Cap. 18 - Qualquer lugar longe de todos e da chuva de arroz
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Sakura estava paralisada. Não falava nem mexia um músculo desde que havia ouvido as palavras da Dra. Chiyo.
— Sakura, você está bem? — A falta de reação dela preocupava Yahiko.
— Você ouviu tudo que eu disse, Sakura? — Dra. Chiyo perguntou aguardando uma resposta.
— Ouvi... — respondeu Sakura em tom baixíssimo, quase como um sussurro.
— Não fique com essa cara, sei que não estava nos nossos planos cuidar de você enquanto estivesse grávida, mas teremos que nos adaptar à situação — Tentou confortá-la, apesar de não ser de grande ajuda — Descanse bastante, precisa comer comida saudável e alimentos que mantenha sua saúde equilibrada e acima de tudo, não se estresse.
— Farei o possível — disse manso.
— Yahiko, acho que ela precisa ficar só um momento e eu queria conversar com você, vamos à minha sala? — Chamou a Dra. Chiyo percebendo a maneira reflexiva que Sakura se encontrava.
Yahiko também havia notado que ela gostaria de ficar sozinha para digerir aquela informação, como de qualquer jeito sairia, apenas acompanhou a médica.
— Para que tudo dê certo entre a gente, precisamos ser sinceros, onde estavam e o que houve? — Ela o encarou.
— A Sakura tem um ex namorado pelo qual é apaixonada, ele mexe muito com os sentimentos dela e ele também a desestabiliza.
— É o Sasuke Uchiha? Ela estava na festa dele ontem? Ela é idiota? — A Dra. Chiyo não estava crendo que ela realmente tinha ido lá.
— O Itachi é sócio da NRH, ela não podia negar, todos iriam falar — Yahiko a defendeu.
— A saúde dela é mais importante, como pôde ser tão ingênua? — Levou uma mão à testa — Então ela assistiu o anúncio da gravidez da noiva dele de camarote. Essa garota não tem jeito.
— Era só isso que queria perguntar?
— Prepare tudo para partirmos, vamos antes do casamento deles. Ela não tem coragem de evitá-lo, mas nós temos. Vamos partir em seis dias! — falou firme e Yahiko apenas concordou.
Em seu quarto, Sakura encarava sua própria barriga enquanto tocava.
"Ele engravidou outra mulher e eu estou esperando um filho dele", riu de sua própria situação, sentia-se patética.
A última coisa que Sakura pensou desde que ela e Sasuke terminaram, era que teria um filho dele. Em seus planos, só teria uma família após viver bons anos do seu casamento, mas tudo perdeu a ordem.
Desde que namorava Naruto, Sakura nunca foi descuidada, sempre mantinha proteção em primeiro lugar, mas vacilou quando dormiu com Sasuke.
"Ele vai ter a própria família dele agora", afundou-se em seus pensamentos, "Ele não vai precisar de nós dois e talvez nem queira assumir você".
Yahiko voltou para o quarto. Sentou-se à beira da cama de Sakura para conversar com ela.
— Vamos ir em seis dias, não acha melhor contar pra ele? — Yahiko nem precisava citar claramente quem era.
— Eu não concordo com isso Sakura, por pior que ele seja, ele é o pai, ele precisa saber.
— Você não entende? — Todo controle de Sakura foi por água abaixo, sua voz estava abalada e desesperada — Eu não quero que ele saiba, Yahiko.
— Não vou acobertar isso, Sakura — Manteve sua palavra, ele era justo demais para carregar essa culpa.
— Se o problema é que você teria que assumir, eu posso dizer que arranjei um cara qualquer e- — Sakura pensava em algo, mas Yahiko nem deu tempo dela pensar.
— Acho que a Dra. Chiyo tem razão.
Sakura parou de falar.
— Você deve mesmo ser idiota.
Ela arqueou as sobrancelhas confusamente.
— Acha que eu estou preocupado em assumir um filho seu? — Yahiko perguntou sério, pareceu realmente ofendido — O que eu preciso fazer pra você ver que estou disposto até a desistir da minha identidade, da minha vida, pra ficar ao seu lado? Eu não fui claro ainda Sakura? Eu te amo, eu nunca deixaria você nessa, independente de quem é o pai. Achei que já tinha te demonstrado isso — suspirou profundo, toda sua alegria pareceu se esvair.
