Jim Morrison #1

O pedido é da henriquette_29 eeee, como sempre digo, espero que goste! <3 Perdão a foto com qualidade questionável, é que ela entra bem no contexto que queria aqui...

✨ 𝐈 𝐖𝐚𝐬 𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐓𝐫𝐲𝐢𝐧𝐠 𝐓𝐨 𝐇𝐞𝐥𝐩 𝐘𝐨𝐮 ✨

O ano é 1960. Como todo ano, o diretor da escola havia acabado de dar a notícia de que estavam abertos os envios de poesias para a Competição Anual de Poesia da escola. O prêmio seria uma bolsa de estudos em um curso de seis meses de escrita oferecido pela Academia de Literatura de Washington. Além disso, para tornar o concurso um pouco mais atrativo aos estudantes (que, convenhamos, só queriam saber de diversão), o vencedor ganharia cinquenta dólares em dinheiro!

Você estava, com certeza, muito animada para o concurso! Não por você, claro... Na verdade, você não tinha ideia alguma de participar. Você estava ansiosa por Jim!

Se alguém naquela escola tinha a chance e o direito de vencer aquele concurso, esse alguém era Jim...

Jim Morrison, o misterioso rapaz que há dois anos havia roubado seu coração. Demorou um pouco para que ele admitisse que você também havia roubado o dele... Mas, o importante é que agora vocês namoravam, e estavam muito felizes um com o outro.

Pela primeira vez, você, como namorada, sabia que ele escrevia poesias lindas e que ganharia fácil aquele concurso escolar. Você argumentou que aquela bolsa para o curso de escrita poderia ser de grande utilidade para ele, fora os cinquenta dólares...

Mas, não houve discussão. Jim não queria participar daquele concurso de jeito nenhum, respondendo que os poemas dele não eram bons o bastante ou que eram muito fora do comum, iriam assustar a todos.

Balela!

Você sabia melhor que ninguém que as poesias dele eram lindas e que impressionariam a todos. Mas, apesar da insistência, Jim continuou a dizer que não iria enviar as poesias dele para o concurso.

Aquilo não te convenceu... Jim estava jogando uma bela duma oportunidade no lixo, mas, teimoso que só, não queria admitir e não daria o braço a torcer!

Foi então que você se viu maquinando um plano... Um plano que, muito provavelmente, você se arrependeria depois... Mas, naquele momento, parecia muito certo!

-- Jim, Jim, deixe de ser egoísta guardando apenas para si estas poesias maravilhosas... -- Você comentou num tom baixo, sozinha no corredor da escola, enquanto abria o armário de seu namorado (que estava na sala de aula, já que você havia saído para ir ao banheiro) e vasculhava entre os papeis dele, até encontrar ali o rascunho de uma linda poesia que ele havia feito sobre pássaros e que, de acordo com o que ele havia te contado sobre quando te mostrou a peça, eram uma metáfora para a morte. Mas era lindo! Impecável! 

Por isso, um pouco nervosa por saber que estava fazendo algo que não devia, você dobrou a folha, guardou-a com muito cuidado no bolso de sua saia e fechou o armário de Jim, retornando para a aula interminável de Física. 

Na hora da saída, você disse a Jim que ele não precisava te esperar hoje, já que você precisava passar na biblioteca. Apesar dele ter insistido para ir com você, você disse que não precisava, que ia demorar e que, depois disso, você ainda tinha que passar em alguns lugares antes de ir pra casa. Desta forma, ele cedeu e foi embora... E você aproveitou e inscreveu a poesia dele no concurso.

Você sabia que ele ia ganhar! Por conta deste pensamento, sua consciência estava mais tranquila do que deveria, afinal, você havia aberto o armário de seu namorado, mexido nas coisas dele, roubado um poema dele, inscrito o poema no concurso contra a vontade dele e, só para coroar, havia mentido pra ele...

Mas você havia feito tudo aquilo por uma boa causa: porque acreditava no potencial dele. Isso deveria valer!

Os próximos dois dias foram muito tranquilos, ninguém mais tocou no assunto dos concursos, Jim ainda não fazia ideia do que você havia feito e você, apesar da ansiedade e do nervosismo que te corroíam por dentro, mantinha-se esperançosa e escondia bem as emoções.

