Capítulo 6 - Sursis


Capítulo 6 – Sursis(*)

— Criançaaaasss!

Um grito estridente de verdadeira agonia saiu da garganta de Rurik.

Takumi se imobilizou dentro do corpo trêmulo e angustiado abaixo dele.

Ele envolveu seus braços firmemente ao redor do peito do sub e apertou as mãos em torno das bordas das restrições.

Palavras truncadas, uivavam, rugiam, repetiam - uma litania de horror.

A realidade insuportável rasgando as cordas vocais, esticando os tendões rígidos. Taki finalmente disse as palavras: — Eram apenas crianças.

Rurik chorou e recuou por longos minutos. Takumi e a cruz o seguraram com força, o dom concentrou-se em não se mover dentro dele. Felizmente, seu pau recuou e ele foi capaz de aliviar.

Quando Rurik diminuiu em soluços indefesos, Takumi o libertou da cruz.

Abaixando-o para o chão, segurando-o, balançando-o, ele não tinha ideia de quem eram as crianças ou porque era tão doloroso. Mas ele sabia que Rurik Jakov estava no último portão.

Takumi Ito era um cara forte. Mas até mesmo a constante rotina de treinamento e fortalecimento não lhe deu a habilidade de tirar Rurik do chão e levá-lo para a cama. E havia uma cama na sala, atrás de um pequeno palco, uma sala reservada para o aftercare.

Quando Rurik parecia lúcido o suficiente para seguir uma ordem simples, Taki o colocou de pé e o levou para o pequeno quarto grande o suficiente para acomodar uma cama queen-size. Ele se deitou e puxou Rurik pela metade, a cabeça do sub em seu peito, o braço sobre o seu estômago, então suas costas foram poupadas. Rurik caiu em um sono exausto.

A grande sala podia acomodar várias cenas ao mesmo tempo e geralmente era o que acontecia. Takumi estava lá calculando o quanto ele precisava pagar ao Léo por monopolizar a sala em uma noite de sexta-feira. Ele se aconchegou debaixo do cobertor, pronto para se entregar ao sono.

**

Foi tão tranquilo e pacífico. Cheirava tão bem, a mistura de café e ar fresco - ar fresco? Seus olhos se abriram. Ele apertou os olhos contra a forte luz do sol. Luz solar?

— Aqui está. Léo e eu fomos pegar. — Rurik Jakov estava segurando um café Starbucks. Takumi, pegou, confuso e sentou-se, enquanto Rurik empoleirava-se no final da cama e jogava o conteúdo da sacola na cama.

— Nós pegamos croissant, enroladinho salgado e de canela. Há creme extra e açúcar.

O adorável homem de cabelos escuros olhou para Taki. — Enroladinho salgado, para você?

Ele sacudiu a cabeça, apontando para o de canela.

Rurik sorriu, descuidadamente, deslumbrando Takumi Ito com as covinhas no rosto.

Taki olhou timidamente para Hunter por um momento, desapontado por ele estar de calças, meias e sapatos. Feliz a parte de cima do corpo dele ainda estava nua. — Você tomou banho.

— Sim.— Ele encolheu os ombros. — Eu tenho uma jaqueta no carro.

— Você está de folga hoje? — Taki manteve qualquer sugestão de esperança de sua voz.

— Não — disse Rurik em breve. — Há uma montanha de documentos para ler, relatórios, toda essa merda. Preciso dar um parecer e entregar minha carta de demissão ao meu ilustre pai.

— Então, você tem que ir logo?

O advogado encolheu os ombros. — Não tenho horário fixo, por enquanto. Mas, não consigo mais trabalhar com meu pai se ele concorda em defender esses tipos de caso. Deu pra mim. Tô fora.

Ele tomou um longo gole de café e arrancou um pedaço do pãozinho.

Taki deu a ele um olhar de Dom.

Ele riu e se levantou. — Bom. Eu volto já. Fique aqui.

Rurik levantou uma sobrancelha para a ordem. — A cena não terminou?

— Mais algumas coisas, antes de você ir — ele disse e esperou. Rurik inclinou a cabeça.

Takumi abriu um enorme sorriso.

**

Rurik

Eu tive que admitir que Takumi Ito nu, em movimento, era uma visão bonita. Um fluxo contínuo de músculos e sombras. Seu longo cabelo escuro, como um samurai ou um deus oriental do sexo e da fúria, caíam lisos pelas costas musculosas. Meu amigo fotógrafo, mataria para colocá-lo em um estúdio. E nós dois juntos ...

"Nunca vai funcionar".

