❦| Past and present situations
Ponto de Vista
PARK JIMIN.
"Porque sem perceber, eu já
estava perdidamente apaixonado."
Aos poucos, eu tentava abrir meus olhos daquele sono pesado no qual estava preso. Naqueles sonhos e palavras que rondavam em minha mente.
Estava frio, uma fria manhã. Lembrando que dormi noite passado com tal pessoa, meu instinto faz com que eu procure Jeon para abraçá-lo, mas aquele corpo não estava lá.
Observo ao meu redor, e percebo estar sozinho.
Jungkook... simplesmente foi embora? Caramba, como ele saiu e eu não acordei? Droga...
Toquei o chão procurando meu celular até finalmente senti-lo próximo a minha cintura. Logo abri as minhas mensagens e tinha muitas de Taehyung. Outras de pessoas do curso, minha mãe, e...uma de Jungkook.
Jungkook:
eu tive q sair, mas te deixei dormindo pois não queria te acordar. Você estava com frio e eu
te cobri mais :)
[enviado às 08:47]
Uh, okay... continuo com frio.
Mas falando sobre ele, talvez tenha algo importante pra fazer. Eu entendo. Podia ter me acordado e avisado, mas tudo bem. Talvez eu esteja um pouco decepcionado por não vê-lo nessa manhã como eu imaginei ontem que iria ver.
Esfreguei meu rosto contra as mãos, e depois de uns minutos resolvi levantar. Não esqueci de dobrar perfeitamente os edredons e os colocar no canto, para que quando Jeon subisse aqui novamente visse tudo bem arrumadinho.
Desci pelas escadas rapidamente, eu precisava ir para casa já.
— Você! Eu deveria te matar!
Meu Deus! O que rolou?
Virei rapidamente com os olhos arregalados, e me deparei com meu amigo Taehyung vindo em minha direção. Que susto.
— Ah, é você... O que foi e por quê quer me matar? — questionei assim que ele estava em minha frente.
— Eu passei a manhã inteira te mandando mensagem e esperando na frente da sua casa. — o olhar dele foi na direção da casinha da árvore. — Por que estava aí? O Jungkook está aí? Vocês dormiram juntos?
— Não, e não! Ele não está aqui e não transamos, está bem?
Ele arqueou a sobrancelha em minha direção.
— Mas ele dormiu com você, certo?
— Sim, mas não fizemos nada. Não pense besteiras.
— Tem certeza?
— Taehyung!
— Apenas uma hipótese, está bem?
— Enfim, por que veio aqui de manhã? Esse horário em final de semana você sempre está dormindo. — estranhei tal fato, cruzando os braços.
— Porque eu precisava conversar e você é meu melhor amigo, então é sua obrigação me ouvir. Por favor, vai? — de repente, ele fez uma feição de cachorro pidão em minha direção. E eu, como melhor amigo, jamais negaria meu ombro amigo mesmo em plena manhã.
— Está bem, vamos para o meu quarto. Eu aproveito e me arrumo porque eu realmente acabei de acordar.
— Eu percebi a baba seca aí na sua boca... — levo meu olhar para ele, praticamente lhe fuzilando e ele acabou por rir. — Eu tô zoando. Está lindo em plena manhã, amigo!
Só porque eu ia ouvi-lo. Interesseiro.
¸.*☆*¸.*♡*.¸ ¸.*☆*.¸ ¸.*♡*.¸¸.
— Quer deixar seu cabelo secar naturalmente de uma vez por todas? Eu sei que cabelo de homem é rápido de secar, mas esquece isso! — escuto isso assim que sinto o meu melhor amigo tomar meu secador de minhas mãos. Quando eu queria que meu cabelo ficasse como eu quero rápido, o secador potente da minha amada mãe sempre era a solução perfeita.
