Capítulo 6
Pov: autora.
O dia começou cedo para todos ali, pelo menos duas horas antes os pilotos já estavam em pé, no pátio de esportes da Academia Naval. Maverick e Atlas estavam afrente de todos ali, em formação até segunda ordem.
– Hoje vamos aprender a como se defender do seu inimigo, não como em uma academia comum, mas vamos aprimorar o instinto de sobrevivência de vocês. Não se magoem com cortes, arranhões ou algo relacionado – A voz de Atlas era alta e clara para todos ali.
Ela continha um punhal em mãos, com uma lâmina grande para um treinamento de defesa, ele aparentemente estava afiado e refletia o sol do amanhecer. Ela o manuseia entre os dedos e escolhendo alguém entre os pilotos.
– Hangman, para frente, por favor –.
Com um sorriso cínico ele estava de frente para a menor, que lhe entregava o punhal e se afastou dele com três passos largos.
– O que eu vou fazer com isso? Afiar uma lança? – Ele sorriu, observando a arma.
– Não. Tente me matar – A voz dela não vacilou.
Todos os tenentes se entreolharam confusos, alguns deles surpresos e com sorrisos de canto em seus lábios, querendo ver o desenrolar daquele treinamento.
– Matar você? Está falando sério? – Debochou.
– A lâmina está afiada o suficiente para arrancar a casca de uma árvore. Imagine que está com o inimigo que acabou de ejetar do avião e está concluindo ordens claras – Aquela frase fez o sorriso dele sumir aos poucos.
Eles estavam de lado para os aviadores e de frente um para o outro. Logo Hangman ataca Atlas, que rapidamente consegue derrubá-lo, tirar a arma de sua mão e imobilizá-lo, fazendo que ela acertasse o punhal em seu peito. Todos os pilotos pularam de susto pela velocidade e violência que o punhal perfurou o peito de Hangman.
Por sorte, a lâmina era retrátil, não perfurando seu peito, apenas fazendo um pequeno corte no tecido de sua farda.
– Regra número um: o inimigo é melhor do que você, não o subestime –.
Ela saiu de cima de Hangman, que ainda estava surpreso pela velocidade do que havia ocorrido. Ele se levanta lentamente ajeitando sua farda e logo dando espaço para outro voluntário daquele treinamento.
Maverick apenas observava cada atitude dela, com um sorriso orgulhoso do tipo de combatente que Atlas havia se tornado, mesmo ele sabendo que fora do modo mais cruel possível.
Assim passaram de piloto por piloto. Bob, Payback, Fanboy, Rooster, Yale, Omaha, Harvard, porém quem "sobreviveu" por mais tempo na simulação de combate fora Phoenix, conseguindo desferir um soco no rosto de Atlas enquanto estava por cima de seu corpo, na tentativa de tirar o punhal de sua mão e enfiá-lo na garganta de sua treinadora. Mas logo foi derrubada, fazendo que Atlas estivesse por cima, estocando a faca em seu peito.
Logo ambas levantam e Phoenix retorna ao seu lugar, Atlas limpa o fluxo médio de sangue que saia de seu nariz, algumas gotas pingaram em sua farda, enquanto alinhava a mesma.
– Todos vocês morreram e deram a vitória para nosso inimigo, não podemos levar projéteis nos aviões por conta da enorme pressão, fazendo que ele exploda e seja um suicídio por falta de noção – Ela se virou para Maverick que lhe entregou uma pistola em suas mãos, não estava carregada, apenas simularia como era para ser engatilhada.
O treinamento prosseguiu até que estivessem na sala de apresentação, onde Maverick instrui o que todos deveriam fazer. A simulação gerada por hologramas de todo o terreno de onde seria o alvo, desde a chegada pelo oceano, até a fuga que iniciaria uma luta de Caças.
Rooster estava sentado ao lado de Atlas, alguns segundos observando-a por sua visão periférica, não deixando de reparar o grande hematoma em sua bochecha e seu nariz avermelhado com resquícios de sangue seco.
– O tempo é seu maior inimigo. A etapa um é um ataque rasante com duas equipes, vocês voarão ao longo do cânion até o alvo – Ele apontava para a tela atrás de si – Mísseis terra-ar guiados por radar defendem a área. Estes SAM'S são letais, foram projetados para defender os céus, não abaixo do desfiladeiro –.
