Cap. 5 - A conta que todos devem cobrar e uma hora pagar
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— Por favor, sogro! Ajude o Naruto! — Hinata implorou sentada na cadeira do outro lado da mesa.
— Ele já fez muita besteira, está sujando o nosso nome! Já bastou o que vocês dois fizeram com a filha dos Haruno, agora ele foi pego em flagrante e a polícia tem todas as provas, já deixei a Kushina o encobrir uma vez, mas dessa vez não — Minato deu sua palavra final — Quem sabe esse tempo na cadeia não o ajuda a amadurecer.
Hinata chorava desesperadamente.
— Você nem sequer se importa com o seu filho! É culpa sua não ter o educado bem!
Minato bateu as palmas de suas mãos na mesa.
— Chega, Hinata! Eu o criei e o mimei demais, por isso ele é assim. Fiz o meu papel de pai e o ensinei o caminho correto, mas a escolha foi dele qual caminho seguir. Agora saia! — disse mais autoritário que nunca.
Hinata olhou aqueles olhos decididos. Ela não podia contar com ele, Minato era muito certinho para sempre tomar decisões que sabe que não são adequadas.
Se levantou da cadeira e saiu do escritório acompanhada pelos seguranças até o lado de fora, Minato sabia que ela podia tentar ir ver sua esposa e convencê-la, era melhor prevenir.
Caminhou até um parque onde encontrou um banco vazio. Olhou o saldo da sua conta e não tinha dinheiro suficiente para pagar a fiança.
Hinata estava numa grande posição na empresa dos Hyuuga, mas não podia mexer em um centavo porque seus responsáveis bloquearam a conta para só movimentar dinheiro com a confirmação de um deles pessoalmente.
Se vendo sem alternativas, ela ainda tinha um último recurso. Foi até a agenda de seu celular e ligou para um número conhecido.
— Você pode pagar a fiança do Naruto? — Hinata perguntou assim que foi atendida.
— Parece que nem mesmo os pais deles estão do lado dele, mas você está Hinata. Se me ligou, deve estar desesperada mesmo! — riu do outro lado da linha — E se eu puder, o que ganho com isso?
— Ganha a vice-presidência com uma recomendação direta de substituição — Ofereceu algo que sabia que ele queria.
— Espero que cumpra a sua palavra, pode ir buscá-lo às 16:00hrs — falou e desligou a ligação.
— Mal educado, mas agora posso soltar o Naruto.
Hinata respirou fundo sentindo que tinha tirado um elefante de sua cabeça.
No Hospital, o sol quente da tarde incomodava os olhos de Sakura. Inquieta, ela os abriu aos poucos. Sua visão estava embaçada e teve que piscar algumas vezes para se adaptar à luz.
— Ela está acordando, chame o médico! — Reconheceu a voz de seu pai.
Quando limpou suas vistas, Sakura olhou para um lado e então para o outro. Não se lembrava daquelas paredes brancas.
— O que aconteceu? — perguntou sem ser especificamente para alguém.
Yahiko se aproximou e a ajudou a se sentar. Colocou um copo de água e a ajudou a tomar.
O médico adentrou o quarto acompanhado de Kizashi e uma enfermeira.
— Como está se sentindo? — perguntou o médico tirando do bolso de seu jaleco uma lanterna que parecia uma caneta.
— Normal, só estou com fome — respondeu levando um braço pra barriga, ela sentia seu estômago completamente vazio.
Cuidadosamente, ele colocou a mão de um lado das suas têmporas e levantou uma de suas pálpebras. Manteve a luz em seu olho e então balançou algumas vezes, pouco depois fez o mesmo com o outro olho. Terminado, ele se afastou.
— Está tudo normal. Sem anomalias.
— Pra mim você parece que tá bem também! — falou o médico guardando sua lanterna.
— O que causou o desmaio dela e porque ela ficou tanto tempo desacordada então? — Yahiko questionou, somente naquele momento Sakura se deu conta que não fazia ideia de quanto tempo ficou inconsciente.
— Por quanto tempo estou aqui? — Sakura olhou para o médico, para Yahiko e então para seus pais esperando uma resposta — Falem alguma coisa!
— Você desmaiou ontem a noite. Tinha um rapaz a atormentando, eu me aproximei e depois do seu nariz sangrar, você desmaiou — respondeu Yahiko, já que ninguém queria.
— E que horas são?
Yahiko olhou para o relógio na parede da cama.
— 15:43PM.
