↪ 50.

50. hora da verdade.

Já faziam anos que Diana tentava evitar a morte de Fred, já tinha o visto morrer de centenas de jeitos diferentes mas nada a abalara tanto quanto ver Fred morto após a explosão, precisava evitar aquilo. Não conseguia parar de pensar naquilo nem por um minuto.

Ela respirou fundo. Uma, duas, três vezes. Precisava trabalhar, tinha tantos pacientes para atender, tinha que se focar neles mas era tão difícil. Ela lavou o rosto mais uma vez e então saiu do banheiro e caminhou pelos corredores do St. Mingus até chegar a ala em que trabalhava.

— Diana! – Exclamou Charlotte, uma das curandeiras se aproximando da garota. – Eu estava te procurando, tenho o resultado de todos os seus exames.

— Oh. – Ela disse e sentiu seu estômago revirar, não tinha certeza se queria saber os resultados, sabia que confirmaria suas suspeitas e aquilo a assustava. A assustava muito.

— Aqui está. – A mais velha entregou o envelope que segurava. – Sua saúde está ótima e eu estou tão feliz por você, eu não deveria ter dito isso, deveria ter te deixado ver primeiro mas eu estou feliz por você.

Diana contraiu os lábios e pegou o envelope e se virou na intenção de sair dali, até que Charlotte limpou a garganta, na intenção de chamar a atenção dela.

— Você não vai abrir? – A mulher perguntou.

— Vou, eu vou. – Ela disse. – Mas eu tenho que ir trabalhar então quem sabe eu abra na hora do almoço.

Queria gritar "Eu não vou abrir na sua frente!" mas Charlotte era uma de suas superioras e naquele momento tantas coisas passavam por sua cabeça que gritar não resolveria nada.

— Por favor Diana. – A outra disse sorrindo largamente.

legal, você não vai parar de insistir mesmo. – A Weasley resmungou.

Diana abriu o envelope, não sabia exatamente por que uma de suas mãos tremia, em parte por que tinha altas suspeitas do que encontraria ali.

Ela teriou a folha e quando leu o contéudo nada, se sentiu nauseada de novo. Se tivesse recebido aquela notícia antes de ter tido a visão, estaria com medo mas ansiosa e feliz mas naquele momento estava com medo, muito medo, medo por Fred, medo por ela, medo pelo bebê.

Um bebê. Diana Weasley estava esperando um bebê, um filho seu e de Fred.

— Meus parabéns mamãe! – Exclamou Charlotte animada.

— Mamãe? – Perguntou Sydney, uma das curandeiras que passava pelo corredor. – Por Merlin, Diana está grávida?

— Sim, nós deveriamos fazer uma festinha aqui para comemorar. – Retrucou Charlotte.

— Aposto que o seu marido vai ficar muito feliz. – A outra disse. – Sempre vejo vocês dois quando ele vem te buscar para almoçar, são muito fofos.

As duas continuavam falando mas ela não conseguia escutar som nenhum. Estava apavorada, sabia que com quando tudo se acalmasse estaria feliz, queria ter esse filho, queria ser uma mãe melhor do que Penelope foi para ela e do que Virna foi para Penelope mas naquele momento tinha tanto medo de que tivesse que fazer isso sozinha, criar um filho sozinha.

Diana saiu mais cedo do St. Mingus, disse que estava se sentindo mal e eles sabendo de sua gravidez, a deixarem ir, sua chefe até queria lhe dar o dia seguinte de folga.

Ela aparatou para casa e não sabia quanto tempo fazia que estava sentada no chão do banheiro pensando. Sua cabeça chegava a latejar, sentia que poderia explodir a qualquer momento.

— Não vai ser tão difícil, eu já fiz isso antes um milhão de vezes. – Ela disse para si mesma. – Sou especialista em salvar o Fred, eu posso fazer isso.

