Prólogo

Jisung não estava lá se sentindo tão confortável.
A roupa de bruxinho lhe era apertada demais, a calça era jeans preta, colada até sua alma, marcava tanto suas bandas gordinhas quanto suas bolas, aquilo era muito vergonhoso, assim como a blusa roxa de seda, com todos os botões fechados.
Aquela blusa era brilhante e estranha, pois ela era leve e qualquer vento fazia sua barriga ficar a mostra para todos que queiram apreciar seus gominhos.
Não bastava isso, vestia uma capa estilo bruxo também, era roxa da cor da camisa, cheia de estrelas prateadas e amarrada na região de sua clavícula, era longa, a única coisa boa, pois cobria sua bunda e impedia os olhares curiosos na região.

Para combinar nesse combo de humilhação, havia um chapéu pontudo roxo no topo de sua cabeça, típico de bruxas "Hollywoodianas", com uma estrela grande de pelúcia na base de seu chapéu, era muita vergonha alheia, pelo menos, aos olhos do Han eram, pois na realidade ele estava apenas fofo, sedutor e vestido com uma fantasia clichê de Halloween.

Mas como ele deveria reclamar de clichê?
A festa inteira aonde estava era clichê!

Seu melhor amigo, o filho dos donos da casa, fez a festa na semana que os pais saíram para resolver assuntos da empresa da família em outro país, ficariam dois meses fora, então naquele Halloween a casa era todinha deles.
Este pestinha se chamava Jackson Wang, o dono das melhores festas, um rapaz gostoso, moreno, que hoje tirou a noitada para vestir uma calça jeans coladissima e nada mais que isso, pois de acordo com o mesmo, o conceito era Lobisomem.

Jisung não entendeu e resolveu não querer entender também.

Também havia Yang Jeongin, vestido de bruxinho para combinar com o seu "Han-Hyung", só que ao invés de roxo, era laranja e a calça era jeans da mesma cor que a roupa de seda, ele tinha um fucking Jeans laranja neon! Enfim, ele gostava de ser chamativo, se o colocasse numa rua escura, o veriam a metros de distância, nem precisaria de lanterna, pois parecia brilhar a metros.

Seungmin, o amigo de infância de Jeongin, sendo apenas colega em comum de Jisung, este veio vestido inteiramente de homem de ferro, sua fantasia chegava a funcionar de verdade, porém a diferença era que não soltava laiser, mas o capacete funcionava... Isso era o que importava, foda-se que a cor era lilás e preto ao invés de dourado com vermelho, o que importa é que funcionava e ainda tinha uma Alexa implantada no capacete.

E o último e não menos importante, Bang Chan, o pai da trupe de amigos, no caso é o mais responsável, pois é o mais velho, mas não quer dizer que se eles assaltassem um banco, Chan não estaria envolvido.
Muito pelo contrário, se a trupe assaltasse um banco, a ideia muito provavelmente seria dele.

Chan veio de vampiro, com um terno, grava, blusa social, calça social, tudo preto, sem excessões, até a capa de vampiro com forma de asa de morcego era preto, o sapato era de sapateado, e adivinhe? Também era preto.
A única coisa "colorida" naquele homem eram seus cabelos loiros e a boca manchada de katchup para fingir que é sangue.
Aos olhos de Jisung, Chan estava mais vestido de assaltante do que de vampiro.

Além da trupe de amiguinhos, haviam uma porrada de adultos que Jisung não sabia quem era, alguém de alguns conhecidos da faculdade que terminou a menos de dois anos, se perguntava até hoje como Jackson tinha contato com tanta gente, mas tanta gente, que a mansão gigantesca da família, no meio da floresta, estava entupida até não caber mais.

Falando nisso, o primeiro andar era a festa, já o segundo andar era recomendado subir com uma camisinha, pois só havia gente fodendo lá.
Os fundos só haviam drogados, a cozinha só haviam bêbados, era difícil se localizar corretamente entre tanta gente estranha...

