Capítulo 17 - Hábitos
Eu corria com o carro pela cidade, esperava notícias de um dos capangas de Greg.
– Colleen localizamos o esconderijo de Daniel. - era Brandon.
– É, eu estou sabendo disso. Onde esse esconderijo fica. - eu falei com nervoso na voz sobre o rádio de voz. Uma forte chuva caia e eu não conseguia visualizar muito bem a rua.
– Ele está em uma fábrica abandonada. Está localizado praticamente fora da cidade. Daniel está na parte subterrânea. Tenha cuidado.
O caminho até o galpão foi complicado. A chuva não ajudou em nada. De dentro do carro eu conseguia ver a tal fábrica. Ficava no meio do nada. Eu acelerei o carro até o lugar .
Desci do carro e pra minha surpresa o forte portão estava aberto. Eu entrei sordidamente com a arma em minha mãos. Olhei pra todos os lados. O lugar estava deserto. Só havia lixo e entulho. Andei por toda quadra mas não havia nada. Até que no fundo da quadra. Eu vi um pedaço de tábua por cima de um espaço pelo chão. Com cuidado levantei o pedaço da tábua. Havia um enorme buraco, que se parecia com um poço fundo. Fiquei chocada quando vi que Daniel podia estar por ali. Decidi ser rápida. Desci uma fina escada que pendia sobre o buraco. Quando cheguei ao fim da escada, vi quão profundo o lugar era. Tirei de um dos bolsos da minha calça uma lanterna. O lugar aqui era muito escuro e comecei a trilhar pelo corredor.
– Daniel! - eu comecei a gritar. Mas só conseguia ouvir o eco da minha voz. Andei por mais um longo corredor. Era como um esgoto. Gritei mais uma vez o nome de Daniel mas sem sucesso. Água caia do teto. Era como se um cano estivesse quebrado. Ratos andavam de um lado pro outro. Quanto mais eu andava mais meu coração disparava e mais assustada eu ficava. Eu já estava molhada de suor. O lugar aqui embaixo era terrivelmente quente.
Até que cheguei em um lugar onde parecia um laboratório de pesquisa científica. Não tinha mais água e nem terra aos meus pés. Era como se o lugar tivesse sido abandonado.
– Daniel! - eu gritei mais alto. Dessa vez além do meu eco, escutei o som de outra coisa. Como se alguém tivesse batendo em algo. Havia duas portas a minha esquerda. Eu cheguei perto da primeira porta de aço e observei se o barulho vinha de lá.
– Daniel! - eu gritei de novo e o barulho começou de novo. Eu corri pra outra porta. E vi que o barulho vinha dela. Chutei a porta forte de aço. Mas sem sucesso. A porta era como uma porta de elevador.
– Aguenta firme Daniel, eu vou achar algo pra abrir a porta! - eu gritei ao lado da porta.
Vasculhei por todo lugar. Até que encontrei um pé de cabra no canto do que parecia ser um elevador ou sei lá o que costumava ser. Peguei o pé de cabra e acertei com tudo o meio da porta. Mas nada aconteceu. Tentei mais uma vez, mas nada feito. Na terceira vez eu fui com toda a minha força e o pé de quebra entrou no meio da porta. Depois eu fiz força com os meus braços para a porta se abrir. A porta era forte e dura mas consegui abrir o suficiente para eu e Daniel passar. Quando eu finalmente consegui abrir, cai morta de cansaço no chão. Escutei um gemido vindo do meu lado esquerdo. Eu me virei abruptamente para encarar Daniel. Ele estava com a boca coberta por uma fita e suas mãos e pés estavam atados. Eu olhei pra ele com horror. Então andei e fiquei ao seu lado.
– Daniel! Olhe o que fizeram com você! - eu disse enquanto tirava a fita de sua boca.
– Co... Colleen... Me ajude. - Daniel falou falhando com a voz. Ele parecia fraco.
– Calma Daniel. Eu vou te tirar daqui. Eu vou chamar por socorro. - eu desamarrava suas mãos e braços. Peguei o rádio de voz e chamei por Brandon de novo.
– Brandon, consegui localizar o Daniel! Traga uma ambulância! - eu olhei pra Daniel que estava com a aparência cansada, seus olhos estavam terrivelmente inchados. O rádio gritou de novo.
– Colleen, em breve estarei aí com a ambulância. - desliguei o rádio e fiquei ao lado de Daniel novamente.
– Daniel consegue falar comigo? - eu fiquei de joelhos a sua frente e segurei seu rosto.
– Sim... - sua voz falhou de novo.
– Há quantos dias está aqui? - eu olhei pra ele com cuidado.
– Há duas... Duas... Semanas. - a voz falhou e ele começou a tossir. Eu olhei por todo o quarto. O lugar era pequeno. Pude ver uma pequena quantia de água descendo pelo canto da parede. O lugar estava sujo. Tinha cheiro de mofo e era super abafado. Daniel poderia ter morrido. Eu o levantei devagar. E o carreguei pra fora com o braço apoiado nele. Eu o coloquei com cuidado sentado ao lado da parede.
– Vai ficar tudo bem. - eu alisei minha mão sobre seu rosto. - O resgate já está chegando. - eu sorri e beijei de leve sua bochecha.
– Co.. Colleen, eu... Preciso te falar algo. - ele disse com a voz falhando de novo e a tosse voltou.
– O que? - eu ainda segurava seu rosto.
– Colleen! - gritou a voz grave de Raphael. Eu me levantei e fiquei na entrada do buraco.
– Eu estou aqui! – eu gritei e levantei meus braços sobre minha cabeça e fiz sinal com eles. Eu ouvi fortes passos e Brandon chegou correndo até mim.
– Onde ele está? - perguntou Brandon.
– Ali, encostado na parede. - eu apontei pra parede que estava ao meu lado. Brandon caminhou até Daniel e o levantou com cuidado.
– Ilumine o caminho que eu o carrego.
– Tudo bem. - eu liguei a lanterna e caminhei pra dentro do buraco de novo. Quando cheguei ao fim dele, encontrei Raphael.
– Como ele está? - perguntou Raphael.
– Não muito bem! O lugar aqui em baixo é terrivelmente quente. - eu disse com voz entrecortada.
– Caio! Jogue a corda! - gritou Raphael e eu tomei um susto. Raphael voltou a olhar pra mim e disse:
– Colleen suba e espere-nos lá em cima. O Daniel vai subir pela corda, enquanto o Brandon vai ficar protegendo ele para ele não cair ou bater a cabeça na escada.
– Okay. - eu balancei a cabeça e fiz como Raphael pediu. Subi as escadas e fiquei esperando Daniel na superfície. Caio, o louro forte e com cara de mau esperava Daniel. Eu ruí as unhas de nervoso.
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