Saia, você, do meu caminho! - eu gritei e atirei na perna dele, onde ele caiu se contorcendo. Enquanto corria me esbarrei em um homem loiro forte com a aparência horrível. Onde ele simplesmente me empurrou pra trás.

– Uma garota no meio de um bando de brutamontes, de onde esse anjo lindo saiu. - ele disse sorrindo, e seus dentes estavam podres. Fiquei enojada. Ia apontar minha arma pra ele, mas ela não estava mais em minhas mãos. Estava no chão, atrás dele.

 – Seja uma garota boazinha. Venha comigo. - ele abriu os braços em minha direção e esperei que ele chegasse perto o suficiente. - Venha, vai ser bem rápido. - ele continuou falando, e eu estava já ficando com náuseas. Quando ele finalmente ficou de frente para mim eu cuspi em seu rosto.

– Seu nojento! - eu bati minha cabeça com tudo sobre sua testa e o joguei pra longe. - Fique longe de mim, seu nojento! - e cuspi nele de novo e peguei minha arma. Quando voltei a olhar pra frente tinha mais três homens me olhando. E agora o que eu faria?

– A gente veio brincar também. - disse um moreno forte, estralando os dedos. Eu dei um tiro nele e ele caiu pra trás. Os outros dois homens vieram para cima de mim. E eu atirei neles. Segui pro fundo do corredor correndo. Já estava horrorizada demais, só queria ir embora dali.