Capítulo 1

Pov: Autora.

O helicóptero pousa na base militar após recuperar Pete Michell depois de sua ejeção no voo experimental do Caça de última geração. Agora ele se encontrava em frente ao Contra Almirante Hammer.

– Maverick. Mais de 30 anos de serviço, medalhas de combate, menções honrosas, nos últimos 40 anos você derrubou três aviões inimigos – E continuou após uma pausa – Medalhas de Serviços Distintos e mais medalhas. Mas você não consegue uma promoção, não irá se aposentar e apesar de todo empenho, você se recusa a morrer – Ele concluiu olhando para Pete.

– Você já deveria ser, ao menos contra-almirante ou até senador. Mas ainda é... capitão. Por quê? – O superior o pergunta com os olhos cerrados.

– É um dos mistérios da vida, senhor – Aquela resposta de Pete não fora sarcástica, porém demonstrava muito.

– Eu não estou brincando. Fiz uma pergunta – O tom de Hammer se alterou minimamente com a resposta, aquilo não era uma piada.

– Eu estou no meu lugar, senhor – Aquela resposta de Pete, mesmo que humilde e realista, era convincente para Hammer. Apenas para os dois.

– A Marinha não vê assim. Não mais... – pontuou Hammer – Esses aviões que você testa, capitão, um dia mais cedo ou mais tarde não precisarão de piloto nenhum. Pilotos que precisam dormir, comer, mijar. Pilotos que desobedecem a ordens – Sua última frase teve um pitada de raiva – Você só conseguiu mais um tempo para todos lá. O futuro está vindo e você não está nele – a frase foi concluída e Maverick teve que absorver aquela frase momentaneamente.

– Escoltem esse homem até a base. Leve ele ao alojamento, esperem que recolha todos os pertences. Quero ele a caminho de North Island em uma hora – Ordenou o superior.

Aquilo confundiu Maverick por alguns momentos naquela ordem, ele sabia muito bem onde era.

– North Island, senhor? –.

– O timing não poderia ser mais perfeito. Recebi uma ligação quando ia proibi-lo de voar de vez – A incredulidade nas palavras de Hammer era impagável – Não gosto de admitir, mas... Por motivos que só Deus e seu anjo da guarda sabem, você foi chamado de volta a TOP GUN – Ele concluiu.

Maverick se surpreende com aquela afirmação, não acreditando que retornaria para lá, apenas os melhores dos melhores ficavam lá. Assim como ele ficou em 1986.

– Porém você não vai sozinho para lá. Iceman me pediu para avisá-lo que outra pessoa irá realizar o papel similar ao seu. Por incrível que pareça, foi um consenso de muitos outros superiores – Hammer se levanta e fica ainda atrás de sua mesa, sinalizando para o soldado armado próximo a porta para abri-la.

– Você anda ensinando muito bem seus mais próximos... suas táticas de voo são as melhores em 40 anos, uma boa influência parando para pensar neste ponto. – Finalmente concluiu, sinalizando para que uma terceira pessoa pudesse entrar.

Agora com eles, uma mulher com 30 anos, fardada, o rosto coberto de cicatrizes, cabelos curtos nas laterais, o olhar traumatizado, porém firme porém sem perder sua feminilidade entrou na sala, batendo continência para os dois.

– Lhe apresento nossa melhor tenente. Em cinco anos no Iraque, com seus impressionantes nove abates de aviões inimigos em apenas 2 anos, tenente Natalie Bravo, codinome Atlas –.

–Ela irá com você para TOP GUN, mesmo sendo tenente ela tanto realizará a missão junto com você e ficará com os outros. O Pentágono confidenciou as atividades dela apenas para nós dois e Iceman – Ele explicou enquanto Maverick olhava para a moça.

Ela ainda era a menininha aos olhos de Maverick, aquela garotinha medrosa e sonhadora que o chamava de "papai" todos os dias. Ele a viu crescendo, viu ela se formar mesmo estando na Bósnia e no Iraque, sua adolescência era o refúgio para os momentos mais tensos de Pete. Alguém para quem voltar em segurança para casa.

Agora ela estava ali, calejada, machucada e ainda de pé, consolidada numa rocha que a mantinha firme. Não aparentava que estava ilesa. Amor, carinho e medo não aparentavam em ser características dela... não como era antes.

Hammer dispensou os dois de sua sala, eles estavam andando lado a lado no corredor do batalhão. Ela mantinha-se firme sem olhar para os lados, enquanto Pete estava observando-a em sua visão periférica. Ainda em choque por sua menininha estar ali.

– Como você cresceu – Ele disse de modo terno para ela.

– Sim, Tio Mav. Eu cresci bastante – Sua voz era macia, um sorriso sem mostrar os dentes cresceu em seu rosto, olhando para ele.

