↪ 44.
44. a decisão de kirby
Mesmo convivendo com Anna durante anos, Diana nunca estivera na casa dos Sinclair, era estranho estar ali agora e ela se sentia nervosa mas sabia que precisava fazer aquela visita.
Assim que a porta se abriu, Diana viu Celine, ela ainda estava de pijama apesar de já serem quase duas da tarde. Celine exibiu um sorriso quando viu a Johnson.
— Diana. – Ela disse e abriu espaço para que a garota passasse. – Pode entrar, eu imagino que queira falar com a minha mãe.
— É, eu gostaria de falar com ela. – Diana disse entrando na casa e Celine fechou a porta. – Está tudo bem aqui? Vim em uma hora ruim?
— Eu não sei se estamos tendo alguma hora boa. – Suspirou. – Meu pai está trabalhando, Gabe ainda não sai do quarto mas minha mãe saiu da cama, por que bem.. Temos visitas.
Antes que Diana pudesse perguntar sobre as visitas, uma mulher desceu as escadas e Diana não conseguiu não sorrir quando a viu. Ela estava diferente da última vez que a vira, parecia mais saudável, menos magra, apesar de ainda parecer cansada.
Quando a mulher viu Diana, deu um grito animado, ela veio em direção a Johnson e a deu um abraço, um abraço atrapalhado, ela era atrapalhada, exagerada e como diria Sirius Black: irritantemente fofa.
— Caramba! – Exclamou Diana. – Você está aqui, quando foi que você voltou?
— A alguns dias. – Ela disse se afastando. – Kirby precisava de mim, gostaria de estar de volta em circunstâncias melhores mas a Guerra nunca é justa, eu vou mudar o assunto se não vou começar a chorar.
Diana observou a mulher passar a mãos pelos olhos que já estavam marejados, sabia que com certeza não estava sendo fácil para ela, que vira Anna crescer, apesar de tudo a Johnson ainda não conseguia acreditar que Freya estava ali, em carne e osso na sua frente.
— Oh! – Ela exclamou parecendo se lembrar de algo. – Celine me disse que você está noiva, parabéns, parabéns mesmo, vocês dois merecem, eu vou até te abraçar de novo.
Freya se aproximou animada e assim que a abraçou, se afastou rapidamente e arregalou os olhos.
— Por Merlin, você não gosta de abraços, eu esqueci, me desculpe. – Ela disse.
— Está tudo bem, eu ainda não acredito que está aqui. – Diana disse e a outra sorriu. – Como foi lá?
— Esclarecedor, eu diria. – Ela disse depois de alguns segundos procurando palavras. – Mas eu senti falta de tanta coisa, ainda não tive tempo de visitar todo mundo.
— Freya, eu vou bater na Christa, ela está uns vinte minutos atrasada, eu vou matar o Andrew também! – Exclamou Kirby descendo as escadas e olhou surpresa para Diana. – Olá Diana.
— Eu vim falar com você. – Ela disse. – Mas não sabia que você tinha visitas.
— Não são visitas, são da família, nem ligue para eles. – Ela sorriu de canto e Freya colocou a mão no ombro dela. – E podemos conversar sim, vamos para a sala.
A Johnson seguiu Kirby até a sala de estar, olhando ao redor ela notou que a casa era enorme, a casa era muito clara pela quantidade de janelas, as paredes eram pintadas em tons pastéis e toda a decoração simples porém elegante deixava o ambiente muito bonito.
— É um alivio que você esteja bem, achei que você também tinha.. Você sabe. – A ruiva disse, era visível que estava se esforçando para se manter forte.
— Sinto muito por tudo que aconteceu, meus pêsames. – Diana disse. – Eu vim aqui para dizer que qualquer coisa que precisarem eu farei o preciso para ajudar, é o minimo que posso fazer depois do que a Anna fez por mim.
— Ela tinha um coração enorme, sempre teve e sempre foi tão doce, as vezes eu duvidava que fosse minha filha. – Ela sorriu de canto. – Sempre tive muito orgulho dela, o Ministério está em busca de alguém para culpar mas sinceramente não me importo muito, isso não vai trazer minha filha de volta.
— Eu sei quem deveria ser culpado, eu tentei falar com o Ministério mas eles ignoraram completamente.
Diana começou a contar para Kirby toda a história, o que os Scorgmans tinham feito, a ruiva chorou algumas vezes, era estranho ver Kirby – que todas as vezes que Diana vira estava sendo durona ou engraçada – tão abalada e destruída.
— Eles estiveram aqui, depois que ela morreu, estiveram aqui para prestar homenagem. – Kirby disse. – Malditos Scorgmans.
— Eu sei que eles já foram para o mundo trouxa mas ainda deve haver uma maneira de culpar eles por esse crime. – Diana disse.