Sakura mirou a janela, o sol já estava no horizonte, ele tinha falado a verdade. Para piorar, ela não sentia que tinha dormido tantas horas. Seu corpo pedia para descansar.
— Você teve uma crise de estresse. Acontece com pessoas que sofrem ansiedade e passam por algum momento de pique, ou seja, quando seu estresse chega no ápice, seu corpo pode reagir e seu sistema nervoso parar — Comentou o médico.
Sakura lembrou dos últimos acontecimentos. Ela estava histérica com muitas coisas, mas a noite da festa foi a gota d'água. Quando aquele homem de cabelos vermelhos se aproximou, ela só imaginou como poderia ser problemático estar com Sasuke, não se sentia estressada, mas aquela presença negativa a incomodava e a amedrontou.
— Quando terei alta?
— Peço que aguarde até o fim da tarde. Até que seu corpo fique ativo novamente, acho melhor ficar sob observação para ver se tem alguma reação diferente — falou o médico.
Terminado seu trabalho, ele e a enfermeira se retiraram. Seus pais saíram logo em seguida, o que era estranho, mas ela deixou esse pensamento de lado achando que era papelada de hospital para resolver.
— Por que você tá aqui?
Ele abriu um sorriso pequeno.
— Esqueceu que fui eu quem te deu socorro? — Tinha um pouco de ironia na sua voz.
— Isso não quer dizer que você tenha que ficar.
— Um "obrigado" bastava, sabia?
Sakura se deu conta que nem sequer agradeceu e já estava o expulsando.
— Obrigada, não apenas por me trazer pro hospital, mas também por chegar naquela hora... — Alguns flashes daquele homem veio a sua mente, balançou a cabeça para os lados afastando essas memórias.
— O que ele te disse?
— Eh... — Sakura pensou se devia falar ou não — Ele só queria dançar e eu o rejeitei, ele ficou insistindo e você chegou. Foi isso.
— Você confia mais nele do que em mim? — Se apoiou na cama aos pés de Sakura.
— Hã? Do que tá falando?
— Você confia mais no cara que te forçou a entrar num relacionamento falso do que em mim, que sou sincero e direto com você. Quanto tempo acha que essa-
Ela voou por cima da cama ajoelhada e tapou sua boca.
— Aish, você sabe demais — Reclamou Sakura — Falamos disso depois, por enquanto, esqueça que sabe qualquer coisa relacionado a isso e principalmente, não conte a mais ninguém!
Ele assentiu com a cabeça. Sakura se afastou e levantou. Yahiko ficou um pouco corado, mas ignorou.
— Se eu quisesse falar já tinha desmascarado vocês. Pode confiar em mim. De verdade! — prometeu.
Sakura não conhecia muito Yahiko, mas alguma coisa familiar nele a dizia que poderia até confiar sua vida à ele. Ela não iria dizer isso em voz alta, então apenas o olhou superficialmente e concordou.
Cansada de ficar sentada, Sakura levantou e foi até a janela. Estava no sexto andar e a altura era enorme comparada aos hospitais normais.
— Estamos no Hospital Shin Cure? — Virou-se perguntou à Yahiko.
— Eu a levei para Yan Life, mas assim que o médico identificou que não era nada grave, eles queriam fazer outros exames — fez uma pausa — então sua mãe pediu a transferência e você veio pra cá.
— Minha mãe esse bendito hospital...
— Tirando a parte que as pessoas que estão com morte pré-determinada ficarem aqui, é o melhor hospital da cidade, dá pra entender ela — Fez Sakura soltar um riso.
— E o baile? Como terminou?
— O Itachi e o Sasuke vieram pra cá, então acredito que o secretário do Itachi que tenha feito o fechamento.
— Ele veio? Quero dizer, os dois?
— Sim, mas também tiveram que ir trabalhar pela manhã. Seus pais também, mas eles trabalharam meio turno pra ficar aqui esperando você acordar. E sua madrinha tava aqui.
— Ela tem pavor de hospitais — Sakura lembrou de algumas situações e riu.
Mais nova as garotas de sua sala a chamavam de gorda e ela tentou uma dieta suicida às escondidas tentando emagrecer, na época ela estava sob os cuidados de Tsunade e ela não havia notado nada anormal. Sakura passou mal na escola e teve que ir para emergência, chegando lá eles a colocaram no soro e deu algumas vitaminas, Tsunade fez um show pra não deixar a furarem porque tinha pavor de agulhas, teve que ser tirada da área para que os profissionais da saúde fizessem seu trabalho.
