02. Correria para revisar
CORRERIA PARA REVISAR
( capítulo 2 )
“Não diga essas coisas, irmão!” Evan suspirou após o sermão de sua irmã mais nova que segurou sua orelha forte.
Os 3 primos estavam no salão principal, todos estavam de aula livre naquele momento, aproveitando para descansarem e colocarem os assuntos em dia. Mas, as meninas não esperavam que Evan fosse vir com assuntos de pureza de sangue.
O menino Rosier era um menino gentil e carismático entre seus colegas e suas primas, no entanto, para aqueles que não faziam parte de seu círculo ou que iam contra suas crenças, ele podia ser cruel e implacável, muitas vezes se envolvendo em comportamentos intimidadores.
Ele era diferente de suas primas mesmo todos tendo crescido no mesmo ambiente familiar, em um ambiente profundamente imerso nas tradições e crenças da pureza de sangue, algo que foi fortemente instigado por seus pais e a família Rosier. Os pais dos irmãos, ambos defensores fervorosos da pureza de sangue, educaram Evan e Pandora para acreditar que bruxos e bruxas de sangue puro eram superiores aos nascidos trouxas e mestiços. Essa doutrina foi reforçada por histórias familiares, que exaltavam os feitos de seus antecessores e criticavam qualquer forma de mistura de sangue. Evan cresceu não apenas aceitando, mas também venerando esses ideais, assim como seus pais.
Cosette achava todo esse assunto de sangue puro uma besteira. Ela acreditava que a capacidade e o valor de uma bruxa ou bruxo não estavam ligados à linhagem.
Apesar de seus pais não serem tão fervorosos quanto os de Evan, eles ainda compartilhavam, em particular, algumas das crenças tradicionais da família Rosier. Em conversas privadas, eles às vezes expressavam concordância com a importância da pureza de sangue, mas publicamente mantinham uma postura mais moderada e inclusiva. Essa duplicidade muitas vezes deixava Cosette confusa e frustrada, pois ela sentia que seus pais não estavam sendo totalmente honestos sobre suas verdadeiras crenças.
“Não estou dizendo nada de errado, se quer saber.” Evan rebateu, e sua irmã parecia querer explodir de irritação, mas também de preocupação sobre o que se passava na cabeça do irmão.
“Chega desse assunto maluco, inventem outra coisa pra falar, está me dando sono…” Cosette bocejou colocando a cabeça na mesa como se tentasse dormir. Ela fechou os olhos e os irmãos logo a repreenderam para ela não dormir mais do que já tinha dormido naquela manhã.
Pandora puxou a mochila de sua prima e arrancou o caderno que estava enfiado no fundo da mochila. Olhou todas as folhas do caderno da prima, folheando de forma rápida as questões completamente erradas do seminário de feitiços corrigidos de sua prima mais velha. “Pelo amor de Merlin Cosette, como consegue ser tão… burra?” Murmurava a loira em choque.
Cosette fez beicinho enquanto choramingava alto, bateu de propósito a cabeça na mesa enquanto Evan Rosier, ria do sofrimento da loira. Riu e acariciou a cabeça da prima que ainda choramingava com a cabeça cravada na mesa.
As provas do primeiro semestre estavam a chegar, faltando apenas uma única semana para começar o que a Cosette denominava de inferno total. Por ter matado tantas aulas e dormindo nas que foi, Rosier não sabia nenhuma matéria que iria cair naqueles testes, e ela não podia brincar ou bobear, repetir no último ano em Hogwarts era algo que ela nem poderia cogitar.
Já fazia cerca de 2 meses desde do incidente do balde de tinta vermelha, e Cosette não tem falado e nem visto mais pelos corredores ninguém daquele grupinho todos juntos, que estavam muito quietos na humilde opinião da garota. Cosette não tinha a menor vontade de ver eles novamente, tinham causado muitos problemas a ela, mas não podia negar que a última vez que viu Remus passando pelo corredor, sentiu uma vontade que ele fosse até ela e cumprimentar, o que ele não fez, então ela não o faria.
“Uau, suas notas estão horríveis mesmo.” Evan arrancou os papeis da mão da irmã, que suspirou. “Pera aí, esse teste não era com consulta?” O Rosier analisou o papel antes de jogar ele na mesa grande de madeira.
“Não quero mais falar disso, eu vou me virar nessas provas, estou falando sério!” Cosette gritou em uma feição determinada, batendo as mãos finas na mesa, o que chamou a atenção de pessoas da mesa do lado com a choradeira.
