Toskémon GOL
— Para tudo gentem! — Exclamou Djailson.
Rash, Misfeet, Broko e Gessy pararam para olhar para o rapaz em estado indeciso entre o derretimento e a sublimação. Era muita emoção, seus ossos dobravam como se fossem de borracha e ele caiu no chão em êxtase. Sim, ele havia vencido sua primeira partida no novíssimo aplicativo Toskémon GOL.
— Gentem! Cês temqui instalá o Toskémon GOL imediatamente!
Rash deu com os ombros. — Não sei não, Djaílson. Eu prefiro pegar Toskémons no mundo real.
— Mas, Rashin, eu tumbém cunsigu pegá toskémons no mundo rearr, isso é a belezz'da realidade murtipricada. Cês num'tão vendu, uai? Olha, ali, eu achei um Vulpixação!
— Cadê, cadê — Broko virou-se excitado, pois sempre quis capturara um Vulpixação. Mas não viu nada.
— Ali, aaaaali — Djailson tropeçou na calçada e bateu os beiços no banquinho da praça. Levantou-se cuspindo sangue de lado e posicionou seu teleimóvel celuloso para arriscar uma captura.
— Peguei! Eu peguei!
— Credo cara! — disse Rash. — Sua camisa tá toda ficando suja de sangue. Para de babar aí...
— O cara tá doido — concordou Broko. — Eu não quero saber desse negócio de toskémon GOL. Prefiro pegar as meninas, digo, errr, os toskémons de verdade.
Então veio um grupo de garotos com seus smortefones nas mãos e pronto, ali começava uma arena toskémon GOL virtual. Dois para cada lado. No aplicativo, os toskémons capturados jogavam partidas de futebol nas quais podiam usar os poderes de seus toskémons para derrubar ou ludibriar os adversários. E os novos toskémons da futelândia faziam muito sucesso também, como era o caso do Neymander Jr, Cristi-Ronalpidash, Messichoke, Bady, Mancuellunelby, Toni-Krooffing, Pepe-ilegal, etc.
— A gente não ia salvar o Minhau? — indagou Gessy impaciente.
— Mas o jogo parece divertido — acrescentou Misfeet enquanto baixava o app no seu Motor-Rola XY. Sem querer, Rash foi tomado por uma febre súbita, afinal, aquilo estava em todos os canais de tv, na toskénet, radio e já ameaçava tomar conta de seu toskédex. Ele não resistiu e disse: não faz mal instalar só para ver como é, não é mesmo Picatchup?
— Pica, pica, picatchuuup.
— Ei, Picatchup, não se anime demais. Ei! Sai de cima do meu celular. Ei, isso é meu! Picatchup! Picatchup, volte aqui!
— Peguei um Neymander Jr — Broko quase entrou em órbita. — Esse toskémon nem dá para pegar no mundo real.
Gessy cruzou os braços indignada. Todos estavam se esquecendo do Minhau. — Deixa eu te contar um segredinho, Broko: nós também não estamos no mundo real.
— FIcou doida, Gessy?
— É sim, na verdade, estamos na toskámatrix. É tudo uma simulação. Meu chefe me contou isso. Eu acho que o que está acontecendo agora é uma revolução. Me escute. O aplicativo Toskémon GOL é um vírus criado para aprisionar todos na toskámatrix. Mas você tem uma escolha. Aqui. — ela fuçou em sua bolsa — Sim, aqui está! Você pode escolher a pílula azul ou a vermelha.
— Que é isso, Gessy? Hauus sabor morango e sabor de gelo, edição limitada?
— Não é Hauus! É um programa.
— Programa numa bala? Ficou doida de vez? Eu acho melhor eu continuar caçando uns toskémons aqui no meu app de realidade multiplicada.
— Mas você já é um caçador de toskémons na vida real!
— Há há! Sabia! Sabia que estava ficando doida! Não acabou de dizer que estamos numa simulação?
— Tecnicamente, sim. E mais precisamente, estamos num aplicativo e fazemos parte de um livro criado por um escritor bizarro que não nem nada melhor para fazer na vida no momento além de criar uma paródia toska sobre toskémons.
Broko e os demais não estavam mais dando ouvidos a Gessy. Ela ficou paralisada com as duas pilulas na mão.
— Dá isso aqui! — Broko tomou as pílulas e jogou-as na boca.
— Ah não!
— Putz, esse Hauus tá estragado! Eca.
— Não é Hauus!
— Ah... Ah... — os olhos de Broko se fixaram no infinito. — Eu estou vendo. Estou vendo... Estou vendo o futuro através da toskámatrix!
— É mesmo? E o que você viu?
— Vi que esse toskápítulo vai acabar agora!
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