— Ai, está bem! Espera, seja qual for o desabafo, Tobby precisa ouvir essa também. Cadê você, garotão? — e ao ver aquele pug mais gostoso do mundo deitado embaixo da mesinha do computador, o pego cuidadosamente no colo e sento próximo de Taehyung em minha cama, apreciando a beleza do meu bebê pet em meu colo. — Coisa mais linda... Está bem. Agora eu estou curioso porque você disse que era sobre o Hoseok, desembucha.
— Certo, vamos lá. — ele se preparou e coçou a garganta como se fosse contar a situação mais importante do mundo, e vamos ver se era mesmo — Ontem eu fui estudar na casa dele.
Acabei soltando uma risada vaga e espontânea de deboche. Foi mais forte que eu, foi mal.
— Estudar só se for na cama dele, né? Vocês nem fazem o mesmo curso. Conta outra, Tae.
— É sério! Fomos escutar. — seus olhos cresceram para transparecer seriedade — Vou explicar. Foi assim...
[Flashback ON;
Ponto de Vista Taehyung]
— Enfim, tudo o que eu falei agora são pontos eu achei bem interessante você saber antes de começar... — o gatinho que frequentava a mesma instituição de cursos que eu estava me falando enquanto estávamos em seu sofá. Mas eu só conseguia prestar atenção na beleza dele, sou culpado — Sério, quando você começar a ler esses livros... Cara, a vibe é outra! 'Cê vai curtir muito. Aproveita. — deixou todos os livros que me emprestou em cima da mesinha de centro, para eu não esquecer quando for embora — Se sinta especial, não costumo emprestar meus bebezinhos pra qualquer um. —
riu.
— Levando em consideração isso, eu preciso perguntar: por que você é tão legal comigo? — Hoseok acabou por rir, bebendo um gole de sua limonada — Não, de verdade, além de me emprestar livros que tanto gosta, você ainda está perdendo tempo em um final de semana pra explicar para um garoto aleatório sobre eles. Você não queria estar em lugares tipo, uma festa? A casa de um amigo? Ou um...
— Taehyung, cala a boca — e apesar da fala, ele falou rindo e de uma forma tão linda que eu me derreto por um cala a boca, isso mesmo — Eu não queria estar em nenhum outro lugar, está bem?
— Se você diz — dei os ombros, bebendo um pouco da bebida que tinha em meu copo.
— E que conversa é essa de "garoto aleatório"? Já saímos juntos várias vezes. — apontou tal fato.
E eu sorri por ter ouvido aquilo dele. E por eu não lhe fornecer uma resposta por não saber como dar continuidade naquele, ele começou a me encarar por um tempo, fazendo alguém tão sem vergonha como eu ficar envergonhado.
— Está bem, pare.
— O quê? — ele se fez de sonso mas sabia exatamente do que eu estava falando.
— De me encarar, ué!
— Não.
— Não? — eu até ri fraco.
— Vem aqui, é sério... Sem medo, vem aqui. Tem uma coisa no seu nariz... — meio desconfiado, me aproximei mais da forma que ele pediu.
— É um sinal... — expliquei, pensando na possibilidade dele estar confundindo o sinal do meu nariz com sujeira. Eu sou um cara limpo, bonitão.
— Sério? Deixa eu ver...
Eu quase joguei tudo para o ar e tasquei um beijo naquela boca que estava me testando há um tempinho. E graças aos céus não precisei fazer isso, porque o próprio Hoseok teve a iniciativa e um beijo delicioso começou ali. E coloque delicioso nisso!
A melhor parte é que não foi nada rápido. Nós continuamos, e continuamos e continuamos...
[Flashback OFF;
Ponto de Vista Taehyung]
É, Taehyung conseguiu pegar o homem dos seus sonhos. Devo dizer que estou orgulhoso, finalmente alguém que não vira para ele e diz que é hétero no final de tudo.
— Caraca, ele começou o beijo... — citei tal parte que chamou minha atenção e ele confirmou feliz com a cabeça — Está vendo? Eu te disse que ele não era cem por cento hétero!
— Agora você entende porque cheguei aqui cedo pra te contar...
