❦| Who are you?



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Naquele momento, tudo o que Jimin conseguia fazer era continuar com seus olhos presos em Jungkook, sem conseguir esconder sua expressão um tanto desnorteada.

A pergunta em sua mente era apenas uma: O que aquele indivíduo que eu nunca interagi está invadindo tarde da noite o meu quarto?

— Não se preocupa, Jimin. Eu só estou me escondendo de uma pessoa, daqui a pouco vou embora, juro. — foi tudo o que o filho dos vizinhos ao lado declarou como justificativa para a sua ação, um tanto despreocupado enquanto mexe na miniatura do homem-de-ferro que estava em cima da mesinha do computador.

— Só uma perguntinha, como você sabe meu nome? — questionou, cada vez mais confuso.

Ele deixou uma risada escapar.

— Da mesma forma que você sabe o meu.

Jimin queria refuta-lo na hora pela resposta vaga que ouviu, mas ficou sem argumentos. Tudo bem, pode ser verdade que Jimin saiba seu nome. Mas isso não explica nada!

— Ah, aliás, adorei essa miniatura do homem de ferro.

— Você realmente pulou da sua casa na árvore pra minha janela?

— E escalei até aqui... Sim. — Jungkook respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Depois de cansar de fazer várias perguntas e Jungkook não parar de mexer naquela maldita miniatura, Jimin sentou na beira de sua cama e cruzou os braços, lhe dando um tempo próprio para pensar.

Ele deveria fazer o quê? Expulsar o garoto ou chamar seus pais? Provavelmente seria muito exagero, ou não seria? Nessa situação, que ação deveria tomar? Certo, chegou à conclusão que precisava de controlar e tentar dialogar com aquele garoto.

— Se é pra você invadir meu quarto sem mais nem menos, posso pelo menos saber de quem está se escondendo?

— Da minha mãe, quebrei o vaso preferido dela e ela está uma fera, sabe? — ele explicou, simplesmente rindo.

Para Jungkook, aquela situação era um tanto engraçada. Super contrário do que se passava pela mente do outro, não tinha sentido nenhum. É muita ousadia dele entrar em seu quarto só por conta disso.

"Aceite o tapa da sua mãe e vá dormir!" pensou Jimin.

— Falando nisso, você tem cola? – o moreno pergunta, olhando ao redor em uma tranquilidade absurda.

— Tenho. — Jimin resolve por responder, ainda com os braços cruzados.

— Mas tem que ser uma cola forte e boa. A ponto de colar um vaso.

— Você invade meu quarto e ainda quer exigir? — indagou indignado.

— Só estou falando... — levantou os braços em forma de rendição, com um sorriso disfarçado no rosto. — E aí, vai me emprestar e ajudar a colar?

— Olha, garoto... — Jimin riu seco pelo absurdo que estava escutando. – Está realmente tarde, por que eu faria isso a essa hora? Você enlouqueceu?

— Ah vai, me ajuda por favor. — ele insistiu, se aproximando com uma expressão de cachorrinho sem dono.

E assim continuou. Tanto que Jimin começou a ficar sem argumentos a cada vez que dava alguma desculpa, ou até mesmo dizia o óbvio. Mas se tem algo que o mais velho descobriu, é que aquele garoto sabia mesmo ser insistente.

— Ah, tá bom! — e assim, o vizinho da casa ao lado lhe ganhou no cansaço.

— Valeu! Você é demais. — elogiou.

Jimin não falou mais nada, apenas saiu de seu quarto para ir até a cozinha de sua casa. Tentou ser silencioso para pegar aquela cola especifica a qual podia ajudar o moreno. Abriu uma das gavetas que tinha por ali encontrando o que queria e caminhou de volta ao quarto.

— Pegue, seja feliz. — entregou ao outro.

— Obrigado, agora vamos! — o braço de Jimin logo foi puxado, mas quando o próprio percebeu essa ação, franziu o cenho e travou no mesmo lugar.

— Epa, epa! Como assim "vamos"?

— Você vai me ajudar a colar, não?

— O quê? Não vou não. — riu, desacreditado. — Enlouqueceu de novo?

— Claro que vai.

— Por que eu faria isso? Sem ofensas, mas a gente nem se conhece.

— Bom... — por um momento, o mais novo lhe olhou dos pés a cabeça, procurando alguma resposta decente. — Você vai fazer isso porque você é fofo.

Jimin permanece encarando o outro, com uma expressão completamente confusa. Que tipo de motivo ele tinha acabado de escutar? Sinceramente.

— Mas o que você está falando?

— Vamos!

Jungkook se dirigiu até a janela e rapidamente pulou para o telhado com uma facilidade imensa. Em seguida, pediu para Jimin fazer o mesmo.

Jimin logo balançou a cabeça negativamente, explicando que poderia cair, mas como já entendeu sobre o outro: ele era persistente.

Seus "por favor" foram tantos, que no final disso, apesar de saber que talvez se arrependa amargamente, Jimin resolve ir e pela segunda vez ceder para ele naquela noite.

Sequer estava entendendo o porquê das próprias ações, essa era a verdade. Jungkook definitivamente soube lhe persuadir como ninguém.

Após isso, Jimin começou a tentar passar pela sua janela e pisar no telhado com um medo imenso de cair. De repente parou pra pensar o porquê de não ter saído pela porta normalmente. E durante esse pensamento, Jungkook levantou a palma em sua direção como forma de oferecer ajuda. Lhe fitando pela última vez antes de aceitar, Jimin logo estava dentro daquela casinha na árvore.

