John Lennon #3
Este é um pedido da LuaHyu <3 <3 <3 Espero que goste!!!
✨ 𝐍𝐞𝐰 𝐘𝐨𝐫𝐤, 𝐍𝐞𝐰 𝐘𝐨𝐫𝐤! ✨
O ano é 1976. Você nunca havia estado em Nova York! Era tudo tão lindo e mágico, principalmente para uma mulher que nunca havia saído da Europa, como você. Você amava sua terra, claro, mas não podia deixar de sentir algo maravilhoso em seu peito palpitar enquanto seus olhos capturavam todas aquelas paisagens diferentes e cheias de pessoas diferentes.
Porém, tudo tem um lado bom e ruim. Apesar de estar encantada, você não estava acostumada a andar no meio de tanta gente, então, sentindo-se sufocada, você sempre buscava caminhar por locais que contavam com menos aglomerações.
Depois de olhar a Estátua da Liberdade e tirar algumas fotos com sua câmera fotográfica, você viu um parque arborizado próximo e decidiu dar uma volta por lá, afinal, parques costumam ser calmos, certo?
Errado.
Assim que entrou no parque, espantou-se ao ver que ocorria uma espécie de protesto lá dentro, cheio de pessoas com cartazes e berrando em prol - ou contra, você não estava entendendo muito bem - de alguma causa. Quando tentou dar meia volta para sair do parque, viu que mais pessoas haviam chegado e você, agora, se encontrava praticamente cercada. Aquela multidão começou a se espremer e você começou a ficar nervosa e com falta de ar, tentando sair daquele meio.
Aquelas pessoas deviam estar reunidas contra algo, você constatou, levando em conta o nível de braveza delas. Havia uma cacofonia de sons e aquilo só estava te deixando ainda mais atordoada. Se apertando para passar entre o povo, você finalmente conseguiu sair de lá, olhando para trás conforme andava ligeiramente para longe do aglomerado raivoso. Você seguiu em direção às árvores, ainda observando por cima do ombro para ver se alguém estava te seguindo, até que...
-- Ai! -- Você exclamou ao trombar com outra pessoa, que soltou o mesmo tipo de objeção. Quando olhou para frente, quase caiu de costas tamanho era seu choque.
-- John Lennon?!
-- Shhhh! -- O homem, que pelo visto estava se disfarçando para não ser reconhecido, usando óculos escuros e um sobretudo longo, colocou o indicador diante da boca e fez o sinal universal de silêncio. Ele ainda não havia te reconhecido.
-- Sou eu! -- Você falou, apontando para si mesma com as duas mãos. John te observou atônito por um momento, a boca entreaberta.
-- S/N... -- Ele sussurrou quando claramente a ficha dele havia caído. Ele ergueu o rosto por cima de sua cabeça e olhou para todos os lados, te segurando pelo ombro e te puxando para que o seguisse até um lugar mais deserto do parque.
Quando já se encontravam totalmente sozinhos entre as árvores, ele tirou os óculos escuros, colocando os de grau, e olhou para você de cima a baixo.
-- Olhe só para você! -- Ele exclamou, te puxando para um abraço... O que fez com que milhares de lembranças voltassem à tona em sua mente. Ele ainda possuía o mesmo cheiro...
-- Olhe para você! Vejo que decidiu usar de vez os óculos de grau! -- Você falou, rindo um pouco, lembrando-se da relutância dele antigamente em querer usar os óculos.
-- Só assim para enxergar alguma coisa... -- Ele riu, então, se recompôs e voltou a olhar para você, como se ainda estivesse desacreditado. -- Nossa, quantos anos fazem que não nos vemos?
-- Hm, quase vinte! -- Você respondeu, lembrando-se nostálgica daqueles tempos distantes.
John foi seu primeiro namorado, em 1958, em Liverpool. Você era perdidamente apaixonada por ele e, como você podia perceber, ele também era por você. Foi com ele que você havia dado seu primeiro beijo, aos 16 anos, e, depois, perdido a virgindade. Vocês passaram dois longos e maravilhosos anos juntos, até que os Beatles começaram a fazer sucesso, precisavam viajar para tocar em outros lugares e vocês acharam que seria melhor para os dois que o namoro terminasse. Depois disso, vocês nunca mais se viram.