Eles mantiveram um silêncio, Yahiko sabia que ela não diria nada e nem esperava que dissesse.
— Se você não contar, eu conto!
Sakura agarrou o braço de Yahiko.
— Não, você não pode contar — Seus olhos realmente imploravam, estavam se enchendo de lágrimas — Se ele... Se ele me rejeitar de novo... Se rejeitar o meu filho, eu não vou aguentar, não vou mesmo.
As lágrimas de Sakura começaram a rolar fora de controle.
— Ele já vai ser pai de qualquer jeito — Deixou o braço do ruivo — E se ele simplesmente não me apoiar, eu não sei se vou conseguir levar essa gravidez até o fim. Eu quero ter esse bebê independente de qualquer coisa. Prefiro me culpar por nunca ter contado nada à ele do que arriscar perder meu filho!
Não era um pedido se uma amiga de infância que Yahiko estava recebendo, mas sim de uma mãe que queria ter aquele filho.
Ia contra seus códigos pessoais esconder algo, Yahiko era certinho demais para acobertar uma mentira, mas acima de tudo, ele não conseguiria negar algo à Sakura.
— Qualquer dia desses eu não vou mais me reconhecer, se esse é o seu desejo, vou respeitar — disse por fim para se retirar em seguida.
Yahiko se via em um dilema, para ele a verdade tinha que ser dita sempre, e no momento que Sakura decidiu omitir essa informação, ele sabia que ela estava entrando num caminho sem volta que a fazia jogar no mesmo nível que todos da Elite jogavam.
[...]
Dois dias se passaram para que Sakura finalmente pudesse sair da observação e ter alta. A pedido de Sakura, a Dra. Chiyo decidiu manter segredo sobre a gravidez de Sakura até mesmo de seus pais.
Sakura estava vendo o noticiário na TV, como as pessoas adoravam um motivo para uma boa fofoca, ela ficou extremamente preocupada com a impressão que passaria para o público há duas noites atrás.
— Todos os jovens herdeiros da Elite foram convidados e compareceram no anúncio das empresas Uchiha da chegada de mais um membro — falou uma jornalista na tv.
— Muitos não esperavam o comparecimento de Sakura Haruno, herdeira da NRH e ex namorada do jovem herdeiro dos Uchiha, Sasuke, mas ela compareceu em nome da sociedade que tinha com os Uchiha — Continuou o colega ao lado que também apresentava as notícias.
— Como eles são nojentos, falam como se eu tivesse dito isso — resmungou Sakura para si mesma.
— Ao anunciar sobre a gravidez de Ino Yamanaka, Sakura e seu atual noivo, Yahiko Uzumaki, se retiraram — prosseguiu a mulher.
— Ao entrevistarmos, Neji Hyuuga, o CEO das empresas Hyuuga, ele explicou que haviam recebido uma ligação urgente sobre a CEO da NRH afastada do cargo por motivo de doença, Mebuki, que teria piorado a situação e precisam da presença de um familiar para tomar providências.
— Outros convidados que também estavam por perto confirmaram ter visto e ouvido a ligação — Concluiu o rapaz — A saúde de Mebuki Haruno ainda é de total sigilo pela família Haruno. Voltamos em breve para mais notícias.
Sakura se lembrou do momento em que recebeu a ligação que pedia com urgência sua presença na casa de seus pais. Desligou a televisão e pegou seu celular e ligou para o número de Kurotsuchi.
— Kurotsuchi, como está minha mãe? Eu não passei bem e não consegui chegar em casa — falou um pouco acelerado.
— Ah, pode ficar tranquila. Estava assistindo a transmissão ao vivo da festa, quando focaram a câmera em vocês, vi que estavam em maus lençóis, aí inventei a desculpa da Mebuki, mas ela está bem, foi uma mentirinha, como não apareceu, achei que sabia — explicou-se Kurotsuchi.
