Quando me despertei. Não era novidade que Daniel não estava ao meu lado. Ele partira pro hospital cedo demais. Eu me levantei e fui direto pro banheiro tomar banho. Depois me arrumei de forma bem simples. Me reforcei com um café bem quente. E parti em direção ao galpão. Quando cheguei na porta do galpão. Estacionei o carro e fiquei encarando o galpão de longe. Dei uma respiração profunda e sai pra fora do carro. Era agora ou nunca. E empurrei com força o portão. Quando apareci na sala de treinamento. Raphael que acompanhava a luta parou e me encarou com um sorriso no olhar. Andei em sua direção.

– Já me decidi Raphael. Vou ser a cobaia pra pegar Evan. - eu o encarei séria.

Naquela tarde eu começaria os meus treinamentos. Começamos pelo básico: Nadar na piscina e fazer um perímetro de 30 minutos. Ficar imersa debaixo da água por, pelo menos, três minutos. Luta dentro da água, o que realmente foi difícil de fazer. Fui inundada diversa vezes. Realmente Raphael não estava pegando leve comigo.

No segundo dia de treinamento tive que correr ao redor de uma pista inteira e depois pular corda por 10 minutos. Não sendo o suficiente tive de fazer tiro ao alvo com todos os itens de combate. Com a arma eu acertei todos os alvos. Com a faca foi um pouco mais complicado. Errei todos e acertei somente um. Com arco e flecha fui horrível. Eu mal atirava o arco e ele já estava ao chão. Foi um dia exaustivo.

No terceiro dia de treinamento. Foi o dia da aula de defesa pessoal. Como tinha noção do básico, fui até bem. Ter uma visão flexível é essencial para poder evitar que o agressor acerte seu rosto. O golpe de mata-leão foi um dos meus golpes preferidos. Onde eu já sabia como me defender. Na parte da luta, foi um pouco mais difícil. Eu fui nocauteada três vezes e não consegui me defender, então fui péssima. A esgrima também foi imperdoável também. Lutar com espada e sem muita proteção, não foi muito conquistador. Perdi todas as vezes e se estivesse sem a proteção mínima, estaria morta. E o resto da semana foi a base desses treinamentos. Desde fortes golpes de luta livre até um simples karatê.

Na semana seguinte as coisas foram ficando mais complicadas e as provas ficavam muito mais difíceis. Eu me sentia fisicamente e emocionalmente acabada. Afinal eu estava tendo um treinamento pesado. Não era o básico onde eu ficava subindo cordas e pendurada sobre a barra de ferro. Eu estava treinando para poder pegar Evan e acabar com ele, mas eu também estava treinando para ficar viva.

 – Vamos Colleen! Derrube Caio! - gritava Raphael. Mas eu estava praticamente derrotada por Caio que segurava fortemente meu pescoço. Seu rosto estava muito perto do meu e eu o nocauteei com o meu cotovelo. Onde me levantei rapidamente e eu dei um duro golpe nele.

– Isso Colleen! Isso mesmo! Se estivesse em uma luta livre teria ganhado. - gritou Raphael e eu sai ofegante pra fora do ringue.

– Estou morta... Raphael. - eu apoiei minhas mãos no meu joelho. Eu ainda estava sem ar.

– Vai ficar bem. É melhor ir se acostumando, pois vai ficar pior. - Raphael me passou uma garrafa de água e eu cai no chão, morta de cansaço.

Na segunda semana de treinamento. Eu comecei com os exercícios que eu achava mais fácil. A corrida. A piscina e o tiro ao alvo. Esses eu já podia ganhar um diploma por qualificação. E as provas que eu não conseguia fazer, eu deixava por último. Fiquei por duas horas com o tiro ao alvo com facas e mais três horas com o arco flecha. Cujo o qual eu já estava perdendo a paciência. Na parte da luta era onde eu me destacava mais. Era como se eu soubesse que golpes iriam me aplicar. No final do dia, não era mais novidade que eu estava morta de cansaço. Quando estava prestes a sair do vestuário, fui surpreendida por Raphael. Ele parecia que queria falar algo.

– Aconteceu alguma coisa? - eu perguntei enquanto secava meu cabelo com a toalha.

– Não, só queria dizer que vamos estender mais o seu treinamento por mais duas semanas.

– Tudo bem, acho que é até melhor.- eu dei de ombros.

– Está se saindo bem Colleen. - disse Raphael.

– Obrigada. - eu fiquei sem graça.

– Bom, é só isso. Amanhã continuamos. - Raphael me deu um tapinha nas minhas costas e foi embora e eu fiquei rindo sozinha.

 – Está do rindo do que Colleen? - era a voz de Greg que me fez saltar pra trás.

 – Nada. - disse sem graça.

– Bom, você conversou com o seu namorado?- Greg disse sério.

– Sim.

– Bom, então gostaria de me acompanhar até o meu escritório para podermos conversar sobre isso?

– Sim, claro. - andei atrás de Greg e fomos em direção a sua sala. Onde ele abriu a porta e eu entrei pra dentro dela.

– Então, podemos começar. - Greg fechou a porta e voltou a olhar pra mim. Me aconcheguei em uma cadeira e antes de dizer alguma coisa respirei fundo.

Contei tudo para Greg, ele me observou atento a cada palavra. No final da conversa Greg parecia mais espantado do que eu estava.

– Evan é realmente um sádico. - Greg balançou a cabeça.

– Eu não entendo por que ele fica dando esse show. Não faz sentido. - dei de ombros.

– Nós temos que agir rápido antes que ele pense em matar alguém.

– Eu sei Greg, mas Evan sabe como se esconder e parece ter bastantes aliados.

– Disso eu já sei. Não vejo a hora de pegar aquele filho da mãe. - Greg enrijeceu o rosto e voltou a falar. - Bom, era só isso Colleen, está liberada. Até amanhã. - Greg voltou a ficar com a feição relaxada. Eu me levantei e me despedi de Greg e então finalmente fui embora para casa.

No final da noite, fiquei anotando algumas coisas. Daniel infelizmente não pode vir pra minha casa, por que Kate voltou da viagem ontem de noite. Estou planejando passar o fim de semana na casa dele. Agora eu esperava que o treinamento acabasse logo. Na última semana de novembro tudo acabaria.

Os treinamentos não estavam sendo fácil, mas senti queeles estavam me deixando mais forte e eu tinha certeza que eu poderia lutarsozinha. Eu podia vencer Evan. A conversa que tive com Greg esta tarde foiestranha, os olhares duro e frio de Greg. Pude ver que ele não estava maisaguentando Evan também. Acho que se nada desse certo eu mesma boicotaria oplano de Greg a polícia, já estava farta de tudo aquilo.