↪ 06.

06. o cálice de fogo.

Diana se revirou novamente em sua cama, não conseguia dormir, não importava o quanto tentasse. Já faziam horas que tentava dormir, horas que trocava de posição a cada muito,horas que ouvia os roncos das garotas em seu dormitório e era a única que sofria com insônia. Fez de tudo para convencer a si mesma que aquilo não tinha haver com Fred, mas ela sabia que tinha.

Minutos depois ela desistiu de tentar dormir, se levantou e saiu silenciosamente do quarto. O Salão Comunal estava vazio e silencioso, a escuridão do local chegava a ser assustadora.

Descalça, Diana seguiu seu caminho saindo do salão e das masmorras, fez o maior silêncio que conseguia para subir as escadas até o quinto andar sem ser notada.

Caminhou até o fim do corredor e bateu corretamente no quadro, esperava conseguir ficar sozinha na sala secreta e colocar seus pensamentos no lugar mas assim que entrou na sala viu que isso não seria possível.

  — O que vocês estão fazendo aqui? 

 — O que nós estamos fazendo aqui? A sala é nossa, o que você está fazendo aqui? – Perguntou Jorge.

  — Gostei do pijama Fawley – Disse Fred sorrindo.

Diana revirou os olhos, não esperava encontrar Fred, Jorge e Lino, então subiu de pijama mesmo. Tinha certeza que seu cabelo também não estava em seu melhor momento mas evitou pensar nisso.

 — E eu gostaria de te dar um soco.

  — Diana você perdeu a aposta! – Exclamou Jorge se divertindo com a situação.

 — Eu esqueci de avisar, ela já tinha perdido a aposta – Anunciou Fred. – Pelo que parece minha existência irrita a Fawley ao máximo, acho que ela me mataria se pudesse.

"É exatamente isso que eu estou tentando evitar, eu já salvei você e pelo visto vou fazer isso de novo. Traidor de sangue ingrato!" pensou ela mesmo que Fred não soubesse o que ela estava fazendo por ele.

  — Acho que vocês dois sofrem com muito amor reprimido. – Disse Lino que mexia algo no caldeirão.

 — Eca! – Exclamaram Fred e Diana juntos.

  — Deixa eu adivinhar, você mudou de ideia e veio nos ajudar com a Poção para envelhecer? – Perguntou Jorge e abraçou Diana, a tirando do chão, sabia que ela ficaria irritada. – Eu sabia que no fundo, no fundo gostava da gente. 

  — Me solta Jorge! – Exclamou ela, o empurrando. 

 — Coitada da Fawley, um traidor de sangue encostou nela, ela vai ter que tomar banho, é o fim! – Exclamou exageradamente Fred em brincadeira.

  — Eu não vim ajudar vocês, nem lembrava disso e não vou ajudar, já disse. – Deu de ombros. – Deixa eu ver isso.

Fawley se aproximou de Lino e puxou o livro de Poções da mão do mesmo.

 — Hemeróbios, lágrimas de fênix, pó de chifre de bicórnio, cocleária e balsamina. – Ela leu e devolveu o livro para Lino. – Onde acharam essas coisas?

  — Nós temos nosso fornecedor. – Disse Fred. – Com isso quero dizer que roubamos o armário do professor Snape e ele provavelmente vai surtar quando descobrir.

 — E está dando certo? – Perguntou ela se aproximando do caldeirão.

  — Está. – Lino disse e sorriu. – Acredite se quiser Diana mas nós não precisamos de você para tudo.

 — O figurante acabou de me dar uma patada? Eu vou até me sentar e esperar para ver se isso vai dar certo. – Comentou Diana enquanto se sentava no chão.

  — Fawley calando a boca? Por Merlin, Lino eu te amo! – Exclamou Fred em tom de brincadeira.

 — Eu sinto muito Fred, mas eu amo o Jorge. – Disse Lino dramaticamente.

  — É Fred, não se mete, fica aí com a Diana. – Disse Jorge também entrando na brincadeira.

— Fica aí bem longe da Diana. – Diana corrigiu.

— Senhorita implicancia você me deve qualquer coisa que eu quiser, já que eu ganhei a aposta. – Disse Fred e sorriu.

— O que você quer Frorge? – Perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Eu ainda estou pensando mas garanto que não vai ser nada fácil para você.

— E quando você torna as coisas fáceis para mim? – Perguntou mais para si mesma, se referindo as visões.

— Está pronta! – Exclamou Lino. – Pelo menos eu acho, não vou testar dessa vez.

— É a minha vez ou a sua vez de testar? – Jorge perguntou.

— A sua, eu testei a última poção. – Disse Fred e bateu no ombro do gêmeo. – Boa sorte maninho.

Diana se inclinou para observar enquanto Lino dava uma gota da poção para Jorge.

— Como se sente? – Perguntou Lino.

— Mais velho. – Jorge sorriu. – Deu certo, só precisavamos de alguns meses, perfeito!

— Ei, ei, ei. – Diana disse. – Frorge fica do lado do seu irmão.

Fred olhou desconfiado para Diana mas segundos depois ficou ao lado de Jorge, Diana sorriu observando e Lino gargalhou quando percebeu o que a garota tinha notado.

— O que foi? – Jorge perguntou. – Eu odeio quando riem sem a gente Fred.

— Eu também odeio Jorge. – Disse Fred.

— Eu consigo diferenciar vocês. – Contou Diana. – Mesmo que só por alguns meses mais velhos, a expressão do Jorge muda um pouco.

— Finalmente consigo ver uma diferença entre vocês dois! – Exclamou Lino.