O problema aconteceu no terceiro dia, quando o diretor anunciou, na frente da escola inteira, as cinco poesias finalistas, afirmando que, até o dia seguinte, teriam a vencedora... E, é claro, a de Jim estava no meio. 

Seu coração disparou quando o diretor disse o nome dele, num misto de orgulho e medo... Então, olhou para o lado, e Jim estava mortificado, olhando para o diretor em meio à chuva de aplausos sem entender nada. Ele estava boquiaberto, sem palavras. A sensação de ansiedade em sua boca do estômago só cresceu diante do silêncio dele.

-- Jim... -- Você o chamou com cautela.

-- Como é que... -- Ele começou a perguntar, se virando para você com as sobrancelhas franzidas, concedendo-o uma imagem séria e grave. Então, pela luz que transpassou os olhos dele, você soube que ele sacou na hora o que tinha acontecido. Seu coração disparou mais ainda. -- S/N, você me inscreveu neste maldito concurso pelas minhas costas?!

-- Jim, eu tive que fazer isso, você...

-- Não, não, não... Espere aí! -- Ele começou, parecendo indignado enquanto vocês dois se levantavam das arquibancadas e seguiam os outros alunos para voltarem para as salas. Ele parou e puxou seu braço para que vocês saíssem do meio do fluxo dos estudantes. -- Você tinha que inscrever o meu poema pelas minhas costas e contra a minha vontade?!

 Aquela história toda estava começando a desmoronar em cima de você e você sentiu o peso dos seus atos saindo como um baque dos lábios dele. Então, você sentiu o nó na garganta mais forte e apertado que nunca.

-- Jim, me desculpa! Eu só fiz isso porque sabia que você ganharia... Na verdade, ainda sei! Você é o melhor escritor que conheço! Eu fiz isso por você! -- Você argumentou, falando depressa, com medo de começar a chorar a qualquer instante. Jim negou com a cabeça, a expressão ainda indignada. Ele deu um riso anasalado desprovido de qualquer toque de humor, o que só aumentou a sua agonia. 

-- Eu já tinha dito que não queria participar desta merda! Você me desrespeitou! Você mentiu pra mim! -- Ele retrucou com a voz permeada de chateação. Alunos passavam por vocês, olhando descaradamente, seguindo o caminho em seguida. Você não conseguiu segurar o choro.

-- Me desculpa, Jim! Eu juro que não fiz por mal! Não foi minha intenção, eu... Me desculpa!

-- Não... Quer saber? Eu preciso ficar sozinho... -- Então, dizendo isso, ele se virou, infiltrando-se no meio dos jovens, e te deixou ali sozinha, humilhada e com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Tudo porque você queria ajudá-lo!

E agora, muito provavelmente, você havia perdido seu namorado, o único rapaz que você já havia amado e que te amara de volta...

Era uma bela duma consequência, você pensou com ironia...

Jim passou o resto do dia te evitando. Ele parecia abalado e melancólico, e aquilo só te deixava ainda mais triste.

No dia seguinte, como era de se esperar, Jim também não foi falar com você. Apesar disso, você o percebeu te olhando em alguns momentos durante a aula, mesmo que ele desviasse o olhar sempre que você se virava para ele. 

Naquele momento, você não podia estar mais arrependida. Daria tudo para voltar atrás e não ter feito nada daquilo... Pelo menos ainda teria Jim...

E então, na hora do intervalo, o diretor chamou a todos nas arquibancadas, afirmando que revelaria o vencedor do concurso de poesia. Quando você chegou lá, Jim já se encontrava bem ao canto, distante da maioria das pessoas. Vocês trocaram um longo olhar e você quase sentiu como se ele te pedisse para sentar ao lado dele... Mas, triste, você virou o rosto e se sentou num lugar bem longe.

E então, a voz branda do diretor ressoou pela quadra.

-- Meus caros alunos e minhas caras alunas... Temos a honra de anunciar que o vencedor da nossa XVI Competição Anual de Poesia, que receberá uma bolsa de seis meses para estudar escrita na Academia de Literatura de Washington e cinquenta dólares em dinheiro... -- Ele fez aquela pausa dramática, aumentando ainda mais sua ansiedade. -- É James Douglas Morrison, com seu poema "Pássaros da Tempestade"! Parabés!

