↪ 49.
49. a visão
— O que será que ele quer mostrar? - Jorge perguntou. - É meio suspeito, a gente nem é tão próximo desse cara.
— Dá uma segurada ai nas teorias da conspiração. - Lino retrucou em tom de brincadeira.
Diana riu e continuou andando ao lado dos gêmeos, Angelina e Lino. Tinham recebido uma carta de Aberforth Dumbledore pedindo que os encontrassem em seu bar.
— As vezes ele só quer dar bebida de graça. - Angelina disse e deu de ombros.
— É óbvio, como eu não pensei nisso antes. - Ela disse ironicamente.
— Uau quanta falta de respeito por mim. - Disse Angelina.
— A Diana está assim mesmo nos últimos dias, ela vai de boa para ruim em questão de segundos. - Fred disse.
— Quando vai pegar seus exames? - Jorge perguntou.
— Amanhã. - Ela deu de ombros. - Mas não deve ser nada demais, provavelmente uma bactéria ou problema com hormônios, eu sei lá.
Apesar de tentar convencer a si mesma que não era nada demais, Diana sabia que todos os sintomas indicavam uma coisa mas ela fazia de tudo para não pensar naquilo. Não podia ser aquilo.
Ela balançou a cabeça em uma tentativa de tirar aquele pensamento da cabeça, não queria ficar remoendo aquilo de novo.
— Para mim parece um bebê. – Lino disse.
— Cala a boca figurante, isso nem faz sentido. – Ela disse automaticamente se irritando e acelerando o passo.
— Eu disse alguma coisa errada? – Lino perguntou confuso e Fred riu.
— Você sempre diz. – O ruivo brincou batendo nas costas do amigo.
Os cinco continuaram seu caminho até o Cabeça de Javali. Enquanto andava, Diana só concluiu ainda mais que Hogsmeade nem parecia a mesma, a maioria das lojas estava fechada, poucas pessoas andavam pelas ruas, o terror era real e maior do que nunca.
Quando chegaram, Aberforth estava atrás do balcão, a semelhança entre ele e Dumbledore era incrível e chegava a ser assustador, é claro que toda vez ele abria a boca, ficava cada vez mais claro que apesar de serem muito parecidos na aparência, tinham personalidades completamente diferentes.
— Vocês chegaram. – Ele comentou. – Como estão? Ainda tentando se manter positivos com toda essa droga acontecendo?
O homem não parecia muito disposto a criar expectativas mas no fundo ele sabia que tinha, todos tinham.
— Eu não sou positiva nunca, achei que já tinha notado isso. – Disse Diana dando de ombros.
— Você finge muito bem mas está tentando tanto quanto eles ser positiva. – O mais velho deu de ombros.
— É, todos temos que tentar. – Disse Jorge. – Na carta você pediu para virmos com urgência, o que aconteceu?
— Tem uma pessoa que quer falar com vocês. – Ele disse.
O homem saiu de trás do balcão e caminhou até um enorme quadro que havia ali de uma garota. Diana sabia que se tratava de Ariana Dumbledore, por que Tonks comentou sobre isso uma vez quando estavam ali.
— É o quadro que quer falar com a gente? – Lino perguntou para os amigos.
— Maldito tonto. – Resmungou Aberforth.
Logo o quadro abriu espaço, revelando uma passagem. De longe eles viram alguém se aproximar.
Quanto mais a pessoa se aproximava, mais era possível enxergá-la com clareza e quando a pessoa saiu da passagem, os cinco tinham expressões surpresas em seus rostos, os gêmeos pareciam se divertir com a situação apesar de também estarem surpresos e confusos.
— Ginny? – Fred disse e soou mais como uma pergunta.
— Eu mesma. – Ela disse. – Vocês demoraram.
— Espera o que? – Angelina perguntou. – Tem uma passagem para fora de Hogwarts e eu nunca fiquei sabendo?
— Tem várias passagens para fora de Hogwarts. – Jorge disse e Diana se lembrava de ter saído com Fred uma vez por uma das passagens. – Mas essa é nova, ela não estava
— No Mapa Maroto. – Completou Fred. – Não estava mesmo.
— É, parece que eu conheço Hogwarts bem melhor do que você. – Ginny provocou.
— Mas fui eu que descobri a passagem. – Disse Neville saindo da passagem logo atrás da ruiva.
