Capítulo 19
Pov: Autora
– Olá, Natalie. Como você tem se sentido desde a última vez que nos falamos? – A terapeuta respirou fundo, ajeitou seus óculos sem soltar sua caneta e caderneta.
– Oi, doutora. Eu estou... bem, acho – Ela suspira, passando as mãos em seus cabelos delicadamente arrumados para trás, como de costume – Muitas coisas estão acontecendo, e eu estou tentando entender tudo –.
– Parece que há algo específico que está lhe incomodando. Gostaria de compartilhar? –
– Bem, é sobre o Rooster. Desde que nos reencontramos, tenho sido o foco da vida pessoal dele, aos poucos eu fui me instalando para morar onde ele está alojado, logo depois estávamos namorando. Sei que ele passou por muita coisa, e eu quero entendê-lo melhor, mas sinto que ele já sabe tanto sobre mim – Ela diz, mordendo levemente seu lábio inferior.
– Você está preocupada em sobrecarregá-lo com tudo isto? –.
– Sim, exatamente. Nós crescemos juntos, meu tio nos criou quando o pai dele morreu, mas eu não sei muita coisa sobre ele. E agora que estamos juntos, quero descobrir mais, mas tenho medo de mexer em feridas antigas. Quer dizer... além do que ele me contou, nem sei se há feridas –.
– É compreensível que queira entender mais sobre a vida dele. Você acha que isso pode afetar o relacionamento? – Ela anotou algumas linhas na pequena caderneta.
– Sim, tenho medo de parecer invasiva ou até mesmo reviver coisas dolorosas do passado dele, como a morte de sua mãe ou algo assim... Ficamos separados por uma década sem nenhum sinal do outro, a mudança em nossas vidas me deixa pensativa demais – Ela olhava para suas mãos e vendo as marcas em seus dedos.
– Entendo. A comunicação aberta é crucial em qualquer relacionamento, especialmente quando há um histórico tão longo como o de vocês. Já pensou em conversar com ele sobre isso? – Aquilo parecia óbvio, mesmo sabendo que era mais difícil do que uma teoria complexa.
– Sim, eu pensei. Mas não sei por onde começar. Temos uma longa história juntos, mas ainda há tanto que não sabemos um sobre o outro – Respondeu após alguns segundos pensativa.
– Talvez seja uma oportunidade para explorarem juntos. Vocês têm uma base sólida, e esse conhecimento mútuo pode fortalecer ainda mais o relacionamento. Você já me contou que ambos desejam ter uma família, não apenas por conta da idade de vocês..., Mas como algo pessoal –.
– É verdade. Sinto que estamos nos conhecendo novamente, mas de uma maneira totalmente diferente. Somos adultos, eu fui para o Iraque, ele batalhou muito para entrar na escola naval, eu nunca fui aberta para relacionamentos e... Já namorou antes, várias vezes – Suspirou, se recordando de todas as namoradinhas dele durante o período do ensino médio.
– E isso é emocionante. Vocês se tornaram adultos separadamente, e agora têm a chance de descobrir quem são como adultos. Vocês têm muitos anos pela frente para construir algo novo –.
– Você está certa. Eu só preciso encontrar a maneira certa de abordar isso com ele – Ela sorriu sem mostrar os dentes.
– Pode começar aos poucos, compartilhando suas próprias experiências e, aos poucos, fazendo perguntas que te ajudem a entender mais sobre ele. A chave é a empatia e o respeito pelo tempo e espaço dele – Ela anotou algo um pouco maior em sua caderneta, colocando seu cabelo atrás de sua orelha e sorrindo antes de colocar um ponto final na escrita.
O resto da hora seguiu. Era bem cedinho e o sol estava raiando. Logo havia finalizado aquela sessão, já que o consultório era dentro da academia, Natalie logo saiu e indo até sua nova sala. A porta era numa área específica para capitães e almirantes, sua porta dizia "Capitã de Corveta Natalie Bravo".
Ela logo entrou, sentou-se em sua confortável cadeira estofada de couro marrom, observando sua mesa com alguns documentos, seu computador com três pequenos quadros. O primeiro era de Pete com ela nos braços, Charlie, Kazansky, Sarah e Carole com Bradley em seu colo, todos sorrindo e reunidos em frente a praia, outro era apenas de Pete e Rooster em sua última missão. O último era do casal, na formatura.
Um sorriso se formou em se rosto, observando pela janela ao seu lado os caças voando perto das torres de controle e vários pilotos também sendo treinados em solo. Ela seria responsável pelos treinamentos aéreos, sendo "aposentada" do exército após seu serviço, permanecendo apenas na marinha.
Rooster estava na academia também, ele tinha a patente menor do que sua namorada, ainda sendo 1º Tenente, estava estudando para subir de patente e seria responsável por algumas coisas que seriam encaminhadas para Atlas. Eles sabiam muito bem que não deveriam misturar trabalho com relacionamentos, seus encontros na academia eram estritamente formais.
Naquele dia, ela fez várias documentações, levantou voo para treinar os pilotos, participou de reuniões com alguns agentes do pentágono, apenas tendo tempo para respirar, quando o sol havia sumido e a lua estava no céu.
Rooster já havia ido embora, eles foram separadamente até a academia. Não demorando muito para que a moto dela estacionasse ao lado de seu jipe, na garagem, ela estava cansada, porém muito feliz com seu trabalho, o clima estava esfriando lá fora, indicando que o outono era rigoroso no litoral.
– Meu amor, cheguei – Ela anunciou, trancando a porta atrás de si.