Os irmãos Rosier a olharam não muito acreditados, mas preferiram ficar calados.
“Ah, já encontrou o Barnabás pelos corredores?” Riu Evan mudando de assunto.
Barnabás, Cosette sentiu o sangue ferver só de lembrar do nome dele novamente. A loira ainda procurava o lufano pela escola esperando a oportunidade perfeita para fazê-lo pagar pela aquela manchete que ele fez sobre ela no jornal da escola.
“Já encontrei, mas ele corre rápido.”
“Acha mesmo necessário correr atrás dele dessa forma, Cosette? Melhor deixar isso de lado.” Pandora disse enquanto se levantava da cadeira pegando os livros grandes e pesados de poções e feitiços, os guardando na grande bolsa velha e semi-rasgada de sua prima.
“Por Merlin, por que não arruma uma outra mochila?” Ela fez careta enquanto fechou a mochila com uma dificuldade enorme por conta do zíper enterrado.
“Não consigo, tenho um carinho por ela. E não puxa o zíper assim que vai estragar, ein! E respondendo sua pergunta: não, não vou sossegar até acabar com a raça dele ou vou me arrepender até o dia da minha morte!”
Pandora suspirou revirando os olhos, mas não pôde evitar um sorrisinho que surgiu no canto de sua boca. Evan, que havia parado de rir que nem um bobo corte, olhava fixamente para algo atrás de Cosette, mas se manteve quieto antes de desviar o olhar.
“É melhor irmos logo.” A loira mais nova disse devolvendo a velha e pesada bolsa para sua prima enquanto se preparavam para sair do corredor.
Com as meninas saindo na frente enquanto conversavam, Evan parou ficando um pouco para trás, perto da porta do salão principal, olhou diretamente para alguém, que estava mais afastado e olhando de longe, finalmente dizendo: “Está parecendo um stalker desse jeito.” Disse em um sorriso sarcástico e divertido antes de sair, alcançando as meninas que nem tinham percebido essa interação de Evan com outra pessoa por estarem distraídas.
Cosette Rosier estava sentada em uma das mesas mais isoladas da biblioteca, cercada por uma bagunça descontrolada de livros de diversas matérias aleatórias, pergaminhos e penas. Seu rosto cheio de caretas indicava frustração enquanto rabiscava algo que parecia mais um código de runas do que uma redação de Transfiguração.
“Se ao menos houvesse um feitiço para escrever isso sozinho...” Ela murmurou, empurrando o pergaminho de lado e levantando-se para pegar um novo livro.
Ah, Cosette realmente odiava estudar.
Na prateleira, bem acima da sua cabeça, estava o exemplar que precisava: Transfigurações Avançadas: Teoria e Prática. “Ótimo, como vou pegar essa porcaria agora?” disse bufando a si mesma, enquanto se equilibrava na ponta dos pés.
Fez força e esticou as mão acima na tentativa de pegar o maldito livro, mas tudo que conseguiu foi segurar o vento. “Droga!” Murmurou Cosette.
Além de ser obrigada a estudar, a situação ainda te humilhava da pior forma possível.
De repente, uma mão surgiu ao lado dela e agarrou o livro. Cosette deu um passo para trás e, pela sua surpresa, encontrou ninguém menos que Remus Lupin. Com toda certeza do mundo ela não esperava ver o garoto ali, pelo menos não naquele momento onde ela parecia ridiculamente esquisita, com olheiras, cabelos presos e claramente segurando o vento. Ela fingiu uma tosse falsa antes de ajustar um fio desordenado de seu rabo de cavalo.
“Obrigada por pegar o livro pra mim, mas eu não pedi a sua ajuda, sabe? Eu sei me virar e iria pegar o livro e-”
Remus já estava virando em direção à saída com o livro em mãos sem ao menos escutar as palavras da loira. A corvina sentiu seu rosto queimar de vergonha ao em segundos notar que o grifinório não tinha a mínima intenção de dar o livro a ela.
“Ei!” Cosette chamou incrédula. “Esse era meu livro!”
Remus parou e virou-se devagar, com a expressão mais inocente que conseguiu fazer. “Ah, desculpe, você já estava lendo ele? Porque, de onde eu estava, parecia que você estava apenas admirando a capa.”