— Neville! – Exclamou Angelina. – Você está detonado.
Neville passou a mão pelo rosto, ele estava machucado e não parecia o garoto que Diana conhecia, estava visivelmente mais maduro, mais magro e apesar de ainda ser desastrado, com certeza parecia mais forte.
— Aconteceu muita coisa em Hogwarts. – Ele disse. – Eu posso contar no caminho.
— Boa viagem malditos tontos. – Resmungou Aberforth enquanto Diana e companhia entravam pela passagem.
— Ele fica cada vez mais rabugento. – Resmungou Lino.
— Aberforth tem nos ajudado bastante. – Neville comentou enquanto eles andavam pela passagem. – Essa passagem leva até a sala precisa.
— Isso é incrível. – Fred disse e sorriu observando ao redor. – Droga Jorge como não descobrimos isso?
— Estou devastado Fred. – Jorge disse. – Ainda mais devastado pela presença irritante da Ginny.
— Calado, eu sei que você me ama. – Retrucou a ruiva.
— Como estão as coisas em Hogwarts? No Natal, a criatura ali nos contou algumas coisas. – Diana disse apontando para Ginny.
— Péssimas, saíram muito do controle. – Neville disse. – E pensei que vocês pudessem ajudar.
— Ajudar a irritar o Snape? – Fred sorriu. – Eu topo.
— Assumo que também achei interessante. – Diana disse e exibiu um sorriso de canto
— Então a gente vai ajudar no que? – Jorge perguntou.
— Lino pode fazer figuração nas cenas tensas em Hogwarts. – Diana disse.
— Bom, pensamos que vocês podiam tentar animar os alunos, o clima está péssimo, seria legal termos um pouco de diversão e esperança e vocês dois são muito bom nissos. – Neville disse para os gêmeos que fizeram um high five.
— E os que são sem graças? Tipo eu, a Diana e o Lino. – Angelina disse.
— Ei! – Exclamou Lino. – Eu sou muito engraçado, tá legal?
— O Lino é mesmo engraçado, pode ajudar os gêmeos, Angelina você pode falar sobre seu trabalho no Appleby Arrows, todo mundo gosta de Quadribol. – Disse Ginny. – E a Diana é curandeira, machucados não faltam lá.
— Ótimo. – A Weasley sorriu de canto. – Vamos nessa.
— Diana eu tenho quase certeza que você vomitou um dos seus orgãos. – Fred disse apoiado na porta do banheiro enquanto observava sua esposa.
Ela terminou de lavar sua boca e então se virou para olhar para o ruivo. Se sentia fraca e atordoada, só queria conseguir manter alguma coisa no estômago.
— Sério? Por que eu acho que eu vomitei todos os meus orgãos. – Ela retrucou.
— Tá, podemos cancelar o jantar com o Jorge e a Angelina. – O ruivo disse. – São só eles, não tenho dó de chutar eles para a rua.
— Não, eu estou bem. – Ela disse. – Não é nada grave, eu só estou vomitando, vocês estão exagerando muito.
— Você já pensou na possibilidade de ser – Ele começou mas parou a frase no meio.
— De ser? – Diana arqueou as sobrancelhas.
— Nada. – Ele disse.
— Ok. – Ela disse e resolveu mudar de assunto, em parte por que sabia o que Fred estava pensando. – O que vamos comprar para o jantar?
— Eu não sei. – Ele disse. – Não sei se existe algo que não te cause enjoo.
— Quer saber? Acho que deviamos cozinhar. – Ela disse e Fred riu. – O que foi? Eu estou falando sério.
— Diana a gente não sabe cozinhar e aquela história de explodir a cozinha? – Ele perguntou.
— Pode ser legal. – Ela deu de ombros. – Ah e cozinhar sem magia, como os trouxas.
Fred a olhou incerto sobre a ideia mas logo começou a rir.
— Tudo bem. – Ele disse. – Quais são as chances da comida ficar tóxicas.
Diana sorriu de canto e olhou para o marido antes de responder.
— Altas. – Ela disse. – Bem altas.
— Ok, precisamos quebrar três ovos. – Diana disse olhando para o livro.
Depois de revirar a estante, a Weasley achou um único e antigo livro de receitas que Molly havia dado para o casal uma vez.
