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CAPÍTULO 15
ELA PRECISA DE VOCÊ
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MARIE
A pequena princesa e seu cavaleiro Esquilo estavam escondidos no momento que mataram todos os cavaleiros e o Monge Choroso capturou o Cavaleiro Verde.
Eles se esconderam durante as próximas horas, esperando pela oportunidade perfeita para ir salvar o amigo. Gawain fora acorrentado, espancado e levado até uma tenda, onde o irmão Salt o torturava a fim de obter informações.
Mas o Cavaleiro Verde não cederia tão fácil, mesmo depois de horas e horas agonizantes.
As duas crianças estavam escondidas atrás de caixas do lado de fora da tenda, então ouviram quando um voz grave, rouca e sombria entrou silenciosamente.
— Não tenha medo, Homem Cinzento — disse Gawain, tentando ser firme. — Esses seus olhos, a marca do Povo das Cinzas. Há séculos eles sumiram destas terras. A única que conheço era a própria Rainha. Estavam juntos, não é? Você e Morticia. Como chegaram até aqui?
O monge não respondeu, outra dúvida assombrava sua mente.
— Por que não contou a eles? — perguntou ele. — Poderia ter contado, mas não o fez. Por quê?
— Porque todos os feéricos são irmãos — respondeu Gawain. — Mesmo os que se perderam. Morticia sente sua falta, sabia? Ela não tem sido ela mesma esses dias.
Gawain grunhiu de dor, as cordas apertadas machucando as queimaduras e cortes feitos por ferro quente.
— Esse sofrimento purificará você.
— Repete as palavras deles, mas sabe que são mentiras — alegou Gawain. — Eles mexeram tanto na sua cabeça que não sabe mais a diferença entre bondade e ódio. Quem fez isso com você?
— Estamos salvando almas — afirmou o monge. — A sua alma.
— Diga isso as crianças que queimou.
— Não machuco crianças — disse ele.
— Você queima as casas delas, mata seus pais e vê seus Irmãos Vermelhos atropelá-las com seus cavalos. E vê isso tudo através desses olhos chorosos.
O Monge Choroso se virou para sair da tenda antes que Gawain pudesse continuar. Mas o Cavaleiro Verde não desistiria.
— Irmão, você pode lutar. Nunca vi nada parecido. Você poderia ser nosso maior guerreiro, um dos campeões da Rainha. Seu povo precisa de você.
— Vocês não são o meu povo — exclamou o monge.
— Morticia precisa de você! — aquilo o fez parar. — Ela não está bem. Todos podem ver isso, mas ninguém a ajuda. Se não pelos feéricos, faça por ela.
O monge considerou perguntar mais sobre o que acontecia com sua amada, mas tinha medo da resposta ao mesmo tempo. Então, ele apenas parou na entrada da tenda para sair, mas antes disse:
— Rezarei por você. E também por ela.
— E eu, por você — respondeu Gawain.
Logo após o Monge Choroso desaparecer de vista, Esquilo e Marie saíram do esconderijo. O barulho de passinhos apressados fez com que Gawain levantasse a cabeça e visse as duas crianças.
Marie tentava desamarrar as cordas que prendiam o cavaleiro na cadeira de tortura. Enquanto isso, Esquilo tentava cortas outras cordas, mas a faca pouco afiada não o ajudava.
— Saiam daqui agora — sussurrou Gawain, urgente.
— Não sem você — disse Esquilo. — Não vamos te deixa aqui.
— Percival, Marie — seus nomes falados os fizeram parar instantaneamente. — Não posso, minhas pernas não mexem. Não consigo correr. Me deixem.
— Nunca!
Esquilo tentou novamente cortar as outras cordas, mas eram firmes e resistentes demais. Marie não obtinha sucesso, já que não tinha força alguma para aquilo.
— Morticia precisa de vocês. Quem me dera ter cem soldados com a sua coragem — disse Gawain, profundo. — Esquilo, ajoelhe-se, rápido.
Esquilo fez como mandado, sabendo para que era aquilo.
— Um cavaleiro dos feéricos é como a terra, tão duradouro quanto o Grande Rio — lágrimas escorriam dos olhos de todos — e tão verdadeiro quanto o arco de Arawn. Nascidos ao alvorecer...
