33² | Aguente Firme
[...]
Steve
Enfim sentado novamente, meus pés estavam me matando, completamente eu estava de rastos. Estes últimos dias não tem sido fáceis aqui na esquadra e parece que neste verão aos ocorrências iriam aumentar disso eu tinha a certeza.
-Trouxe um café queres? - Paul falou ao abrir a porta. -Pérola já foi?
-Já! Teve que resolver uns assuntos com o irmão.
-Hum! Me conta....
Paul amava descobrir as coisas e simplesmente fofocas sobre assuntos alheios era também uma das maiores qualidades dele.
-Contar o quê senhor fofoqueiro?
-Eu hem! Bem o que a Bianca faz aqui? Ela não estava tu sabes...morta?!
-Boa pergunta né Paul?! Excelente para ser sincero, se tu não sabes imagina eu, mas com certeza pelo tempo que convivi com ela boa coisa não deve ser é agora Sophia deve estar em casa chateada comigo.
Hércules ladrou. É! Parece que tinha aqui alguém que sabia exatamente o que eu sentia e de facto, se Sophia não estivesse em casa me esperando para contar ela mesmo ia atrás dela para descobrir o que de facto se passava e o porquê de Bianca estar de volta á vida.
-Ela mora onde? Podemos pesquisar....né?! Como sempre o fazemos.
-O que o senhor pode fazer agora é trabalhar isso sim.
-Trabalhar? Que trabalhar?! Não tem nada para fazer mesmo.
-Temos um monte de papelada para resolver. Ser polícia não é só brincar de armas e caçar criminosos Paul. Demanda muito mais coisas.
-Eu sei, a parte mais chata é essa. - se levantou e pegou nas suas coisas. -Até amanhã! - sorriu para mim e logo abriu a porta.
-Até! Até amanhã Paul.
Enfim sozinhos. Eu precisava de um momento só meu, eu precisava de relaxar a minha mente e o meu corpo. Me inclinei para trás, fechei os olhos e virei bem fundo. Eu precisava me tranquilizar e pensar de como eu iria resolver este problema.
Talvez se as coisas não fossem como antes tudo isto tinha sido resolvido com paciência e agora não estaria assim tentando pensar em algo para resolver o meu enorme problema.
Não demorou muito para voltar ao trabalho. Liguei o computador e comecei a pesquisar o caso antigo de Bianca que já estava arquivado á anos. Eu queria entender a pedra solta que eu tinha deixado passar.
- Steve! - era Bianca.
Hércules via algo nela que antes não via. O garoto ficou tenso e se sentou bem do lado da minha cadeira olhando para o cimo da mesa, eu tinha que confiar nos instintos dele e se ele já não gostava dela eu também não poderia de certa forma dar muita bola para ela.
-Parece que a sala não mudou praticamente nada. Tem uma mesa a mais, mas nada além disso.
-Steve! Que cabeça a minha me esqueci da chave de casa na mesa. - Paul nem a viu. -BIANCA?! - só lhe faltava ter um ataque cardíaco. -Eu vou indo. Até!
-Sai daqui Bianca, não tenho nada contigo e nunca mais terei.
-Será mesmo docinho? - veio até mim. -Não te lembras mesmo dos bons momentos que passamos?
-Momentos esses que desapareceram e tu também. Agora faz um favor e sai da minha frente.
— Ai gato! Não sejas assim tão mau comigo!
Eu não estava querer que ela ia continuar insistindo nesta história, sinceramente eu pensei que ela tivesse até mudado, porém acho que isso não aconteceu em nenhum aspeto.
Peguei nas minhas coisas, chamei Hércules e sai da sala. A deixei sair e logo a tranquei, em nenhum momento ela me deixava em paz, já estava a começar a ficar totalmente entediado com a sua persistência.
-Steve! Nós ainda não terminamos.
-Nós nunca começamos.
-Merda Steve! Me escuta.
-Não! Adeus.
Joanna
Estava no Loft onde Paul morava e eu queria
fazer-lhe uma surpresa. Eu havia sido uma pessoa horrível com ele estes últimos meses, eu havia-me afastado dele por uma idiotice e agora eu queria remedar as coisas com ele. Eu precisava disso.