— Posso denunciar no Ministério mas aquele lugar está podre até o pescoço e tentar fazer justiça pelas próprias mãos seria pior. – Ela disse. – Se bem que apertar o pescoço do Bill Scorgman parece divertido.
— Tive uma visão a algum tempo, Bill e Stella mortos em poças de sangue, um garoto, acho que era filho deles, estava segurando o corpo da Stella, tinha acabado de encontrar. – Contou Diana.
Ela esperou que aquilo tranquilizasse Kirby de alguma maneira, saber que os assassinos de sua filha tinham um futuro terrível, Diana se sentia péssima por estar desejando que aquilo acontecesse logo mas sentia tanta raiva, tanto ódio dentro de si, era um sentimento sombrio e assustador.
A expressão de Kirby foi bem diferente do que Diana imaginou, ela foi de muito irritada para horrorizada.
— Por Merlin, isso é horrível! – Ela exclamou. – Tem alguma maneira de evitar isso?
— Eu não sei mas não importa, eles mataram a Anna. – A Johnson disse.
— Já é a segunda Guerra que eu vivo, Diana e eu já senti tanto ódio de tanta gente e descobri da pior maneira que isso só faria mal a mim mesma. – Ela contou. – Posso odiar os Scorgmans no momento mas a morte deles não vai trazer minha filha de volta e nem fazer toda a dor sumir, coisas acontecem e pessoas mudam, Freya costumava me dizer que desejar o melhor para quem você odeia é a melhor forma de curar todo mundo, sabe ela é tão boazinha que as vezes tenho vontade de bater nela mas ela está certa.
A Sinclair pausou e respirou fundo antes de continuar a falar.
— Os Scorgmans me tirariam minha filha e dói como um inferno e aposto que perder os pais vai doer como o inferno no filho deles, eu perdi meus pais e foi péssimo, não posso imaginar como isso vai afetar o garoto então vamos fazer de tudo para evitar isso. – Kirby disse. – Vou denunciar no Ministério mas por favor, não conte a mais ninguém sobre o que os Scorgmans fizeram, eu não vou contar, ninguém fica sabendo e quem sabe assim evitemos que alguém tente fazer justiça por conta própria e acabe deixando o garoto orfão.
— O que? Não, deviamos ir atrás de justiça pela Anna. – Ela disse nervosa. – Então vamos deixar a morte dela passar assim? Não vai ter valido nada?
— Ela te salvou, isso já valeu muita coisa. – Kirby disse. – Anna iria querer que fizessemos o certo e apesar da vingança parecer boa, não, não é o certo a fazer.
— Olha senhora Sinclair eu não concordo, não consigo concordar com isso, os Scorgmans tem que pagar!
— E quem é você para definir se eles devem ou não pagar? Se algo tiver que acontecer, vai acontecer naturalmente. – Kirby disse. – Diana eu sei o que eu estou fazendo e se não chegarmos em um acordo eu vou acabar tirando o meu sapato e jogando ele em você.
Diana suspirou, sentia seu sangue ferver mas Kirby parecia muito convicta da decisão e não adiantaria discutir com ela.
— Tudo bem, não vou falar para ninguém. – Disse Diana.
— Ótimo. – Ela suspirou. – Me sinto tão boazinha, acho que vou até perdoar a Christa pelo atraso.
A ruiva se levantou da poltrona que estava sentada e foi até a porta, então se virou para olhar para Diana.
— Sei que não entende e se fosse eu com a sua idade também não entenderia, provavelmente bateria em alguém mas eu passei por muita coisa, confie em mim e aposto que um dos meus amigos teria uma frase motivacional para o momento. – Ela disse. – São eles que criam, eu só copio.
Por um momento Diana pensou em Kirby, Freya, Christa, Andrew, Sirius e Remus que se conheciam desde a época de Hogwarts, tinham tido vidas complicadas mas continuam juntos, esperava que isso acontecesse com ela, os gêmeos, Lino e Angelina.
— Obrigada pela visita, foi muito bom te ver, Diana.
— Igualmente. – Ela sorriu de canto.
Podia não concordar com a decisão de Kirby mas iria respeitar.
— Atrasado. – Disse Diana assim que viu Fred se aproximando. – Vai me contar onde nós vamos?
— Surpresa. – Ele disse exibindo um sorriso travesso.
— Já disse que odeio surpresas?
— Disse pelo menos um milhão de vezes. – Ele comentou bem humorado e segurou a mão da noiva.
Os dois tinham combinado de se encontrar na frente do Três Vassouras as quatro da tarde e Fred estava dez minutos atrasado, Diana que odiava surpresas estava a beira de um surto de ansiedade.
