Brian May #3
Começando aqui a nova leva de pedidos, este é o da --dear-me-- e eu espero que você goste!
✨ 𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐇𝐮𝐫𝐭𝐬 ✨
O ano é 1971.
Brian adentrava pela primeira vez o novo apartamento que havia alugado. Quer dizer, pela primeira vez desde que começou a chamar aquele lugar de "lar".
Havia decidido se mudar já que seu antigo apartamento ficava muito longe do estúdio usado pelo Queen. Agora, não teria mais problemas com atraso... Pelo menos, não por conta da longa distância de sua casa até o estúdio.
O apartamento era todo decorado de forma moderna e possuía um espaço bem amplo e arejado. Brian havia adorado o lugar. Andou até a janela da sala, abriu as cortinas e se espreguiçou diante dos raios do Sol, otimista. Casa nova, vida nova...
Foi quando seus olhos a viram...
A mulher mais linda do mundo...
A mulher que ele mal imaginava que seria a dona de seu coração por tanto tempo...
A mulher em questão residia no prédio ao lado do de Brian, justamente no andar que condizia com o dele, portanto, da janela da sala de estar da casa dele, ele conseguia enxergar o que deveria ser a janela da sala de estar da casa dela.
Nas primeiras vezes que a viu, foi pura coincidência. Ele percebeu que a garota passava um bom tempo diante daquela janela, até que, com enorme deleite, percebeu que é porque havia um piano ali e ela passava horas tocando. Brian foi se atraindo por ela cada vez mais, até que, certo dia, num desvairo ao notar que a mulher estava prestes a olhar na direção dele, deu uns passos apressados para trás e derrubou um enorme abajur que ali estava disposto, caindo no chão ao lado do objeto. A queda fez um grande barulho e, ao levantar-se ainda meio tonto, Brian viu que a mulher o olhava com uma certa preocupação.
Ele sorriu para ela e ela sorriu de volta. Trocaram um aceno...
E aquela havia sido a primeira vez que socializaram.
Depois disso, os dois passaram a conversar praticamente todos os dias através da janela. Brian descobriu que o nome dela era S/N e que estudava num conservatório para se tornar uma pianista profissional. Também descobriu que a garota era apenas dois anos mais nova que ele, o que o deixou bem animado.
Aquela era a amizade mais estranha que Brian já havia tido. Todos os dias, depois de chegar do estúdio, sentava-se ao lado da janela - onde estrategicamente ele havia colocado um puff - e assistia S/N tocar o piano. Quando ela terminava o ensaio, os dois conversavam até altas horas. Não importava o quão cansado Brian estivesse, ele sempre sentia sua energia renovada depois das conversas com S/N.
Foi então que ele percebeu que estava apaixonado e que a garota viveria para sempre em sua mente. Também foi aí que ele percebeu que deveria agir e chamá-la para sair ou algo do tipo.
No meio de um dos ensaios com a banda, Brian decidiu que estava pronto e que finalmente chamaria S/N para sair. Quando chegou em casa, já no fim do entardecer, correu para a janela, mas, para sua decepção, S/N não estava ali, diante do piano.
O coração de Brian começou a disparar e, por um momento, ele não soube o que fazer. Foi quando, ao olhar novamente pela janela, viu lá embaixo, na rua, uma figura um tanto quanto familiar saindo de um táxi... Era ela!
Brian saiu correndo, largou a porta de seu apartamento aberta e praticamente voou pelas escadas. Em menos de três minutos, estava no saguão do prédio vizinho, olhando para todos os cantos à procura da garota... Até que a viu aguardando diante do elevador. Ele sorriu e foi até ela que, ao vê-lo, quase deu um pulo de susto.
-- Brian?! O que faz aqui?
-- Ah, S/N, não te vi no piano hoje... Então, quando olhei para baixo lá da janela, te vi na rua e saí correndo porque... -- Ele ruborizou ao perceber que estava eufórico, falando mais do que gostaria. S/N escondia um risinho com os dedos delicados de sua mão. -- Eu... Eu queria t-te chamar para s-sair comigo... -- O homem se auto censurou, dizendo a si mesmo que estava parecendo mais um adolescente de 18 anos do que um homem formado de 24. Não gaguejava tanto assim desde o ensino médio!
