A semana passou rápido, me preparava para ir embora, agora que eu já conseguia conversar normal, não sentia dores de cabeça aguda, convulsões e sem contar que eu não precisava mais da ajuda do andador, eu podia em fim voltar para a casa.

– Colleen, espero que esteja preparada para voltar para casa! -Kate me levava para a saída do hospital em uma cadeira de rodas.

– Estou preparadíssima! Só quero chegar em casa e me esquecer de todo esse pesadelo.

– Então vamos! Hora de começar um novo capítulo. - Kate me ajudou a entrar do carro. E seguimos de volta ao nosso apartamento.

Quando chegamos no apartamento. Eu tive a estranha sensação. Era como se eu estivesse aqui o tempo todo. Como se eu nunca tivesse saído daqui. Me senti muito mal e então comecei a chorar.

- Colleen, você está bem? Está sentindo algo? - perguntou Kate preocupada.

- Eu não acredito que estou aqui nesse lugar. Eu não acredito que estou viva. - funguei. Me sentia fora de mim.

- Colleen está tudo bem, eu vou cuidar de você. Claro que você está viva. - disse Kate tentando me confortar.

- Era pra eu ter morrido! Ainda não entendi por que eu tive de passar por tudo isso. Por que Evan faria algo comigo desse jeito? - chorei e Kate veio me acuar.

- Ei, ei, Colleen, chega dessa conversa. Esquece desse assunto agora e vá descansar. Chega de falar sobre tragédia. - Kate limpou minhas lágrimas e eu assenti um sim com a cabeça.

– Tudo bem! Eu vou para o meu quarto se não se importa. - eu disse sem poder dizer mais nada.

– Tudo bem. - ela me deu um breve sorriso e eu me afastei da sala. O meu quarto continuava o mesmo. A mesma cama alta e branca, o velho guarda-roupa branco. Tudo continuava do mesmo jeito. Só eu que estava um pouco danificada. Eu tomei meu banho rápido demais. Vesti meu pijama e tomei meu remédio. Agora eu estava deitada na cama e esperava o sono vir. Não demorou muito para ele aparecer.

Eu corria por um longo corredor e ele parecia que não acabaria mais. Mas por que eu corria tanto?

– Colleen! Você acha que vai escapar? Você não tem pra onde fugir! -era a voz de Evan, mas eu não o via em lugar nenhum. De repente eu estava em um grande salão com várias portas ao redor.

– Você não tem como fugir! - a voz de Evan se aproximava mais de mim. De repente o salão começou a pegar fogo. Eu me virei de costas e Evan estava a minha frente, ele segurava uma faca e caminhava frio em minha direção.

– Eu disse que você não ia escapar! Agora você vai morrer! - ele dava fortes gargalhadas. E no momento em que ele iria me matar eu dei um grito. Eu acordei sobressaltada. Eu estava sonhando.

– Colleen que foi? - Kate de repente estava ao meu lado.

– Ele veio me matar! Evan! - eu chorei com pânico.

– Não, fique tranquila! Foi só um pesadelo. - Kate me tranquilizou.

– Ele veio com uma faca e me acertou! - eu passei minha mão pelo meu rosto para secar as lágrimas, percebi que eu estava molhada de suor.

– Fique calma! Ninguém vai vir te matar! Tudo bem? Agora vamos dormir. Eu vou dormir aqui com você. Agora fique calma. Vá no banheiro lavar o rosto e depois volte. - Kate se espalhou na cama ao meu lado e eu me levantei e fui até o banheiro. Eu afundei meu rosto dentro da água que caia da torneira. A água gelada fez o calor do meu corpo passar. Aterrorizada ainda com o sonho, voltei para o meu quarto e cansada demais voltei a dormir.

Acordei com a luz do sol que brilhava forte pelo meuquarto. Era junho e o verão estava de volta. Eu me levantei da cama e caminheipro banheiro. Lavei meu rosto e encarei meu reflexo no espelho. Eu aparentavaestar doente. Meu rosto estava mais magro e as  olheiras estavam fundas. Eu estava horrível. Enquanto voltava para o quarto me lembrei do pesadelo que tive com Evan, fiquei assustada e saí do quarto, andei até a cozinha. Onde encontrei Kate.

– Acordou melhor? -perguntou Kate, enquanto tomava um copo de suco.

– Sim, acho que sim. - eu me juntei a Kate sobre a mesa.

– Você me assustou ontem. - disse Kate.

– Quem não se assustaria? Até eu me assustei! Acho que esses pesadelos são um efeito colateral do pôs coma. - eu balancei a cabeça e depois me servi com um pouco de café.

– Também espero Colleen! Com certeza deve ser algum efeito colateral do remédio. - Kate terminou de tomar seu café e parecia apressada. - Colleen eu preciso ir no mercado, você se vira aqui sozinha?

– Claro Kate, não tem muito o que fazer. - dei de ombros.

– Faça só o leve, e não arrume os quartos, eu faço isso. - ela então se retirou da cozinha.