Ouvindo o som da porta me colocou em frente da mesa de jantar e logo o moreno adentra, ele ainda não havia reparado em mim.
Fez carinho no seu gato e logo olhou para a mesa e de seguida olhou para mim, sorriu bobo, pousou a chave e correu na minha direção.
Eu tinha imensas saudades do seu abraço, eu sentia a falta dele a todos os minutos, mas para ele eu ter sido uma idiota não lhe fazia diferença nenhuma. Me beijou várias vezes e se sentou, ele ainda estava raciocinando se era mesmo eu que ali estava. Era! Ele podia apostar que era.
-Pensei que não quisesses falar mais comigo!
-Eu pensei bem e como tu me tinhas dito. Não será um simples problema que não me deixará ver-te!!!
-Eu te amo! Eu te amo tanto Jo.
-Eu também te amo Paul. Eu também.
-Fizeste tudo isto para nós?
-Gostaste?! Aperfeiçoei ainda mais os meus dotes culinários.
-O cheiro está maravilhoso, o sabor também deve estar.
-Porque não nos sentamos e comemos e depois me dizes algo.
-Assim já gosto.
Ele tinha sido o único homem na minha vida em que me relacionei que tinha visto verdadeiramente os meus sentimos, que tinha gerido as minhas
emoções e curado as minhas feridas.
Ele era especial para mim!
O som da campainha se fez ouvir. Me levantei tranquilamente, olhei pelo olho mágico e era a loira. Sophia nunca tinha vindo cá, mas sabendo de como ela é ela havia perguntado a meio mundo onde o Loft do Paul ficava.
Ela era boa em achar coisas
e especialmente pessoas.
-Me procurando loirinha? Se foi o meu irmão que te enviou podes dizer que hoje não vou dormir lá.
-Boa tarde gata! Bom, o assunto não eras tu. O Paul está?
-Ali! O que aconteceu?!
-Quero falar com ele sobre o Steve.
-Tudo bem! Eu vou á cozinha......novamente. - libertei um sorriso bobo.
-Fica! Não é nada demais.
-Ok então. Ficarei calada.
Sophia estava tensa, ela nunca havia ficado assim, não que eu me lembrasse e este ano tinha sido de alguma forma chato para todos nós. Parece que quanto mais os anos passavam piores eles ficavam.
Puxou a cadeira e sentou-se na frente dele, o moreno estranhou a atitude dela.
-Me fala um assunto delicado.
-Fala Sophia!
-Os pais do Steve, o que realmente aconteceu?
-Queres mesmo saber disso?!
-Quero, eu tento falar esse assunto com ele ou ele muda de assunto ou vai para o outro cómodo e eu vou atrás ele ele chora. O que se passou! Me diz vai.
-Sophia deve ser algo terrível. -intervi.
-Mas eu quero saber, eu preciso. Eu preciso curar as suas feridas.
-Tudo bem então.
Suspirou, se arranjou mais uma vez na cadeira e logo colocou suas mãos no cimo da mesa.
-O ano era 2027, Steve tinha 15 anos quando tudo aconteceu. Muitos já consideram essa idade adolescente, mas ele ainda era por certa forma uma criança. Bom...indo direito ao assunto, já deves ter ouvido falar do nome Dean Portland e de Rute Velasques, eles eram os pais dele. O pai dele já andava a ser ameaçado á duas semanas e ele não deu atenção, e numa certa noite quando eles estavam reunidos no quarto vendo um filme e se divertindo, homens armados entraram na casa......
-Mataram eles?!
Paul assentiu com a cabeça.
Merda! Esta história estava a ser a mais triste e a mais pesada que eu já tinha ouvido.
-A mãe dele o escondeu no armário, mas a última visão que Steve teve de seus pais foi a cara de assustados que eles estavam. Antes da sua mãe fechar a porta ele viu o seu pai pegando na arma e saindo do quarto. Passado alguns segundos a troca de tiros foi gerada, no meio de tudo a sua mãe foi a primeira a ser a atingida e quando estavam com o seu pai amarrado na sala Steve só ouvia ele implorando para os deixarem viver. Não foi o que aconteceu, o executaram a sangue frio com várias facadas no peito.
Sophia chorou!
As minhas lágrimas vieram aos olhos, o que ele passou e vivenciou naquela noite não foi fácil, era natural que ele chorasse ao se lembrar.
