Pete Townshend #8
Este livro começou com ele, o primeiro e único Pete fucking Townshend, amor da minha vida todinha... Nada mais justo do que acabar com ele também! (Mas, não se desesperem, o livro 2 já está a caminho...)
✨ 𝐈 𝐑𝐚𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐁𝐞 𝐇𝐞𝐫𝐞 𝐓𝐡𝐚𝐧 𝐀𝐧𝐲 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐏𝐥𝐚𝐜𝐞 ✨
Maio, 1965
Finalmente a sexta-feira havia chegado, S/N nem conseguia acreditar! Aquela semana havia sido bem intensa na faculdade, cheia de provas e trabalhos complicados para entregar, afinal, o período letivo estava quase chegando ao fim. Portanto, a ideia do fim de semana finalmente ter chegado deixava a garota com uma enorme sensação de alívio.
Além disso, pela primeira vez em muito tempo, o namorado dela, Pete, teria uma folguinha na agenda maluca de shows e os dois haviam combinado de passar o fim de semana inteiro juntos, sozinhos. Ela mal via a hora!
Devido ao sucesso repentino do Who e, também, à loucura do fim de período da faculdade, os dois namorados estavam se vendo muito pouco, mal se lembravam da última vez que haviam passado o dia inteiro juntos, então, estavam bem ansiosos praquele fim de semana especial. Também seria o último fim de semana de Pete com 19 anos e S/N queria comemorar isso com ele.
Enfim, o sinal soou pelos corredores da faculdade e S/N se levantou prontamente já com tudo arrumado para sair. De acordo com o que haviam combinado, Pete a estaria esperando no estacionamento.
E realmente, lá estava o guitarrista, recostado na lataria de seu carro funerário - o clássico - com um cigarro aceso entre os lábios. Estava cansado depois de uma semana agitada, com shows marcados todas as noites, e isso podia ser visto nitidamente em seus olhos, que estavam fundos e acentuados por olheiras escuras. Mas, apesar disso, estava feliz. A perspectiva de passar o fim de semana inteiro com sua garota o deixava contente e calmo. Era tudo o que precisava para recompor as energias!
Porém, isso não significava que ele estava afim de conversar com outras pessoas que não S/N. Por isso, ao ver um rapaz se aproximar dele, precisou conter a vontade de soltar um resmungo. O jovem parecia um pouco acanhado, como se estivesse com vergonha de chegar mais perto, mas, mesmo assim o fez.
-- Ei, cara, tudo bem? Você não é... Você não é o guitarrista daquela banda que apareceu no Ready Steady Go no mês passado? O The Who? -- O moço perguntou. Pete franziu os lábios no que deveria ser um sorriso e tragou o cigarro, assentindo.
-- Eu mesmo...
-- Ah, eu assisti a apresentação de vocês! São ótimos! Minha amiga disse que vocês estão sempre tocando por aí, só ainda não tive a chance de ir num show... -- O rapaz continuou a dizer. Pete não queria ser grosso, mas, ao mesmo tempo, não estava com muita paciência, por isso, se limitou a assentir e a responder com poucas palavras. -- Mas um dia vou, com certeza!
-- Vai sim...
-- E o que você está fazendo aqui? Não vai me dizer que você estuda aqui! -- O moço falou com um certo entusiasmo.
-- Não, só vim buscar minha namorada...
-- Ela estuda aqui? Puxa, que legal! Quem é?
-- O nome dela é S/N, ela... -- Pete começou a explicar, pedindo, mentalmente, para que a própria se materializasse ali para que pudessem ir embora.
-- Ah! -- O rapaz exclamou, surpreso, arregalando os olhos. -- S/N! Conheço ela, fazemos a matéria de História Contemporânea juntos! Gente boa...
-- Ela é...
-- Que legal, ela deve adorar namorar um astro do rock que nem você... A vida deve ser cheia de emoções... -- O garoto riu, cutucando o braço de Pete com o cotovelo como quem conta uma piada. -- Bem, você deve levá-la nos lugares mais incríveis, eu imagino... Restaurantes chiques, festas e bares da moda... É o que eu faria com minha namorada se tivesse toda a grana que você provavelmente tem... Quer dizer, já ouvi muitas coisas sobre o Who, sei que vocês costumam quebrar os instrumentos no fim dos shows... Se vocês não tivessem dinheiro, não estariam fazendo isso, certo? -- Ele riu de novo, mas Pete não achou graça nenhuma, apenas ficou olhando inexpressivo para o rosto risonho daquele sujeito tão sem noção.
Acontece que Pete não tinha dinheiro sobrando. Na realidade, ele não tinha dinheiro algum! O The Who estava fazendo sucesso? Estava. O The Who estava ganhando dinheiro? Estava, também! Só havia um porém: primeiro que os integrantes da banda em si recebiam muito pouco depois de todos os tributos e porcentagens que precisavam pagar aos produtores e empresários; segundo que a banda em si gastava três vezes mais do que recebia! Grande parte disso se devia, justamente, à destruição dos instrumentos!