Os dois chegaram até onde suas motos estavam estacionadas, mas antes eles se abraçaram. Ela não havia morrido por dentro, mesmo que Maverick não falasse com Atlas durante seu tempo de serviço, nunca houve um sentimento de ódio dentro de seu peito, não era culpa de ninguém e eles sabiam disso.

– Os cinco anos no Iraque não tiraram você de mim, mas vejo que você não é mais a mesma – Ele beija o topo de sua cabeça, ainda abraçado a ela.

– Você me treinou muito bem, tio Mav. Eu fui para lá apenas com o psicológico dos treinos da academia, mesmo sabendo de como seria lá. Vi coisas que até hoje me tiram noites de sono – Aquela frase saiu de seus lábios com um ar sério, algumas memórias curtas passaram por sua mente.

– Você é forte. Eu sempre soube – Ele soltou a moça de seu abraço, assim ambos subiram em suas motos e foram embora dali.

A percepção de tempo de ambos passou mais rápido que o esperado, agora ambos estavam em suas motos enquanto um caça levantava voo a metros deles. Maverick deixou a nostalgia correr por suas veias, enquanto Atlas o acompanhava, também olhando aquela cena impressionante.

Ela acelera sua moto e ultrapassa Maverick que logo faz o mesmo para alcançá-la. Os tempos haviam mudado, ele continuava o mesmo, mas não fora piedoso com ela. A missão seria importante para os dois, mas não somente para eles.

Pov: Atlas.

Esquadrão do Pacífico. Força Aeronaval.

Chegamos até onde nos recrutaram, confesso que nunca estive aqui, era um lugar imponente, representando a soberania americana e aquilo me impressiona.

Eu e Maverick paramos em frente a fotografia dele e Iceman, quando ele fora o ala de meu tio, aquela foto em preto e branco era emocionante, 1986 foi o ano deles.

Iceman, assim como Maverick, fora meu tio quando eu era mais nova, ele que me enviou para o Iraque pois sabia quem me treinou e de minhas capacidades. Ele estava certo, não era pessoas, mas si profissional e não tenho sentimento de culpa ou raiva por ele também.

Atrás de nós, estava outro quadro dele, com cabelos brancos e uma bela farda cheia de honrosas medalhas:

Tom "Iceman" Kazansky. Comandante, esquadra pacífico.

– "Quanto tempo, tio Ice. Você também é meu herói" – Meus pensamentos me confortavam ao lembrar de Ice, assim como tio Goose. Mesmo que eu não o conhecesse pessoalmente, tia Carole sempre me falou dele com lágrimas nos olhos e um sorriso apaixonado. Maverick e Charlie me criaram junto com ela, confesso que naquela época eu tinha com quem brincar e me divertir..., mas faz muito tempo.

5 minutos depois.

– Capitão Pete "Maverick" Mitchell – A voz do superior quebrou o silêncio da sala.

Estávamos em pé, em frente aos superiores, que nos olhavam enquanto a convocação acontecia.

– Sua reputação diz tudo – Complementou.

– Obrigado, senhor – Maverick lhe respondeu, todos nós sabíamos que seu nome não fora um elogio naquele momento.

– Não foi um elogio – Agora aquilo fora mais sério do que o esperado – Sou Almirante Beau Simpson, chefe das operações de voo. Conhece o Almirante Bates – Depois de todas as apresentações entre eles feitas, assim como algumas brincadeirinhas de Maverick, foi dada a explicação da missão.

Mostrado em uma grande tela atras de nós, uma base ilegal de enriquecimento de urânio, violando o tratado multilateral da OTAN era a nossa ameaça naquele atual momento, nossa missão era destruí-la com uma equipe de aviadores.

A missão, para os mais leigos parecia algo suicida. A localização do bunker era impossível para rastreadores, no subterrâneo de um vale, proteção de mísseis terra ar até o local determinado, com proteção de poucos caças de última geração e outros aviões antigos, F-14 (velharias de museu, para os mais jovens assim como eu. Realmente um suicídio).

– Qual a sua leitura, Capitão? – O segundo Almirante pergunta.

Maverick explicou tudo, desde a quantidade de pilotos, alas e estratégias para a missão. Demandas quais ele tinha toda a experiência, mesmo que não em uma missão só.

Alguém não sairia vivo daquilo, mesmo que seja possível. A ativação do urânio seria em três semanas ou menos. Fazia anos que eu e Mav não pilotávamos um F-18, esse fora meu primeiro avião e depois apenas aviões de quarta geração para as forças especiais no Iraque.

Mas naquele momento era diferente.

Eles queriam que eu e Pete ensinássemos os pilotos para tal missão, porém que eu voasse também.

