𝐯𝐢𝐢. 𝑇𝐻𝐸 𝐿𝑂𝑆𝑇 𝐶𝑅𝑂𝑊𝑁 𝐻𝐴𝑆 𝐵𝐸𝐸𝑁 𝐹𝑂𝑈𝑁𝐷

PARTE 5 | CAPÍTULO 4
A COROA PERDIDA
FOI ENCONTRADA

𝐌 𝐎 𝐑 𝐓 𝐈 𝐂 𝐈 𝐀

Tivemos que nos separar ao avistarmos um grupo de Paladinos Vermelhos na floresta. Mesmo que fosse arriscado, decidimos tentar.

Mas antes, Nimue quase atacara um homem chamado Arthur que, diz ela, que era quem roupou a Espada do Poder. Durante as horas em que passamos juntos, eu observava seus movimentos.

Eu não gostava de Arthur pelo simples fato de roubar a espada de Nimue para impressionar o tio, o que era ridículo. Ele tentava manter uma conversa comigo, mesmo que eu respondesse com não mais de uma pequena frase grossa.

Voltamos a nos encontrar perto da entrada no bosque em que a resistência se escondia. Sendo a que ficaria bem sem uma arma, desviei por trás de uma floresta negra e sombria. Meu fogo iluminou cada centímetro de chão por onde pisei, e me protegeu das criaturas que se escondiam nas sombras.

O lugar me trazia tanta calma que por um minuto consegui fechar os olhos e respirar. A garotinha Amvri perdeu seu pai em uma emboscada dos paladinos, já que tivera que correr, mas felizmente encontrara um caminho até Nimue que a protegia.

Quando entramos na construção subterrânea, escondidas por pedras, musgos e árvores, os feéricos que antes estavam quietos e deprimidos agora levantavam suas cabeças para nos encarar enquanto passávamos.

Todas as espécies estavam aqui, reunidas e seguras. Menos o meu próprio povo.

Amvri correu até seu pai quando o avistou. Senti uma pontada de inveja no simples ato carinhoso. Aquele era um afeto que eu nunca mais teria, nem Marie que mal conheceu nossos pais. Eu me culpada por não poder dar esse amor a ela.

- Onde estamos? - sussurrou Arthur para mim.

- Nemos - respondi. - Não prestou atenção do que Nimue te falou? Seu cérebro é incapaz de raciocinar também?

- Morticia!

Quando me virei, Morgana sorria, os braços apertos quando me puxou para um abraço. Logo fazendo o mesmo com Nimue. A bruxa pegou em nossos pulsos, nos levando até o que deveria ser uma área vazia. Arthur, como um cachorrinho, seguiu atrás.

- Eu falei que não estavam sozinhas - disse ela.

- Dizier - sibilou Nimue, triste pela perda do conhecido.

- Não foi culpa sua - garantiu Morgana. - Apenas honre a memória dela. - Ela se virou para o irmão, irritada. - Precisamos de caçadores. Seja útil para alguma coisa, irmão.

Morgana decidiu que precisávamos conversar, mas eu já sabia daquilo. Sendo assim, falei que ela poderia ir sozinha com Nimue, que eu ficaria por ali. A bruxa zombou de mim ao perguntar se a rainha precisava de um sono de princesa. Apenas revirei os olhos.

Quando saíram, sentei-me ao lado de Arthur que encarava o chão, uma mistura de fracasso e decepção.

- Sabe que não gosto de você, certo? E que tenho poder o suficiente para mandar que cortem sua garganta?

- Qual o seu problema comigo? - perguntou ele, triste.

- Além de entregar a Espada do Poder para os Paladinos Vermelhos? Bom, eu te acho patético - respondi, ele revirando os olhos. - Mas teve coragem para vir até aqui conosco, então isso te gera um pequeno crédito comigo.

- Não gostam de mim aqui...

- Ninguém gosta - concordei.

Arthur me encarou irritado, mas deixei que continuasse.

- Tenho "Sangue de Homem", ou não feérico, como queima chamar. Não tenho chifres, nem asas.

Alisei meu vestido preto, vendo que os fios dourados continuavam no mesmo lugar. Felizmente, o tecido negro não deixava que fosse totalmente manchado ao relar no chão das florestas.

Ouvi passos se aproximando, uma criança que corria. Seus fios de cabelo castanhos estavam presos em duas tranças. Mas o que estava em suas mãos me chamou mais atenção.

- Minha coroa - exclamei, pegando de suas mãozinhas. - Obrigada, querida. Onde a encontrou? Eu a perdi faz anos.