Pete, como compositor, ganhava um pouco mais do que seus colegas, porém, como "quebrador de guitarras", gastava mais que eles! A solução era simples, bastava que ele agisse como um guitarrista normal e parasse de destruir seus amados instrumentos, certo? Errado! Ele não podia parar! Não enquanto justamente a quebra de instrumentos fosse a maior atração do show e o que garantia a maior parte da venda dos ingressos!
Ele estava vivendo um paradoxo...
Queria fazer tudo aquilo que aquele rapaz chato e intrometido havia suposto que ele fazia com S/N, mas não podia! Não podia levá-la em restaurantes chiques, não podia frequentar bares e festas badaladas com ela... Não podia dá-la presentes caros... Ele não tinha a porra do dinheiro necessário! Tudo que ele podia era levá-la para dar um volta no parque, fazer um piquenique, quem sabe, talvez, numa boa semana, comprar uma garrafa de champanhe e passar a noite com ela em seu apartamento! Nem no barzinho da esquina para ouvir música ao vivo ele ia poder levar ela naquela semana porque, haha, veja só, ele já havia gastado todo o dinheiro dele dos últimos cachês para reparar suas guitarras...
Que bela merda!
-- Cara? Ei, cara? Tá tudo bem? -- O rapaz acenou diante da face de Pete e só então este percebeu que estava divagando. -- Seu rosto está meio... Vermelho...
-- Eu só... Me perdi em pensamentos... -- O guitarrista chacoalhou a cabeça ligeiramente, se perguntando porquê estava dando explicações praquele cara. O outro abriu um sorriso enviesado e cutucou de novo o braço de Pete com o cotovelo. Senhor, dai-me paciência!
-- Saquei, saquei... -- O jovem respondeu de forma maliciosa, atribuindo a vermelhidão do rosto de Pete a outras coisas, não à raiva que ele, de fato, estava sentindo. Pete já estava perto de perder o controle e voar no pescoço daquele cara quando S/N apareceu, sorrindo para ele à distância, se aproximando.
-- Oi, Pete! -- Ela cumprimentou, trocando um selinho rápido com o namorado, que ia responder mas foi interrompido pelo sujeitinho irritante.
-- S/N! Não sabia que você namorava o guitarrista do The Who! Que incrível, estava aqui trocando ideia com ele!
-- Ah, hehe, oi, Greg! -- A moça virou-se para o colega, dando uma risadinha sem graça. -- Pois é, então...
-- Vamos? -- Pete perguntou, indicando o carro com a cabeça. Queria ir embora logo. S/N segurou para não rir do desespero todo dele por sair dali e apenas assentiu.
-- Bem, aproveitem o fim de semana! Não façam muitas loucuras, hein? -- O rapaz riu e acenou, vendo o casal adentrar o carro e partir.
Já no carro, Pete soltou um longo suspiro, indicando como havia sido cansativa a conversa com aquele tal de Greg.
-- Ele é chatinho mesmo, mas não é uma má pessoa... -- S/N justificou. Então, pousou a mão no joelho do namorado e acariciou aquela área. -- Mas falemos do nosso fim de semana... O que você quer fazer?
-- Não sei... -- Pete deu de ombros. Estava um pouco chateado com a ideia de que não podia levar a namorada para fazer nada de divertido e, como não sabia lidar muito bem com os próprios sentimentos, havia perdido grande parte do entusiasmo que estava sentindo minutos antes. Maldito Greg! -- Tanto faz...
-- Tá tudo bem? -- Quis saber S/N, franzindo o cenho, olhando para o namorado. Ele estava estranho, quieto. Parecia cansado e, até mesmo, triste com alguma coisa. Pete assentiu, sem tirar os olhos da rua. --Pete... Fala comigo...
-- Tá tudo bem, S/N! O que você quer que eu responda? -- Ele retrucou, sem conseguir conter sua frustração. S/N tirou a mão da perna dele, pousando-a no próprio colo, claramente chateada com a resposta brusca que recebera. Decidiu ficar em silêncio. Se Pete não queria conversar, então ela também não ia dizer mais nada. O rapaz soltou um longo suspiro. -- Desculpa, eu não queria ter sido grosso com você... Eu só, estou cansado...
-- Eu também estou cansada, Pete... Essa semana não foi fácil para nenhum dos dois... Porém, você podia mostrar um pouco mais de entusiasmo por passar o fim de semana comigo! Quanto tempo faz que a gente não consegue ficar mais de duas horas juntos? -- A mocinha reclamou, mostrando-se um pouco magoada pela falta de ânimo do namorado.
-- Eu estou feliz de te ver, S/N, realmente estou... Eu só... -- Pete estava tendo dificuldades para externalizar o turbilhão que passava por sua cabeça naquele momento. S/N o observava com atenção, preocupada. Sabia que havia algo o incomodando e não era só a canseira. Teria lhe acontecido algo durante algum show? Teria sido algo que ela própria dissera?
-- Pete, por favor... Fala comigo... -- Ela pediu mais uma vez, voltando a colocar a mão de forma cuidadosa na perna dele.
Pete decidiu que precisava estacionar o carro antes de ter uma crise de ansiedade ou coisa do tipo, o que poderia levar a um acidente, por isso, parou o veículo ao meio fio da calçada. Mal sabia onde estavam. O rapaz respirou fundo de olhos fechados, as duas mãos segurando o volante.