– Tenente Natalie "Atlas" Bravo. Sua reputação não é de se decepcionar, antes mesmo de saber quem você era, me perguntei as razões para Kazansky te convocar com para ensinar também – Warlock, segundo Almirante ali comentou – Mas após me informar sobre seus feitos no Iraque em tão pouco tempo e idade, você se enquadra como completa para todos os tipos de missões –.

O primeiro Almirante, Cyclone abriu uma pasta que continha meu nome, lendo tudo todo meu histórico.

– Experiência com caças de quarta geração, F-14, F-18, medalhas de melhor sniper em 2021 e 2022, além de inúmeros salvamentos de pilotos e atiradores – Ele virava as páginas e sua expressão era de espanto.

– Obrigado, senhor – Aquelas foram as únicas palavras ditas desde que entrei na sala.

– Sua missão é tanto ensinar os outros pilotos, além de ser treinada por Maverick, mesmo que não seja necessário, mas foi o que Kazansky deseja de você – Warlock disse fechando a pasta e olhando para mim – Não é comum pilotos tão novos com as mais diversas habilidades, sendo que você não fora treinada para tudo isso além de pilotar – Sua sobrancelha está a arqueada em uma expressão de dúvida.

– O Capitão Maverick me treinou ao longo da minha carreira, senhor. Ele tem legalmente todas as academias além da Aeronaval, sendo meu pai perante a lei, tinha toda a autorização para me treinar, apenas as coloquei em prática no Iraque, Senhor – Minha resposta respondia toda e qualquer pergunta futura.

Aquilo não agradou Cyclone, Warlock continuava inexpressível, prosseguindo a explicação. Agora com a foto de doze aviadores da TOP GUN, era dever de Maverick escolher apenas 6 deles.

Eu e Maverick olhamos ao mesmo tempo para apenas um deles.

– Algum problema, Capitão? – Não deveria, mas a pergunta de Cyclone me atingiu também.

– Sabe que sim, senhor – Ele respondeu.

A imagem do piloto foi aumentada e repartida com sua ficha profissional. Eu a olhei e não evidenciei que aquilo me afetava também.

– Bradley Bradshaw, conhecido como Rooster. Sei que você voava com o pai dele, qual era o codinome dele mesmo? –.

Todos sabíamos que aquilo ainda era tenso e doloroso, principalmente para Maverick.

– Goose, senhor – Ele o respondeu.

– Foi trágico – Cyclone pontuou, com pesar, mesmo que mínimo em sua voz.

– O capitão Michell foi isento de qualquer falta, a morte de Goose foi um acidente – A voz de Warlock era confortante mesmo em sua formalidade.

– É como você vê, capitão? É como o filho do Goose vê? – Particularmente, eu não sabia se aquela pergunta era provocativa ou profissional.

Não era culpa dele, nunca foi, foi uma falha técnica. Mas isso não era fácil de colocar na cabeça de Rooster, principalmente depois do que Maverick fez, as ordens de Carole antes de falecer.

– Com todo respeito, senhor, não sou professor. Nem ela – Ele me olhou.

– Você foi professor da TOP GUN –.

– Há quase 30 anos. E foram só dois meses, não é o meu lugar –.

– Então eu serei bem claro. Você não foi minha primeira opção, muito menos estava na lista, está aqui a pedido do Almirante Kazansky. O Iceman é um homem que eu admiro demais e ele acha que você tem alguma coisa a oferecer para a Marinha – Explicou para Maverick – Eu nem imagino o que seja–.

– Não precisa aceitar esta tarefa. Mas vou ser bem claro: será seu último serviço, capitão. Ou pilota pra TOP GUN ou não pilota mais pra Marinha – Cyclone após terminar, virou seus olhos para mim.

– Ao contrário de você, Tenente. Era pra você ser Capitã neste exato momento, acontece que antes disso, você foi raptada e mantida em cativeiro na base inimiga, te declararam como morta e oficializaram o documento. Então de repente, você se salva e quase é afastada por invalidez, graças ao Kazansky isso não ocorreu. O sucesso da missão te colocará neste posto – Ao relembrar o fatídico dia, meus olhos marejaram de tamanho trauma, a situação ainda era recente e minhas feridas internas ainda estavam abertas.

– Obrigado, senhor. Mande meus agradecimentos ao Iceman – Engoli o choro para responder.

Aquilo não seria nada fácil, tudo dependia de nós. Mais de Maverick do que de mim. Encarar Rooster novamente, conquistar meu posto de Capitã mesmo que extremamente nova e ter o risco de tirar a vida de um jovem piloto, aquilo não era partes dos meus planos.

Imprevistos acontecem sempre.

E aqui introduzimos nossa jornada, tenham um bom dia meus leitores lindos.

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