Capítulo 11

Já tem duas semanas que terminei o meu namoro com Daniel e estava bem. Só não sabia se ele estava. Mas agora eu podia colocar a cabeça no lugar e Daniel estava me deixando confusa. No final das contas foi melhor assim. Hoje amanheceu nublado e um pouco frio. Eu iria até o mercado pegar algumas coisas que estavam faltando.

– Colleen já esta pronta? - ouvi a voz de Kate que vinha da sala. Me apressei e fui ao seu encontro. - Tudo pronto? Vamos lá. - Kate me apressou. Ela tinha uma entrevista e não queria perder. - Está tudo bem Colleen? - perguntou Kate.

– Sim, por que não estaria? - ajeitei meu casaco.

– Ah só quis saber se estava bem, então consegue se virar no mercado né?

– Claro que eu sei Kate, não é como se eu fosse me perder entre as prateleiras. - eu revirei os olhos.

– Então tudo bem. - Kate sorriu e parecia assustada com algo que ela viu do outro lado da rua. Eu fiquei em choque e comecei a falar.

– O que foi Kate? - perguntei assustada.

– Aquele não é o Daniel? - ela disse surpresa e eu me virei para confirmar sua pergunta. E era ele mesmo. Ele falava com o motorista de uma ambulância.

– O que ele está fazendo aqui? Conversando com o cara da ambulância? Ah? - era coincidência demais.

– Vai ver que aconteceu algo, oras. Bom Colleen tenho que ir. - Kate me abraçou. - Oh ele me viu e está vindo para cá, tchau. - Kate me jogou um beijo e saiu andando apressadamente. Bom, eu teria que encarar Daniel novamente. Respirei fundo e continuei andando.

– Colleen? É você? - eu escutei sua voz e então parei de andar. Me virei para encará-lo.

 – Daniel o que faz por aqui, há uma hora dessas? - perguntei como se eu estivesse surpresa por vê-lo.

– Eu não vim de carro e então peguei carona com um amigo meu na ambulância. - ele sorriu e apontou pro furgão branco do outro lado da rua.

– Alguém passou mal? - eu perguntei curiosa.

– Não, não, eu vim almoçar e depois ele vai me levar pro pronto socorro, eu vou pegar a carona com ele. - ele sorriu e eu assenti.

– Mas o que aconteceu com o seu carro?

– O motor não quis pegar e então tive de levar o carro pro conserto. - ele passou a mão exasperada pelo cabelo e voltou a falar. - E você está bem? Está indo para onde? - ele pareceu curioso.

– Bom, eu vou ao mercado e estou melhor. - eu sorri.

– Ora que coincidência! Eu preciso ir lá também.

– Então vamos. - fui educada, mas era impressionante quanto eu mais tentava evitar Daniel, mais ele surgia no meu caminho. Era como se fosse uma perseguição.

– E você o que está fazendo ultimamente? - ele perguntou enquanto andávamos para o mercado, que estava bem próximo.

– Nada de diferente, apenas tentado colocar minha vida em ordem. - eu sorri e então entramos para dentro do mercado.

– Que bom em ouvir isso, você merece um descanso depois de todo aquele pesadelo. E fico feliz por você. - Daniel sorriu e eu fiquei sem saber o que dizer. - Seu cabelo esta crescendo, está bonito assim.

– Você acha? - eu perguntei com dúvida e baguncei o cabelo curto. - Eu prefiro ele maior e espero que ele cresça logo. Mas bom vamos ao que interessa. - eu mudei de assunto e entrei no corredor de alimentos congelados.

– Veio fazer compras? Eu posso te ajudar a carregar as sacolas. - Daniel foi simpático novamente, e vi que ele não iria desistir tão fácil.

– Não, eu só vim pegar umas coisinhas, não vou precisar de ajuda. - sorri para disfarçar minha grosseria.

– Tudo bem então. Eu vou pegar uns lanches naturais por que hoje vou ficar de plantão.

– Sério? Que chato. - eu fiz careta e Daniel riu.

– Essa é a minha vida Colleen e eu amo isso. - ele abriu um enorme sorriso e eu ri um pouco.

– Sim, eu sei. Eu estava brincando Daniel, agora eu preciso ir. - apertei os lábios.

 – Eu também já estou indo. O Wilson deve estar me esperando. De qualquer forma foi um prazer revê-la. - Daniel mantinha a esperança em seus olhos e eu apenas sorri.

– Digo o mesmo. A gente se vê por aí. - eu falei com um sorriso em meus lábios. E com a sorte que eu tinha, iria me esbarrar em Daniel amanhã se fosse possível.

– Então até mais. - encerrou Daniel e então eu me despedi dele com um breve abraço e me afastei.

Meu deus! O que eu iria fazer? Me encostei em uma das prateleiras e respirei fundo. E então peguei o que faltava e fui pro caixa. Quando saí do mercado, vi que a ambulância continuava parada no mesmo lugar, então Daniel devia estar por perto, mas resolvi ignorar. Pois eu tinha de seguir em frente e sem Daniel. Aquilo doía em mim, por que Daniel era pra estar comigo, mas uma parte de mim não queria saber dele, aliás nem lembrava quem ele era. E todas essas coincidências que o destino colocava em meu caminho, tornava tudo mais difícil. Daniel era legal e tudo. Mas eu precisava ficar sozinha, eu precisava colocar a cabeça no lugar. Depois de todo o sofrimento que vivi, eu só queria um tempo para mim. Estava farta de tudo aquilo e pensava seriamente em voltar para Nevada, pois não aguentava mais um dia nessa cidade, era muita dor para uma pessoa só.




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