Jisung em si era estranho, já que foi a uma festa, sabendo que era A FESTA, não uma festinha qualquer, ele foi ainda assim, com o cu na mão, pois não queria que o amigo ficasse sozinho, mas acabou que quem ficou sozinho foi o Han, pois todos tinham seu par naquele lugar e o Han ficou apenas encarando tudo de braços cruzados no canto da sala.

– O que um rapaz tão quieto faz em uma casa tão barulhenta? – a voz doce e suave pareceu um ronronar em seu ouvido.

Jisung se sentiu congelar por alguns segundos, como uma sensação de dejavu.
Seus olhos se bateram contra os olhos vermelhos do homem a sua frente, vestido com uma blusa social de seda vermelha como sangue, uma calça social preta coladissima e porra... Os botões da blusa estavam todos abertos, que barriga perfeita.

– Meu rosto é aqui em cima, gatinho. – o rapaz desconhecido riu, atraindo a atenção do bochechudo para si – O que acha de irmos a um lugar mais... Quieto?

– Foi mal, eu te acho gato também mas não quero trepar não. – Jisung disse sincero, voltando a cruzar os braços olhando para os dançarinos contratados por Jackson, que faziam um show sensual em cima da mesa. – Me pergunto aonde Jackson comprou uma barra de pole-dance.

– Eu me pergunto aonde ele comprou é a fonte de cachaça no fundo da piscina... – o rapaz insistente resmungou, ele também não entendia como o dono da festa tinha tantas idéias mirabolantes para festas.

Jisung suspirou, aquele cara já estava ficando irritante...
O Han não é chegado a humanos em si, odeia que alguém saia lhe dando cantadas dessa forma, para Jisung, se o homem quer transar, deveria mostrar que merece o possuir, merece o beijar, e esse rapaz ao seu lado de longe não merecia...

Depois de quase fodidos quinze minutos, o homem saiu de seu encalço por um rabo-de-saia, enquanto o Han finalmente saiu do canto da parede, se guiando entre os corpos suados para seguir até fora da casa, precisava de um ar.

Os olhos castanhos fitaram toda a paisagem escura, com certeza ficaria cagado de medo de sair da mansão se não estivesse tão barulhenta, aquela floresta era um breu por si só, macabra, assustadora, ainda mais quando tudo o que tinha de barulho vinha do lado de dentro da casa, pois pelo lado de fora era só uma pessoa aqui ou acolá.
Mais pessoas como Jisung, que precisavam de ar fresco.

O Han caminhou um pouco mais, um pouco mais, só mais um pouquinho... Ele só precisava sair um pouco de perto daquele povo tóxico, finalmente se sentindo aliviado para se sentar na divisa entre a floresta e a mansão, aonde acabava o espaço aberto, porém ainda havia a luz da lua para iluminar ali, um pouco mais e ficaria com os pés naquele escuro sombrio.

– É engraçado ver um cordeiro perdido de sua mãe, não? – a voz era doce, melodiosa, quase sensual, uma voz que causou um certo revirar no estômago do Han – Que honra, ver um homem tão lindo de perto.

Jisung ergueu os olhos para o breu profundo a sua frente, o par de olhos em um tom vibrante violet se aproximou lento, o homem belo finalmente se mostrou diante a luz da lua, e que homem...

Jisung prendeu a respiração quando viu a blusa branca de seda com manchas de sangue seco em quase toda parte, a calça jeans clara também tinha marcas de sangue, parecendo até formatos de mãos.
Jisung suspirou, a fantasia dele estava muito boa, até as presas afiadas eram realistas demais.

– É um prazer conhecê-lo... Eu sou Han Jisung.  – o Han sorriu, estendendo a mão para o homem que a pegou antes de beijar suavemente as costas de sua mão, um ato cavalheiro e doce.

– Um prazer... Lee Minho, ao seu dispor. – o Lee lambeu os próprios lábios, atraindo ainda mais a atenção do rapaz bochechudo para sua boca – Será que... Essa festa teria espaço para mais três homens?

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