-Cinco minutos se passaram e Steve saiu do armário, procurou pelos pais na casa e os viu na sala. Seu pai ainda vivia, mas não por muito tempo, ele se aproximou dele e pelo que ele me disse as últimas palavras do pai foram as mais dolorosas que ele ouviu. "-Cuida de ti, vinga, vinga. Eu te amo filho!" e morreu. Steve tinha as mãos e as roupas cheias de sangue e quando saiu viu a polícia e os bombeiros a chegaram. Hector o abraçou forte.
-Hector era o agente amigo e parceiro do pai dele não era?!
-Sim! Steve falou para ele que bandidos mataram os seus pais, seus pais morreram para que ele sobrevivesse. Ele tinha apenas 15 anos! 15 anos.
Paul chorou, a primeira vez que o vi chorando ao contar uma história. Sophia tremia e eu ainda estava raciocinando simplesmente tudo o que tinha absorvido.
-Ele ficou com algum familiar?
-Ninguém o quis pois tinham medo que fossem atrás dele, Hector cuidou dele o quanto pôde.
Sophia o agradeceu e saiu correndo do apartamento, eu acho que ela neste momento queria apenas o abraçar e o curar mesmo que não dissesse nada a respeito ao moreno. Ela precisava curar as feridas eternas de Steve.
Sophia
Cheguei a casa e após um longo caminho a professar tudo o que tinha ouvido, abri a porta e lá estava Esperanza e Bárbara na sala. A morena era uma excelente babá para a pequena e elas amavam demais ficar uma com a outra.
-Steve ainda não chegou?
-Não Sophia, talvez tenha saído agora do trabalho.
-Claro! Obrigada mais uma vez pro dispores do teu tempo fora do teu horário de trabalho Soraya!!
-Nada Sophia, eu amo ficar com a Esperanza. - sorriu e pegou nas suas coisas. -Já, já ela deve adormecer, ela já comeu.
-Ótimo! Muito obrigada.
Peguei na pequena e logo levei Soraya até á porta de casa. Arrumei a minha bolsa e logo fui com a pequena para o seu quarto, ela precisava estritamente de um descanso e pensando assim eu o também precisava, todavia ainda minha primeira investida era falar com Steve.
A coloquei no berço e logo a porta de entrada foi aberta. Hércules veio todo animado nos ver, ela amava demais a pequena e logo ele e Reed se deitaram perto do berço. Eles eram os guarda costas dela.
Procurei o moreno pela sala, mas nada. Fui na cozinha e o vi bebendo água........o abracei. Ele estranhou ainda mais pelo simples facto de talvez ele pensasse que eu ficaria chateado com ele por causa da sua ex-namorada eu não estava.
Acariciei a sua cara e mais confuso ele ficava, ele não estava a par do que eu tinha feito e pela sua expressão facial Paul também não lhe tinha dito nada sobre eu ir na casa dele.
-Está tudo bem?
-Me desculpa, eu sinto muito.
-O que se passa?
-Eu...eu fui no Loft do Paul e ele me contou.
-Paul e a sua boca grande! - saiu da cozinha. -Ele não tinha que contar.
-Eu precisava saber, temos que curar essas feridas!
-Se soubesses de como eu me senti naquela noite....nem tinhas vontade de ter perguntado.
-Me perdoa.
-Vou passear com o Reed! Depois falamos.
-Steve! Ei. - o moreno pegou na trela do pequeno.
Reed se animou já Hércules estava completamente exausto e nem se mexeu, apenas observava tudo com os seus olhos e ouvia tudo com as suas orelhas.
Saíram e logo me deixaram sozinha, é de facto ele tinha razão, eu não devia querer ter sabido de nada daquilo, mas eu tinha que tentar de alguma forma curar as feridas dele.
Não demorou muito para a campainha tocar novamente, podia ser Steve. Ele era bastante esquecido, todas as vezes ele se esquecia da chave.
-Outra vez as chaves. - falei e logo vi minha mãe. -Mãe?
-Posso querida! - era Natasha com um sorriso no rosto.
-Claro entra. Desculpa a bagunça eu cheguei agora a casa e a pequena dessaromou simplesmente tudo quando ficava com a Soraya.