Sakura suspirou, era uma coisa boa então, e por justa causa, se não fosse por aquela mentira, ela não teria uma razão para sair e tudo se complicaria.
— Menos mal, você é minha mulher maravilha! — disse agradecida — Muito obrigada, até mais.
Ao sair do Hospital, seu fiel companheiro a esperava no carro e Sakura não imaginava nada menos que isso.
— Pronta pra ir pra casa? — perguntou, sabendo o quanto ela desejava o ar de sua casa.
— Estou louca por pote de sorvete de menta com chocolate, o que não é normal, normalmente tomo de chiclete — falou ao entrar no carro.
— Ótimo, gosto de menta e chocolate também. Próxima parada: sorveteria! — Anunciou e deu partida.
Em uma calçada distante, um par de olhos azuis os observava atentamente enquanto os dois partiam de carro.
"Eu o deixei crescer ao meu lado, ele achou pouco o que já tinha roubado de mim por direito, agora quer roubar a Sakura também, mas eu não vou deixar!", pensou enraivado. No início ele havia tirado essa ideia de sua mente porque achou que era somente a amizade de infância dos dois, mas desde que o anúncio do noivado entre Yahiko e Sakura, ele desconsiderou qualquer familiaridade e o tornou seu inimigo.
— Isso vai ser mais difícil do que imaginei, pelo jeito vou precisar de tempo pra planejar tudo, agora você tem muito mais gente à sua volta, Sakura — disse para si mesmo.
[...]
Como dito, no dia seguinte Sakura foi visitar sua mãe, essa que estava com um humor ardiloso e que havia recusado ver a própria filha, mesmo sabendo que ela não havia passado bem. Sakura era tão teimosa quanto a mãe, entrou no quarto de qualquer jeito e pediu educadamente para que os demais se retirassem, ficando a sós com seus pais.
— Eu não disse que não queria ver você? — Mebuki disse descontente em ver sua filha.
— Disse, mas desde quando eu faço o que a Senhora quer? — Riu cínica e sentou no pé da cama — Não vim para brigar.
— Então não devia ter vindo! — Havia certa ferocidade em sua voz.
— Como você é chata, sabia? — Sakura perdeu qualquer paciência que estava tendo até aquele momento — Acha que eu queria te ver também?
Mebuki não respondeu, sabia que não.
— A senhora pode até me odiar, mas eu sou sua filha, meus sentimentos maternos não deixam eu simplesmente fingir que não me importo com sua saúde. Estava com saudade também, tinha que vir vê-la! — Disparou chateada, mas por baixo daquele disparate, havia um sentimento melancólico que fez Mebuki ceder.
— Não veio só pra isso, não é? — Imaginou que havia outro motivo.
— Antes de tudo, fique tranquila, eu já resolvi tudo — Avisou antecipadamente antes de dar a notícia — Eu vou ficar um ano fora para me tratar, nesse caso, a NRH ficará com um CEO temporário. Escolhi seus braços direitos.
Mebuki olhou confusa, mas não era por sua filha sair de repente, e sim porque ela escolheu seus pilares.
— Achei que não confiava naqueles que eram leais a mim — disse realmente confusa.
— Acontece que confiança é algo que se conquista, no momento em que aqueles dois me mostraram que me dariam todo apoio que eu precisasse, eu vi que podia confiar neles para isso — Lembrou dos esforços da dupla há algum tempo
— Mas e o Setor Maior?
— Conversei com todos eles e também já oficializamos a posse deles, peço que não abuse tanto deles, devem se manter bem ocupados agora e ainda terão que lidar com o Setor Maior, eles surtaram quando comuniquei minha decisão, vão pegar no pé deles — Imaginou Sakura, já conhecia aquele grupo o suficiente pra saber que fariam seu trabalho, mas iriam pressionar à nova direção.
— Você fez um bom trabalho! — Elogiou realmente orgulhosa.
Sakura a encarou por um tempo. Quando foi que ela recebeu um elogio de sua mãe? Que se lembre, nunca. Logo ela afastou aquela nostalgia de sentimentos maternos e se levantou.
