Capítulo 19


No dia seguinte acordei com uma forte dor de cabeça. Tomei um remédio e café forte para ela passar mais rápido. Fiquei esperando por Liam na entrada do apartamento. Não demorou muito para eu ver o carro preto buzinar para mim. Eu andei em direção ao carro e entrei.

– Olha me desculpe por ontem. Eu estava fora de mim. Nem sei o que dizer. - eu falei sem graça.

– Não, está tudo bem. Ontem a noite foi bem legal – ele sorriu.

– E então para onde vamos? - eu mudei de assunto.

– Para os limites de Los Angeles. Vamos pra fora da cidade. - Liam acelerou o carro e partiu. A viagem foi um tédio. Ficamos sem nos falar e fui obrigada a escutar uma música de rap horrível. O deserto era comprido. Estávamos em um lugar distante da cidade. Por que estávamos aqui? Liam estacionou o carro e foi até o meio do lugar deserto. Pensei que ele fosse abrir a porta para mim. Mas Liam não era bem um cavalheiro.

– Venha aqui! - ele disse com a luz do sol brilhando sobre ele.

– O que estamos fazendo aqui? - eu disse caminhando até ele.

– Nós vamos treinar aqui. O dia inteiro! - ele disse sério.

– De baixo desse sol quente! Está maluco!- eu disse alarmada.

– Sim! Debaixo desse sol quente. Passe esse protetor solar para se proteger e vamos! Sem frescura! - Liam me encarou sério.

– Eu não estou sendo fresca! Só estou dizendo que o sol está muito quente. – eu fiz careta.

– Quer se tornar uma atiradora de elite ou não?- Liam me desafiou.

– Sim! Quero, mas não nesse sol quente. Está muito calor, esse sol pode matar a gente. Pode fazer queimaduras terríveis na nossa pele e sem contar que ele nos deixa mais velho. - eu disse o encarando com cara feia.

– Ok! Eu não estou nem aí professora de ciências. Você tem que pegar um bronze e eu não sou velho como você acha que sou! Eu sou jovem e apesar de ter essa cara de ancião antigo, eu só tenho 28 anos. E se você estivesse no exército eles pegariam muito mais pesado. Só dizendo.

– Tá! Mas não estamos no exército e minha amiga vai desconfiar se eu chegar vermelha e torrada pelo sol. Ela não pode saber que estou nessa missão. – Tentei fazer sombra com a mão.

– Ah! A loirinha. E por que ela não pode saber? - Liam disse cutucando a terra com um pedaço de pau.

– Por que nós estamos atrás do irmão dela. - eu disse

– Isso tá pior do que novela mexicana. Agora vamos! Temos muito que treinar. Depois eu te pago um milk-shake. - ele sorriu e eu dei risada.

Liam encontrou uma grande sombra. Dei sorte por ele ter encontrado, não estava a fim de me torrar a manhã inteira no sol. O treino no começo foi duro! Não acertei nenhuma bala no alvo. Depois de duas horas se concentrando no lugar certo eu consegui!

– Eu consegui! Olha! Eu atirei no lugar certo – eu pulei em cima de Liam lhe abraçando. Ele ficou um pouco assustado. Eu me recompus a minha empolgação.

– Você conseguiu acertar somente uma vez!

– E isso não é incrível! - eu falei admirada.

– Não, isso não é incrível. Isso é decepcionante. Tem que treinar mais e muito mais!- Liam estava fazendo deboche de mim

– Eu sei! Até o final da semana eu vou atirar melhor que você! - eu disse convencida

– Quero só ver! - ele se divertiu e disse. - Agora vamos. Amanhã nós continuamos.

Foi uma dura semana. Os treinos ficavam mais pesados a cada dia. Estava ficando com a pontaria boa nos treinos de tiro ao alvo. Pela tarde eu era obrigada a nadar pela piscina e fazer um perímetro de 30 minutos. Na metade da prova eu já estava morta. O treinamento de defesa pessoal também não foi fácil. Eu ficava mais no chão do que em pé lutando. Agora era sábado e eu estava morta e sentia todo o meu corpo quebrado, mas não podia fazer corpo mole. Precisava encontrar minha autoconfiança. Agora já de noite e terrivelmente cansada Liam me levava de volta pra casa.

– A gente se vê amanhã cedo. Tchau. - Liam me deixou na entrada do prédio e foi embora. Quando entrei pra dentro da suíte. Eu me deparei com Kate.

– A onde você estava com o bonitão, posso saber? - perguntou Kate curiosa.

– Eu estava passeando. - eu menti

– Hm, e não aconteceu nada? - Kate insistiu.

– Não, somos apenas amigos. – eu me joguei no sofá e arranquei as botas dos meus pés. Eu estava toda dolorida.

– Sei. - Kate riu como se não acreditasse em uma palavra do que eu dizia.

– Kate não vai acontecer nada! – eu olhei pra ela, enquanto me esticava no sofá.

– Você disse isso da última vez.

– O que! Quando? - eu disse confusa.

– Você sabe, quando você conheceu o... - Kate parou de falar, mas sabia que ela ia dizer Daniel.

– Isso não vai acontecer novamente. – eu me arrumei pelo sofá e ignorei Kate.

Era domingo e hoje tinha mais treinamento e eu estava morta de cansaço. Sentia como se um ônibus tivesse me atropelado. E o sol estava quente. Levantei-me e tomei um banho gelado e tomei um café reforçado e saí para mais um dia longo de treino. No final da tarde eu estava me sentindo derrotada pelo cansaço. Foi quando Liam apareceu pelo vestuário. Eu tomei um susto.

– Hoje você se saiu bem. - ele disse enquanto eu enxugava meu rosto com uma toalhinha.

– Eu disse pra você que até o final da semana eu estaria... - quando vi Liam já estava me beijando. No começo tentei deter, mas no fim acabei cedendo. Por fim ele parou e disse:

– Parabéns. Me encontre na saída. - ele foi embora e eu fiquei sem entender nada. O que ele queria. Eu troquei de roupa e fui atrás dele furiosa. Quando cheguei à porta do galpão eu o encontrei despreocupado.

– O que foi aquilo no vestiário, pode me explicar? - eu o encarava carrancuda.

– Um parabéns – ele disse risonho.

– Não, sério. Eu não estou brincando.

– Eu também não. Eu só tomei uma iniciativa. Você acha que eu não vejo o seu jeito, quando você fica ao meu lado. - ele me encarou.

– Que jeito?

– Você fica sem jeito. Toda sem graça. Você sente algo por mim? - ele colocou sua mão na parede. Prendendo-me contra ela. Pronto agora eu não poderia fugir.

– Eu não sinto nada por você. - eu fugi de seu olhar penetrante.

– Não sente nada por mim. Tem certeza? - ele levantou meu queixo para eu o encará-lo.

– Tenho certeza! - eu disse por fim.

– Tudo bem, me desculpe por tê-la beijado. - ele me liberou de seus braços e fiquei agradecida.

Quando cheguei em casa. Tranquei a porta fiquei encostada sobre ela e meu coração foi a mil. O que foi aquilo tudo? 

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