Capítulo 31

ALGUMAS HORAS ANTES...

── Estefânia. ── Alya chamou.

── Agora não Alya. ── pediu.

Estefânia não havia se conformado com a decisão da irmã, porque no final ela ainda o teria os escolhidos, depois de tudo que fez por ela. Estava inconformada pela partida de Monsterrá, e um sentimento forte havia surgido em seu peito, ódio e angustia habitavam por lá. Estefânia estava com muita raiva.

Após ter chorado rios, percebeu que a irmã não era digna daquelas lágrimas, Monsterrá era uma ingrata egoísta. Sentada de frente a janela, Estefânia olhava minuciosamente para o jardim.

── Precisamos conversar. ── Alya pediu.

── EU NÃO QUERO. ── gritou alterada. ── Porque não vai embora como ela. ── pediu com a voz falha.

── Ela precisa de nós. ── sussurrou.

── Ela não precisa de ninguém. ── rebateu.

── Não sabe o que está falando. ── meneou a cabeça.

── Você não vê? ── perguntou virando-se. ── Ela nos abandonou. ── falou com peso na voz. ── Ela abandonou você pela segunda vez. ── rebateu com raiva.

Alya suspirou pesadamente, ela entendia bem como Estefânia estava se sentindo, pois havia sentido tudo isso na primeira vez que Monsterrá a deixou, a raiva se misturava com diversos outros sentimentos, deixando a cabeça uma completa bagunça.

── Não abandonamos os amigos. ── murmurou fuzilando Estefânia com complacência.

── Diga isso a ela. ── rebateu com ironia. ── Ela nos deixou.

── Ela não queria isso. ── sussurrou.

── Ah, ela queria sim. ── sorriu tentando disfarçar a dor.

── Ela foi obrigada. ── Alya metralhou nervosa.

── Obrigada? ── perguntou com ironia. ── Ela podia escolher. ── deu de ombros. ── E ainda assim não nos escolheu. ── bufou irritada enquanto olhava para fora.

── Você não entende. ── meneou a cabeça.

── O que eu não entendo? ── perguntou virando-se para fita-la.

── Ela não podia ficar. ── sussurrou.

── Do que está falando? ── perguntou confusa.

── Ela só queria proteger vocês. ── avisou.

── Nós proteger do que? ── perguntou alterada. ── Dela mesma? ── bufou irritada enquanto se levantava.

── Não. ── rebateu. ── Deles. ── respondeu.

── Deles? ── repetiu. ── Deles quem? ── perguntou se aproximando.

── Monsterrá não era assim. ── suspirou. ── Ela era boa. ── sorriu. ── É normal. ── brincou. ── Ela era melhor coisa que tinha acontecido na minha vida. ── confessou.

Estefânia desfez a cara rude e ficou quieta enquanto ouvia Alya.

── O que foi que aconteceu? ── perguntou.

── Ele fez isso com ela.

── Isso o que? ── perguntou. ── Ele? ── repetiu.

── O padrasto. ── hesitou. ── Ele faz coisas ruins com ela. ── metralhou.

Estefânia arregalou os olhos e levou as mãos a face incrédula.

── Você sabia? ── perguntou.

── Sim. ── confessou.

── Por que não disse antes? ── perguntou alterando-se novamente.

── Monsterrá me fez prometer que não contaria. ── bufou.

── Por que fez isso? ── perguntou tentando entender.

── Porque me sinto culpada. ── confessou.

── Culpada? ── repetiu confusa.

── No começo, ele só batia nela. ── hesitou. ── E eu não podia fazer nada, ela não me deixava. ── bufou. ── Até que um dia... ── hesitou. ── Ela resolveu contar. ── suspirou. ── É tudo piorou.

Alya sentou-se desolada na beirada da cama de Estefânia.

── Eu disse para ela contar. ── confessou. ── A convenci. ── falou tentando conter o choro. ── Ela contou a Esther.

── Esther? E a mãe dela? ── perguntou.

── Sim. ── confirmou. ── Ela não acreditou, ou talvez tivesse acreditado e simplesmente ignorado. ── bufou. ── No dia seguinte na escola, ela chegou esquisita. ── falou enquanto lembrava-se do dia. ── Tentei abraça-la e ela me repeliu como seu eu fosse um monstro. ── sussurrou baixando a cabeça.

── Ele a possuiu. ── Estefânia sussurrou incrédula.

── Sim. ── confirmou. ── Ele a destruiu.

── Precisamos ir agora mesmo. ── Estefânia falou inquieta.