— Sua madrinha ficou aqui até de madrugada, ela teve que voltar de manhã cedo para trabalhar.
— Ao menos não teve que me furar dessa vez — Sakura ria com a piada interna que só ela sabia ali — E você? Não tem que trabalhar?
— Eu optei por ficar.
— A gente nem tem tanta amizade assim, trocamos algumas palavras pela primeira vez ontem e hoje você dormiu no hospital pra ficar comigo, não acha que é um pouco demais? — Sakura sabia que estava sendo muito direta, mas ainda assim perguntou.
— Você que diz isso, só não se lembra — disse num sussurro tão baixo que ela não ouviu.
— O que você falou?
— Falei que é mais normal ter um novo amigo cuidando de você após desmaiar do que namorar um cara que conheceu não tinha nem um dia.
Sakura revirou os olhos e voltou a olhar a janela.
— Você é um chato, mas é legal.
— Quer passear por aí? — sugeriu do nada.
— Melhor do que ficar no quarto!
Sakura esticou seu corpo até levantar os braços acima de sua cabeça, ficar na ponta dos pés e voltar a ficar plana enquanto baixava os braços abertos de cada lado do seu corpo. Pronta para entrar em movimento, ela acompanhou Yahiko porta a fora.
A desculpa de Sasuke não estar no Hospital porque estava trabalhando era apenas uma forma de encobrir o gatilho que havia sido disparado em sua mente.
Itachi passou o dia tentando fazê-lo sair do quarto e comer alguma coisa, mas todos seus esforços foram em vão. Ele tinha uma chave mestre que abria todas as portas da casa, no entanto, usá-la para invadir a privacidade de seu irmão estava fora de questão.
— Sasuke, pode pelo menos dizer o que houve? — Itachi gastava toda sua paciência tentando conversar com seu irmão, porém, nem uma palavra foi dita por ele.
Óbito apareceu no corredor. Itachi entendeu que precisavam conversar e apenas seguiu para seu escritório acompanhado pelo seu secretário. Konan estava sentada em sua cadeira em frente à um notebook.
— A Konan passou o dia verificando as câmeras como pediu — disse Óbito.
— O que você conseguiu? — perguntou Itachi dando a volta na mesa e ficando ao seu lado, se agachou pra ver a tela do notebook.
— Era o Nagato. Ele cercou o Sasuke durante a festa toda, só foi atrás da Sakura depois da cena com o Naruto em que o Sasuke disse que ela era sua namorada. Ele ficou rondando ela até conseguir ficar a sós em um canto sem nossa vigilância. Ele falou algumas coisas, ficou um tempo com ela, mas não deu pra ouvir por conta do barulho — falou Konan vendo exatamente a cena em que Nagato agarra o braço de Sakura.
— Desgraçado! — deu um tapa forte em cima da mesa assustando seus dois funcionários — Ele continua atrás do Sasuke.
— Na minha opinião, o Sasuke deve saber disso. Não sabemos exatamente a relação dele com a Sakura, é muita novidade pra gente, mas ele odeia envolver as pessoas em seus problemas, principalmente se for referente àquela pessoa — Konan não pronunciou diretamente o nome da pessoa, mas todos ali sabiam quem era.
— Contrate alguns vigias, quero que fiquem de olho no Sasuke e na Sakura vinte e quatro horas com relatório semanal — Olhou para Óbito e ele assentiu com a ordem.
Hinata esperou por Naruto nas cadeiras que estava esperando dentro da delegacia. Ele seria transferido para julgamento em outra cidade no dia seguinte de manhã, mas a ligação de um familiar Hyuuga e o pagamento da fiança o livrou.
Naruto pegou suas coisas com o policial e foi liberado, quando se aproximou, Hinata voou pelo pescoço e o beijou, só que logo foi afastada.
— Não foi meu pai que pagou, não é? — Sua voz era fria, raivosa. Como nunca havia sido preso, a situação que havia passado havia sido seu ápice de vergonha.
— Não.
— Como você conseguiu o dinheiro?
— Fiz um acordo com o Neji.
Naruto mudou de feição, levantou suas sobrancelhas e levou as mãos para os ombros de Hinata.
— Você ficou louca? Eu sei o que ele queria, você não fez isso, fez? — ela assentiu em resposta — Você abriu mão do seu poder na empresa? Não devia ter feito isso.
— Eu deveria ter deixado você ficar preso então? — Encontrou seus olhos — Não ligo para a empresa ou qualquer outra coisa, só quero ficar com você, Naruto. Só você me importa.