Takumi estava de volta quando terminei meu croissant, totalmente vestido, com o cabelo molhado, carregando aquela sacola de ginástica. O que ele vai fazer agora?

— Deixe-me ver suas costas — disse ele, pescando em um dos bolsos externos.

Eu levantei e me virei.

— Toda a coisa — disse ele.

Suspirei, mas soltei meu cinto. Um acordo é um acordo. Senti as pontas dos dedos na minha pele. — Não parece tão ruim. Isso dói? — Ele pressionou. Eu estremeci, mas ele não podia me ver.

— Um pouco — eu disse a ele.

— Ok, eu tenho coisas aqui. Segure firme.

Coisas? Ouvi um pote abrir e ele estava alisando um pouco de creme gelado nas minhas costas e bumbum. Ele colocou nas coxas e parou. — O resto parece muito bom.

Ele tampou o pote. — Dê alguns minutos e isso praticamente desaparecerá. Não é gorduroso, então, suas roupas devem ficar boas.

Ele estava de volta na sacola de ginástica. Eu estava começando a pensar nisso como um chapéu de mago - quanto mais a coisa poderia aguentar?

Taki arrancou o plástico de algo e o estendeu para mim. — Camiseta — disse ele. E ... isso era um rubor?

Eu assumi um risco com minha submissão e puxei minhas calças. Takumi apenas continuou segurando a camiseta; com uma espécie de imagem nela. Eu coloquei.

Com os olhos brilhando como uma criança na manhã de Natal, Taki pegou o celular e tirou uma foto. De mim. Ele me entregou o telefone.

O design na camisa envolto de costas para a frente. Um leopardo da neve. Com olhos azuis gelados.

— Última coisa — disse ele. Ele colocou uma de suas mãos grandes e quentes, agora familiares, no lado do meu rosto e me beijou na boca.

"Da próxima vez que eu te beijar, você vai me beijar de volta. O jeito que você quer. Mova como quiser. Faça como quiser. A próxima vez que eu te beijar, Rurik".

Ele pressionou seus lábios nos meus, quente e firme e de alguma forma ainda suave. Droga. Se eu poderia amar esse homem ... Então, eu aprofundei o beijo.

Coloquei as duas mãos nos lados do rosto dele e me afastei.

— Você acabou, agora?— Eu perguntei. Ele assentiu, sua expressão neutra. Mas eu pensei que havia tristeza nele.

— Eu sinto muito — eu disse, significando isso. — Eu nunca poderei ser o que você gostaria que eu fosse — eu disse a ele.

— Você está dizendo que não é gay? Porque eu não achei que você fosse.

Eu ouvi um carro subir pelo beco. Alguém derrubou uma tampa de lixo.

Eu provavelmente deveria ir, mas - eu lhe devia uma explicação.

— Você sabe o que as pessoas fazem onde elas instintivamente estendem a mão e, talvez, afastam o cabelo da testa do amante ou tocam-no de alguma forma só para tocá-lo, quando não serve a outro propósito? Carinho pelo carinho.

Esperei que ele indicasse que ele entendia. Ele assentiu, mas suas sobrancelhas franzidas me disseram que ele não tinha ideia de onde eu estava indo.

— Eu não faço isso — eu disse. — Isso nunca me passa pela cabeça. Nunca. De qualquer forma. Com qualquer um.

As sobrancelhas se suavizaram. Eu estava familiarizado com o olhar vazio.

— E antes de perguntar, não faço ideia do porquê sou assim. Eu não sou sociopata, de acordo com um psiquiatra. Eu não fui abusado, eu não tenho um segredo obscuro. Eu só não ... olha ... Eu não preciso pesquisar profundamente a minha psique sobre isso, é apenas quem eu sou.

— Você está dizendo que não ama — disse ele.

— O amor é algo que fazemos, Taki. São ações. Quaisquer sentimentos subjetivos que tenhamos sobre alguém que as pessoas chamam de amor são apenas isso, sentimentos subjetivos. Eu me importo com as pessoas, na medida em que faço as coisas para o benefício delas. Eu simplesmente não faço todas as outras coisas. Eu não anseio por companhia de ninguém se não estiverem presentes. Eu não me incomodo com os anseios pela presença de uma pessoa em particular. Eu não me apaixono.

Ele me considerou pelo que pareceu um bom tempo. — Então tudo bem.

— Tenho certeza que é por isso que sou tão bom no meu trabalho. Minha concentração no caso e a evidência é total. É tudo sobre como fazer as coisas se juntarem, embrulhando-o para convencer o juiz, então nenhum advogado de defesa pode encontrar um buraco para se espremer. Meus casos nunca têm provas suprimidas por buscas ruins. Ninguém faz isso melhor do que eu.