Pensou em todas as outras vezes que salvou Fred, começando por jogar os doces morto vivo pela janela no sexto ano. Agora teria que impedir que aquela explosão o atingisse, o problema é que parecia impossível.

Estaria acontecendo uma batalha, Comensais em todos os lados, como ela ficaria de olho em Fred? Como o seguiria com tanta coisa acontecendo? As chances de perdê-lo de vista eram muito altas, as chances de conseguir mantê-lo longe daquele corredor ou de conter a explosão eram muito baixas. Ela não sabia onde aconteceria ou como aconteceria.

Secou as lágrimas que escorriam e parou de abraçar as pernas, as esticando no chão. Abaixou seu olhar, olhando para a própria barriga coberta pela camiseta, era estranho pensar que tinha um ser humano se formando ali.

— Oi. – Ela disse. – É a sua mãe e é muito estranho fazer isso, eu sinto que estou falando sozinha, sabe? Mas se você estiver escutando isso, saiba que eu não sou assim sempre, eu não sou chorona ou fraca desse jeito, eu não costumo ficar me levantando, eu vou lá e faço. Eu acho que são esses hormônios que estão acabando comigo mas eu vou me levantar e você vai ver a minha versão durona, ok?

Ela respirou fundo antes de continuar a falar.

— Seu pai tem um talento para atrair a morte, é algo frustante e sabe, a anos atrás, eu não pretendia me apaixonar por ele, eu acho que antes do sexto ano, eu vomitaria se alguém me contasse que eu acabaria casada e grávida do Fred Weasley. – Ela disse. – Antes eu fazia isso por que não queria me sentir culpada ou por que era orgulhosa demais para desistir, agora eu faço por que não consigo imaginar um mundo sem ele, isso soa tão brega né? Eu estou ficando tão clichê, eu sei, é irritante, eu também acho.

Ela suspirou.

— Eu vou cuidar de você. – Ela disse. – Eu prometo mesmo que eu não seja muito boa nisso, provavelmente vou te deixar cair no chão ou coisa assim mas eu vou estar aqui por você. Só vou deixar bem claro que não vou falar com voz de bebê, eu me nego a fazer isso.

Ela sorriu de canto e por um momento teve vontade de chorar, culpou os hormônios por isso. Se levantou do chão e ligou a torneira para lavar seu rosto.

— Eu não vou deixar o Fred morrer, vou impedir essa visão. – Ela disse após lavar o rosto e encarando seu próprio reflexo no espelho.

Ela respirou fundo e então abriu a porta do banheiro. Seu coração acelerou quando viu Fred, parado na porta, a encarando com uma expressão indecifravel no rosto.

— Oi? – Ela disse mas acabou soando mais como uma pergunta.

A expressão do ruivo não mudou, apesar de estar ali fisicamente, sua mente parecia estar longe.

— Está tudo bem? – Ela perguntou tentando soar o mais natural possível.

— Então você teve uma visão. – Ele disse.

— O que?

— Você disse. – Fred disse. – Acabou te dizer?

— Estava me ouvindo falar sozinha? – Ela perguntou e sentiu seu coração disparar, como se fosse sair pela boca. – A quanto tempo está ai?

— Pouco. – Ele disse. – Eu só ouvi a parte da visão, por que? Estava dando um discurso para si mesma?

Fred tentou fazer uma piada mas havia certo nervosismo em sua voz.

— Você devia estar trabalhando. – Ela disse.

— Eu sai mais cedo, passei para te fazer uma surpresa no St. Mingus mas dizeram que você tinha passado mal. – O ruivo contou. – Então eu vim para casa. Você teve uma visão?

— Eu sempre tenho visões. – Ela disse tentando cortar o assunto.

Diana tentou sair pela porta mas Fred tapou o espaço.

— Me deixa passar trasgo. – Ela disse.

— Diana, você teve uma visão onde eu morro? – Ele perguntou.