Estefânia limpou o rosto com o dorso da mão e seguiu até o guarda roupa, pegou uma mochila e jogou sobre a cama, em seguida voltou para o guarda-roupa e pegou uma caixa preta de tamanho médio, abriu revelando um malote grande de dinheiro, pegou o malote e alguns documentos, jogou dentro já mochila, pegou também um spray de pimenta.

── Vamos. ── chamou colocando a mochila nas costas.

── Não devíamos chamar eles? ── perguntou.

── Eles? ── repetiu.

── Adrew e Josh. ── sorriu. ── Eu não quero ir sozinha até lá. ── confessou. ── Não, que não sejamos capazes. ── explicou. ── Acho que Adrew deve ir junto.

── Depois do que ele fez? ── perguntou fazendo uma careta.

── Ele a ama. ── murmurou. ── Ele foi um idiota, eu sei. ── sorriu.

── Está bem. ── concordou.

── Eu o procurei em toda parte e não o encontrei.

── Sei onde ele deve estar. ── sorriu.

Estefânia e Alya saíram do quarto e seguiram direto para o possível local em que Adrew poderia estar. Chegando lá, as duas deram de cara com os dois, Josh também estava lá, os dois pareciam tão concentrados que nem notaram a presença das duas ali.

ATUALMENTE

── Vocês estão malucas. ── Adrew desviou o olhar e voltou a beber. ── Ela nos deixou. ── falou de modo ríspido.

── Ela não nos deixou. ── Estefânia rebateu furiosa.

── Deixou sim. ── bufou.

Estefânia bufou de volta irritada e se aproximou, tomou a garrafa das mãos dele e gritou:

── Vamos busca-la com ou sem você. ── falou alterada enquanto apontava o dedo para sua face.

── Eu não vou. ── desviou-se do olhar de Estefânia.

── Ela precisa de nós. ── sussurrou. ── De você. ── completou.

── Ela ficara melhor sem mim. ── confessou de cabeça baixa. ── Eu só atraio desgraças. ── murmurou.

── Ela corre perigo. ── Alya metralhou.

── O que?

Adrew falou confuso, desviou-se de Estefânia e se aproximou de Alya.

── Do que está falando? ── perguntou.

── Ele faz maldades com ela. ── metralhou.

── Ele quem? ── perguntou alterado enquanto agarrava as laterais dos braços de Alya.

── O padrasto. ── metralhou com medo.

── Que tipo de maldades? ── Josh perguntou curioso.

Alya desviou do olhar de Adrew e fuzilou Josh em silêncio, em seguida abaixou a cabeça triste.

── Ele tocou nela? ── Adrew perguntou ainda mais alterado, enquanto apertava os braços de Alya.

── Está me machucando. ── gemeu reclamando.

── Me desculpe. ── pediu soltando-a.

── Ele abusava dela? ── Josh perguntou incrédulo.

── Sim. ── Alya corroborou. ── Todos os dias. ── metralhou.

Os olhos de Adrew faiscaram de fúria e suas mãos se fecharam em punho, ele estava furioso.

── Eu vou matar esse desgraçado. ── murmurou entre dentes.

── Precisamos ir agora. ── Estefânia alertou. ── Meu carro está la...

── Preciso pegar uma coisa primeiro. ── Adrew falou desvencilhando-se de Alya. ── Vocês duas nós esperam lá fora.

Adrew seguiu direto para o quarto junto com seu amigo Josh, os dois pegaram as mochilas e colocaram coisas uteis dentro, como dinheiro, passaporte e peças de roupa.

── Você tem certeza que quer ir Josh? ── Adrew perguntou.

── Eu não deixaria você. ── sorriu. ── Alias, você precisa de mim. ── piscou.

── Está indo pelas garotas, não é? ── brincou.

── Não. ── mentiu descaradamente. ── Talvez... ── confessou. ── Eu te devo uma também. ── falou sério dessa vez. ── A Monsterrá precisa de nós. ── suspirou. ── Posso ser um idiota as vezes, mas, ela precisa de nós. De cada um de nós. ── sorriu. ── Além do mais, eu quero desfigurar a cara daquele gordo desgraçado. ── piscou.

── Certo. ── concordou. ── Eu darei o primeiro soco. ── embora soasse brincadeira, Adrew deixou claro que falava sério.

── Combinado. ── Josh concordou.

Os dois saíram do quarto com muita pressa, desceram até os túneis da escola e saíram pelo lugar de sempre. 

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