-Não tem problema. - nos sentamos no sofá. -Está tudo bem?!
-Nem por isso, eu acho que fiz asneiras. Eu fui perguntar ao Paul o porquê de Steve nunca falar dos pais e eu descobri a história.
Ela suspirou. Merda!
Ela sabia, todos sabiam menos eu e o pessoal.
-Ele sofreu bastante querida! Ninguém está preparado para ouvir os pais implorando pela vida e
de seguida os ver eles mortos ainda mais com 15 anos.
-Eu devia ter pensando não era? Eu fui uma idiota.
-Não foste! Tu apenas querias saber a verdade, mas por vezes essa verdade machuca. Não te julgo por tentares de alguma forma descobrires, mas no Steve doeu demais aquele tempo, ele estava apavorado ele não falava nada .....nem mesmo eu tribunal.
-E os assassinos deles, eles foram apanhados?
-Não! Hector bem tentou e agora Steve também tenta........mas nada! Bom, vamos mudar de assunto o que eu venho aqui te falar é que eu queria te propor uma coisa.
-Uma coisa? Tipo?!
-Seres sócia da minha empresa o que achas?! Eu sei que tu amas moda, sei o quanto isso te cativa.
-Não acredito! É mesmo verdade? - enfim sorri.
-É! Aceitas? Amanhã talvez venhas lá e conversamos melhor.
-Podes contar comigo! Estava mesmo a precisar de algo novo com que me distrair.
-Vai fazer-vos bem.
Steve chegou!
Cumprimenta Natasha e logo vai ver como Esperanza está e entra na casa de banho.
-Bom! Vou indo, irei vai deixar a sós. Fiquem bem.
-Sempre! Obrigada.
A vi saindo e logo passei quinze minutos na espera para que o moreno saísse da casa de banho. Eu estava decidida a não tocar mais neste assunto e era desmente isso que eu iria fazer.
Peguei no comando da televisão e logo o vejo caminhando até mim e me abraça. Sua expressão facial era de culpa e ódio por nunca me haver contado isto......não o julgaria por isso
-Me perdoa! Eu...eu simplesmente não sabia como raciocinar quando me dizes-te que foste até lá e ele te explicou. - continuava me abraçando.
-Não tem mal! Tudo vai ficar bem agora.
-Mesmo?!
-Sim! Eu prometo-te isso.
-Eu te amo loirinha!
-Eu também te amo bobinho!!!! - acariciei seu cabelo molhado. -Vamos pedir algo para comer?
-Ótima ideia. - sorriu. -Vou vestir uma camisola.
- Hum hum. Vou escolher um filme!!
Ele era a minha PESSOA favorita...
-Pizza ou Hambúrguer? - gritei desde a sala. - STEVE!
-Estiu ouvindo loirinha! Deixo essa grande decisão para ti.
-Tudo bem então.
🍓
Sexta / 18:10h
Amesterdão || PAÍSES BAIXOS
• 24 de junho de 2044
Lexus
Já estava a sentir-me á imenso tempo bastante mal, minha barriga doía....minha respiração estava ofegante e cada vez que eu me movia para qualquer lugar parecia que a minha barriga ia explodir.
S/n tinha-me pedido de última hora para arranjar Noah para o jogo contra a Bélgica para daqui a duas horas. Eu amava o pequeno, ele era um anjinho de pessoa....sempre ia atrás de mim assegurando-se que eu ficava sempre em boas condições.
Os gémeos estavam com minha mãe e meu pai. Eles já queriam ter um tempo com eles á imenso tempo, não irá negar-lhes esse amor que eles tem por eles. Cada vez que meu pai os olhava ele se
apaixonava-se cada vez mais e mais. Era importante para ele essa relação, ele sempre quis dar um bom apoio para a família.
Estava procurando a roupa de Noah á mais de dez minutos por todo o quarto. O pequeno estava comendo as suas bolachas, ele amava aquelas bolachas. Parei no mesmo momento em que abri a gaveta e coloquei minha mão -Ahhhhhh! - uma dor abrupta se fez sentir fazendo instantaneamente com que perdesse minhas totais forças.
-Titia Lele? Titia Lele! - ele veio ter comigo. Sua voz era aflita. -O que eu faço. O que eu faço.
-Chama! Chama!!!