– Isto porque eles sabem que ninguém é louco de voar tão baixo assim – Sua frase teve uma pontada de desdém e descrença, além de afronte.
– E é para isso que vou treiná-los – A expressão de Rooster logo se desfez e o capitão prosseguiu a explicação – No dia da missão a sua altitude será de 100 pés no máximo, se exceder serão mortos. Velocidade mínima de 660 nós, com tempo até o alvo de 2 minutos e trinta segundos – O olhar dele intercalava entre todos nós.
– Terá caças de quinta geração esperando por vocês ao saírem dali, na base mais próxima. Enfrenta-los nos seus F-18 é uma operação suicida, por isso vocês vão entrar, atingir o alvo e sair dali antes dos inimigos chegarem até vocês, por isto o tempo é seu maior adversário na missão – Ele complementou com um olhar mais pesado para todos, os pilotos estavam preocupados com as procedências da missão, aflitos e nervoso.
– No cânion e nas simulações, vocês enfrentaram curvas fechadas e em alta velocidade, quanto mais rápido vocês voarem, mais difíceis dos SAM'S capturarem vocês. Quanto mais ajustadas as curvas, menos sangue correrá pelo cérebro de vocês, fazendo que seu copo lute para não desmaiar, prejudicando o tempo de reação e julgamento – Quando o capitão faz uma pausa em sua explicação, Atlas suspira discretamente por medo da missão, disfarçando perfeitamente um gatilho desbloqueado, assim Rooster encosta seu joelho ao dela, morrendo de vontade de entrelaçar seus dedos para acamá-la – Vamos pegar mais leve, teto mínimo de 300 pés e tempo para o alvo de três minutos – Concluindo.
Logo as equipes foram selecionadas, os respectivos pilotos foram para seus aviões e logo estavam nos ares.
– Tempo para o alvo: um minuto. Estamos atrasados dois segundos, aumentar para 480 nós – Bob descrevia nossa rota.
– Acelera, Coyote – Disse Phoenix acelerando seu caça, ele logo afirma e acelera, porém não o suficiente.
O caça de Phoenix estava logo atrás, mais rápida que Coyote, fazendo que ela subisse seu avião e ultrapassando a margem para não colidir com o outro, fazendo que ela fosse pega.
– Por que morreram? –Maverick pergunta quando eles retornam.
– Eu desacelerei para pegar o impulso e não avisei, foi culpa minha – Coyote se pronuncia.
– Por que não se comunicou? – A voz do capitão fora mais rápida e firme, sem dar tempo para sua resposta.
– Eu estava focado na... – Ele fora interrompido.
– As famílias deles vão aceitar essa explicação? – Maverick perguntou novamente.
– Não, senhor – Coyote respondeu em um tom mais baixo e direcionando seus olhos para baixo.
– Por que não iniciou a curva antes? – Não houve tempo para que Coyote respondesse, o capitão prosseguiu – Não diga para mim, diga para a família dele – Apontou para Bob e Phoenix.
Pov: Atlas.
Outra equipe fora abatida no ar, desta vez colidindo com uma parede do cânion, mais uma vez Maverick pergunta o que aconteceu.
– Eu voei o mais rápido que pude, como se minha vida dependesse disso – Afirmou Hnagman, arrogante e orgulhoso. Pude ver Rooster revirando os olhos, era notável que não o suportava mais, nem eu.
– E colocou a missão em risco, matando seu ala – Eu digo, olhando para ele, inclinada para ele.
– Não é minha culpa se não me acompanharam – Sua normalidade nas palavras era assustadora. Claro, não era ele quem estava morto.
Desta vez estavam eu, Rooster, Bob e Phoenix nos ares novamente. Estávamos atrasados por conta que Rooster era cauteloso ao voar, indo devagar o suficiente chegarmos um minuto depois do tempo, anulando o fato que ele tinha acertado o alvo.
– Por que você morreu? – Maverick torna a perguntar olhando para ele e eu.
– Senhor, o Rooster foi o único que chegou a atingir o alvo – Me pronunciei em nossa defesa, não muito resultante.
