Kate não esperou Daniel acordar, pois iria jantar com Lucas. O crepúsculo apareceu pelo céu. O contornando com tons de azul-claro e laranja. Eu estava ao lado de Daniel e esperava ele acordar. A porta de repente se abriu, olhei pra ver se era o médico ou uma das enfermeiras. Mas o cabelo louro e os olhos verdes brilhavam a meia luz. Ela me encarava com a feição de raiva. Ela saiu da sala e eu fui atrás dela.

– Verônica espere! - eu gritei pra ela quando ela andava com passos largos pelo corredor. Ela parou e voltou a olhar pra mim e caminhou de volta em minha direção.

– O que pensa que está fazendo aqui? - ela ficou a uma certa distância longe de mim.

– Eu vim visitar o Daniel, por que, não posso? - eu falei.

– Não, não pode! - ela me olhou de cima a baixo, ela estava me examinando e parecia estar com nojo. Comecei a me sentir desconfortável com o seu olhar. – Eu vou chamar a segurança pra te colocar pra fora! - ela se virou novamente, jogando seus cabelos ao vento. Eu a detive segurando pelo seu braço.

– Isso! Vai mesmo chamar a segurança sua azeda! Eu salvei a vida dele! Nem o papa e nem a monarquia inteira da Inglaterra vai me tirar daqui. - eu dei um leve empurrão nela.

– Você me empurrou sua...

– Sua o que? - eu a olhei desafiando.

– Sua vaca! Ladra de namorados! É melhor ficar longe do Daniel, está ouvindo? - ela me encarava e se aproximou mais de mim.

– E vai fazer o que! Vai chamar a segurança? - provoquei.

– Eu vou te dar uma lição. - ela me empurrou e eu quase cai em cima de um vaso de planta.

– Verônica, eu só não dou um tapa nessa sua cara de Barbie, por que eu estou dentro de um hospital e também por que eu tenho educação, diferente de você.

– Olha aqui! Eu tenho educação sim! Você está falando com uma ex-modelo de sucesso e futura estilista de sucesso.

– Eu não me importo com quem você seja,eu ainda não esqueci o que você aprontou comigo.- disse revoltada.

– Pensei com que aquilo fosse aprender alguma coisa. - verônica fez careta.

– Como você pode ser tão cruel!Você é um mal caráter! Você só olha pro seu próprio umbigo e nunca pensa nos outros! Você não ama Daniel. Só está com ele, por que ele está podre de rico. Você só quer o dinheiro dele pra fugir com outro babaca, que nem fez anos atrás! Você quer saber de uma coisa? Você não presta! - eu falei com o maxilar enrijecido de tanta raiva e sai andando. Verônica me puxou pelo braço e me levou até o canto escuro do corredor.

– Olha como você fala comigo garota! - ela apertou minhas bochechas com força e continuou. - Você não é nada! Você acha mesmo que Daniel vai ficar com você. Coitadinha, você não tem posse pra isso. E cala a sua boca antes que eu feche ela com a minha mão! Passar bem. - ela soltou minhas bochechas que ficaram ardendo. A raiva tomou conta de mim. Chutei uma porta ao meu lado. Até quando eu iria ter que aguentar Verônica? Eu fui no banheiro por que já sentia as lágrimas vindo.

Lavei meu rosto mas meus olhos ainda estavam vermelhos. Eu sei que agi como uma adolescente com Verônica. Mas no fundo, não me arrependi do que eu disse a ela. Saí de novo pra fora do banheiro e quando cheguei novamente a sala que Daniel estava, Verônica não estava mais lá. Daniel me encarava quando voltei a olhar pra ele depois de fechar a porta.

 – Ai que susto Daniel, há quanto tempo esta acordado? - eu tentei fugir de seu olhar.

– Por que está triste? - ele ainda me olhava.

– Triste? Não estou triste. – eu sorri.

– Colleen saiba que você mente muito mal. Me diga o que aconteceu. - eu me sentei ao lado de Daniel. Mas não olhei pra ele.

– Verônica! Eu discuti com ela. - eu falei.

– Por que?

– Por que ela me provoca! Ela me irrita! - eu voltei a olhar pra ele. - Eu não suporto ela!

– O que ela falou pra você?

– Ela ficou me esnobando. Eu tentei conversar com ela, só que ela foi grossa e disse que chamaria a segurança. Não tenho paciência pra isso Daniel!

– Calma Colleen, a partir de hoje, apenas ignore ela. Quando eu sair daqui eu vou conversar com ela, calma. Agora venha aqui. - Daniel falou com sua voz mansa. Eu deitei em seu peito e voltei a falar.

– Eu odeio ela! Por que voltou pra ela? - eu disse sem ver sua expressão. Mas ouvi sua respiração ficar forte.

– É complicado Colleen. Eu encontrei com ela no hospital e eu já estava de saída. Fomos a um restaurante conversamos sobre assuntos diversos, inclusive sobre o nosso passado. Quando levei ela de volta pra casa, aconteceu tudo. Eu estava triste e inconsolado. - ele falou e eu não disse nada. – Esta triste? - ele voltou a falar. E as lágrimas escorreram pelo meu rosto. - Colleen não vai falar nada? - Daniel falou de novo e eu voltei a encará-lo.

– Esta chorando? Por causa de Verônica? Colleen eu não vou ficar mais com ela.

– Você ainda gosta dela? Diga pra mim Daniel. - eu disse secando as lágrimas.

– Eu não gosto dela. Não sinto mais o que sentia por ela há muito tempo. Eu só fiquei com ela por que eu a conhecia. Não queria me envolver com outra pessoa. Eu tinha amado ela uma vez, poderia aprender amá-la de novo.

– Mas ela não presta Daniel! Ela não gosta de você! - eu disse perto de seu rosto.

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