14.1
Ma
Ma, sua cama está vazia
Dia após dia
Porque é como se
ele também não estivesse lá.
Se pudesse,
não estaria,
mas ele nunca foi
muito dono de si.
Se pudesse,
se mudaria,
mas ele nunca teve
muito para onde ir.
Você foi abrigo.
Eu podia ser também?
Eu não soube subir um teto
sobre minha própria cabeça.
Só construí muros.
Muros cada vez mais altos.
Não se pode pular.
Ele não é abrigo.
Era pra você ao menos?
Só construiu paredes
Paredes cada vez mais grossas.
Não se pode ouvir do outro lado.
E o mensageiro que não queremos receber?
O mensageiro de maus agouros
O mensageiro de um futuro ruim,
pior do que já foi.
O mensageiro de um passado
que só queríamos esquecer.
Queríamos lembrar só
o que guardamos aqui dentro
dos nossos muros fortificados
Onde só você entra.
E ninguém mais.
Fernanda, 4 de abril
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