— Sim, agora eu entendo. Caramba, estou muito feliz por você, sério. — meu amigo estava feliz, então eu estava o dobro.
— Está bem, agora Park Jimin, você não vai fugir dessa. Me diz, cadê o Jeon? — Tae cruzou os braços de repente e eu precisei de uns instantes para perceber que uma conversa sobre ele aleatoriamente mudou por completo. E pior: era um interrogatório para mim!
— Vamos voltar a falar sobre o Hoseok, pelo amor de Deus? — choraminguei.
— Jimin! Desabafa comigo, por favor. — e pela sua expressão de indignação e de "não me esconda as coisas", eu acabei suspirando e abrindo o bico.
— Está bem, eu não sei cadê dele. Dormiu comigo, saiu cedo e não me disse pra onde — cruzei os braços — Aliás, ele não precisa me dar satisfações. Ele... não é meu namorado. Entenda isso.
— Por acaso aconteceu algo ontem?
Aff, eu vou contar...
— Aconteceu sim.
— O quê?
— Fui trouxa de novo.
— Como? — ele franziu o cenho, parecendo um tanto com medo do está por vir. Por ser meu melhor amigo, ele com certeza relacionou com o óbvio que esse "trouxa de novo" remeteu. Meu passado amoroso desastroso.
— Me apaixonei... pelo Jungkook. — suspirei. — Não se faça de surpreso.
— Não me fiz de surpreso sobre a informação, a minha surpresa é por você finalmente já ter aceitado. — ele estava sorrindo vitorioso.. — Olha, não é tão ruim. Veja pelo lado bom... ele não parece ser um safado igual o Yoongi. Assim como você torcia para eu não estar apaixonado por um hétero, eu torcia pra você não gostar de alguém babaca de novo.
— Ah, que legal! — exclamei irônico junto com uma risada seca — Esqueci o Yoongi, pra me apaixonar por um que tem medo de se apaixonar, e que a antiga paixão morreu recentemente, e eu soube disso ONTEM!
Agora consegui paralisar Taehyung, e para ele entender a seriedade da coisa, assenti algumas vezes para a sua cara assustada confirmando que ele escutou mais do que certo.
— Puta merda, cara.
— Pois é. Uma sorte enorme essa que eu tenho na minha vida amorosa. — não preciso nem dizer que minha fala carregava pura irônica. Até tentei me distrair momentaneamente fazendo carinho no Tobby preguiçoso que estava em meu colo.
— Amigo, assim... — Tae coçou o queixo, procurando palavras para me dizer naquela situação. — Ele ainda amava ela?
— Bom, não estou dentro dos sentimentos dele... Mas de verdade? Acho que não. — fui sincero, refletindo sobre ontem — Não parecia. Ele parecia ter muita mágoa dela, isso sim. Ela trocou ele, e pelo o que indica o óbvio, ela é a tal pessoa que o fez crer que amor romântico é algo que deve se passar longe. Aí junta com a situação dos pais dele, né? Eu entendo completamente ele não crer em relacionamentos.
— Que barra...
— Pois é. — suspirei — Ele chorou ontem, pela primeira vez na minha frente. E eu odeio o fato de não ter em mente me afastar dele, e sim, uma grande preocupação. Quero saber se ele está bem, independente de qualquer coisa. Sabe como é?
— Eu te entendo. É compreensível. — Tae colocou a mão em meu ombro, assentindo algumas vezes — Sabe, não é o fim do mundo. Muito menos a pior situação do mundo, só precisa de... cuidado. Você também precisou por muito tempo quando estava demorando a superar seu ex. Dá um desconto.
— E sabe o que dá mais angústia? — eu continuei a desabafar. — É pensar na possibilidade de eu estar aqui, super preocupado com ele, e ele pode nem estar precisando de mim agora. Ele pode estar até se divertindo agora inclusive, ficando com alguém... Sendo jovem!