Você sofreu muito com o término, afinal, John fora seu primeiro grande amor. Porém, não demorou para que você começasse a namorar um outro rapaz muito legal e que também parecia estar perdidamente apaixonado por você. Você se casaram e, depois disso, tiveram dois filhos. Até que seu marido acabou falecendo, em 1974, e, desde então, você havia focado em sua carreira como roteirista de documentários.
-- Você continua com a mesma carinha! Sério! -- John comentou, sorrindo. -- O que faz em Nova York?
-- Ah, estou trabalhando num documentário sobre a Estátua da Liberdade... Cheguei ontem, ainda tenho um longo trabalho pela frente... -- Você respondeu, rindo de forma cansada. John assentiu, interessado.
-- Que incrível! Se quiser, posso te levar em alguns lugares interessantes... Mas, me diz, como vai a vida? Você se casou? -- Ele perguntou, curioso, lançando um olhar discreto para sua mão esquerda, onde ainda ainda havia uma aliança colocada ao redor de seu dedo.
-- Ah, sim... Me casei com Roger Stanley, lembra-se dele? Era um ano mais novo que você na escola... -- Você contou, abrindo um sorriso cheio de saudades. Roger havia sido um marido maravilhoso.
-- Claro que me lembro! Ele era um rapaz muito gente boa! Como ele está? -- Ele perguntou e, no mesmo instante, você abaixou os olhos e sentiu-os marejar. Mordeu os lábios para segurar o choro.
-- Ele... Ele faleceu... Teve uma infecção pulmonar e... E não aguentou... -- Você respondeu, respirando com dificuldade. John pousou a mão gentilmente em seu ombro.
-- Eu sinto muito, S/N! De verdade... -- Ele falou com sinceridade e você abriu um sorriso agradecido, limpando os olhos com as costas das mãos.
-- Obrigada... Bem, tivemos dois filhos lindos... Daniel, que está com 14 anos, e Fred, de 10. Aqui, deixa eu te mostrar uma foto deles... -- Você pegou sua carteira na bolsa e mostrou as fotinhos que possuía dos seus filhos para John, que colocou-se um pouco atrás de você para conseguir ver.
-- Nossa, eles são a sua cara! Principalmente o mais novinho!
-- Fred? Aquele lá é a cópia escrita do pai... -- Você riu. -- Eles estão com meus pais enquanto viajo. Queria ter trazido eles juntos, mas ainda não estão de férias...
-- Bem, oportunidades futuras não irão faltar, não é mesmo? -- John abriu um sorriso. O sorriso dele era uma das coisas que você mais era apaixonada na época em que namoraram.
-- Claro, claro... E quanto a você? Bem, quero dizer, por ser famoso, sei uma coisa ou outra sobre sua vida pessoal... Tipo, sei que está casado pela segunda vez, certo? -- Você constatou e ele assentiu.
-- Certo... E também tenho dois filhos, Julian e Sean... Sean é um dos bebês mais gordinhos que já vi, você ia adorá-lo, lembro como era doida por bebês... -- Ele comentou, rindo, assim como você. Era verdade.
-- Os dois deve ser lindos! Já vi fotos do mais velho uma vez numa revista... -- Você comentou e, de alguma forma, aquilo pareceu ter mexido com John. Você sabia que ele havia se mudado não havia muito tempo para os Estados Unidos. O filho mais velho dele deve ter ficado na Inglaterra... Você achou melhor mudar de assunto. -- Bem... Já está quase na hora do almoço, sabe de algum lugar legal que eu possa ir? Alguma lanchonete...
-- Ora, por quê não vem almoçar comigo? Tem um lugar ótimo perto de casa onde ninguém irá nos incomodar... Sabe como é, temos que fugir de paparazzis em todos os lugares... -- Ele te cutucou levemente com o cotovelo como se você soubesse do que ele estava falando. O bom humor já havia voltado à face magra dele. Está aí outra coisa que você havia observado: ele estava extremamente mais magro do que quando vocês namoravam. Infelizmente, você sabia que muito daquilo se devia ao cigarro e às drogas...