-Chamo? Chamo quem titia Lele?
-Os....os seguranças pequenos. Vai! Vai logo.
-Tá! Tá bom.
Olhei pelas minhas pernas abaixo e comecei a ver sangue saindo...não, isto não. Eu já andava á imenso tempo com estresse e eu não queria que isto estivesse realmente acontecendo.
Meu corpo estava escaldando, minhas mãos tremiam.....olhei para a porta uma última vez e desmaiei de seguida. A dor era um inferno.
...
— No hospital / 1H depois —
Eu estava com minha cabeça doendo demasiado, minha visão ainda se encontrava embaçada mas eu percebi pelo peso da cama que existia mais alguém perto de mim. Minhas dores haviam cessado. Eu estava tentando por tudo entender onde eu estava.
Olhei para todos os lados ainda atordoada e vi a silhueta de Matheus bem na minha frente. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados.
-Onde! Onde eu estou?
-Não te lembras moranguinho?
-O quê?!
-Lexus!!!! Ah que susto que nos deste. - S/n entra no quarto com minha mãe. -Noah salvou a vossa vida!
-Nossa vida? O quê?! Como assim?!
-Desmaiaste por causa do rompimento do teu apêndice não te lembras? - minha mãe se aproximou de mim. -Ah meu anjinho. - beijou minha testa por fim.
-Eles! Eles estão bem?
-Estão... - Matheus pegou em minha mão. -Vai tudo correr bem sim! Estarei contigo!!!
-Eu....ah Deus!
-Tudo vai melhorar sim! Thomas já virá aqui com o médico que te operou.
Eu estava assustada não o vou negar....
Tudo isto que eles diziam estava vago na minha mente, era como se a memória de hoje fosse totalmente esquecida. Eu não estava confortável com isto, tentei levantar-me e uma tontura forte se fez sentir.
-Vais ficar aqui até o Thomas vir.
-Matheus! Pega teu pai está a ligar-te!!!
-Obrigado! Eu já venho sim...
Liberei um pequeno sorriso.
-Ele! Ele não devia estar a jogar hoje?
-Ele quis ficar contigo quando soube....Levi vem assim que o jogo terminar. Ele já fez uma cartinha para ti e tudo!
-Meus filhos! - as olhei com meus olhos cheios de lágrimas. -Eles estão bem?
-Sim! Kaiser e Isagi estão bem de saúde. Nada aconteceu com eles.
-Eu podia...ah não.
-Ei! Ei!! Ei!!! Está tudo bem sim. Vai tudo melhorar sim.
-Se o Noah não estivesse lá.
-Talvez tenha sido um anjo divino a colocá-lo hoje contigo! - S/n acariciou minha mão. -Ele está lá fora com o Mason e as crianças. Eles estão ansiosos para te ver, mas eu avisei que por enquanto tens que descansar sim!!
-Chegamos! - Thomas entra com um sorriso no rosto. -Como está a nossa nova princesa da Catalunha?
Se eu falasse que estava bem eu estaria a mentir. Eu me sentia sendo esmagada por mil pedras seguidas umas das outras. Tudo estava confuso, meu corpo ainda estava tentando processar tudo o que estava VIVENDO agora.
-Sinto-me sendo esmagada! - disse tentando respirar fundo. -O que eu tive?
- O quê? - minha mãe os olhou confusa.
Eu estava nervosa, minhas mãos estavam ansiosas para acariciar minha barriga o quanto antes. E eu estava tentando ser forte para conseguir lutar pela minha vida.
-Não te lembras? - Thomas me olhou confusa. -Doutor!
-Bem por onde vou começar! Seu corpo estava tentando aguentar a dor que existia quando o seu apêndice rompeu parcialmente! Desmaiar foi uma forma de proteção que ele teve.
-Eu! Eu irei melhorar não irei?
-Sim! Com o tempo a sensação de confusão irá desaparecer e quando os medicamentos estiverem a fazer efeito permanentemente iremos visitá-la novamente.
-Tudo bem para ti? - Thomas completou.
-Sim! Claro. Obrigada.
Me deitei e mirei a janela do meu lado esquerdo. Eu estava ofegante, meu corpo estava quente...minha cabeça estava explodindo. Pedi para apagar as máximas luzes possíveis, eu queria descansar o máximo possível. Eu queria poder lembrar-me do que aconteceu de facto.