— Meu Deus, por que eu fiz isso? Ahhh, quase me sujei todinho! Aonde é que eu tô com a minha cabeça? — enquanto passava as mãos pela própria calça moletom, Jimin resmungava sobre as suas ações.

E após esse momento de questionamentos, ele finalmente se distraiu com algo melhor que foi prestar atenção em como aquela casinha que tanto vê por fora, é por dentro exatamente.

Para a sua surpresa, era uma decoração bem fofa, tinha fotos do que parecia ser Jungkook bebê e umas almofadas confortáveis. Se fosse para chutar esses detalhes tão doces, Jimin jamais acertaria.

E no meio daquelas surpresas, lembrou de um detalhe um tanto interessante: nunca viu alguém na casa na árvore de Jungkook, se sentiu até estranho de estar ali.

— Bom, cadê o vaso? Vamos consertar logo, estou morrendo de sono... — não querendo ser pego observando demais, Jimin anuncia fazendo uma careta. Já estava ali mesmo, certo?

Olhando para trás, percebeu Jungkook já está sentado, tentando juntar aquele vaso novamente. Sua expressão olhava para cada peça quebrada como se fosse uma equação complicada, e de fato, seria bem complicado juntar aquilo.

— Nossa. Sinceramente, você quase deu fim ao vaso, Jungkook. — agachou-se próximo do moreno enquanto apontava tal fato. — Mas até que você foi sortudo, com esforço, mas tem jeito.

Jungkook acabou rindo fraco, mas sem tirar a atenção no que fazia.

— Está vendo?

— O quê? — franziu o cenho.

— Eu disse que você sabia meu nome. — e assim lhe olhou com um sorrisinho vitorioso.

Jimin praticamente travou, se xingando várias vezes mentalmente por ter cometido esse pequeno vacilo de chama-lo pelo nome sem uma apresentação oficial digna antes. Odiava parecer um stalker.

— Ehh, isso não vem ao caso! — Jimin apressou-se em avisar, sentando no chão da casinha ao lado do outro. — Ainda acho estranho você invadir meu quarto tarde da noite, você faz isso com todo mundo?

— Shhh, estou me concentrando...

O mais velho revirou os olhos, ainda incrédulo que estava ali. Ele só podia ter um coração muito bom pra estar ajudando um estranho com uma idiotice dessas. Jimin até pensou por uns segundos que deveria deixá-lo apanhar de sua mãe, provavelmente está merecendo um tapa.

"Mata ele mesmo, Sra. Jeon.
Pelo menos não terei mais barulho."
Foi o que pensou, e após isso, longos minutos de conserto vieram pela frente.

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[00:45 A.M.]

— Terminei, finalmente. — Jungkook anunciou, comemorando consigo mesmo e assim lança seu olhar para Jimin, que já estava piscando de sono com a mão no queixo.

Jungkook acabou sorrindo para aquela cena.

— Menininho...

— Por que você está me chamando assim? — mesmo com sono, Jimin teve forças para rebate-lo na hora, mesmo que com a voz fraca. — Quantos anos você tem?

— Dezoito.

— Há, eu tenho dezenove! E esse ano mesmo irei fazer vinte. Então não, não chego nem perto de ser menininho para você. — pontuou.

— Tá bom. Senhor Jimin, terminei.

Jimin quase grunhiu, resmungando um "Mais respeito, te conheci hoje" para o outro.

— Bom, obrigado pela cola e pela companhia. — Jungkook anuncia quando ambos novamente ficam de pé.

No final, o vaso tinha peças suficientemente grandes para juntá-las devidamente. E talvez tinha uma boa chance de senhora Jeon não perceber que foi quebrado.

— Mas agora eu acho que você vai ter que voltar pela janela. — Jungkook avisa, apontando para o lugar onde eles subiram.

— Eu não sabia nem descer, imagine subir.

— Não se preocupa, eu ajudo.

— Não, não! Deixa que eu vou sozinho. — não queria parecer uma pessoa mais velha e que era medrosa.

— Está bem. Como quiser. — se afastou, cruzando os braços pra observar o outro subir. — Vá então.

Jimin mentalizou que não poderia falhar naquele momento, Queria dar a impressão que também conseguia fazer essas "artes" que era subir daquela forma.

Finalmente subindo no telhado com cuidado e medo, Jimin se apoiou nas telhas e depois de uma certa demora chega em sua janela, rapidamente passando pra dentro de seu quarto.

Sucesso, e sem passar vergonha. Ainda bem!

Aquilo não era tão difícil, agora ele entende como aquele garoto fez com a maior facilidade, não era tão distante afinal.

Jimin recuperou-se após a ação, e assim então olha pela última vez para Jungkook. O que recebeu após toda essa aventura pela noite foi um olhar indefinido e um sorriso fraco, logo vendo-o descer de sua casinha da árvore com o vaso em mãos sem mais nem menos.

Jimin suspirou. Certo, ajudou e recebeu um obrigado por isso. O que mais queria?

Jimin enfim trancou a janela e fechou completamente suas cortinas.

Agora ele não entra mais.

E assim foi deitar-se, cobrindo-se até o pescoço. Repentinamente, para quem estava com tanto sono há pouco tempo, custou bastante para dormir. Apenas permaneceu fitando o teto por um bom tempo, até se entregar completamente aos seus sonhos.

  Treehouse em: O primeiro contato um tanto diferenciado.

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