— E desculpe o atraso, tive que esperar o George voltar, eu não ia deixar o Noah sozinho na loja, o menino tem 16 anos, iam acabar nos acusando de sermos péssimos patrões. – Disse Fred, Diana sabia que os gêmeos gostavam muito de Noah, o chamavam de "gênio das pegadinhas" e sabia que viam um pouco deles no adolescente.
— E isso é mentira?
— Calúnia! – O ruivo exclamou. – Eu vou até dar a semana de volta para ele, aposto que agora ele deve estar ansioso para ficar com a família dele ou quem sabe ele passe a semana arrumando o cabelo, todo mundo que entra na loja elogia o cabelo daquele garoto.
— Eu gosto do cabelo dele. – Diana riu. – Tudo bem, vamos logo para essa surpresa.
— Para que a pressa? Eu estava pensando em esperar mais algumas horas. – Fred provocou.
— Frederick Weasley.
— Você vai me matar? – Ele perguntou.
— Com certeza. – Ela disse.
— Tudo bem mas deixa eu te beijar antes.
O ruivo se aproximou e precisou se abaixar um pouco por conta da diferença de altura e então beijou Diana.
Quando os dois se afastaram, ele segurou as duas mãos dela e sorriu.
— Vamos nessa.
Fred aparatou, levando Diana junto, em questão de segundos não estavam mais em Hogsmeade e sim em uma rua na Merlin Street.
— Eu ainda não entendi a surpresa. – Ela disse.
— Por que ainda não chegamos lá apressada. – O Weasley riu e puxou Diana pela mão.
Diana deixou que Fred a guiasse até uma casa, tinha dois andares e a casa era nova ali, afinal todas as vezes que Diana estivera pela Merlin Street, nunca tinha visto aquela casa.
Fred entrou na casa e ela o seguiu, assim que entraram, o primeiro cômodo da casa era uma sala relativamente grande, Diana não tinha certeza se ela era grande mesmo ou se era o fato dela estar completamente vazia.
— Eu não comprei nenhum móvel e como o casamento já é semana que vem, acho que quando viermos morar aqui ainda não vamos ter todos os móveis mas podemos fazer isso aos poucos. – Ele disse e Diana o olhou surpresa.
— Você comprou uma casa?
— Na verdade eu mandei construir. – Ele disse e sorrir. – As construções começaram no ano passado, acho que no fundo eu sempre soube que me casaria com você, eu ia começar a mobiliar mas quando você negou o pedido de casamento, eu deixei para lá.
— Fred, caramba, esse lugar é perfeito. – Ela disse impressionada olhando ao redor.
— Tem certeza? Você cresceu em uma mansão e essa casa nem chega perto de uma mansão. – Ele disse. – E é perfeita mesmo sem móveis?
— Mesmo sem móveis. – Ela sorriu. – Eu vivia em uma mansão mas eu nunca me senti em casa lá, esse lugar é ótimo, é uma casa perfeita por que vai ser a nossa casa.
Diana foi até o centro da sala e então se sentou no chão, Fred riu e fez o mesmo, se sentando ao lado dela.
— Eu não consigo acreditar. – Ela disse. – Vamos mesmo nos casar, vamos mesmo ter uma casa juntos, é loucura, coisa demais.
— Já está pensando em pular fora?
— Não mesmo, eu e você estamos nessa juntos. – Ela disse. – Mas talvez você esteja pensando em pular fora.
— Não mesmo, já estou imaginando nossos filhos ruivos correndo pela casa. – Ele disse sorrindo.
— Não, eu seria uma péssima mãe, eu nem gosto de crianças. – Ela disse. – Teriamos no máximo um filho.
— Acho que vou ter bastante tempo para te fazer mudar de ideia. – Ele riu. – Por que a Trewlaney disse "filhos ridiculamente ruivos", filhos, no plural.
Ela sorriu observando a sala, se sentia realmente bem, não conseguiria nem colocar em palavras o que estava sentindo.
— E você comprou uma casa mesmo sem saber se eu ia casar com você? – Ela perguntou. – Por que não me disse antes.
— Por que eu sabia que de um jeito ou de outro a gente acabaria juntos. – Ele sorriu. – Você é caidinha por mim, aceite isso.
Ele disse em tom de brincadeira e Diana pensou em retrucar algo como "Você que é" mas apenas encostou sua cabeça no ombro de Fred.
— É, talvez eu seja mesmo caidinha por você.
E os dois ficaram ali, sentados juntos no meio da sala e apesar da sala estar vazia, os dois não precisavam de nada, pois se sentiam completos juntos.
temos capítulo novo sim com alguns spoilers escondidos rs
capítulo que vem tem o sirius uhul!
espero de verdade que gostem do capítulo e falem comigo, me chamem na dm, quero muito fazer amizade com vocês!
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