Cosette cruzou os braços, estreitando os olhos, ainda com o rosto meio corado pela vergonha. “Eu ia pegar ele! Estava na prateleira alta, mas eu ia pegar, não seja sonso!”
“Hum.” Remus fingiu pensar, segurando o livro contra o peito. “É, parece um problema de planejamento, não do livro.”
“Problema de planejamento? Eu estava literalmente pegando ele antes de você aparecer como uma sombra sorrateira!”
“Bem, tecnicamente, você não estava segurando ainda.” disse ele, com um sorriso que claramente sabia que estava provocando.
“Você é insuportável, sabia disso?” Cosette deu um passo à frente, apontando para o livro. “Só me dê o livro, Lupin. Você nem precisa dele!
”
“Na verdade, preciso. Transfiguração é minha melhor matéria, e quero manter isso assim.” Ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais lógica do mundo.
Cosette bufou. “Você é um ano mais novo! O que vai entender de transfiguração avançada? Aposto que está só fingindo que entende.”
“Você deveria ser a última pessoa dessa escola que deveria me falar isso.” Remus disse rindo, fazendo Cosette corar. “Mas, então, por que não me testa? Vamos sentar e revisar juntos. Se eu errar algo, o livro é seu.”
Ela piscou, surpresa. “Você quer... estudar comigo?”
“Não exatamente. Quero provar que você está errada.” respondeu ele, com um sorriso travesso.
[♡]
Minutos depois Lupin, tentando não rir de nervoso, olhando todas as anotações da Rosier, percebeu que a situação era extremamente crítica para alguém que estava no último ano de hogwarts, ele tinha dúvidas antes, mas agora tinha total certeza.
Ele estreitou os olhos. “Você está me dizendo que está no último ano e sua abordagem para passar em Transfiguração é ‘apenas faça parecer que você sabe’?”
“Sim! E funciona na maioria das vezes!” ela rebateu, defensiva. “Você acha que McGonagall pede pra gente citar teorias no meio de um duelo? Claro que não! Olha, Lupin, eu consigo fazer a transfiguração. Só não vejo a necessidade de entender a teoria que ninguém vai me perguntar fora de uma prova!”
Remus inclinou a cabeça, um sorriso começando a se formar. “Bem, acho que tenho uma palavra para isso. E a palavra é: pena.”
Cosette arregalou os olhos, indignada. “Pena? Você vai me ajudar por pena?”
“Isso mesmo.” Remus respondeu com um sorriso travesso. “Pura, genuína, pena acadêmica. É doloroso assistir você patinar nisso.”
“Eu não patino em nada, Lupin!” Ela estava vermelha agora, mas sabia que ele estava certo.
Remus suspirou de novo, mas desta vez com um sorriso escondido. “Ok, chega de teoria. Vamos para a prática. Mostre o que você sabe.”
Cosette puxou a varinha com um brilho nos olhos. “Aí sim! Eu sou boa na prática.”
Respirou fundo antes de se levantar e apontar sua varinha longa e detalhada ao um dos pedaços de pergaminhos em cima de sua mesa. Em minutos, Cosette estava transformando o objeto com facilidade, mudando um pedaço de pergaminho em uma borboleta e, em seguida, em uma pedra com uma precisão impressionante.
Remus a observava, claramente confuso. “Você consegue fazer tudo isso mesmo não sabendo absolutamente nada na teoria? Como é possível?”
Ela deu de ombros, orgulhosa. “A prática sempre vence, Lupin. Quem liga pra teoria quando eu posso simplesmente… fazer?”
“Os examinadores das N.O.M.s, talvez?” Ele sugeriu.
Cosette fez uma careta. “Ah, qual é, Lupin. Eles adoram truques práticos. Se eu transformar uma cadeira em um dragão, aposto que nem vão lembrar de perguntar sobre teoria!”
“Certo.” Remus disse com uma risada. “Mas por via das dúvidas, vamos garantir que você saiba o suficiente para evitar explosões imaginárias, ok?”
Cosette revirou os olhos, mas o canto da boca dela se curvou em um sorriso. “Você fala demais, Lupin. Continue ensinando.”
A luz do sol que antes iluminava a biblioteca foi substituída por um brilho quente das tochas e velas. O silêncio do lugar agora parecia mais confortável, com o som suave das penas arranhando o pergaminho e o sussurro de outros alunos apressados tentando finalizar seus estudos.