S/N sorriu e Brian sentiu seu coração arder. Nunca a vira tão de perto como naquele momento. Só de saber que, se esticasse a mão, encostaria nela, sentia seus dedos formigarem. O sorriso dela era iluminado e arrebatador.
-- Eu adoraria... Mas tipo, agora? -- Ela respondeu, obrigando Brian a sair de seu estupor.
-- Agora? Ué, e por quê não? Está ocupada?
-- Não, não...
-- Então, vamos? Conheço uma ótima cafeteria aqui pertinho... -- O guitarrista informou, sentindo sua cabeça rodar e rodar... Ele diria tudo o que sentia por S/N ainda naquele dia.
Os dois caminharam lado a lado na rua, jogando conversa fora. Sentiam-se estranhos com aquela proximidade, mas era algo bom. Já na cafeteria, se sentaram num lugar mais afastado, quase na extremidade do estabelecimento. Brian pediu um café preto para ele e um Capuccino com canela para ela, que o olhou surpresa.
-- Como sabia que era isso que eu ia pedir?
-- Você já me disse uma vez que era seu preferido... -- Ele respondeu, dando de ombros. S/N sorriu, sentindo-se ruborizar.
-- Não sabia que estava prestando tanta atenção assim no que eu dizia... -- Ela admitiu, dando de ombros. Brian sorriu para ela.
-- Pois saiba que eu prestei atenção em cada coisinha que saiu de sua boca... Quer dizer, pelo menos o que eu conseguia ouvir, nossa rua as vezes consegue ser bem barulhenta e não posso mentir que nossas janelas são mais afastadas do que eu gostaria... -- O homem deu um risinho, desviando os olhos. S/N estava um tanto quanto atônita, o observando com as sobrancelhas arqueadas.
-- O-o que quer dizer com isso?
-- Eu queria poder chegar mais perto de você, assim, como estamos agora... Todos os dias... Chegar do estúdio, sentar ao seu lado no piano... Poder encostar em você... -- E, ao dizer isso, Brian ergueu uma mão trêmula e a aproximou levemente do rosto de S/N. Mesmo antes de tocá-la, já conseguia sentir o calor que irradiava dela e, ao encostar nela de fato, sentiu uma corrente elétrica percorrer suas veias. S/N observava atenta, o coração quase voando do peito. -- Queria poder te beijar... -- Ele aproximou o rosto do dela, mas, antes que pudesse tocar os lábios nos dela, parou, hesitante, congelando no ar a poucos centímetros dela. As respirações entrecortadas se misturavam, os olhos estavam semicerrados e os corações batiam à mil.
-- Você está querendo dizer que gosta de mim? -- S/N sussurrou, olhando para os lábios convidativos de Brian tão próximos aos seus, repousando a mão sobre o pulso dele, que ainda segurava o queixo dela.
-- Acho que estou... -- Brian admitiu, também num sussurro. S/N soltou um riso baixo e sedutor, antes de acabar com a distância entre eles.
O beijo foi... Mágico. Brian não saberia qual outra palavra usar para explicar a sensação. Brian já havia sonhado com aquele momento algumas vezes, mas nenhuma sequer havia imaginado que seria tão bom como de fato foi. Os dois só se soltaram quando o garçom, um tanto quanto constrangido, pigarreou para chamar-lhes a atenção para as bebidas que ele estava trazendo.
Naquele mesmo dia, S/N não voltou para casa, mas, sim, para a casa de Brian, onde deram continuidade aos beijos loucos e que, claro, os levaram a amassos mais quentes e intensos. No dia seguinte, enquanto S/N estava sentada na mesa da cozinha de Brian, tomando um café, vestindo apenas uma camiseta dele e Brian estava desnudado da cintura pra cima, segurando sua caneca meio cheia, os dois tiveram uma conversa sobre tudo o que havia ocorrido no dia anterior e decidiram oficializar um namoro.
Os próximos sete meses da vida de Brian foram, ao mesmo tempo, os mais maravilhosos e desesperadores que ele já passara.
Os dois se amavam muito e se davam super bem, porém chegou um momento onde um praticamente só vivia para o outro. O desempenho de S/N no conservatório começou a cair, afinal, ela quase não se sentava mais diante do pino quando estava em casa, assim como Brian, que quase nunca estava com a cabeça no lugar nos assuntos da banda. Seus amigos estavam começando a se estressar com ele e gostavam de culpá-lo pelo atraso do novo álbum.