— Se cuide, qualquer coisa me ligue, não devo vê-la até o dia da viagem. Se cuide também papai e me mantenha informada — Pediu olhando para cada indivíduo.
— Se cuide também, espero que encontre o que procura — Desejou Kizashi.
Sakura sabia que não viria mais seus pais tão cedo. Se lembrou de quando seus pais queriam que ela estudasse no exterior para obter experiências internacionais, ela foi totalmente contra.
A ideia de estar em um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas e longe daqueles que conhecia a apavorava, mas dessa vez, ela teria ao menos duas pessoas ao seu lado.
Os preparativos para a cerimônia de casamento estavam nas mãos de Itachi e Inoichi. Itachi cuidava de toda parte burocrática e organizacional e a decoração era por conta de Inoichi.
Com tantas coisas para fazer, era impossível para Itachi ficar sempre calmo, desestressar.
— Konan, amanhã é sua folga, não é?
— Sabe qual é o dia que eu folgo, por que a pergunta? — Olhou por cima já que sua cabeça estava para o tablet em suas mãos.
— Vamos sair na sua folga — Não soou como um convite nem pergunta, era apenas uma notificação.
— Não posso sair com você — respondeu voltando os olhos para o tablet.
— Vai continuar fazendo greve? — Itachi perguntou um pouco indignado.
— Teve uma época que era greve mesmo, mas como eu te disse, já que não quer algo comigo, eu arranjei alguém que queria, por isso não posso sair com você — falou ainda sem olhá-lo.
— Você está saindo com outra pessoa? — Itachi ficou pasmo, nunca imaginou que Konan levaria isso tão à sério.
— Estávamos apenas conversando, mas agora decidi que podemos tentar algo um nível acima — disse com simplicidade.
— Você está mesmo me trocando por outro?
Konan fechou a capa do tablet e encarou Itachi nos olhos.
— Eu gosto de você, mas gosto ainda mais de mim mesma, Itachi — Abriu um sorriso forçado — Eu quero viver um romance de verdade e gostar da companhia de alguém é um caminho para se apaixonar por mim. Estou disposta a isso.
E saiu, deixando Itachi totalmente sem palavras. Fazia muito tempo que Konan simplesmente afastou Itachi da intimidade que tinha consigo, ela esperava que ele se tocasse e assumisse os sentimentos que tinha por ela, mas ele não tinha essa capacidade. Itachi apenas achou que Konan voltaria para ele como sempre fez, no entanto, ela não cedeu como de costume e ele tentou dar o braço a torcer.
Dessa vez ela não estava brincando, invés de voltar atrás, ela estava dando um passo à frente sem que ele a acompanhasse.
— Óbito, cancele minhas atividades amanhã, preciso de um dia de descanso — falou em um telefonema rápido e desligou.
"Vamos ver quem é o engraçadinho que tem a coragem de competir comigo!", pensou consigo, ele não fazia ideia de quem era e queria acreditar que essa pessoa não era tão boa assim, iria conferir com seus próprios olhos.
[...]
Itachi estava com o dia livre. Ele colocou uma calça preta, um boné e um casaco longo, estava todo de preto e de óculos escuro.
Ele havia amanhecido o dia num carro preto fumé em frente à casa de Konan, para ter certeza de que ninguém havia entrado.
Acompanhou ela de longe ao ir no mercado, na farmácia e em uma loja de eletrônicos. Quando ela voltou para casa era quase uma hora da tarde.
Finalmente conseguiu uma chance de ver quem era o homem com quem Konan iria sair ao vê-la arrumada usando um short jeans curto e uma blusa casual de alças finas e cor lisa branca, entretanto, arrumados.
— Pra onde ela vai vestida assim? A Konan nunca usa roupas assim, ela tem tanta intimidade com esse cara? — perguntou parecendo que alguém poderia responder para ele.
Ele seguiu a moto até um café onde havia um rosto conhecido que Konan parou para cumprimentar com abraço.
— Será que o Óbito sabe quem é? — Se perguntou, viu os dois se sentarem em uma mesa — Isso aí Óbito, agora que ele se sentou com ela ferrou o plano do casalzinho, arrasou Óbito.