— Jimin, primeiramente pare de falar como se você fosse um velho de sessenta anos e ele o garoto na flor da idade. — meu amigo me repreendeu e eu tinha certeza que tinha um bico no rosto pela sua bronca — Sim, você é mais velho que ele, esse ano vai fazer seus vinte e ele tem dezoito. Só um pouquinho mais moleque que você, ainda está no último ano escolar e só.
— Tá... — apesar de ainda estar com um bico no rosto, eu realmente estava lhe dando ouvidos e ele sabia disso — O que mais?
— Segundo, para de colocar paranóias não sua cabeça. Você nem sabe onde ele está e está criando situações. Ele se importa com você acima de tudo, isso já é incrível.
Eu odeio o fato de que meu melhor amigo está certo em cada vírgula que falou, e isso me faz automaticamente tomar vergonha minha cara e suspirar profundamente.
— Tem razão. Foi mal. — continuei fazendo carinho em Tobby como distração — As vezes o medo de se machucar fala mais algo. Não gostei do que já passei.
— E eu sei disso, olha pra mim. — eu fiz o que meu amigo pediu e nossos olhos estavam fixos um no outro — Você é inteligente e aprende muito com as experiências. Independente de qualquer coisa, não se preocupe, você vai saber o que fazer. Quando tiver bom, quando não tiver... Só fica tranquilo e concilia sua mente e seu coração, que tudo vai dar certo. — e quando ele sorriu fraco para mim, espontaneamente um sorrisinho também apareceu em meus lábios.
— Obrigado. De verdade.
— Fica bem e relaxa, está certo? — e assim ele levantou de minha cama — Bom, eu vou indo porque preciso ler os livros que aquele lindo que emprestou... — nós rimos juntos — Mas qualquer coisa, sabe onde me achar. Fica de boa e... aproveita, querido Jimin. Beija mesmo! A vida é feita pra isso, de vier sentimento de bônus... Beleza!
Apesar do fato que quem estava me falando isso era uma pessoa que iria morrer de chorar caso seu caso de amor não desse certo, Taehyung tinha razão. E aquela frase faz todo sentido: faça o que eu digo e não faça o que eu faço. Afinal, quando não estamos preenchidos de pura emoção, a nossa mente funciona melhor! É por isso que na maioria das vezes, conseguimos dar conselhos incríveis para os outros, mas sobre nossa situação atual, estamos sempre muito perdidos. Emoção vazando pelo corpo! Perigosíssimo.
— Vou fazer isso. E divirta-se com seus livros, espero que não sejam chatos. — desejei verdadeiramente, afinal, se fosse chato sei que Taehyung ainda sim leria até o final por Hoseok. Não que meu amigo seja besta para homem, se alguém magoa seus sentimentos, com esforço ele sabe seguir em frente. Mas para conquistar, isso preciso dizer que ele faz muito mais esforço do que eu.
— Tchau, Tobby. Sua coisa gostosa, olha as pelancas dele! — ele paparicou o meu filho e mexeu nas dobrinhas salientes dele antes de acenar para mim uma última vez e finalmente ir embora.
É, filho... Agora somos só eu e você.
E aproveitando isso, coloquei essa fofura na cama e ele ficou me olhando, como se esperasse algo de mim. Seus olhos enormes e zero poder de intimidação.
— Pelo visto Jungkook te deixou de vez aqui, né? Não te leva nem um dia pra dormir com ele... — comentei sorrindo quando eu me aproximei e ele tentou lamber meu rosto.
Exausto, me atirei na minha cama ao seu lado e bufei de tédio. Até que após uns minutos em silêncio, cheguei a uma conclusão que compartilhei com Tobby em voz alta:
— Não me ache um idiota, mas por pura preocupação, vou ligar para o Jungkook. O que você acba?
Tobby inclinou a cabeça para o lado, me encarando como se tivesse entendido o que eu falei. Quer saber? No fundo os cachorros entendem sim. Por isso, sempre desabafo com Tobby.
— Mas vou ligar só uma vez! Se ele não atender, não ligarei de novo. — deixei claro, indo pegar meu celular na cômoda próxima.