Takumi sorriu então. — Bem, seja qual for o seu sistema operacional, você não precisa de profundidade ou paixão, eu entendi

— Aqui está a coisa — eu disse, antes de mudar de ideia. — Você me deu tudo que eu precisava ontem à noite. Não tenho certeza se há mais alguém que poderia ter feito o que você fez. Eu sorri. — Eu dormi. Sem sonhos, sem drogas, sem álcool, sem pesadelos. Eu dormi. Direto. Por quase oito horas. E esta manhã, eu estou bem. — Eu repenso minhas palavras. — Bem, eu não quero ninguém me dando tapas nas costas, mas eu estou em um lugar muito bom. É notável. Você me deu isso. E eu quero fazer algo por você.

As sobrancelhas estavam de volta. — Não é necessário. Essa é uma das coisas que faço muito bem. Dominar. É minha paixão, então...

— Você gozou ontem à noite? Quando eu estava na cruz? — Eu o interrompi.

— Não. Não era sobre sexo. Gozar em você seria ... estupro. Eu não faço isso. — Ele parecia ofendido— Como você poderia perguntar?

Foi uma maravilha para mim que ele entendeu tão perfeitamente que bater o pau dolorosamente na minha bunda era uma coisa, mas me usar para o seu próprio prazer naquele momento era tão imensamente diferente que era impensável.

— Você gostaria de gozar? — Perguntei a ele. — Você gostaria de me foder?

Ele piscou. E mudou de posição. — O que você está querendo, Rurik? — Seu tom sombreado entrando em modo de Dom.

Eu balancei a cabeça. — Isso não. Apenas ... como amigos.

Ele riu. — Amigos com benefícios?

Dei de ombros. —Talvez. Às vezes.

Ele pensou sobre isso. — Eu gostaria disso. E você iria gostar, embora você possa não acreditar nisso no momento, mas ... não hoje.

Minhas sobrancelhas subiram. Oh

— Dê-me o seu celular — disse ele. Eu estava tão acostumado a fazer o que ele disse, eu apenas entreguei. Ele estava tão acostumado a me dar ordens, eu acho que teria o assustado se eu não tivesse. Ele entrou em sua informação...

— Aqui— disse ele, devolvendo-a. — Você vai passar o dia resolvendo sua merda e sendo objetivo. Se você quiser, ligue para mim quando terminar. Minha casa, porém, não aqui.

— Então você vai me foder?

Ele alisou uma ruga inexistente da minha camisa. — Não, isso vai levar algum tempo quando você não estiver lidando com os clientes pedófilos do seu pai. Eu acho que você vai se beneficiar com essa demissão. Isso vai acalmar seus monstros — Ele gesticulou vagamente para mim.

"Como ele sabe?"

— Você pode gostar de lidar com isso quando o monstro diminuir sua influência — disse ele.

— Sim. Sim, eu posso ... Não tenho certeza se minhas costas podem aguentar, no entanto — eu disse, não brincando.

Ele se mexeu. Ele sorriu gentilmente, mas ainda se mexeu diante de mim. O poder alterou sua postura, aguçou os planos de seu rosto. Seus olhos mais frios do que o gelo que ele dominava.

— Eu não te digo como escrever petições. Você não me diz como eu te dou o que você precisa.

Meu estômago caiu. Meu pau levantando. Ele pode ver isso.

— Relaxe.

Claro que sim.

Ele entrou. — Sob nenhuma circunstância, hoje, você tira a camiseta — ele disse enquanto sua mão envolvia minha ereção. Eu gemi. Ele sorriu. — Você vai querer minha companhia hoje, Rurik. — Ele parou de sorrir. — Não goze. Não até você voltar para mim, mais tarde.

Takumi Ito caiu de joelhos. E sua boca quente e doce...

Ah ... foda-se!

FIM


(*) Perdão. Suspensão da pena. 

** 

olá querides,

mais uma aventura que chega ao fim. eu adorei contar a história de Taki  e Rurik. acho que vou escrever outros contos com eles. hehehehehe.

espero que vcx tenham percebido que mesmo numa outra base que não é a SSC, BDSM não é violência. não é abuso. é ter responsabilidade com o outro. é um jogo entre adultos consentidos. e tem que ser bom para todes. 

o que vcx acharam? contem pra tia vivi.

espero que tenham gostado. se sim clica na estrelinha. deixe um comentário. 

bjokas até a próxima aventura. 

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