Ela passou seus braços pela sua cintura. Foi abraçada de volta e acariciada no alto da cabeça.
— Não vou deixar seu esforço ser em vão. Eles vão pagar. Aquele maldito Uchiha vai ter o que merece, e a Sakura, nós dois temos assuntos para resolver...
"Esse tempo todo ela era a herdeira da NRH. Quem dera fosse isso que a deixasse tão interessante. Ela estava tão linda... Eu ainda não me cansei de você, Sakura, e você ainda vai voltar pra mim", pensou Naruto o que não podia dizer em voz alta por conta de Hinata.
Naruto agora não tinha nada a perder. Sua mãe o mimava, mas seu pai sempre teve as rédeas nas alturas que deviam estar.
Minato tiraria todo seu poder político, ele sabia disso, e o deserdaria.
Nunca um homem havia cruzado seu caminho para o deixar com tanto ódio, para ele, Sasuke era seu arqui-inimigo, e arqui-inimigo iam até apenas um ficar de pé, esse era seu pensamento.
Como dito pelo médico, Sakura foi liberada no final da tarde. Seus pais saíram mais cedo e Yahiko havia se responsabilizado de acompanhá-la até em casa.
— Pra onde você vai?
— Ah, não precisa se preocupar, vou voltar pro dormitório — respondeu Sakura simplista.
— Não é perto daqui e tá na minha passagem. Eu levo você e não discutimos mais isso. Me espere aqui, vou pegar o carro — falou e começou a andar.
Enquanto estava esperando, Sakura pensou em como Yahiko era diferente. Ele nunca havia dirigido uma palavra aos outros alunos da faculdade, ela era um deles. Porém, quando se aproximava um pouquinho mais dele, dava para perceber o quanto ele era doce e atencioso.
"Pelo seu bem, vou ajudá-lo a sair da sua zona de conforto e socializar com outras pessoas, Yahiko! Eu prometo", pensou e fechou seu punho com à frente do corpo em determinação.
Um Lexus LFA parou na frente de Sakura. O vidro abaixou e era Yahiko.
— Vamos.
Sakura balançou a cabeça para cima e para baixo. Deu a volta pela frente do carro e entrou. Dentro do carro era muito confortável. Ela colocou o cinto de segurança e passou a olhar para a estrutura do carro. Yahiko notou pelo canto do olho e riu.
— Quão rico você é? — Perguntou Sakura, ela sabia que ele tinha dinheiro porque para estudar na faculdade em que ela estava essa era a única forma.
Naquele momento ela percebeu que não sabia nada de Yahiko, nem mesmo seu sobrenome. Ela teria procurado saber um pouco mais sobre ele, mas Yahiko começou uma conversa com assunto totalmente diferente.
Dentro de seu quarto, Sasuke tocava um piano importado de cor vermelha. Era a cor favorita dela, havia uma foto dos dois na escrivaninha ao lado de sua cama que dava pra avistar do banco.
O quarto era invadido pelo toque das teclas ao som de Una Cabeza, uma música de tango de Il Divo que sempre dançavam juntos, era a música favorita dos dois.
Sasuke não precisava de partitura para tocar aquela música, sabia sua partitura de cor e salteado.
Enquanto seus dedos deslizavam sobre as teclas, seus olhos se mantinham fico naquela foto, já sua mente revirava as mais belas memórias que tinha.
Em um teatro enorme de cortinas vermelha e preta, aquele mesmo piano que ele tocava estava no palco. A entrada dos dois ali, seus corpos próximos pronto para iniciar a dança.
Para ela, aquele era seu trabalho que tanto amava fazer, já para ele, era o lugar onde mais amava estar. Não era pelos aplausos no fim de sua apresentação, bem pelos olhos dos presentes estarem em si, mas sim porque ali os dois só podiam contar uns com os outros e era o momento onde seus olhos se encontravam de uma forma que ninguém podia separar.
Vermelho. Hoje em dia Sasuke odiava aquela cor, porém, guardava o instrumento dela que carregava esse tom em seu local mais íntimo: seu quarto.
As mãos de Sasuke pararam sobre as teclas dando fim à música. A sensação que tinha em seu peito era angustiante. Era como se todo ar estivesse faltando e o deixando sufocado.
Ele não conseguiu mais se conter e se deteve em lágrimas, abaixou a tampa do piano, apoiou seus braços em cima dela e chorou alto, como não chorava desde que ela se foi.
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Notas da Autora
Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês! Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?
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