Cap. 7 - Tudo tem seu preço e quem quer arriscar?

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Konan havia conseguido acesso em todas as câmeras por onde Sasuke havia passado. Por sorte, havia diferença de poucos metros nos intervalos onde ela não achou uma câmera.

Como era formada tanto em Computação quanto em Engenharia do mesmo ramo, Konan conseguiu entrar nos computadores facilmente e utilizá-los para ter acesso às câmeras. Ela era contra invadir a privacidade dos outros, considerava muito valores como respeito ao próximo independente de quem, mas se usaria apenas para ver onde Sasuke se dirigia, ela considerou.

Itachi seguiu até o cemitério, como a última informação que tinha sido dada por Konan. Um coveiro o guiou pelo cemitério, ele havia entrado ali apenas duas vezes, na morte de seus pais e de sua cunhada, e como odiava lugares tão macabros, não sabia se movimentar por ali.

Quando chegou à área aberta próxima do pico. Itachi encontrou Sakura e Sasuke com seus dedos cruzados. Ele suspirou aliviada ao ver a cena, não sabia como Sakura havia adentrado aquele espaço tão pessoal de seu irmão — já que ele nunca deixava ninguém se aproximar quando o assunto era Karin —, mas sabia que aquela amizade entre os dois o fazia bem, o fazia ao menos se abrir com ela.

— O senhor quer que eu os chame? — perguntou o coveiro vendo que Itachi não saia do lugar.

— Não precisa, já estou de saída.

Para não interromper, Itachi optou por sair sem nem sequer Sasuke saber que ele estava lá.



Sakura e Sasuke permaneceram no cemitério quase até às 18:00PM da tarde. Depois disso eles se despediram e Sasuke voltou para casa, lugar esse que Itachi estava esperando sentado na sala.

— Precisamos conversar — disse Itachi assim que Sasuke passou pela porta.

— Não quero conversar agora, deixa pra amanhã — Sasuke disse seguindo para as escadas.

— O nosso tio vem passar a temporada aqui.

Sasuke parou no segundo degrau. Desceu novamente e sentou no sofá em frente à Itachi.

— Ele não iria vir apenas no meio do próximo ano? — Sasuke estava tão sério quanto Itachi.

— Eu também achei isso. Recebi uma ligação dele há duas horas avisando que virá dia primeiro — abriu e fechou os olhos lentamente, dava pra ver que Itachi estava indignado.

— Por que ele vem?

— Adivinha — sorriu cínico — Ele deve ter sido informado sobre a NRH e quer conhecer a nova sobrinha dele.

— Ele só quer conhecer a Sakura? — Sasuke relaxou os ombros — Então não é problema.

— É claro que é um problema Sasuke! — falou um pouco mais alto para surpresa de seu irmão — Se você e ela Sakura realmente namorassem não haveria problema, mas a questão é que não são um casal de verdade.

Sasuke levantou suas sobrancelhas. Ele sabia que uma hora seria descoberto, mas não que fosse tão rápido, tão cedo.

— Como-

— Ele deve propor à NRH. Suspeito que os pais da Sakura não saibam da farsa de vocês ainda — Itachi estava inexpressivo.

— Então não podemos deixar o tio Madara se aproximar dos Haruno — encarou o chão pensativo.

— E você acha que vamos conseguir? Os Haruno são cautelosos, no máximo vão ouvir a proposta dele — respirou fundo e continuou — Mas ele vai observar você. Se notar qualquer coisa mínima, ele vai ter um motivo pra conseguir o que queria e me afastar como CEO da Uchiha. Ele já deve ter olhos aqui, fiquem o mais próximos possível.

Sasuke levantou seu olhar. Sabia como seu tio era ambicioso. Seus pais haviam dado algumas ações da Uchiha e quando Itachi assumiu os negócios da família e pesquisou a fundo, descobriu através de Konan que ele comprou algumas ações com nomes de terceiros.

Mais tarde, Madara tentou tirar Itachi do poder da empresa convocando uma reunião de acionistas. Muitos estavam ao lado dele e compareceram, mas em respeito aos antigos CEOs, não votaram na mudança de direção da empresa.

Se Madara descobrisse que Sasuke e Sakura são um casal falso, poderia usar isso como argumento de que os dois irmãos não viam o futuro da empresa e assim, ele conseguiria se livrar de Itachi.

— Não me interessa se vocês realmente estão namorando ou não. Faça isso de verdade enquanto ele estiver aqui.

— Mas-

Itachi se pôs de pé e Sasuke calou.

— Se preferir, pinte até o cabelo dela de vermelho e coloque um óculos, mas a trate com o afeto que tinha com a Karin!