Ouvir aquela pergunta foi como um soco no estômago da garota, sentia o pânico se espalhar pelo corpo. Tentou mais uma vez sair e novamente não deu certo.

— É muito legal você escutando as minhas longas conversas comigo mesma. – Ela disse ironicamente.

— Diana. – Ele repetiu. – Você teve uma visão?

— É e sou eu quem mato você. – Ela retrucou mais uma vez tentando fugir do assunto.

— Diana, será que dá para você falar sério? – Ele perguntou.

Ela o olhou, não sabia o que fazer e ainda não sabia como salvá-lo, aquele com certeza não era seu dia. Diana respirou fundo, era hora da verdade.

— Você teve uma visão? – Ele perguntou.

— Eu tive várias. – Ela soltou. – Várias, eu até perdi a conta, eu não parei de ter visões assim desde o sexto ano, não importa o quanto eu tente impedir, sempre tenho outra visão.

Fred a olhou e ela não soube dizer que olhar era aquele, ele parecia tentando conciliar os sentimentos e todas as informações.

— Você sempre me pergunta por que eu fiz aquilo no Expresso Hogwarts, essa é a resposta, os doces não tinham dado certo, foi a primeira vez que eu previ sua morte, então eu surtei e joguei os doces pela janela. – Diana contou, estava soltando tudo de uma vez. – Todas aquelas coisas estranhas que eu fiz em Hogwarts e fora dela, tudo foi para impedir as visões, por isso me aproximei de você e droga, eu acabei me apaixonando por você! E eu achei que tinha conseguido acabar com isso, com essas visões, mas nunca acabam.

Ela terminou de falar e Fred estava em choque, ela esperou mas ele não disse uma palavra se quer.

— Fala alguma coisa! – Ela exclamou já irritada.

Fred suspirou e então encostou a cabeça na parede, um milhão de coisas passando pela sua cabeça.

— Então eu deveria ter morrido em 1994. – Ele disse ainda em choque.

Estavam em 1998, era chocante para o ruivo pensar que Diana fazia tudo aquilo desde 1994, todo o fardo que ela teve que carregar e tudo que teve que fazer para salvá-lo. Era assustador e ele se sentia grato, muito grato a sua esposa por aquilo.

— Obrigado. – Ele disse e foi cortado por Diana antes que pudesse continuar.

— Você não precisa agradecer. – Ela disse. – Não era nem para você saber disso.

— Olha tudo que você fez por mim, passou muito tempo Diana, muito tempo mesmo. – Ele disse ainda chocado. – Por Merlin, eu amo você.

Ele a puxou para perto, a abraçando, dessa vez ela não reclamou, retrucou ou fez qualquer comentário sobre odiar abraços.

— Eu também te amo seu trasgo idiota. – Ela disse.

— Caramba, isso tudo é loucura. – Ele disse assim que se afastou dela. – Eu estou tentando pensar em uma piada mas estou apavorado demais para isso.

— Se fizer uma piada, eu vou bater em você. – Ela disse se encostando na parede.

— Qual foi a última visão que você teve? – Ele perguntou.

Ela gelou, se questionou se devia ou não contar para ele, já tinha dito tudo mas mesmo assim não sabia se devia contar sobre aquela visão que tanto a atormentava.

— Só fique longe da Guerra. – Ela disse.

— Sabe que não posso fazer isso. – Disse o ruivo.

— Por que não?

— Em dias de luta, rostos lindos como o meu, trazem alegria. – Ele brincou.

— Fred, eu estou falando sério. – Ela disse.

— Não posso Diana, do mesmo jeito que se eu te pedir para ficar, você vai dizer que não pode, estamos envolvidos até a cabeça nisso, é o nosso povo, não dá para ficar parado quando todo mundo está se arriscando. – Ele disse.

— Mesmo que signifique que você vai morrer?

— É uma Guerra, Diana. – Fred disse. – Morrer é sempre uma possibilidade.