- Estava na Abadia - respondeu Morgana, voltando de seu passei com Nimue. - Eu a achei quando fugi, estava entre os pertences dos Paladinos Vermelhos. Foi difícil, mas consegui fazê-la brilhas novamente.

A corou de rubis de fogo e ouro reluziu quando a elevei, colocando-a contra o Sol. Quando a coloquei em minha cabeça, foi como se uma parte do meu poder voltasse, parte essas que nem sabia que existia.

- Agora sim parece uma rainha - comentou Nimue.

- Eu sempre pareço uma rainha - afirmei.

- Será que Merlian não aceita Morticia como troca? - perguntou Arthur, me fazendo encará-los em dúvida.

- Como assim? - perguntei. - Alguém faça o favor de explicar.

- Precisámos de aliados - respondeu Morgana. - Eu mudei um pouco sua carta, Nimue. Palavras fortes e significativas.

- Não se consegue aliados a base de ameaças - disse Arthur, exasperado.

- Nem roubando espadas.

══━━━━✥◈✥━━━━══

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐄𝐏𝐈𝐍𝐆 𝐌𝐎𝐍𝐊

O Monge Choroso foi impedido de seguir o Padre Carden quando cavaleiros da Trinidade bloquearam seu caminho com as lanças negras. Suas mãos automaticamente voaram para o cabo de Arondight. Ele estava prestes a sacar a espada e degolar aqueles homens escondidos por máscaras douradas, mas o Padre Carden o impediu, dizendo estar tudo bem.

O monge odiava a Trinidade, por mais que fosse a cavalaria do Papa. Algo neles o causava desconforto, ódio e raiva. As máscaras pareciam zombar dele, por causa do que ele era por baixo do manto.

Ele voltou para seu cavalo, Golias, procurando mais uma vez pela coroa que estivera com ele nos últimos anos. Aquele pedaço valioso de ouro e pedras preciosas era uma das últimas coisas que sobraram de sua rainha, sua esposa, antes dele virar as costas para aquela que ele mais amava e jurara proteger.

O monge tinha certeza de que fora a bruxa que fugira da Abadia pelo rio subterrâneo. Ela se escondera por muito tempo, sem ser pega. Ele odiava, mas tinha que admitir que ela fora inteligente ao conseguir enganar a todos.

Sua consciência o amaldiçoava a cada segundo em que passava pensando em sua amada, se é que ainda a podia chamar assim. Ele errou feio com ela, sabia disso. Cada palavra que proferiu a ela na Abadia o assombrava nos últimos dias.

Ele precisava matá-la para encontrar sua salvação, cada dia mais perto do perdão de Deus. Ele precisava limpar aquele mundo da imundice. O monge precisava matar Morticia du Lac para salvar a própria alma do pecado que cometera. Então, talvez na próxima viva, eles se encontrassem novamente.

O Monge Choroso se preparou para montar seu cavalo, talvez sair para procurar rastros dos feéricos que escaparam. Antes que pudesse fazê-lo, uma mão áspera e fervorosa o impediu com brutalidade.

— É por conta do seu fracasso que me fez alvo de tanta humilhação — reverberou o Padre Carden. — A bruxa e a rainha zombam de nós. Mas escreva o que eu digo: se eu queimar, não queimarei sozinho.

Ao pensar no fogo, o anel de ouro preso em uma corrente longa que ficava em seu pescoço pareceu queimar seu peito. Como se o seu par estivesse se comunicando, prometendo vingança longa e dolorida.

E depois de anos de espera, ele sentiu o calor de Morticia possuir seu corpo. Não com amor, mas com ódio e mágoa.

—————

04.09.20

 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Eu atualizei em dia errado? Sim. Desculpe, ainda estou me acostumando com essa rotina e acabei me atrapalhando um pouco. 

Eu publiquei um GRAPHIC SHOP hoje. Se puderem dar uma olhadinha eu ia ficar muito contente. Também, se precisarem de uma capa, estou aceitando pedidos.

E para aqueles que calham de acompanhar Academia de Sacrifícios, hoje vai ser publicado o segundo livro da Saga. Dessa vez contando a história de nossa sereia Merliah. Os primeiros capítulos ficaram disponíveis, então as atualização dele só continuaram quando ADS chegar ao fim. 

𝑽𝑶𝑻𝑬𝑴 & 𝑪𝑶𝑴𝑬𝑵𝑻𝑬𝑴
𝐼𝑠𝑠𝑜 𝑎𝑗𝑢𝑑𝑎 𝑎 𝑓𝑖𝑐 𝑎 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑟 𝑒 𝑓𝑎𝑧 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑒 𝑙𝑜𝑔𝑜. 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top