Sem esperar uma resposta, Itachi se retirou. Sasuke entendia a importância da presença de seu tio nas suas rotinas, mas tratar Sakura como Karin era uma missão impossível para ele.



Sakura estava tomando banho quando seu celular tocou e ela deixou a ligação ser perdida. Estava debaixo do chuveiro com a água quente batendo em seus cabelos, rosto e corpo.

Depois da tarde que teve, estava um pouco mais alegre. Sentia menos raiva de Sasuke conhecendo sua história, mas principalmente, estava feliz por aquele pequeno momento de união.

Ao notar que pensava no sorriso de Sasuke enquanto segurava seu mindinho, Sakura deu dois tapas duplos leves no rosto.

— O que é que deu em mim?! — Balançou a cabeça para os lados, afastando seu pensamento.

Terminou seu banho, se enxugou com a toalha e botou um roupão. Colocou uma toalha nos cabelos e saiu do banheiro, indo para seu pequeno closet.

Escolheu um de seus pijamas de seda rosa clara e o vestiu sem colocar uma peça íntima, preferia dormir com mais liberdade.

Após se arrumar, Sakura verificou a ligação perdida. Era de sua mãe, devia ser algo importante para receber uma ligação dela, já que raramente ocorria.

"Mudamos a data da coleção do segundo semestre para o dia 31 e 1°, sendo assim precisamos da coleção dia 1° o quanto antes, ela deve estar pronta o mais rápido possível", leu Sakura mentalmente dobrando seus olhos de tamanho logo em seguida.

Ela retornou a ligação e foi atendida no quarto toque.

— Como assim mudaram a sata da coleção? — perguntou incrédula.

— Você não é analfabeta, deve ter lido a mensagem, apenas faça quanto mais o tempo passa, menos tempo você tem pra terminar — falou Mebuki do outro lado da linha.

— Tudo bem ter adiantado, mas é muito pouco tempo pra criar quinze jóias diferentes! Eu não vou conseguir — Sakura se sentiu desesperada.

— As vezes ser a dona é exatamente isso, fazer o que não consegue. Carregue seu fardo e seja responsável, não irei fazer cobranças, espero que me entregue na data certa. Enviei as alterações do projeto pro seu gmail. Tchau — e desligou.

Sakura sentou na cama ainda chocada. A proposta era uma coleção de jóias de conceito dark pro segundo dia de lançamento. Como o primeiro dia de lançamento era uma coleção divertida, ela terminou no final do mês passado.

A criatividade de Sakura para criar peças para a noite era muito pouca. Devia ser algo mais escuro e profundo que carregasse os sentimentos ruins de boas lembranças e se ela não conseguia lidar com isso em sua vida, como ia conseguir produzir algo assim?

Sentindo-se derrotada, Sakura jogou seu corpo para trás deitando na cama, sua mãe já havia atestado diversas vezes, mas dessa vez, foi o extremo.

O celular vibrou indicando que havia uma nova mensagem, Sakura abriu a mesma e acabou lendo apenas com os olhos.

"Amanhã vou à uma festa de vinhos. Quer ir comigo? Acho que seria convincente já que posso levar alguém", dizia a mensagem.

Os lábios de Sakura se contraíram em um sorriso. Sentou novamente na cama, cruzou suas pernas em cima dela e digitou sua resposta.

"Claro, me manda o local e a hora que estarei lá!", respondeu e em menos de um minuto recebeu mensagem.

"Vou te buscar na casa da sua madrinha. Fica pronta às 17:00PM", Sasuke havia respondido.

Sakura mandou um emoji de uma mão mostrando o polegar. Digitou uma mensagem perguntando o que ele fazia no momento, mas se deu conta que era um pouco demais e apagou.

Precisando do ouvido de alguém para fazer suas reclamações, Sakura foi até o quarto da sua madrinha, entrando sem aviso nenhum.

Deu de cara com uma cena desagradável aos seus olhos. A cabeça de Sakura se virou para Kakashi, Tsunade e então Jiraya.

— Hã? — abriu um sorriso sem graça — Que merda é essa?! — gritou.

Tsunade estava deitada de barriga pra cima completamente nua. Suas pernas em volta da cintura de Kakashi e Jiraya em pé na cabeça de Tsunade.

— Porra, Tsunade! — Jiraya tirou seu membro da boca da loira e se jogou na cama.

Kakashi não moveu um músculo. Sakura fechou a porta com brutalidade. Um arrepio percorreu seu rosto e ela começou a balançar sua cabeça para os lados.

— Eu não vi isso, não vi isso! — falou para si mesma enquanto seguia para a cozinha.