Remus e Cosette ainda estavam na mesma mesa, agora cercados por papeis rabiscados, livros empilhados e alguns itens transfigurados que pareciam mais resultados de experimentos do que algo útil.
“Certo, Rosier, acho que chegamos a algum lugar hoje.” Remus disse, fechando o último livro com um baque suave. Ele parecia cansado, mas satisfeito.
Cosette esticou os braços sobre a cabeça, bocejando. “Lugar nenhum. Se a McGonagall pedir pra eu explicar o que é um ‘resultado instável’ durante a prova, vou dizer que é isso.” apontou para o pergaminho dela, onde a escrita estava uma mistura de frases confusas e diagramas sem sentido.
Remus riu, recostando-se na cadeira. “Não é tão ruim. Melhor do que o que você sabia antes.”
“Que era… nada.” suspirou ficando desajeitada na cadeira. Olhou o garoto que a observava como se estivesse esperando um obrigado, mas ela só corou um pouco e virou o rosto pro lado. “Orgulhosa..” Remus pensou.
“De nada.” respondeu ele com um sorriso travesso.
Por um momento, eles ficaram em silêncio, observando a pilha de papeis. Lupin quem quebrou o silêncio, com um brilho de humor no olhar. “Falando em caos, sabe o que isso me lembra?”
Cosette ergueu uma sobrancelha, desconfiada. “O quê?”
“Do dia do balde de tinta vermelha.”
Ela bufou, cruzando os braços. “Se eu soubesse que vocês tinham armado aquilo, teria transformado aquele balde em uma pedra antes que você sequer pudesse levantar ele.”
Remus tentou conter o riso, mas falhou. “Para ser justo, foi ideia do Sirius. Eu só estava lá porque... bom, porque eles sempre me arrastam pra essas coisas.” Mentiroso, Rosier sabia muito bem que ele só tinha cara de bonzinho, ele por dentro da cara fofa e bonitinha, era uma pestinha.
“E você nem tentou impedir?” Cosette perguntou, semicerrando os olhos.
“Ah, vamos lá, a tinta não era pra você, e sim pro carrancudo do Snape!” Remus disse defensivamente, mas depois sorriu. “Só não achei que ia dar tão errado. Achei que a tinta ia só... respingar no Snape. Não fazer você parecer uma poção de morango ambulante.”
Cosette revirou os olhos. “Foi humilhante! Até os fantasmas riram de mim! Pandora passou semanas esfregando meu cabelo pra sair a tinta!”
“Ei, pelo menos a McGonagall não levou tão a sério. Ficamos suspensos só uma semana e ainda conseguimos fugir da Murta-Que-Geme no último dia. Sirius achou que você ia tentar transformá-lo em uma cobra depois disso.”
“Pensei nisso.” Cosette respondeu, com um sorriso afiado. “Mas achei que seria melhor manter a dignidade. Querendo ou não, Sirius tem muitas fangirls espalhadas por aí, e eu não estava afim de me irritar ainda mais.”
Remus riu de novo, mas depois ficou sério. “Falando nisso, me avisa como você vai se sair nas provas, tá? Quero saber se todo esse esforço hoje valeu a pena. Se você tirar uma nota ruim, eu vou ter que fingir que não te conheço.”
Cosette estreitou os olhos. “Ah, é? E se eu tirar uma nota excelente? Vai admitir que foi graças ao meu talento nato?”
“Ou talvez, ao meu excelente ensino.” Remus rebateu, piscando.
“Você fala demais, Lupin.” ela disse, guardando seus materiais e jogando o pergaminho enrolado na mochila. “Mas eu te aviso, só porque você pediu.”
Enquanto ela se levantava para ir embora, Remus a observou com um sorriso pequeno, mas satisfeito. Talvez aquela noite tivesse começado com uma discussão por um livro, mas ele sentia que tinha feito algo realmente bom.
Cosette olhou para ele antes de sair da biblioteca. “Ah, e Lupin? Se eu passar, te devo uma. Mas se eu não passar…”
“Você vai explodir um animal na sala de aula?” ele brincou, rindo.
Ela apenas sorriu de lado. “Vou colocar tinta no seu travesseiro.”
Se entreolharam por uns segundos antes de saírem em silêncio para o corredor fora da biblioteca, isso até Remus falar.
“Bem, quer que eu te acompanhe até os dormitórios? Está ficando tarde e talvez já tenha monitores do lado de fora… o que acha?”
