Capítulo 27

Liguei pra Daniel vir me buscar quando saísse do hospital. Peguei um táxi e fiquei esperando por ele em lugar afastado do galpão. Quando eu vi o sedã preto estacionando. Eu sabia que era Daniel e corri até ele. Entrei dentro do carro. E Daniel me fitava com um sorriso no rosto.

– Está tudo bem? - Daniel perguntou.

– Está tudo sim. - eu fugi de seu olhar enquanto colocava o cinto.

 – Colleen, aconteceu algo? - pude perceber o tom de preocupação na voz de Daniel e eu voltei a encará-lo. Mas não disse nada. Uma forte pinicação começou na minha cabeça.

– Só quero ir pra casa. - eu engoli em seco. Voltei a olhar pra frente. Pra janela do para-brisa. Pude sentir o olhar penetrante de Daniel sobre mim quando ele ligou o carro.

Quando chegamos em casa. Eu fui direto pro meu quarto e fui direto pro banheiro. Eu precisava de uma forte ducha gelada. A água fria caia sobre meu corpo, como faca cortando algo. Por que eu estava tão nervosa? O que eu mais queria não era pegar Evan? Por que agora eu estava tão assustada. As fortes batidas me fez tremer. Por quanto tempo fiquei aqui debaixo da água? Eu peguei a toalha e me enrolei nela. Sabia que Daniel iria querer saber o que estava acontecendo. Eu abri a porta do banheiro pra sair pro quarto e Daniel estava lá parado. Com os braços cruzados e o cenho meio franzido. Ele parecia meio nervoso. Eu apertei os meus lábios e segurei forte a toalha em volta do meu corpo.

 – Colleen pode me explicar o que está acontecendo? Por que não falou nada? - ele arqueou uma de suas sobrancelhas. Eu fitei o vazio e voltei a encará-lo.

– Por favor Daniel, não brigue comigo.

– Eu não vou brigar com você. Só que eu preciso saber o que está acontecendo.

– É complicado Daniel. - eu me sentei na beira da cama.

– É o Evan? O que ele fez? - Daniel sentou ao meu lado.

– Não é o que ele fez, é o que vou fazer. - eu fugi de seu olhar e encarei o chão.

– O que vai fazer? Não diga que vai atrás de Evan.

– Vou! Infelizmente eu preciso ir atrás dele. - eu olhei de novo pra Daniel.

– Colleen pelo amor de Deus, você se esqueceu da última vez que foi atrás dele? Você quase morreu. Não quero te perder de novo. - Daniel segurou firme meu rosto.

 – Dessa vez vai dar tudo certo. Eu estou treinada. Eu vou ficar bem Daniel. - eu encarei seu rosto. Seu olhos azuis estavam tensos e preocupado.

– Colleen por favor. Saia desse negócio de captura a Evan. Isso é perigoso demais. - Daniel acariciava meu rosto.

 – Eu preciso fazer isso. Vai ser pro bem de todos. Sem Evan, poderemos enfim ser felizes. - eu peguei suas mãos e as beijei.

– Não precisa colocar sua vida em risco. Nós vamos embora pra outra cidade. Outro país se você quiser. Evan não vai saber pra onde iremos.

– Daniel, eu iria pro fim do mundo com você. Mas Evan nunca vai nos deixarmos em paz. - eu me levantei e fui até o guarda-roupa. Onde coloquei meu pijama.

 – Então vai mesmo continuar nessa missão? - Daniel se levantou da cama e eu voltei a encará-lo enquanto penteava meus cabelos.

– Sim, mas prometo pra você que vai dar tudo certo. Não precisa ficar com medo. - eu larguei a escova e agarrei seu pescoço.

 – Não estou com medo. Só estou preocupado. Só tenho medo que algo aconteça com você de novo.

– Não vai acontecer nada. - eu sorri e então beijei ele. – Tem mais uma coisa que eu preciso saber. - eu falei de novo.

– O que quer saber? - Daniel agora estava calmo.

– Preciso saber como Evan abordou você. - eu o encarei.

– Tem certeza que quer saber disso?

– Greg me pediu para te perguntar, está tudo bem Daniel, pode me falar.

 – Tudo bem, eu não lembro de muita coisa. Só lembro que eu estava saindo do hospital e fui abordado por dois homens encapuzados. Tentei bater neles, mas os idiotas torceram meu braço e depois me sufocaram. Quando acordei estava naquela sala de laboratório abandonada. - Daniel parou de falar e voltou seu olhar pra mim. Meus olhos já estavam cheio de água. - Colleen que foi? Não precisa chorar. - Daniel passou sua mão pelo meu rosto.

– Eu não aguento ouvir isso, não, sabendo que foi o Evan que armou tudo isso. Eu não aguento ver as pessoas que eu amo sofrer. Você podia ter morrido.

– Está tudo bem. - Daniel me confortou em seus braços e voltou a falar. - Agora deixa eu terminar a história.

– Tudo bem. - eu voltei a encará-lo.

 – Estava imobilizado. Mãos atadas e os pés também. Os dois homens encapuzados apareceram de novo e começaram a me bater. Depois como se não fosse o suficiente, jogaram um balde de água gelada em mim.

 – Foi por isso que quase pegou pneumonia. - eu o interrompi e Daniel assentiu, mas continuou a falar.

 – Depois da sessão de tortura, eles me deixaram por lá. Nos dias que se passaram eles não me bateram mais. Só me davam uma tapinha de água e um pedaço de pão. E depois... Não apareceram mais, acho que eles esperavam que eu tivesse uma morte lenta. Quando pensei que fosse morrer, você apareceu. Pensei até que fosse miragem da minha cabeça. - Daniel sorriu um pouco. - Mas então percebi que era você mesmo! E não uma miragem. - Daniel me encarou.

 – Você devia saber que eu iria atrás de você, nem que estivesse no fim do mundo. Quando soube que você estava desaparecido, eu fiquei louca! Fiz de tudo para poder encontrar você.

 – Você realmente foi corajosa, enfrentou tudo aquilo para me salvar. – Daniel balançou um pouco a cabeça meio desacreditado.

– Eu fiz por que eu te amo, e faria quantas vezes fosse possível. Faria qualquer coisa para te manter seguro. – eu o encarei.

 – Acho que os nossos papéis foram invertidos. Eu que deveria te manter segura.

– Você já me mantêm segura. Não se sinta mal por isso, você também é um herói; você salva vidas todos os dias. - eu sorri para ele.

 – Nunca tinha pensado por esse lado. - ele deu um largo sorriso e me arrastou para seu colo e me beijou, assim encerrando aquele assunto.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top