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CAPÍTULO DOIS
CAVALEIRO DE ARMADURA BRILHANTE
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𝐌𝐎𝐑𝐓𝐈𝐂𝐈𝐀
Na aldeia, Pym corria para acompanhar o ritmo de Nimue que planejava pegar o navio em Ponte do Gavião. Quando passaram por mim, pedi para que me trouxessem uma tortinha na volta. Nimue não fugiria, eu sabia.
Até que a pontada de caos que me incomodava as costelas chegou. A conversa entre mim e Lenore sessou com a chegada da Asa de Lua ferida nos braços de um dos curandeiros.
No mesmo instante, fomos mandados para dentro de uma das tendas de palha. Esquilo e Marie já estavam atrás de mim, se escondendo para não serem vistos. Mandei-os ficar quietos, só que observassem.
— Eles chegaram de dia enquanto dormíamos — disse a pobre criaturinha, Lenore ajoelhada ao seu lado. — Os homens de mantos vermelhos. Queimaram nossas árvores. A fumaça matou muitos enquanto dormiam.
— Sabe se há sobreviventes? — perguntou delicadamente, não querendo pressionar a menina.
— Queimaram ou caíram — respondeu, fraca. — E o resto foi vítima do Monge Cinza, aquele que chora.
— Os Paladinos Vermelhos estão ao caminho do norte — disse o ancião. — Estamos no caminho deles.
— Precisamos enviar batedores para sabermos quantos são — decretou Lenore.
— O rei não fará nada quanto a este massacre?
— Estamos por conta própria — me meti. — Nenhum amigo dos feéricos serve a Uther Pedragon.
— Morticia, se o que dizem sobre a Rainha das Cinzas for verdade — falou — é melhor que o fogo comece a queimar.
— Ele vai — afirmei.
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Os batedores não chegaram a tempo, os Paladinos estavam mais perto do que imaginávamos.
Nas primeiras horas em que o Sol nasceu, o ar estava coberto for fuligens. A aldeia estava pegando fogo, corpos ensanguentados todos espalhados pelo chão. Os que lutavam não resistiam por muito tempo, o número dos de vermelho era bem maior. Os cavalos pisoteavam as pessoas por onde passavam e as espadas dos paladinos arrancavam suas cabeças.
Empunhei a Espada Alma, o dourado esquentando com o fogo, prometendo vingança contra aqueles que suas vidas foram tiradas. Degolei quantos consegui, minha maior preocupação sendo achar Esquilo e Marie em meio ao caos.
E bem ali, no meio do massacre, Esquilo empunhava com dificuldade uma espada, Marie agarrado a sua mão, mais assustada do que nunca. Vi as lágrimas descendo por sua bochecha, um arranhão sangrando.
Corri para pegá-los, os arrastando até onde os cavalos erram guardados, visto que lá nenhuma chama atingira. Marie me abraçou apertado, soluçando em meu ombro.
No instante em que me virei para ver se não nos seguiam, eu o vi. O cavalo negro e esbelto chamando a atenção. A longa espada presa em sua cintura, a longa capa e o capuz cobrindo seu rosto. Mas as marcas de choro em seus olhos prevaleciam. Ele mudara tanto. Tinha raiva e crueldade em seus olhos.
Eu não o reconhecia como a pessoa que fora para mim anos atrás. Aquela pessoa não tinha um coração nem sentimentos.
— Estão feridos? — perguntei, minha respiração rápida demais. — Esquilo, me escuta. Vá ao Bosque do Pau-Ferro e se escondam no buraco do freixo. Entenderam?
— Morti. Por que seus olhos estão assim? — perguntou, apontando para o que pareciam ser traços de lágrimas vermelhas.
— Eu vou explicar tudo, mas precisam fugir primeiro — declarei. — Igual nas nossas corridas de raposa. Ninguém pode pegá-los.
— Eu não quero te deixar — chorou Marie, me encarando com aqueles enormes olhinhos tristes.
— Eu vou buscá-los — afirmei. — Assim que isso acabar, eu vou atrás de vocês. Mas eu preciso encontrar a Nimue primeiro.
— Eles pegaram a Nimue — disse Esquilo. — Estão prestes a queimá-la.
— É por isso que eu preciso ir salvá-la. Não tenham medo, está bem? Se alguém os pegar, eu vou encontrá-los.
— Onde está o seu cavaleiro de armadura brilhante? — perguntou Marie, se lembrando da história. — Ele tinha que te salvar.
— E ele está aqui, Marie — falei, olhando para onde ele se ajoelhava diante do Padre. Ridículo. — E se for ele a pegá-los, vai ficar tudo bem. Ele não machuca crianças.