A loira sorriu de forma travessa e já iria responder que sim de forma imediata, mas viu uma silhueta muito familiar passando devagar pelos corredores, com uma cara de como se não tivesse feito nada de errado, carregando seus livros nos braços finos, junto de uma câmera, enquanto assoviava em uma melodia desafinada.
Com o uniforme da lufa-lufa, e aqueles olhos juntos de um óculos fundo de garrafa, impossível não saber quem era. Barnabás Frivol, passando distraído pelos corredores sozinho.
A chance de Cosette de se vingar, era agora.
Virou-se para Remus antes de se desculpar. ‘Foi mal aí cara, lembrei que tenho que resolver algo rapidinho… tchau!”
Ela não deu nem uma chance dele falar algo e já saiu correndo para o outro lado do corredor, deixando um Remus com uma cara desolada, mas muito engraçada para trás.
Cosette correu com determinação pelos corredores, seu cabelo loiro-prateado balançando enquanto se movia em direção ao distraído Barnabás Frivol. Ele parecia completamente alheio ao perigo iminente, assobiando alegremente enquanto equilibrava a câmera e os livros.
“Ei, Frivol!” a voz dela ecoou alto pelo corredor.
Barnabas parou de assobiar, congelando no lugar como um cervo sob a mira de uma varinha. Lentamente, ele virou a cabeça e encontrou Cosette se aproximando com um sorriso nada amigável.
Antes que ele pudesse reagir, Cosette saltou sobre Barnabas com um movimento ágil, empurrando-o para dentro de uma sala vazia próxima. Ele soltou um grito abafado quando caiu sentado no chão, com os livros e a câmera espalhados ao redor.
“Por favor, Rosier, eu só queria fazer uma reportagem! Foi por motivos jornalísticos!” Barnabás exclamou com a voz trêmula, levantando as mãos em rendição, seus olhos arregalados atrás dos óculos fundo de garrafa.
“Jornalísticos, é?” Cosette rebateu, puxando-o pelo colarinho e aproximando o rosto dela do dele. “Você me fez passar vergonha diante de metade da escola! ‘Até os esquisitões invisíveis estão sendo alvos da pegadinhas em Hogwarts, façam suas apostas!’ É isso que você chama de jornalismo?!” Recitou uma parte da matéria.
Barnabás engoliu em seco, tentando escapar. “Ok, ok! Eu exagerei um pouco, mas você tem que admitir… foi engraçado?”
“Engraçado?” Ela o balançou levemente. “Eu devia transfigurar você em um rato e te encher de tinta vermelha, só pra você ver como é divertido!”
“Espera!” Barnabás quase gritou. “Eu posso te recompensar! Eu juro! Só não me bata!”
Cosette parou, ainda segurando o colarinho dele, mas inclinando a cabeça com curiosidade. “Ajudar? Como exatamente?”
Ele respirou fundo, claramente desesperado para salvar a própria pele. “Eu sei que você… hum… tem dificuldades para estudar, certo? Então... eu tenho algo que pode te ajudar. Um vira-tempo!”
Cosette franziu o cenho. “Um vira-tempo? Como você conseguiu isso?”
“Não importa.” Barnabás respondeu rapidamente, remexendo no bolso interno do uniforme e puxando um pequeno artefato dourado com uma ampulheta no centro. “Aqui, você pode voltar algumas horas e estudar com mais calma antes das provas. É uma solução, certo?”
Cosette o encarou com desconfiança, mas depois sorriu lentamente, quase se divertindo. “É claro que você teria algo assim. Bom, vou aceitar.”
E, sem qualquer cerimônia, ela o soltou e pegou o vira-tempo de sua mão. Barnabas caiu de volta no chão com um som abafado, piscando de surpresa.
“Você não vai me machucar, né?” ele perguntou, esperançoso.
“Não hoje.” Cosette respondeu, guardando o vira-tempo no bolso. “Mas se você publicar qualquer coisa sobre isso no seu jornal, aí sim você vai ver o que é tinta.”
Ela virou-se e saiu da sala, deixando Barnabas no chão, murmurando algo sobre como ela era “mais assustadora do que o pessoal da Sonserina”.
#NOTAS
Demorei pra voltar e postar, mas aí está hehe.
Espero muito que tenham gostado desse capítulo! Eu sempre fico muito animada escrevendo too sweet e vendo a reação de vocês ♡
💌 Até o próximo capítulo.
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