— Para morrer no crepúsculo.
Marie e Esquilo não aguentaram. Eles jogaram seus bracinhos em torno de Gawain, chorando descontroladamente por saber qual seria o futuro do protetor dos feéricos.
— Tenham coragem, mas agora vão.
Antes que pudessem fazer qualquer coisa, Marie e Esquilo foram agarrados por trás. Mãos fortes e ásperas apertavam meus braços para que parassem de se mexer.
— São só crianças! — exclamou Gawain. — Deixe-os em paz!
Mas o último pedido do Cavaleiro Verde nunca foi ouvido.
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MONGE CHOROSO
O Monge Choroso ouvia a discussão entre Uther Pendragon, o Padre Carden e do Abate Wicklow enviado pelo Papa. Eles queriam a bruxa e sua espada, mas os planos mudaram pela ordem do rei.
Mesmo que ainda prestasse atenção no que discutiam, seus pensamentos estavam preenchidos por aflição a sua amada e sobre o que o Cavaleiro Verde dissera.
Ele queria ver Morticia, descobrir o que acontecia com ela e se poderia fazer algo para ajudá-las. Por mais que fosse seu maior desejo, nunca poderia ser feito.
Eles ouviram os gritos pedindo por liberdade de duas crianças que vinham arrastadas por dois paladinos. Carden perguntou imediatamente o que era aquilo. Já o monge se alertou, reconhecendo Esquilo e a garotinha que ele protegia.
— São informantes feéricos — disse o irmão. — Estavam tentando libertar o Cavaleiro Verde.
— Quantos estão com você, rapaz? — perguntou o Padre a Esquilo, segurando firmemente em seu queixo.
— O suficiente para te matar, escória paladina — respondeu Esquilo, cuspindo na cara dele.
— Muito bem, mande o Irmão Salt torturá-los. E mande começar por essa língua sórdida.
— Minha irmã vai queimá-los vivos! — gritou Marie, nervosa, atraindo a atenção de todos. — Até vivarem cinzas!
— E quem é a sua irmã, garotinha? — perguntou Carden a ela, analisando as feições familiares das marcas vermelhas embaixo de seus olhos.
Sob os protestos de Esquilo mandando-a ficar quieta, ela respondeu:
— A Rainha das Cinzas, aquela que controla o fogo do inferno.
— Parece que conseguimos nossa moeda de troca, irmãos — revelou o Padre. — Vamos ver quanto tempo até a sua irmã vir te resgatar.
Com um aceno de cabeça, ele mandou que os dois fossem logos levados dali. Mas o monge o desafiou ao falar:
— São só crianças, não nos oferecem ameaça.
Mesmo assim, as crianças foram levadas.
O Padre esbofeteou o rosto do monge no instante seguinte, sentindo-se humilhado com a presença do Abate na cena feita.
Entretanto, o Monge Choroso nada fez. Ele merecia aquilo, a dor. Ele deveria ter reconhecido a pequena princesa que parecia tanto com a própria esposa — se é que ainda podia chamá-la assim.
Ele destruiu a vida de Morticia. A rainha tivera que aprender a dominar os próprios poderes sozinha, enquanto cuidava da bebê e ele a trocava pela Igreja. E recentemente pegara de volta a espada que um dia foi dada a ele, mas que continha parte do fogo que apenas ele não queimaria quando tocasse.
E aquela pequena garotinha, a intitulada com Princesa das Penas, era a irmã mais nova de Morticia. Ele se lembrava dela ainda como um bebê, mas algumas características se mantiveram com os anos. Mal sabia o monge que para Marie, ele era a figura mais próxima de um pai que ela poderia ter.
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01. 10.20
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Eu decidi que queria faze alguns capítulo com aesthetics dos personagens, além do epígrafe que eu acabei não postando no começo.
Então, como é o meu aniversário no sábado (03.10) eu vou publicar quatro capítulos! Dois sobre os personagens, um da epígrafe e um capítulo normal (capítulo xvi). Além de que teremos uma capa especial em comemoração. Mas essa ainda não é a capa final! A capa final está pronta e eu tenho que dizer que ela está linda!
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[atualizações às terças e quintas]
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