E então eu fiz. E a ligação chamou, chamou e chamou... Fiquei por um tempo ali esperando, e jurei que não ia dar em nada.
— Ele não vai atender, quase certeza. — tento adiantar tal coisa em voz alta, só para eu não ficar surpreso quando a chamada de fato encerrar sem sucesso. Porém ironicamente, é assim que me surpreendo:
— Oi, Jimin — sua voz baixa e serena do outro lado da minha. E eu planejei tanto essa ligação não dando certo, que agora ele atendeu, até fiquei meio perdido à primeiro momento.
— Jungkook...? Ahn... — o que eu poderia falar? — Tudo bem?
— Sim. E você? Amanheceu bem? — acessível e preocupado, mesmo que sua voz esteja mais baixinha que o normal. Sua energia contagiante estava um pouquinho mais apagada.
— Sim, sim. Jáá estou em casa. — acomodei-me novamente em minha cama, ao lado de Tobby — Acordei de manhã e vi sua mensagem. Está tudo bem mesmo? Onde você está? Se não for ser tão invasivo perguntar.
— Sim, está tudo bem.
— Ai, eu odeio isso mas, desculpe. Vou precisar ser um pouco insistente — fechei os olhos por um momento — Tem certeza?
— Estou... no cemitério, Jimin
Eita. Agora me pegou de jeito.
— S-sério?
— Sério.
— Você... você tem certeza que não faz mal pra você ficar indo aí? — sei que poderia estar me metendo demais na vida dele, mas resolvi perguntar. Porque me colocando em seu lugar, eu ia ficar me afogando em uma culpa que eu nem teria indo ver túmulo.
Ele não tem culpa da forma que agiu com a menina antes da morte dela, a tragédia que aconteceu não mudava o fato que em vida, Anny tinha magoado ele. Ela estava arrependida e ele machucado, ninguém teve culpa. E tenho quase certeza que ela não procurou ele antes de fazer o que fez para Jeon se sentir mal, e sim para se redimir.
— Pra ser sincero não sei, deve fazer mal sim. Mas... Sei lá. — foi sua resposta pausada. Ele estava nitidamente confuso, não estava em um momento bom para ficar sozinho. Isso era diferente de uma crise existencial, onde estamos tristes mas queremos ficar sozinhos. O que Jungkook estava sentindo, se ficasse sozinho, só ia colocar mais minhocas na própria cabeça.
— Tudo bem, você quer que eu vá até aí com você? — ofereci.
— Você não precisa, Jimin. Está tudo bem.
— Essa sua voz baixa não diz o mesmo. — e o silêncio de resposta me confirmou o que eu deveria fazer — Me diz qual o nome do cemitério que eu vou aí com você.
— Jimin...
— Você pode até se torturar, Jungkook, mas não sozinho. — esclareci, decidido — Me manda por mensagem o nome do cemitério e não sai, se eu chegar aí e você não tiver vou ficar muito chateado, sério mesmo.
E encerrei a chamada, sem dar oportunidade de ele falar que não precisava mais uma vez.
Sem pensar muito eu apenas coloquei o tênis mais confortável que vi e não tardei em sair de casa. O céu estava com nuvens um pouco escuras, e eu coloquei a torcer para que não chovesse agora. De qualquer forma, não sei o que deu em mim, eu trouxe minha câmera fotográfica junto.
Nunca se sabe quando é um bom dia para fotografar, não é mesmo? Eu não pensei muito e simplesmente trouxe dentro de sua bolsinha.
Antes que eu cobrasse, recebi a mensagem de Jungkook mostrando tal localização. Não era tão longe, e eu odeio cemitérios. Eu tenho mil defeitos mas sou uma companhia excepcional, nem acredito que estou perdendo meu começo de tarde para ir até um lugar que eu desgosto por achar mórbido. Coisas mórbidas não combinavam muito comigo, mas tudo bem.