Me virei pra o lado da janela bem devagar e percebi Matheus se aproximando de mim. Acariciou minha cabeça e beijou minha bochecha em seguida, eu estava chateada com ele, mas sem dúvida alguma ele estava dando tudo de si para melhorar.
Bem, isso eu tenho que admitir.....
O vi sentando na poltrona e logo pegou em seu telemóvel. Ele estava sendo um verdadeiro pai, era os seus filhos que eu carregava e eu fui a primeira mulher, talvez, a primeira mulher que ele amou na vida. Eu de alguma forma era importante para ele, sempre o fui, pelo que muitas pessoas diziam.
-Vais ficar aí? - comentei colocando minhas mão sobre a barriga. -Não precisas....sabes disso!
-Eu preciso! És quem eu amo, és a mãe dos meus filhos! Claro que eu preciso e não me faças mudar de ideias porque isso não vai acontecer.
-Matheus!
-Tudo está bem sim. Eu estou aqui. Nada mais vai acontecer contigo sim!
- ...
-Lexus! Eu sei, sei que estás chateada comigo por à dois dias atrás, mas por favor. Eu estou tentando remediar as coisas! Eu juro!!!
-Não jures! Meu coração..... - ele me olha confuso. Minhas palavras saíram tristes. -Eu não posso, não podes fazer isso. Eu pedi-te mil vezes para nunca mais te aproximares de mim para nunca mais magoares o meu coração, e tu, tu estás a fazer exatamente o contrário! Eu só quero que entendas que eu sempre vou ter um cantinho especial na minha memória para os nossos momentos passados, mas o meu futuro não é contigo! - lágrimas desceram pelo meu rosto.
Ele se levantou e veio ter comigo.
-Me perdoa, mas quanto mais eu te tenho perto de mim meu coração vira uma autêntica tempestade! Em qualquer situação, em qualquer momento eu vou amar-te, mas meu coração não consegue! Não o posso colocar mais a sofrer, não mais do que ele já sofreu por amor.
-Lexus! Ouve eu te amo sim! Lexus por favor não me faças isso....eu preciso de ti, eu preciso que me entendas. Eu te amo, eu farei tudo para te provar isso! Eu quero um futuro contigo!
-Eu agradeço do fundo do coração por teres vindo ver como eu estava, mas tu simplesmente não podes abdicar dos teus sonhos por minha causa. Não podes sair do jogo por minha causa, volta! Vai para o estádio e mesmo que não seja para jogar para os ver lutando pela vitória. Eu....bem, nós ficamos bem.
-Lexus!
-Não! Saí! Saí deste quarto e não voltes. Vai! - imploro com dificuldade em respirar. -Vai embora!!!!!
-Lexus! Por favor não, não me faças isso. Eu errei ok, tudo bem eu mereço, mas por favor eu estou a tentar.
- VAI EMBORA MATHEUS!!!! - eu estava cansada, minha voz saiu grave. -Vai....
Nego a mão que ele ia pegar. Eu estava tentando AGUENTAR FIRME para não desabar, mas isto sem dúvida estava a ser a pior sensação do mundo.
E o quarto ficou em silêncio instantaneamente....
Coloquei minhas mãos sobre minha cara e desabei a chorar. Eu o amava, mas meu coração estava partido, eu já não mais sabia o que era real ou não pela parte dele.
Ele sempre seria uma segunda
metade na minha vida.
-Anjinho?! Ah meu anjinho! - minha mãe me abraça. -Ficará tudo bem sim, olha, olha quem nós trouxemos!
-Matheus vai odiar-me. Eu, eu o expulsei do quarto!
-Não! - meu pai olhou para mim colocando os gémeos perto de mim. -Ele não te odeia. Disso eu tenho a certeza, ele sabe que errou contigo e que o teu coração.
-O coração da titia Lele vai ficar bom? - Noah me mirou. -Titia Lele tem o coração partido? Nós vamos resolver isso sim.
-Sim maninha! Nós vamos, vamos ser os seus maiores anjinhos. - eles me abraçaram com cuidado. -Nós te amamos Lele!
Liberei um pequeno sorriso.
-E S/n? É agora que ela não quer mais saber de mim.