— Para você não é uma possibilidade, é uma certeza! – Ela exclamou irritada.

— Eu não posso me afastar disso, quer que eu fique parado enquanto tudo acontece? – Ele perguntou. – Se for assim e eu tiver que morrer, então vou ter que morrer.

Ela sentiu seu sangue ferver, não sabia se sentia mais raiva ou mais medo.

— Ódio, então eu estou igual uma idiota preocupada atoa por que o grande e corajosa Fred Weasley da Grifinória não tem medo de morrer, ele vai se jogar na morte. – Ela retrucou ironicamente.

— Acha que eu não tenho medo? Eu morro de medo, eu nunca tive tanta coisa para perder, minha família, a loja, você, por Merlin, eu nunca quero perder você, Diana. – Ele respondeu. – Mas não dá para não ajudar, eu gostaria de não fazer nada e gostaria de estar rindo e levando tudo na brincadeira, eu juro que eu estou tentando, eu odeio essa Guerra tanto quanto você.

— Olha – Ela começou mas foi cortada por Fred.

— Diana você passou os últimos anos tentando de tudo para impedir e olha só para você agora, você está doente, tem tanta coisa para se preocupar, chega de se preocupar comigo. – Ele disse. – O que tiver que acontecer, vai acontecer.

— Agora você acha que vai me impedir de tentar te ajudar? – Ela arqueou as sobrancelhas. – Eu não vou, não mesmo.

Fred se virou e estava saindo do banheiro quando Diana começou a falar.

— Onde você vai? – Perguntou.

— Preciso colocar a cabeça no lugar. – Ele disse.

"Eu estou grávida!" ela quis gritar, quis muito dizer a ele que se ele morresse não conseguiria ver seu filho, não conseguiria criá-lo.

"No fim a decisão não é sua" foi que Freya disse a ela quando estavam sentadas na varanda da Toca. Agora Diana entendia, tinha contado a Fred e ele havia escolhido lutar mesmo assim, o futuro era dele, a decisão era dele.

Mas Diana não podia deixar aquilo acontecer, não iria desistir sem tentar.

Sentiu seu corpo flutuar, estranhou ter mais uma visão em tão pouco tempo e teve medo do que estava por vir.

"Indo contra todas as situações ruins que Diana imaginou, agora ela via a Toca. O lugar estava decorado, o clima era de alegria e haviam várias crianças correndo pela casa, Diana não reconhecia nenhuma.

Ela avistou Angelina, ela balançava um bebê no colo enquanto Jorge tentava o fazer rir, era o bebê deles e a Weasley não teve como não sorrir olhando aquilo. Desejou que ela pudesse ser a madrinha.

Todos os seus amigos e familiares estavam ali, até mesmo Ashton, ele estava com um menino que ela suspeitou que fosse Charlie, irmão de Eadlyn e ainda segurava um bebênotou que era uma menina pelo vestido rosa e o laço na cabeçasorridente no colo.

Olhando ao redor não encontrou quatro pessoas, Remus, Tonks, Fred e ela mesma, se sentiu nervosa diante de tudo aquilo.

E então ela se viu, parecia mais madura apesar de estar usando um chapéu de festa e estava de mãos dadas com uma criança muito ruiva, ridiculamente ruiva."

Quando a visão acabou, Diana se deu conta de que Trelawney estava certa, havia um filho ridiculamente ruivo em seu futuro.

e , vim fazer vocês passarem raiva um pouquinho

gente agora é oficial: faltam 3 capítulos, o epilogo e um capítulo especial.

ansiosos para fall? por que eu estou bastante, realmente espero que gostem.

ah, o bebê que o ashton estava segurando é um dos personagens de fall, no entrelinhas eu postei a lista com os faceclaims e os nomes (no capítulo "uma espiadinha em fall") quem sabe vocês consigam acertar que personagem é!

pergunta do dia: como vocês estão se sentindo com o fim de ttf?

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