Estava andando na calçada tranquilamente por uma parte movimentava e segura, com objetivo de chegar no ponto de ônibus mais próximo. Até que repentinamente, ouvi barulho de moto se aproximando cada vez mais e parando ao meu lado.
Fico com medo, até o sujeito tirar o capacete e acalmar meu coração.
— Jackson! — exclamei sorridente ao olhar para o seu rosto simpático.
— E aí, Jimin! — a simpatia em pessoa me respondeu — Eu te vi e não pude evitar em parar ao seu lado, mesmo parecendo suspeito. Foi mal pelo possível susto. — coçou a própria nuca.
— Tudo bem. — só de não ser um assaltante, estava ótimo — Puxa, que coincidência. Está indo para onde?
— Pra casa do meu amigo. Precisa de uma carona, aliás? Pra onde você vai?
— Olha, eu até preciso. — não neguei, rindo fraco — Mas pode ser muito contrário do seu caminho, então não se preocupa. Eu pego o ônibus.
— Experimenta. Vai que é no meu caminho e você nem sabe. — deu os ombros.
— Cemitério Nacional Lancaster.
— Ok, bem mórbido. Mas vamos lá! — ele franziu o cenho por um momento mas logo concordou e sorriu para mim. E depois de um agradecimento, eu logo estava subindo na garupa de sua moto, colocando a bolsinha da minha cabeça bem encaixada comigo para não cair.
Andei pouquíssimas vezes de moto, e lembro vagamente de gostar da sensação. Vamos relembrar, sendo assim.
— Ehh... Jimin, só uma pergunta. — ele iniciou assim que colocou o capacete e me entregou outro.
— O quê?
— Você vai fotografar o cemitério?! — indagou, realmente curioso sobre isso. E eu precisei rir.
— Não. Vou só encontrar alguém lá.
Ele virou para me encarar, e eu resolvi explicar melhor para não assustar minha carona:
— Alguém vivo.
— Ah, pois muito bem. — agora sim ele virou para frente, preparando-se para dar partida. — Agora que não tem fantasmas na história, segura firme em mim e vamos lá!
O caminho para o destino foi muito interessante e proveitoso. Isso porque Jackson me fez lembrar por um momento que eu curtia andar de moto, e agora lembrei claramente cada sensação. Além de me divertir bastante todas as vezes que ele gritava de forma livre só para me fazer rir.
Ele adentrou durante o percurso na ponte principal da cidade e aproveitou para acelerar suficientemente consciente pois não tinha muitos carros por ali naquele momento. Agarrei sua cintura e fiquei sentindo aquele vento forte sobre meu rosto.
— Tá se divertindo, Jimin? É assim que me sinto quando ando de moto! Uhuuul! — Jackson gritou para mim, sem tirar os olhos do caminho em momento algum. — Não se preocupa! Está em boas mãos!
— Você me fez lembrar o quanto eu gosto dessa sensação! — lhe avisei, e apesar dessa lembrança ser com o babaca do meu ex, o fato de eu gostar não tinha nada a ver com ele. Era sobre mim, apenas e unicamente sobre mim.
Quando percebi estava sorrindo e fechando os olhos, sentindo aquela brisa gostosa em mim.
Eu me sentia livre.
*☆*¸.*♡*.¸ ¸.*☆*.¸ ¸.*♡*.¸¸.
— Obrigado pela carona, Jackson. De verdade. — foi o que falei para o outro assim que desci da moto e devolvi seu capacete em suas mãos. Se não fosse pelo capacete, tenho certeza que meu cabelo estaria terrível nesse exato momento. Apenas passei a mão para ajustar alguns fios que bagunçaram assim que retirei a proteção da minha cabeça.
— Sem problemas, cara! Foi legal te rever depois daquela sessão de fotos. — ele falou, espontâneo —Chama o Jeon pra sairmos qualquer dia desses!
— Claro, seria legal. Ele precisa mesmo sair um pouco, se sentir livre, como você.
— Desculpa pelo passeio louco de moto. — riu.