Indo contra a lógica, os dois optaram por fazer a sobremesa antes de fazer a comida.
Fred a olhou confuso e pegou um dos ovos que estava na bancada e observou o ovo, incerto do que deveria fazer.
— Tá, mas como eu quebro? – Ele perguntou.
— Eu não sei. – Ela disse. – É só bater e quebrar né?
— Eu já vi minha mãe fazendo, não deve ser tão difícil. – O ruivo disse.
— Eu nunca vi ninguém fazendo. – Deu de ombros.
— Isso é sério? Eu me casei com uma burguesa mimada. – Ele disse com o tom de voz mais dramático que conseguiu.
— Eu tive elfos domésticos a minha vida toda e nos Johnsons, eu sempre lavava a lousa, já que não sabia cozinhar. – Ela disse. – E em minha defesa, você também não sabe.
— Somos péssimos. – Ele concluiu rindo.
— Mas você tem razão, não deve ser tão difícil. – Diana disse e pegou um ovo. – Não deve ser tão difícil.
A Weasley bateu o ovo com tanta força na lateral da tigela e todo o contéudo acabou caindo na bancada, com exceção a alguns pedaços da casca do ovo que cairam dentro da tigela.
— Uau, estou impressionado. – Brincou Fred. – Minha vez.
A tentativa de Fred não foi boa mas melhor que a de Diana, apesar de muitos pedaços de cascas terem caído na tigela, a clara e a gema do ovo pelo menos não caíram do lado de fora.
— Ok, agora já é uma questão pessoal. – Ela disse pegando mais um ovo.
Depois de mais duas tentativas fracassadas, Diana conseguiu quebrar um ovo da maneira certa, o que rendeu uma dança de comemoração, Fred riu da animação dela.
— Uma xícara de açúcar. – Diana disse se inclinando para ler no livro de receitas.
— Isso é fácil. – Disse Fred.
Diana observou o ruivo pegar o saco de açúcar e ir jogando aos montes dentro da tigela.
— Você prestou atenção na parte uma xícara? – Ela perguntou.
— Tenho certeza que essa quantidade é equivalente a uma xícara. – Ele disse e arregalou os olhos ao ver a quantidade de acúçar na tigela. – Ou um saco.
— A gente vai matar o Jorge e a Angelina. – Ela disse e riu.
Diana abaixou a cabeça para ler qual era o próximo passo. Enquanto isso Fred colocou a mão dentro do saco de farinha, pegando um punhado e assoprando na cara da esposa. A farinha voou, sujando o rosto e o cabelo dela.
Diana cuspiu farinha enquanto Fred ria.
— Eu odeio você. – Ela disse.
— Não odeia não. – Ele disse.
— Tem razão. – Ela sorriu enquanto disfarçadamente pegou o último ovo que estava sobre a bancada. – E acho que até mereço um beijo por ser essa esposa tão paciente.
— É, apesar da farinha, você merece, eu achei que você iria surtar. – Ele comentou bem humorado.
Fred abaixou o pescoço para que sua altura ficasse mais próxima da de Diana e quando ele se aproximou da mesma, ela quebrou o ovo em seu resposto.
Diana riu enquanto ele tentava conciliar o que tinha acontecido e passava a mão no rosto para limpá-lo.
— Isso não vai ficar assim. – Ele disse em tom de brincadeira.
— Não mesmo. – Ela disse pegando um punhado de farinha nas mãos.
Os dois correram pela cozinha como duas crianças, era impressionante como apesar de tudo os dois se davam muito bem. Alguns dizem que todo mundo tem alguém que foi feito para você, em momentos como aquele Diana não tinha dúvida de que Fred era a pessoa feita para ela.
Depois de jogar açúcar no cabelo da esposa, Fred a puxou para perto, a beijando. Os dois se separaram quando ouviram um barulho na porta.
— Deve ser o Jorge e a Angelina. – Diana disse. – Ok, você atende eles e eu vou tomar banho.
Ele deu um beijo na bochecha da mesma e saiu indo em direção a porta. Diana subiu as escadas com um sorriso de canto no rosto, se sentia feliz, muito feliz, apesar da Guerra.
Mas é como dizem, tudo que é bom, dura pouco.