O diretor fez um sinal para que Jim se aproximasse... E você, querendo ou não, não podia estar mais orgulhosa. Até deixou um berro de comemoração escapar enquanto aplaudia! 

Jim parecia chocado, aproximando-se ao centro da quadra, ao lado do diretor e de alguns professores, que apertaram a mão dele e o entregaram dois envelopes. Em seguida, o diretor o entregou o microfone, o aplaudindo.

Jim ficou em silêncio um segundinho, olhando para o microfone, coçando o rosto como se ainda estivesse desacreditado. "Vamos, você consegue", você disse mentalmente... E então, como se tivesse te escutado, os olhos dele te encontraram ali naquela arquibancada e ele respirou fundo. Seu coração acelerou sob o olhar dele.

-- Bem, confesso que não esperava ganhar este prêmio aqui hoje... Na verdade, nem era para eu ter participado... Sinto que não mereço este prêmio porque eu não queria ter participado... Mas, agora, parado aqui, me sinto muito grato pela oportunidade e até respiro com dificuldade de saber que, na verdade, eu não a teria... Se não fosse pela S/N... -- Neste momento, ele apontou para você e milhares de olhos se voltaram em sua direção. Você sentiu suas bochechas queimarem. -- Foi ela quem acreditou em mim desde o início... Ela que viu me potencial mesmo quando eu não via... Ela que sempre desperta o melhor que há em mim... E, bem, eu fui injusto com ela... Fui mal agradecido... Deixei minha raiva me dominar e, com isso, fechar meus olhos para o lado positivo das coisas... Por isso, quero dedicar este prêmio à ela e... Bem, S/N, espero que você me perdoe...

E, mais uma vez, você se viu naquele lugar com lágrimas nos olhos e inúmeras cabeças te observando... Mas, desta vez, não era nada ruim. Você assentiu com a cabeça e todos aplaudiram.

-- Obrigado, James! -- Respondeu o diretor, pegando novamente o microfone e dando um tapinha no ombro do mais jovem, que agradeceu com um manejo de cabeça e começou a fazer seu caminho para fora da quadra, em meio a mais aplausos. -- Cero, alunos, de volta para as aulas!

Então, Jim veio ao seu encontro... E você estava mais ansiosa que nunca. Ele parou a uns dois passos de distância de você, as mãos enfiadas nos bolsos da calça por onde você via os envelopes se projetando para fora.

-- Parabéns, Jim... -- Foi tudo o que você conseguiu dizer, se esforçando para não se deixar quebrar ao meio. Ele sorriu para você te puxou para um abraço.

-- Obrigado, S/N... Obrigado por tudo... Me desculpa ter surtado com você ontem, eu fiquei extremamente zangado... Mas, agora eu vejo... Sei que você fez isso por mim... 

-- Oh, Jim... Me desculpa também... Eu deveria ter sido menos insistente e... -- Você começou a falar, mas ele te calou ao encostar os dedos em seus lábios, olhando em seus olhos, sorrindo, um dos braços ainda passado atrás de seu pescoço, te mantendo bem perto dele.

-- Tá tudo bem... Vamos deixar isso pra lá, ok? Agora, eu só tenho o que te agradecer... -- E, dizendo isso, ele deu uma olhada em volta para se certificar de que nenhum dos professores estava olhando e, em seguida, colou os lábios aos seus, num beijo rápido e alegre.

Você sorriu para ele também, deixando todo seu orgulho por ele transparecer. Então, de mãos dadas, vocês retornaram para a sala. Enquanto isso, foram conversando.

-- Então, Jim, o que você vai fazer com os cinquenta dólares?

-- Hm, acho que vou levar minha gata ao cinema... O que acha? -- Ele perguntou, te olhando de soslaio com um sorrisinho malandro. Você retribuiu.

-- Eu adoraria... -- Você respondeu, feliz da vida, contente pela harmonia ter retornado entre vocês dois...


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Oiii, tudo bem? Demorei um pouco mais para lançar este porque viajei ontem a tarde toda e hoje queria terminar de ler a autobiografia do Roger Daltrey que faltavam só umas 50 páginas pra eu terminar (consegui, amém!), massss aqui está! Espero que gostem deste imagine! O próximo tentarei começar ainda hoje ou, no máximo, amanhã! Beijoooos!

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