Itachi estava satisfeito. Ele esperou que o suposto parceiro de Konan aparecesse. A viu pegar no celular uma vez para então voltar a conversar com Óbito sem distrações e após um tempo ele tirou suas conclusões.
— Será que ela dispensou o cara só porque o Óbito chegou? — Pensou alto — Deve ser que ela sabia que provavelmente o Óbito me contaria, por isso o dispensou.
Cruzou seus braços e encostou no banco do carro.
— Pelo jeito foi tudo por água abaixo, e eu nem precisei fazer nada — Sentiu-se vitorioso.
Vendo que não tinha com o quê se preocupar, Itachi decidiu parar de seguir Konan e foi almoçar em um restaurante longe dali.
[...]
Itachi estava de bom humor quando Konan voltou ao trabalho, como se tivesse ganhado na loteria.
— Aproveitou bem seu encontro ontem? — Cortou volta a provocando.
— Se deseja tanto saber, sim, aproveitei bastante — Konan sorriu.
"Mentirosa, sei que você não encontrou ele ontem", pensou Itachi, mas não disse o que sabia em voz alta.
— Sério? O que fizeram de tão interessante — Continuou o assunto.
Konan revirou os olhos.
— Você não viu tudo? — disse num tom de quem sabia tudo — Sei que me seguiu Itachi, não se faça de bobo.
— O quê? Você sabia? — Quase ficou boquiaberto, foi pego no pulo do gato.
— Eu compro todos seus carros, como não saberia que a placa era sua?! — disse com certa ironia — Além disso, me seguiu o dia inteiro, seria impossível não notar um carro preto me seguindo onde quer que eu fosse.
Itachi decidiu não se fazer desentendido.
— Isso mesmo, queria ver quem era o cara, só por curiosidade, mas pelo jeito, seu encontro deu tudo errado. Eu vi também que o óbito cortou seu "esqueminha" — falou a última palavra com desprezo, mas nem tentou esconder que estava contente achando que tinha dado errado.
Konan riu de se acabar com a inocência de Itachi.
— Então você acha que deu tudo errado? — perguntou entre risos.
Ele ficou um pouco perdido, não fazia ideia do porquê ela ria.
— Eu vi quando recebeu uma ligação, não cancelou seu encontro? — Começou a pensar que talvez ela tivesse se encontrado à noite.
— Do que vocês tanto riem? — Óbito se aproximou, eles nem notaram quando ele estava indo em sua direção.
— A Konan que tá rindo, eu não — Itachi disse chateado por não ter compreendido ainda.
— Eu não disse que o Itachi seguiu a gente — Conteve seus risos — Então, ele acha que você estragou meu encontro ontem.
— Hã? — Óbito olhou para Itachi e segurou a mão de Konan, mostrando seus dedos entrelaçados na altura de seu ombro — Ainda não sabe que nós dois estamos saindo?
Itachi se sentiu como um vidro sendo totalmente estraçalhado.
— Vocês... — Apontou para um e depois para o outro.
Ele se lembrou das vezes em que havia dito que quando Konan decidisse abrir mão dele, ele seria o primeiro a ir atrás dela. Itachi sempre levou as palavras de Óbito como blefe, mesmo quando ele parecia falar seríssimo.
— Eu desliguei o celular porque a bendita operadora fica toda hora ligando e não queria que nos atrapalhasse — Konan esclareceu mesmo não tendo obrigação.
— Saiam da minha frente — disse completamente perdido, mas eles não se moveram — Sumam da minha frente!
O grito de Itachi os assustou, eles se olharam e saíram. Longe da presença de Itachi, os dois cochicharam entre si.
— Pegamos pesado? — Se sentiu culpada pela reação de seu chefe.
— O Itachi tem um orgulho à prova de bala, isso vai ajudá-lo a se enxergar por dentro, não fique ressentida por ele — Óbito tentou tranquilizá-la.
— Você é o melhor amigo dele, e se ele desistir de mim? — Konan baixou o olhar, negativa.