Certa noite, depois de um longo e estressante dia, Brian e S/N tiveram um desentendimento na hora do jantar sobre pratos sujos, afinal, eles estavam morando praticamente juntos - ainda haviam os dois apartamentos, mas S/N passava mais tempo no apartamento do namorado do que no próprio - e ninguém havia lavado a louça.
Aquela briga foi realmente feia e acabou com cada um num canto, chorando. Quando tudo se acalmou, os dois se encontraram na sala. O clima estava bem estranho. Foram feitos alguns pedidos de desculpas, mas, quando Brian tentou abraçar S/N, ela o impediu, colocando as mãos diante do peito dele.
-- Brian... Acho que devemos terminar... -- Ela admitiu, sentindo uma certa dor no peito ao dizer isso. Brian piscou, atônito, sem ter certeza se entendeu direito o que ela disse.
-- Como é?
-- Brian, olha aqui... -- S/N tomou as duas mãos dele nas suas. -- Você é o rapaz mais encantador que já conheci na vida, e eu realmente te amo muito, mas, justamente por isso, acho que devemos terminar...
-- Mas, S/N, se você me ama, por quê quer terminar comigo? -- O homem perguntou, sentindo seu coração acelerar-se.
-- Brian... -- Ela olhou intensamente nos olhos dele. -- Você me ama?
-- É claro que amo, mas o que-...
-- Brian! -- Ela o interrompeu, intensificando ainda mais o olhar, fazendo-o se calar. -- Você me ama?
-- Amo muito, S/N... -- Brian respondeu, engolindo em seco.
-- Então deixe-me ir... -- A moça respondeu, num sussurro embargado, espremendo os lábios trêmulos, sentindo lágrimas querendo brotar de seus olhos.
-- Eu não quero te perder... -- O homem respondeu, no mesmo tom, apertando as mãos dela.
-- Brian, olhe ao nosso redor... Está tudo uma bagunça... Está tudo despencando... E eu te amo o suficiente para saber que o melhor para nós dois é que a gente acabe este relacionamento... Antes que a gente acabe com outra coisa mais importante ou mais séria... Deixe-me ir... -- S/N pontuou tudo com alguns soluços. Brian, que já estava com o rosto inteiro salpicado por lágrimas, assentiu, apertando mais uma vez as mãos dela antes de soltá-las.
-- Te vejo do outro lado da janela? -- Brian perguntou, hesitante, sentindo seu coração estilhaçar-se enquanto S/N o dava as costas. Ela abriu a porta e o olhou uma vez mais por sobre o ombro.
-- Adeus, Brian... -- Ela falou, soluçante, passando pela porta e a fechando atrás do corpo, deixando Brian sozinho na sala de seu apartamento.
Os dias que se passaram depois do término foram como o inferno na terra para Brian. Ele saía da cama de manhã apenas porque precisava ir ao estúdio, movido por uma falta de vontade e um mau-humor extremo. S/N decidiu buscar suas coisas na casa do ex-namorado enquanto ele não estivesse por lá, para evitar topar com ele, utilizando a chave reserva que ela sabia muito bem onde ficava escondida.
Até que, certa manhã, Brian acordou se sentindo um pouco melhor do que os outros dias, apesar de ainda estar triste e chateado. Mas sabia que estava melhor porque se aproximou da janela da sala...
Pensou três vezes antes de realmente abrir as cortinas, mas, quando assim fez, deleitou-se com os raios de sol que entraram pelo vidro... E então, a viu...
Ela estava sentada ao piano e sorria como a muito tempo ele não via. Sem que ele percebesse, um sorriso tomou conta de seus lábios. Ela estava feliz, era assim que tinha que ser... E isso o deixava feliz. Ela o viu, sorriu e acenou.
Ele acenou de volta e pensou em abrir o vidro para cumprimentá-la melhor, mas então, acenou mais uma vez e deu as costas para ir se arrumar para mais um dia longo de trabalho...
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Oiiii, gente, como vão???? Sei que este imagine não acaba assim, da melhor forma para o shipp, mas espero que tenham gostado do plot e tals... Não vou mentir, gosto de um angst, acho que deixa a história mais próxima do real... Enfim, já estou com um número considerável de pedidos aqui para fazer e estou bem animada!!! Espero que estejam gostando do livro até agora, quero agradecer demais ao apoio dos leitores!!! É isso, tenham um bom diaaaa <3 <3 <3
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