Lá pegou um copo de água e virou, fez o mesmo com o segundo copo.

Sakura se sentia totalmente enojada. De todas situações desagradáveis que já passou, aquela havia sido a mais... Nem palavras existiam para expressar sua reação.

Levou pouco mais de sete minutos para Tsunade aparecer na cozinha usando um roupão e uma toalha na cabeça.

— Como você é uma estraga prazeres — reclamou.

Sakura assustou-se com a chegada de sua madrinha. Estava de cabeça baixa apoiada nos braços encostados na pia, não a viu chegando.

— Estraga prazeres?! — falou retórica — O que foi aquilo que acabei de presenciar?

— Uma penetração oral e outra na boca, nunca fez isso? — Tsunade abriu a geladeira e pegou uma jarra de suco de maracujá que estava feito — Ah é, você só teve o Naruto. Acho que você nem sequer fez um boquete nele, não é?

Sakura corou, e como corou. Sua madrinha era direta demais e não tinha papa na língua.

— Dá pra você me respeitar? — fingiu irritação para evitar seu jeito envergonhado.

— Sério que você nunca fez isso? — Tsunade reagiu com uma expressão de surpresa.

— Madrinha! — gritou indignada.

— Minha nossa, Sakura. Te falta experiência sexual — bebeu metade do seu copo de suco — Você só fez sexo baunilha. Se soube o prazer que é sentir os espermas na sua boca...

Tsunade passou o dedão no canto de sua boca e desceu até seu queixo.

— Eu não preciso ouvir essas coisas! — tapou seus ouvidos com os dedos indicadores e se dirigiu para sair da cozinha o mais rápido que conseguia.

— Sakura, volta aqui. Não fique tímida! — gritou pois sabia que de qualquer jeito ela ouviria — Falar de sexo é normal sabia? É melhor ficar informada do que ser pega de surpresa, nunca se sabe — continuou até Sakura sumir subindo as escadas.

Sakura voltou para seu quarto. Pegou seus fones Bluetooth e botou uma música no celular. Foi até a mesa onde fazia os rascunhos de seus desenhos no papel tentando criar alguma coisa, mas tudo que saia eram folhas virando bolinhas de papel em que metades eram acertadas no balde e algumas fora dele.


[...]


— Sakura! Sakura!

Ouviu a voz da sua madrinha longe, bem longe.

— Kakashi! — Ela chamou um de seus ficantes, mas ainda assim Sakura não acordou

— O que houve? Por que tá chorando? — Kakashi devia ter acabado de chegar.

— A Sakura!

Ouviu alguns passos e então novamente a voz do Kakashi.

— Droga, vamos tirá-la daqui.

Tentou abrir seus olhos, mas seu corpo estava tão pesado que novamente ela adormeceu.


[...]


As paredes do quarto já não eram as mesmas, eram as paredes do seu antigo quarto. Quarto esse que Sakura se lembrava bem qual era.

Devagar, ela sentou na cama e pôs os pés no chão em um par de pantufas que parecia estar a esperando.

O quarto ainda era o mesmo. Desde que concluiu o ensino médio, Sakura entrou direto na faculdade e não botou os pés mais dentro daquele quarto.

Ali era cheio de memórias, memórias de momentos que um dia foram felizes, mas agora era apenas uma forma de torturar a si mesma.

Saiu dali sem olhar muito pelo local, seus olhos miravam apenas a porta do quarto.

Desceu as escadas chegando à enorme sala da casa de seus pais os encontrando e também encontrando sua madrinha.

— Por que eu tô aqui? — perguntou, Sakura nem se lembrava dos últimos momentos antes de realmente apagar.

— Você quase me matou de susto! — reclamou Tsunade enchendo a boca de ar para mostrar chateação.

— Eu? — Sakura ainda estava sem entender nada.

— Tem tomado suas vitaminas? — perguntou Mebuki chamando a atenção de sua filha.

— Eu... — Levantou as sobrancelhas lembrando que realmente não estava tomando — Devo ter esquecido.

— Você não come direito, minha pequena — Kizashi se aproximou dela, passou um dos braços por trás de seus ombros e a acompanhou até que se sentasse — Se não tomar seus remédios nunca vai melhorar.

— Eu realmente esqueci. Estava ocupada com muitas coisas e acabei esquecendo — riu sem graça e repentinamente, seu nariz sangrou.

— Kizashi — Mebuki o olhou e apontou com o queixo para Sakura.

— Viu o que eu disse? — disse o pai de Sakura tirando um lenço de um suporte na mesa de centro.

— Obrigada — disse e levou o lenço ao nariz — Foi por isso que eu te assustei?