– Um minuto depois, deu abertura para os aviões inimigos interceptarem vocês. Morreram por besteira – Aquela frase foi mais pesada do que imaginávamos, principalmente para Rooster.
– Você mesmo não sabe – Rooster se defendeu, ainda com desdém.
– Se voasse mais rápido, isso não teria acontecido. Não temos tempo a perder – Hangman provocou, eu poderia ver os olhos de Rooster em chamas, querendo voar em seu pescoço.
– Nós atingimos o alvo – Rooster se defendeu novamente.
– E uma aeronave interceptou vocês, derrubaram vocês –.
– Não passa apenas de caça – A voz de Rooster se exalta.
– Com aviões de quinta geração – Maverick exata a voz do mesmo jeito.
– Ainda teríamos chances! Há mais formas de concluir a missão – Insistiu o tenente, já irado.
– Num F-18! – Maverick estava descrente com aquela afronta, era inacreditável aquela situação.
– Não é o avião, senhor, é o piloto –.
– Exatamente! – Está fora a última frase de Maverick, fazendo que Rooster mudasse sua expressão de raiva para tristeza mixada com culpa.
Eu queria acabar com aquela discussão boba, o ego de Rooster não bateria com a experiencia de Maverick, principalmente pela ótica do Capitão, que havia perdido seu ala por ser o piloto em uma falha técnica.
– Você não entendeu ainda. Nessa missão ou o cara pilota como o Maverick, ou o cara... não volta – Hangman provocou novamente, olhando para mim, Phoenix e Bob – Sem querer ofender ninguém –.
– Mas você sempre ofende – Minha voz e de Bob retrucaram um uníssono.
– Não posso criticar que você seja cauteloso... Mas vamos entrar em uma missão que nenhum piloto vivo já viu, nem mesmo ele – Hangman olha para Maverick e logo para Rooster, respingando em mim – Não é hora de se espelhar no passado –.
O clima pesou, Rooster travou sua mandíbula e apertou os braços da cadeira, olhando para Hangman com uma expressão mortal ao tocar num ponto sensível como golpe baixo.
– O que está querendo dizer com isso? – Furioso.
– Rooster – Maverick tenta interferir, eu me mantive em alerta.
– Será que somente eu sei que Maverick voou com seu pai... – Ele inicia, Rooster estava com a face vermelha de mais puro ódio, eu tive que colocar uma mão em seu braço para que ele não atacasse Hangaman.
– Chega! – Eu grito intercalando meu olhar para os dois, tentando segurar Rooster pelo braço, sentia seu músculo extremamente tenso e trêmulo.
– Que o Maverick é pai de criação de Atlas e que ele pilotava quando o seu velho... – Não consegui segurar quando Rooster partiu pra cima dele num rápido movimento, logo todos da sala estávamos separando os dois, impedindo que o tenente de arrancar a cara de Hangman fora.
– Desgraçado, naõ se atreva a falar do meu pai – Ele gritava enquanto estávamos o segurando, eu o abraçava pelas costas enquanto outros pilotos seguravam seus braços.
– Ei, ei, ei. Relaxa, eu estou bem – Hangman se solta, em um tom calmo e cínico em sua voz, ajeitando sua farda.
– Já chega – Maverick apaziguou a briga, eu sentia a respiração de Rooster pesada em seu diafragma enquanto abraçava sua cintura para que ele não avançasse.
– Ele não tem perfil para a missão. E você sabe que estou certo – Hangman estava caminhando em direção a saída, antes de parar em frente a Maverick e olhar para nós dois.
Desta vez quem não se segurou foi eu. Soltei meus braços de Rooster e logo fui até ele, desferindo mais um soco em seu rosto, que o fez cambalear e quase cair de costas, fazendo com que Maverick me segurasse pelo braço.
– Nem você tem – Ele logo sai da sala com um sorriso cínico e maldoso, seu lábio sangrava e escorria por seu queixo, logo me viro para todos atrás de mim, me controlando e escondendo meu punho avermelhado nas costas e olhando para meus pés.
– Estão dispensados – Maverick ordena, passando as mãos no rosto em puro estresse e cansaço.
[...]
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