-Isso não é a verdade, ela sempre vai te amar e mesmo que não seja por sogra e nora, vai ser como amiga! Ela viu-te crescer, ela compreende o que um coração sofre!
-Nisso eu tenho que concordar com a tua mãe, Lexus. - meu pai se sentou com Ryan no colo. -Ela mais do que ninguém sabe bem o que é sofrer por amor.
-Eu não devia ter feito isto a ele...
-Para! Chega, não faças o teu coração sofrer mais. Vês, a equipa está quase a jogar. Vamos ver sim!!
-Sim! Titia Lele, titio Lamine e titio Levi disseram que vai dedicar um golo a ti. Eles me disseram ao telemóvel.
-Foi pequeno?
-Sim maninha, eles vão curar suas feridas também!
-Que ótimo! Vês....eu venho já. Vou dizer ao Thomas que já podes comer um pouco, teu soro está a acabar também.
-Claro!
O tempo passava a voar. Já tinha comido um pouco, as crianças assistiram ao jogo comigo e agora era o horário de Daniel e Hope dormirem, eles estavam exaustos, talvez meus pais os tivessem cansado demais hoje. Isso era bom, assim eles dormiriam a noite toda.
Meu tio e Lamine também me vieram ver junto a Pedri e S/n ainda não tinha-me vindo ver mais nenhuma vez desde que Matheus saiu do quarto, talvez tão cedo ele não vá viesse.
Está culpa estava a mata-me
profundamente por dentro...
-Titio Thomas! - Noah falou baixo e logo o abraçou. -Quando a titia Lele vai sair daqui para eu cuidar dela?
-Isso não é tão simples pequeno, como ela está em um tempo avançado da gravidez ela ficará mais dois dias aqui, mas eu prometo que logo logo cuidarás dela sozinho sim!
-Sim! Vês titia Lele, eu vou cuidar de ti com a Lily, vamos ser os teus médicos.
Sorri.
-Venham pequenos! Vamos deixar o Thomas falar com a Lexus sozinha, venham. Vamos ali comprar algo para vocês comerem.
Eu sei que errei e talvez até Thomas aí soubesse o que aconteceu à três horas atrás, eu estava me culpando e de certa forma isso não fazia bem ao gémeos ainda mais depois de uma cirurgia.
Meu pai ficou comigo e ele ainda se encontrava na poltrona com Ryan a dormir. Daniel e Hope estavam perto deles também.
-Podes repreender-me eu mereço!
-Não tenho que o fazer, além do mais Matheus só quer a tua saúde e ele te ama. Sim, foi o que ele disse quando eu o encontrei com a S/n na recepção.
-Mas eu culpo-me por não o poder ajudar a remediar a nossa situação.
-Com o tempo, além do mais o quanto mais cedo ajudarmos esse coração dolorido mais chances tem de vocês serem quem eram antigamente.
Just gonna stand there
and watch me burn?
Well, that's alright,
because I like the way it hurts
Just gonna stand there
and hear me cry?
Well, that's alright,
because I love the way you lie
I love the way you lie, I
love the way you lie
...
-Eu preciso descansar. Posso?!
-Claro, de manhã eu voltarei tudo bem para ti?
-Sim!.....Thomas, obrigado por tudo.
-Ah de nada. Descansa sim! Até amanhã.
Thomas era uma benção em pessoa, ele estava tentando ver o lado positivo de tudo e mesmo que pro mais difícil que isso fosse ele encontrava sempre vestígios para que isso crescesse cada vez mais.
...
Droga!
-Tudo bem? Era o Lando?!
-Era....
-O que foi desta vez? - minha mãe se sentou perto de mim. -Podes falar, está tudo bem.
-E se ele vier mesmo? Matheus irá pensar que eu não quer mais saber dele! O que eu irei fazer? Ele vai detestar-me.
-De forma alguma que ele fará isso! Ele entende como te sentes.
-Como se isso fosse mudar de alguma forma a idiota que fui com ele à pouco.
-Não faças isso. Queres que eu o chame? Ele está no corredor! Precise resolver as coisas.
-Agora não....deixa-me tranquilizar por favor.
-Tudo bem. - beijou minha testa. -Mas digo, ele não sairá dali!!
🍓
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