Mas, deixando tal pensamento de lado, você apenas sorriu e assentiu.
-- Seria ótimo! Assim, podemos colocar os assuntos em dias... Dezesseis anos são muito tempo... -- Você comentou e ele riu, concordando com a cabeça.
Então, depois de fugir de algumas pessoas pela rua, vocês entraram num carro enorme que possuía um motorista - o carro de John, obviamente - e este os deixou diante do tal restaurante que John havia comentado.
A comida era realmente espetacular e, enquanto almoçavam, começaram a conversar sobre diversas coisas mas, principalmente os ocorridos importantes de suas vidas nesse meio tempo em que ficaram sem se ver. John acabou desabafando com você sobre a saudade que sentia do filho mais velho e sobre a dificuldade que é viver em outro país...
Enquanto bebia um gole de vinho, você não conseguiu conter sua língua e soltou uma pergunta um tanto quanto indiscreta.
-- Sua esposa não acharia ruim o fato de você estar almoçando com outra mulher?
-- Sabe, em primeiro lugar, você não é outra mulher, é uma mulher que foi muito importante em minha vida... -- Ele falou de forma casual e você sentiu as bochechas queimando. De novo aquela torrente de lembranças... -- Apesar de nosso namoro ter sido curto, foi muito bom para mim, foi quando comecei a me tornar um homem... E, em segundo lugar, eu e Yoko estamos passando por uma fase difícil... Acho que o fato de estarmos cuidando de um bebezinho acaba dificultando nossa relação...
-- Entendo, afinal, eu também sou mãe... Mas, você precisa ser paciente... Se você souber a forma certa de agir, um bebezinho só irá aproximar mais você de sua esposa... -- Você deu de ombros e, quando ergueu os olhos, percebeu que John te observava profundamente. Apesar disso, parecia estar perdido em pensamentos.
-- Sim, sim... As vezes eu só... -- Ele parou de falar, fechando os olhos e suspirando. -- Eu amo a Yoko, de verdade... Mas as vezes penso que tudo poderia ter sido diferente e... Quando vi você mais cedo... Ah, caramba... Eu fiquei imaginando como poderia ter sido minha vida se eu não tivesse te deixado para trás... -- Ele pegou sua mão e abriu os olhos. -- Sinto que, se eu tivesse me esforçado mais, poderia ter feito dar certo...
Ele começou a se aproximar de você.
-- John, o quê... -- Você perguntou, colocando a mão diante do peito dele para pará-lo. Ele parou e soltou um suspiro frustrado e cansado.
-- Me desculpa... Não sei o que... O que eu estava pensando... Eu só... -- Ele deu de ombros sem saber como continuar, esfregando o rosto com as duas mãos, apoiando os cotovelos na mesa. Você sentiu um aperto no peito. Ele parecia perdido. Com gentileza, você pousou a mão no antebraço dele e apertou ali.
-- Ei, tudo vai se resolver, acredite em mim... Não ficamos juntos mas tivemos vidas maravilhosas... Não me arrependo de termos namorado, assim como não me arrependo de ter me casado com Roger... E, sinceramente, sei que você também não se arrepende...
Ele apenas assentiu, olhando para um ponto fixo diante dele.
-- Você tem razão... Eu não me arrependo de nada... -- Ele balançou a cabeça, como se estivesse espantando aquelas ideias que o afligiam. Então, ele sorriu e pôs a mão sobre a sua. -- Obrigado, S/N... De verdade... Eu espero demais que sua vida melhore também...
-- Minha vida está ótima, te garanto... -- Você sorriu para ele, um sorriso radiante que também o fez sorrir.
Depois daquele almoço, cada um seguiu seu caminho. Vocês trocaram algumas poucas cartas durante um tempo, mas aquela foi a última vez que você viu John Lennon.
*****
Ok, esse imagine ficou meio triste... Maaaaas prometo que mas pra frente farei algo bem fofo para as Lennon stans!! Espero que esteja do jeito que você queria, LuaHyu eeee espero que tenham gostado! Agora só tenho um imagine para fazer e em seguida irei abrir para pedidos! Beijão e se cuidem! <3 <3 <3
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top