— Não se desculpe. Você conseguiu fazer eu me divertir, mas sem ficar apavorado. — levantei minha mão fechada em sua direção, e demos um soquinho de despedida.
— Divirta-se no cemitério, Jimin. Até!
E após ajustar novamente seu capacete na cabeça, apenas o observo se distanciar em sua motocicleta.
Respirei fundo e virei com a intenção de adentrar naquele local, mas graças aos céus nem precisei, porque logo avistei Jungkook saindo de dentro do local com as mãos nos bolsos do casaco jeans. Estava em passos tranquilos e vindo em minha direção.
— Jeon! — logo caminho em sua direção, acelerando por poucos passos o nosso encontro.
— Nossa, você realmente veio. — o mais novo falou, parecendo admirado com minha presença. Pessoalmente, tive a certeza que ele estava mais muxoxo mesmo.
— Claro que sim, eu disse que viria.
— Estou vendo. — assentiu algumas vezes e sorriu fraco, quase imperceptível — E a pessoa da moto. Quem era?
— Era o Jackson. Lembra? Da sessão de fotos da revista? Nos encontramos por coincidência e ele me deu uma carona, por isso foi mais rápido do que imaginei. — contei.
— Entendi. Que bom que teve carona.
Aproveitei para analisar suas feições por uns instantes. Ele não estava acabado, só estava mais na dele e sem sua completa energia de criança agitada e sorridente.
— Então...você ainda quer entrar? Eu entro com você. — ofereci, apontando para dentro do cemitério.
— Não, você tem razão. — admitiu — Não faz bem ficar vindo visitar ela, só pra eu em sentir culpado. — abaixou a cabeça, fitando o chão por um momento — Não é saudável.
Me sinto muito mal em vê-lo assim. Após um suspiro entristecido, posicionei minha mão em seu ombro, sem sinal de apoio. Ele não estava sozinho.
— Então está bem, vamos voltar pra casa então.
— Espera, você não veio de longe pra voltar pra casa agora. — ele franziu o cenho, inconformado — Vem, vamos andar por aí. Afinal, por que trouxe a câmera?
— Porque... — olhei para a bolsinha e pensei: nem eu sabia o porquê estava com a máquina em mãos — O dia está bonito? — dei vez a um sorriso de apoio ao meu chute do porquê estar com a câmera.
E ele riu.
— Eu também estou e você não está me fotografando.
Mas que engraçadinho! Mas está bem, eu prefiro ele assim do que tristonho.
— Jungkook, você é o convencido mais idiota do mundo. — acusei, e ele deu vez a uma expressão falsamente ofendida.
— Posso conviver com isso. — deu os ombros — Agora vamos... — iniciou seus passos para longe dali.
— Posso saber pra onde?
— Você quer tirar fotos, não é?
Lhe fitei, desconfiado.
— Sim... Por que?
— Vamos comer, e depois eu vou te levar em um lugar. Não quero que sua câmera tenha dado um passeio à toa. Confia em mim?
— E eu tenho escolha?
— Ótima resposta.
Depois disso, nós fomos comer no primeiro foodtruck que vimos pela frente e parecia bom. Mas não demoramos muito tempo, foi somente o tempo de satisfazermos nosso apetite, e o astral de Jungkook melhorar um pouco mais com nossas alfinetadas e brincadeiras, que logo pagamos a conta e continuamos nosso rumo. Era impressionante o quanto a tarde tinha passado rápido, ou talvez tenha sido o simples fato de eu não ter feito exatamente nada na pressa hoje.
De qualquer forma, nosso próximo destino seria um lugar que Jungkook me confirmou que seria perfeito para algumas fotografias. E bom, ele tem razão, eu definitivamente não trouxe essa câmera à toa.
Só quero ver o que ele vai me mostrar...
Treehouse em:
Independente do que tenha entre nós, eu definitivamente me preocupo.
[N/A]:
Esse final de semana mesmo eu posto mais um capítulo que estou finalizando ❤️
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