Somos 3 poemas perdidos. Ainda que um seja mais longo que o outro, ainda que um não toque todos como outro pode tocar, nenhum deixa de ter sua própria importância. Um haikai tem 3 linhas e não precisa de mais que isso. Um poema pode ser um verso só e ainda será um poema se isso for tudo o que ele tem a dizer. Nem todos têm epopeias para contar. Um poema pode ser um beijo, um abraço, até um soco, uma surra inteira. Pode ser um jogo, uma memória, uma caixa onde guardar lembranças que não se quer lembrar. Tem gente que é livro, tem gente que é livro inteiro de poemas. Trilogias. Sagas infinitas, que acabam quando o autor se vai. Mas, agora sei, que mesmo quando o autor morre, ele continua fazendo poemas do lado de lá, porque nem todo poema é colocado no papel, recitado em voz alta, nem confessado ao outro. Tem poema que só é sentido e ainda continua sendo poema. Éramos 3 poemas perdidos quando nos encontramos. Estávamos no meio de um livro, no meio da vida, escondidas. Nos completamos. Somos 3 poemas tão similares e tão diferentes. Poderíamos ser um livro, uma coletânea inteira, dividida em infinitos temas, e ainda assim conectados. 3 poemas sentidos, vividos, declamados, encontrados, conectados. Únicos.