Ela não ouviu uma resposta de Rooster, ele provavelmente estava tomando banho ou finalizando seus estudos, logo ela viu um pequeno papel próximo ao pequeno vaso de tulipas. "estou terminando de estudar, já, já estarei contigo".
Sorriu ao ver a letra dele, logo guardando seu capacete, tomando seu banho e colocando um pijama quente de tecido com pequenos pelinhos internos, já que o alojamento era bem frio. Na cozinha fora logo preparando uma bela e colorida salada, gratinando filés de frango, uma janta leve.
Pov: Natalie.
Eu já havia finalizado a rápida janta, mesmo que eu não estivesse com fome, não era bom deixar de se alimentar durante a noite. O aroma dos temperos deixava um clima agradável, comparado a maresia gelado ao lado de fora.
– Olá, princesa – Senti os braços de Rooster envolverem minha cintura levemente, ouvi a porta de seu escritório e abrir antes disto, me prevenindo de um possível susto.
– Olá, bonitão – Sorri, tampando a panela e apagando o fogão, me virando e beijando calorosamente seus lábios, viajando naquela sensação maravilhosa.
– Como foi seu dia? – Agora seu rosto estava em meu pescoço, respirando fundo meu perfume.
– Papelada, documentos, treinando os novos pilotos, reuniões com alguns agentes do pentágono... Coisas assim – Acariciei seus ombros gentilmente quando ele voltou a sua posição normal – E o seu? –.
– Estudei, também levantei alguns voos, escutei os pilotos falando de você, treinei na academia... dentro da academia – Ele riu com essa repetição de palavras – E esperei ansiosamente para te beijar – Ele me roubou um selinho rápido.
– O que ouviu sobre mim? – Eu ri após aquele selinho, apertando suas bochechas e passando meus dedos por seu rosto recém barbeado, com exceção de seu bigode característico.
– Ouvi que você era uma treinadora perigosa, suas manobras eram incríveis e alguns pilotos falavam o quão radicais suas cicatrizes são... Coisas assim, nada fora do comum –.
Revirei levemente os olhos, logo montando dois bowls de salada com frango para nós dois. Porém, não queríamos nos sentar na mesa, ele ficou em pé enquanto eu me sentei na ilha ao centro da cozinha, saboreando nossa janta.
A cozinha estava iluminada pela luz dos candelabros, destacando os tons cálidos do ambiente. Logo tive a ideia de colocar meu plano em prática.
– Às vezes, a rotina é um alívio. Sabe, me dá tempo para pensar em outras coisas – Iniciei, apenas soltando a frase, espetando o tomate com o garfo.
– Outras coisas? Como o quê? – Ele me olhou, mastigando um grande pedaço de frango.
– Bem, por exemplo, as vezes eu gosto de acordar durante a madrugada e fazer um cappuccino bem quentinho, mesmo que não seja recomendado cafeína antes de dormir... Isso me ajuda a adormecer, me tranquiliza –.
– Por isso o estoque de café acaba rápido, sabia que tinha ratinha tomando além do café da manhã – Ele riu, se aproximando de onde eu estava sentada.
– Todo mundo tem seus detalhes. E você, além de pilotar, o que mais gosta de fazer? – Pergunto, acabando de comer e colocando a tigela ao meu lado.
– Bom... Eu curto tocar vários instrumentos, além de piano, eu sei tocar bateria. Gosto muito de futebol americano e fico maluco todas as vezes que assisto o SuperBowl – Ele acrescentou e eu fiquei alegremente surpresa.
– E qual é o seu tipo de música favorito? – Sorri, me inclinando mais para ele.
– Gosto de um bom country, rock e jazz nos momentos especiais, tudo depende do momento e do meu humor – Ele parou de frente para mim, colocando a tigela dentro da minha e apoiando suas mãos em meus joelhos.
– Então quer dizer que sua vida tem uma trilha sonora, Tenente? – Minha mão fora por cima da dele, ele logo assentiu.
– Além disso, gosto muito de artes. Principalmente de esculturas, pinturas e arquitetura – Arqueei minhas sobrancelhas com aquilo, era realmente interessante saber que havia um coração artístico em seu peito, além de um piloto.
– Algum hobby? –.
– Hum... Mimar minha namorada e cuidar dela, isso vale? – Ele fez pequenas cócegas em minha cintura, eu ri como resposta e segurei suas mãos.
– Não, meu amor. Estou dizendo algo que você faça para relaxar –.
– Alguns momentos você pode me ver dançando por aí, sou o maior pé de valsa depois do Coyote – Ele logo se afastou de mim, demonstrando seus passos descontraídos e genuinamente leves, provando que ele dançava bem.
Eu ri, me juntando a ele, dançando ao seu lado e meu quadril era bem mais travado que o dele, que continha uma certa malemolência, requebrado e gingado que combinavam com ele.
Aquiloera divertido, logo me apressei em colocar Let's Hear It For the Boy – DenieceWilliams em sua vitrola, seus passos eram bem soltos e espontâneos, estávamosgargalhando com aquela situação e permitindo que nos soltássemos de qualquertimidez, criando além de um namoro, uma amizade maravilhosa.
Galera, eu AMO de paixão Footloose de 1984 e de 2011, o Miles se encaixou perfeitamente no papel do Willard e essas cenas dele aprendendo dançar me deixam extremamente felizinha. Ele também desbanca muita gente, saca só a malemolência desse garoto, o gingado, os passinhos e AAAH MUITO LINDO CARA.
P.s: no futuro, teremos cenas bem country e ele (particularmente para mim) se encaixa bem como country men, então apenas imagem o HOMÃO que ele é em Top Gun com chapelão e butina.
Beijocas e beijinhos ❤️😘❤️😘❤️😘
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