No último degrau da escada, ela sentiu que iria cair, precisou se apoiar na parede, tudo ao seu redor parecia girar e aquela sensação de desmaiou voltou. Dessa vez ela soube que não iria vomitar ou algo do tipo, sabia que teria uma visão e enquanto sua mente vagava para longe, ela tinha certeza que não era algo bom.
"Diana olhou ao redor, estava em Hogwarts ou pelo menos o que parecia restar de Hogwarts, tudo estava sendo destruído. Ouvia gritos, barulhos altos, corpos jogados pelo chão, seu estômago revirava observando toda a cena. Era cruel, era brutal, era a Guerra.
Ela olhou para frente e viu Rony, Hermione e Harry correrem para conversar com Fred e Percy. Percy estava ali e aquilo deixou Diana muito surpresa, ele lançava junto com os outros feitiços contra os Comensais.
— Olá Ministro! – Exclamou Percy lançando um feitiço certeiro em Thicknesse. – Cheguei a mencionar que estou me demitindo?
— Você está brincando Perce! – Exclamou Fred animado, parecendo muito surpreso ao ver o irmão dizendo aquilo.
Os dois lançavam feitiços juntos e apesar de Fred nunca ter assumido, Diana sabia que ele sentia falta de Percy, sabia que todos os Weasley sentiam, ele significava muito para sua família. Ali, mesmo no meio daquele corredor durante uma batalha, Diana podia dizer que Fred estava feliz.
Fred estava sempre sempre feliz, seu Fred, não importava a situação ou se ele estivesse triste, irritado, sempre havia alguma felicidade nele. Ela sentia que ele era luz, sua lanterna que a guiava para o melhor caminho, que não a deixava ficar no escuro.
— Você está mesmo brincando Perce – Fred continuou e Diana sorriu o observando. – Acho que nunca ouvi você brincar desde que era...
Ele não completou a frase, não pode, pois em questão de segundos, segundos, tudo mudou. O perigo parecia contido, tudo parecia bem mas então aconteceu, tudo que Diana tinha lutado para evitar aconteceu, tudo literalmente explodiu.
Quando a parede explodiu, todos foram lançados longe, ela observou Harry tentar se proteger com um pedaço fino de madeira, Hermione conseguiu se levantar em meio aos destroços. Todos tinham sido atingidos mas nenhum deles tanto quanto Fred.
Percy deu um grito alto de agonia mas Diana não o ouviu, tudo pareceu ficar em silêncio, sentiu que seu mundo estava desmoronando e tudo que queria fazer era chorar, gritar mas não conseguiu, não conseguia se mexer, estava em choque, apavorada, durante toda a sua vida nunca tinha sentido tanto medo e tanta dor.
Tudo parecia doer e até respirar tinha de repente se tornado difícil, sentia um vazio enorme tomar conta de si e uma dor que ela sabia que não iria passar.
— Não... não... não! – Percy gritava. – Não! Fred! Não!
Percy sacudia o irmão, Rony estava ajoelhado ao lado deles, os olhos de Fred ainda estavam abertos mas ele já não respirava, estava morto. Morto."
Quando tudo desapareceu e Diana notou que estava de volta em casa tremia, tremia muito. Precisou se sentar na escada afinal tinha certeza que suas pernas não teriam forças para andar, naquele momento sentia que não tinha força para nada.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto e chegou a soluçar, sentia que nunca tinha chorado tanto. Aquela era a visão mais longa e mais assustadora que Diana já tinha visto, estava em pânico.
Foi a primeira vez durante todos aqueles anos que Diana achou que não conseguiria salvá-lo e aquilo a atingiu em cheio, a atingiu com força e estava acabando com ela.
— Diana? – Ele perguntou subindo as escadas. – Por Merlin, o que aconteceu?
Quando ele se aproximou, Diana puxou para perto e o abraçou, o abraçou com força. Não conseguia imaginar um mundo bruxo sem Fred Weasley, não conseguia imaginar sua vida sem ele, não podia deixar aquilo acontecer.
oi gente, desculpa o tombo
eu pretendia terminar ttf essa semana mas eu fiquei doente então não sei se vai dar para ser essa semana, mas se não for nessa, vai ser na próxima. sinceramente eu não estou preparada aaa
quero agradecer mais uma vez todos vocês que acompanharam até aqui toda essa jornada, quinta-feira (05/09/19) completam 8 meses de ttf. obrigada por tudo, eu amo vocês!
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