Marie e Esquilo me abraçaram uma última vez, os dois tremendo de medo. Esquilo agarrou a mãozinha de Marie, prontos para ir.
— Marie, você é minha irmã. É uma princesa. Deixe o fogo queimar.
— Deixe o fogo queimar.
Quando vi que desaparecem pela floresta sem ninguém os seguir, voltei para o meio da luta. O fogo infernal sussurrava por permissão, pedindo para ser liberado completamente.
E eu permiti.
A lâmina da Espada Alma se tornou vermelha conforme esquentou em minha mão. Na outra, o fogo queimava em chamas altas e descontroladas. Aqueles de vermelho que passavam por mim pegavam logo, suas peles viravam brasa em minutos.
— Portadora do Fogo Infernal — eu os ouvia gritar.
— Bruxa!
— Estão vendo, irmão? — perguntou o Padre, segurando a Bíblia. — Os demônios assumiram formas e arrancaram nossos corações. Olhem para ela, lindos olhos. Mas infectados. Devemos agradecer por esta oportunidade de demonstrar nossa determinação diante de tal traição.
— A Rainha das Cinzas — sussurrou Nimue, aqueles que a seguravam viraram para trás no mesmo instante.
A lâmina da minha espada já abria suas gargantas. Aqueles que atacaram por trás queimaram no instante em que se aproximaram. Não me importei em ver quem eram, sabendo que somente Paladinos Vermelhos seriam estúpidos de me atacar.
Infelizmente, o Padre correra antes que eu pudesse ir atrás. Mas a chuva de flechas começou. Os arqueiros já estavam em posição de ataque e a vingança começava.
— Ache sua mãe! — mandei. — Pegue a Espada!
— Que espada?
— Eu preciso ir até Merlian! Vou te encontrar!
Montei no primeiro cavalo que estava livre. Nimue correndo na direção contrária, indo em busca de sua mãe.
E por onde cavalguei, o fogo queimou. Uma parcela sendo destinada a ir atrás da nova Conjuradora para protegê-la do que ainda não controlava.
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𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐄𝐏𝐈𝐍𝐆 𝐌𝐎𝐍𝐊
— Parece que algumas espadas feéricas sumiram de nosso perímetro de ataque — disse o Padre, analisando as carcaças de animais em torno da grande pedra. — Encontrou algo?
— Rastros — respondeu o monge, a voz fria conforme tocava nas pegadas. — Apenas um par, uma moça feérica. Uma garota fez isso, mas com ajuda de alguém. Os corpos estão queimados.
— Então não era uma espada qualquer.
Um dos paladinos gritou o nome do padre mais ao longe. Seus irmãos todos ajoelhados, rezando em voz alta para a bruxaria que presenciavam.
Um corpo empalado em raízes que cresciam a cada batida de coração. As raízes todas em brasas crepitantes, aquecendo o corpo até chegar a um colapso lento e dolorido.
— Levantem-se — ordenou o Padre, gritando ao esbofetear o que chorava. — É assim que enfrentam o inimigo? Isso é o inimigo.
O Padre encarou o corpo do Paladino, vendo que ele ainda estava vivo — por pouco.
— Quem fez isso com você, meu filho?
— Sangue de lobo — sussurrou o monge ao encostar no líquido vermelho espalhado na árvore. — A árvore está queimada. As mesmas pegadas, mesma garota. Deixe-me encontrá-la, Padre.
— Preciso que você mate todos os feéricos desta floresta. E vocês, tirem-no dali. Só há um relato de um demônio que controla o fogo.
— Posso encontrá-la — afirmou o monge, mentalmente implorando para que pudesse ir atrás da Rainha.
— Estamos procurando uma moça feérica com uma espada grande. Junto dela, deve estar a Portadora do Sangue Infernal. Levem esta descrição para a Ponte do Gavião, Congregação das Ovelhas e Desfiladeiro Queimado. Digam a eles que quem estiver protegendo a Bruxa do Sangue de Lobo e a Rainha das Cinzas, queimará com elas.
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17.08.20
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Alguns minutos depois de eu publicar o primeiro capítulo e já tínhamos votos. Obrigada.
A minha semana vai ser um pouco cheia, mas vou me esforçar para que, na parte da manhã, eu atualize até que eu consiga decidir uma data certa para publicar capítulo.
𝑽𝑶𝑻𝑬𝑴 & 𝑪𝑶𝑴𝑬𝑵𝑻𝑬𝑴
𝑠𝑠𝑜 𝑎𝑗𝑢𝑑𝑎 𝑎 𝑓𝑖𝑐 𝑎 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑟 𝑒 𝑓𝑎𝑧 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑒 𝑙𝑜𝑔𝑜.
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