— A pessoa tá dormindo e começa a sangrar, qualquer um se assustaria! — Tsunade defendeu seu desespero.

Ao trocar o braço de apoio e levar a outra mão para apoiar o lenço, Sakura sentiu um incômodo entre seu braço e seu antebraço.

— Ai.

— Você tomou um soro. Está com fome? Por conta da fraqueza dormiu bastante — comentou Tsunade, já explicando o porquê daquela dor.

— Espera, que horas são? — Sakura abriu seus olhos lembrando de um pequeno detalhe.

— São 15:57PM — respondeu Kizashi olhando seu relógio no pulso.

— Precisamos sair agora! — exclamou olhando para sua madrinha — O Sasuke vem me pegar e tenho pouco tempo pra me arrumar!

— O relacionamento de vocês é tão sério assim? — Kizashi foi ignorado.

Sakura segurou Tsunade pelo braço a tirando do sofá.

— Acho que é um tchau — disse Tsunade sendo carregada e dando um "tchauzinho''.

Sakura revirou todo seu closet e nenhuma roupa que tinha parecia ser adequada. Ainda estava de toalha, fez sua madrinha ficar sentada na sua cama enquanto mostrava as roupas que tinha.

— O que vou fazer? — fez um bico manhoso — Não tenho nada pra usar.

Tsunade revirou os olhos, se pôs de pé e foi até o closet.

— Já pensou em usar as roupas que comprei para você? — vasculhou o lado do guarda-roupa que sabia que Sakura guardava roupas que ela dava.

— São muito... Sensuais — pensou um pouco em como descrever o gosto de sua madrinha para si.

— É uma degustação de vinhos Sakura, sensualidade é a roupa mais adequada — Escolheu uma roupa que sempre quis ver Sakura usando — Essa aqui!

Tirou do cabide e deixou à mostra de sua afilhada.

— Não, não mesmo! — recusou-se Sakura.

Tsunade assentiu com a cabeça mirando a roupa e Sakura já a imaginava vestindo. É, seria aquela roupa quisesse Sakura ou não.



Uma hora passou voando. Como dica de sua madrinha, Sakura decidiu sair do Hotel somente quando visse Sasuke no lado de fora. Uma Ferrari 296 GTB parou em frente ao Hotel. Sasuke saiu de dentro e olhou a hora no seu relógio de pulso. Encostou na porta do carona aguardando Sakura.

Após vê-lo se encostar, Sakura respirou fundo, olhou sua roupa, se sentiu exposta, mas sinceramente, ficou apaixonada em como a roupa lhe caia bem. Sakura sempre achou que devia andar coberta, tinha muito medo da opinião alheia, e se um dia achassem que ela era "fácil" ou "devassa".

Naquele momento, ela notou que tudo se tratava de estereótipos. Se ela gostasse do que estava vestindo e isso fizesse sua autoestima subir, em que parte as pessoas tinham direito de criticá-la?

— Como estou? — perguntou, era a quarta vez que fazia a mesma pergunta.

— Está linda, agora vai lá e arrasa! — Energizou Tsunade.

Pronta para sair, ela começou a andar em direção a porta giratória. Havia certo movimento na rua e tão bonita quanto estava, era impossível não chamar atenção.

Sakura usava um salto vizzano quinze de couro vermelho que deixava seus dedos totalmente à vista, cobria seu tornozelo e tinha uma cinta de tira única. Seu vestido era de alça única que passava pelo seu pescoço. As costas de seu vestido eram nuas. Colado totalmente no corpo na parte superior, ainda havia um decote na área frontal até o meio de sua barriga. Havia uma abertura enorme em do meio de sua coxa direita.

Não era intenção de Sakura surpreender Sasuke, queria apenas estar bonita em um evento, ao menos assim ela queria acreditar. Mas, ver aquele Uchiha boquiaberto foi satisfatório. Ele devolveu o celular ao bolso e desencostou do carro.

Notou e observou cada detalhe de sua roupa, até os colares, brincos, pulseira e presilha que prendia um lado de seu cabelo repartido de lado. Seus olhos pararam no rosto de Sakura. Ela estava com uma maquiagem dourada assim como acessórios que usava e decoração de seus saltos.

Os lábios vermelhos de Sakura se abriram num sorriso descarado e ao mesmo tempo irônico. Ela realmente o deixou sem palavras e vendo que ele não diria nada, não sabia se era uma coisa boa ou ruim, mas adorava aquela reação. Sakura decidiu falar algo já que Sasuke não quebraria o silêncio

— Vamos?

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Notas da Autora

Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês! Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?

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