-- Eu estou cansado de trabalhar que nem louco e não ter dinheiro pra nada... -- Ele admitiu, a voz soando baixa. Então, abrindo os olhos, ele voltou o rosto para sua namorada, que o observava e ouvia atentamente. -- Estou cansado das pessoas acharem que posso fazer tudo, que tenho dinheiro sobrando... E estou cansado de saber que não posso te levar para fazer nada de legal ou interessante, de não poder te dar presentes... E fingir que está tudo bem! Não está tudo bem! Eu mal tenho dinheiro para comprar uma garrafa de cerveja! Seu namorado não tem dinheiro, S/N! Seu namorado não pode te levar em restaurantes chiques e coisas do tipo! Não pode te dar joias caras ou casacos de pele!
-- Pete, pelo amor de Deus, se acalme... -- A garota pediu, nervosa ao perceber que o namorado estava à beira de uma crise de ansiedade. Com a testa franzida de forma preocupada, S/N ergueu as mãos para segurar o rosto de Pete entre estas, de forma gentil e carinhosa. -- Tá tudo bem, acalme-se...
Os olhos dos dois se encontraram e S/N foi guiando Pete num exercício de respirar profundamente e soltar o ar devagar. Então, quando os dois já estavam mais calmos, a garota desceu as mãos para os ombros do namorado e as apertou ali, sentindo-o ainda um pouco tenso.
-- Desculpa, S/N... -- Ele pediu, a voz saindo baixinha.
-- Desculpa pela crise de ansiedade ou por toda aquela história de você não ter dinheiro para gastar comigo?
-- Desculpa por tudo... -- Pete balançou quase que imperceptivelmente a cabeça, tomando uma das mãos da namorada na sua.
-- Sobre a crise de ansiedade, está tudo bem, às vezes não conseguimos nos conter, mas fique calmo, já passou... Sobre a parada do dinheiro, até parece que você não me conhece! Pete, pelo amor de Deus, nunca quis que você gastasse seu dinheiro comigo, sobretudo com coisas caras! -- A moça exclamou, enfática, olhando no fundo dos olhos azuis do guitarrista que, naquele momento, parecia um pouco envergonhado.
-- Só tenho receio de... Ah, de não ser o suficiente para você... -- Ele admitiu, abaixando o rosto e fitando o volante. A mão ao mesmo tempo fria e calorosa de S/N empurrou novamente de forma sutil a bochecha do namorado para que este voltasse a encará-la.
-- Não diga uma coisa dessas, por favor... -- A voz dela soou baixa e suave e Pete sabia que ela estava sendo sincera. -- Eu não preciso de um namorado que me leve em lugares chiques ou me dê coisas caras... Eu preciso de você e qualquer coisa que você fizer, para mim é o suficiente...
Então, sem conseguir mais se conter, Pete, que agora apresentava um sorrisinho bem pequenininho nos lábios, abaixou-se para beijar sua garota, segurando-a cuidadosamente pela nuca. Ele sabia que ela estava dizendo a verdade, afinal, era exatamente daquela forma que ele se sentia em relação a ela.
-- Apesar de tudo... -- O rapaz falou de forma sibilante, o rosto ainda bem próximo do de sua amada. -- Saiba que nunca vou deixar nada faltar para você...
-- E nem eu para você... -- Ela o deu mais um selinho. -- Mas agora, deixemos esse papo futurístico para depois e vamos aproveitar nosso fim de semana...
Sorrindo, Pete assentiu e voltou a dar a partida no carro, dirigindo rumo ao apartamento dele.
Já na casa do guitarrista, de noite, enquanto S/N procurava um bom filme na televisão, Pete encheu duas canecas com chocolate-quente e as levou até a sala, enfiando-se de baixo das cobertas ao lado de sua namorada e a entregando uma das canecas.
Depois de brindarem e tomarem um gole das bebidas, S/N puxou o namorado pela nuca e o beijou com paixão, deixando, antes, a caneca na mesinha de centro. Pete retribuiu de pronto, a abraçando confortavelmente pela cintura.
-- Não há nada que eu ame mais do que ficar com você e não há nenhum lugar que eu preferia estar do que aqui... -- A garota falou em meio a um lindo sorriso, beijando mais uma vez os lábios enviesados de forma alegre de seu namorado.
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Eeeeeei, gente, como estão nesse dia de Enem? Queria desejar boa sorte a todos que vão fazer a prova... Não se desesperem que vai dar tudo certo! Se eu passei, vocês também passam kkkkkkkk ai enfim... Este é o último imagine deste livro.... Foram 198 imagines até aqui (sem contar os dois capítulos extras, o de pedidos e o final que eu ainda vou postar) e eu só tenho que agradecer e muito a todos vocês que me acompanharam até aqui! Vou deixar os agradecimentos para o próximo capítulo eeee repito, segundo livro já está a caminho! É isso, um beijão pra vocês! Espero que tenham gostado desse imagine do guitarrista mais temperamental e fofo do mundo... <3 <3 <3
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