— Não estamos idênticos? Estamos acabados Jorge. – Fred disse.

— Acabados Fred, bebe logo esse negócio. – Disse Jorge.

— Não, não, não. – Disse Diana rapidamente. – Nos deixe aproveitar esse momento, essa leve diferença que deixa o Jorge mais bonito que o Fred.

— Temos o mesmo rosto ainda. – Disse Fred.

— Não enche o saco criança. – Retrucou Diana.

— Isso quer dizer que quando eu beber isso você vai me achar bonito? – Brincou.

— Interprete como quiser Frorge.

Lino e Jorge riram, logo Fred tinha tomado a poção também e Diana se sentia perdida com o sentimento de estar se divertindo ali e ao perceber que estava passando muito tempo com os três.

No dia seguinte Diana esfregava os olhos, tinha dormido muito pouco e o sono estava finalmente vindo. A garota estava apoiada em uma parede conversando com Eadlyn e Lacey.

A Fawley fez questão de se manter em um lugar que pudesse ver o Cálice de fogo. Durante a noite teve uma ideia de como poderia salvar Fred dessa vez e agradecia mentalmente o professor Flitwick por isso.

— Praticamente todos os alunos de Durmstrang colocaram o nome no cálice. – Comentou Eadlyn. – E eu coloquei o meu.

— Espero que você seja escolhida. – Disse Diana. – Mas não morra, ainda preciso de você.

— Estou torcendo muito por um campeão da Sonserina. – Lacey contou.

— O que os gêmeos Weasley vão fazer? Esses traidores de sangue patéticos não são menores de idade? – Perguntou Eadlyn.

Diana então notou Fred, Jorge e Lino conversando e prontos para se aproximar do cálice.

Mas o que incomodou Diana não foi aquilo mas as palavras da melhor amiga, o jeito que tinha se referido aos gêmeos. Fawley saia de insultava os dois e insultava com frequência, sabia que os chamava de traidores de sangue mas quando ouviu outra pessoa dizer foi estranho.

Por alguns segundos ela se questionou se soava tão esnobe quando saia de sua boca.

Lacey e Eadlyn não estavam mais conversando, agora elas também observavam Fred se aproximar do cálice. Diana se lembrou da visão, tudo completamente nitído agora.

Assim que Fred colocou o nome, parecia ter dado certo, então Jorge fez o mesmo, foi aí que os dois foram atirados para longe.

"Protego" pensou Diana que disfarçadamente tirou a varinha das vestes e apontou para Fred, depois fez o mesmo com Jorge só para garantir que nada de ruim aconteceria.

Os gêmeos foram atirados por alguns metros mas a queda não foi como na visão de Diana, graças ao feitiço havia sido uma queda confortável. Quando Fred e Jorge se levantavam tinham enormes barbas brancas.

Todos os alunos riram e os gêmeos claramente amaram a atenção.

— A você que gosta de homens mais velhos, eu estou bem velho agora e continuo disponível. – Fred brincou e todos riram mas Diana notou que ele olhava para ela e se lembrou da noite anterior quando disse que Jorge estava bonito por que estava mais velho.

Diana suspirou aliviada, tinha conseguido mais uma vez, seu alivio não durou muito pois quando estava indo para a aula de Transfiguração já teve sua terceira visão de morte para Fred Weasley.

Havia sido um dia cansativo para Diana, as aulas estavam cada vez mais intensas, sem contar seu incomodo com as visões e tudo que a Fawley queria fazer era ir até sua cama e dormir, levando em conta que mal tinha dormido na noite passada.

— Diana Faley, certo? – Perguntou um garoto se aproximando dela, usava as vestes de Durmstrang.

— Fawley. – Corrigiu ela.

— Fa-w-ley. – Ele disse.

— Quase lá. – Deu de ombros. – Me chame só de Diana, recentemente passei a detestar o som do meu sobrenome.

— Yvan Anatosov. – Ele se apresentou, tinha um sotaque búlgaro carregado. – De Durmstrang.

— Aposto que está achando Hogwarts um tédio. – Comentou enquanto o garoto caminhava ao lado dela.

— Não completamente, tem uma garota bonita. – Ele disse. – Sua amiga, Eldlyn, me disse que você não está comprometida.

— Eadlyn. – Corrigiu ela. – E ela é a maior fofoqueira.

— Ela não fofocou. – Ele contou. – Eu perguntei.

— Então está interessado em saber coisas sobre mim garoto do sobrenome difícil? – Perguntou ela.

— Estou bem interessado. – Disse com sinceridade. – E o seu sobrenome que é difícil.

— Algumas pessoas falam meu sobrenome com uma facilidade absurda, chega ser até irritante. – Disse e revirou os olhos.

Automaticamente a voz de Fred a chamando de "Fawley" ecoou em sua cabeça, ela considerava aquele o som mais irritante do mundo. Balançou a cabeça como se isso fosse fazer os pensamentos irem embora, por que diabos estava pensando em Fred?

— Eu vou ficar em Hogwarts até o fim do Torneio Tribruxo. – Contou Yvan. – Você não gostaria de sair comigo qualquer dia?

Diana contraiu os lábios e fingiu pensar por alguns segundos, até que sorriu de canto.

— Talvez. – Disse ela.

— Talvez? O que isso quer dizer? – Perguntou ele sorrindo.

— Talvez, é simplesmente um talvez. – Disse Diana. – Mas já é melhor que um "não". Agora eu vou dormir, tchau.

— Tchau Diana. – Ele disse sorrindo.

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