— Ele vai ficar mal uns dias, mas justamente porque sou o melhor amigo dele e você a mulher que ele ama, ele não vai desistir, eu não o reconheceria se fizesse isso — falou com firmeza — Estou cansado de vê-los nesse caso sem compromisso, se ele não falar o que sente e o que quer agora, ele não vai mais falar.
Konan suspirou. Óbito sempre tentou mostrar para Itachi que se ele não cuidasse bem e desse a vida que Konan merecia, o relacionamento que ela merecia, haveria alguém que um dia iria propor isso à ela.
Melhor amigo de Itachi e de Konan, Óbito sempre ficou no meio da relação como um poço invisível cujo seus dois amigos depositavam suas preocupações e frustrações. Dessa vez, ele resolveu fingir realmente ser um concorrente à altura para levar Itachi ao precipício, ele teria que se render para si ou arriscar pular de paraquedas na vida de Konan.
[...]
Yahiko esperava Sakura no lado de fora do banheiro feminino, ele achava que era apenas enjôo normal de uma mulher grávida. Dentro do banheiro, a Dra. Chiyo passava as mãos nas suas costas como se pudesse aliviar a sensação horrível que Sakura sentia.
— Você está vomitando com sangue — disse a Dra. Chiyo quando Sakura encostou na parede do banheiro com o rosto pra cima.
— Eu não estava sentindo enjôo, porque ele apareceu numa hora dessas? — Reclamou Sakura fungando seu nariz em um lenço trazido pela médica.
— Você deve estar com seus hormônios agitados e seu vômito não é normal, parece que assim que a gente pousar precisaremos investigar isso.
— Dá um tempo — Pediu com certa marra, saiu da cabine indo em direção a pia, nela lavou seu rosto.
Passou as costas de sua mão no nariz e viu o líquido vermelho que escorreu dele.
— Sakura, estou falando sério, tem dois dias que você tomou sangue, primeiro você urinou com sangue e agora sangue no vômito? — disse Dra. Chiyo realmente preocupada — Seu corpo pode estar rejeitando a reposição, ele está gerando uma criança e isso muda o funcionamento do seu corpo também.
Sakura encarou sua mão suja de sangue, aproximou ela da torneira e automaticamente a água começou a cair.
— Eu vou ao Hospital quando chegarmos — falou baixo, desanimada.
As duas saíram do banheiro e Yahiko quase deu um pulo quando as viu.
— Tá tudo bem? — perguntou o ruivo ao ver a cara pálida de Sakura.
— Vamos nos sentar, tenho Dramin e soro de reidratação na minha bolsa, vai ajudar ela a parar o enjôo e ter um vôo tranquilo, e o soro ajuda a melhorar essa cara — falou para Yahiko já que Sakura passou direto procurando um lugar para se sentar.
Eles arrumaram um lugar para sentar e Sakura tomou o soro e o remédio passado por sua médica. O horário do vôo havia dado e só então eles viram que haveria atraso devido à decolagem no outro país, a chuva estava forte e com o risco de tempestade teriam que voar uma hora mais tarde, sinal que teriam que esperar esse prazo.
Cada um resolveu fazer algo diferente enquanto esperavam seu novo horário. A Dra. Chiyo havia saído pra comprar algo pra comer e Yahiko tirou um cochilo com sua almofada para pescoço.
Sakura sabia que a Cerimônia de Casamento de Sasuke e Ino estava acontecendo naquele exato momento, tentou resistir à tentação de entrar na live das duas empresas enquanto olhava para tela de celular, mas acabou caindo na tentação.
Ao abrir a live no instagram, Sakura viu que os dois já haviam feito seus votos de casamento, estavam saindo da igreja e havia gente dos dois lados da porta jogando arroz e flores para os recém-casados.
Os dois sorriam de um tamanho sem igual, enquanto passavam naquela trilha onde as pessoas desejavam as maiores felicidades em um casamento.
— Podia ter sido a gente, mas você escolheu ela.
Sakura tocou a tela do celular com certa melancolia quando focaram a câmera em Sasuke.
— Espero que tenha conseguido o que realmente queria — desejou profundamente.
Em silêncio, ela agradeceu por Yahiko e a Dra. Chiyo se dá ao trabalho de adiantar a viagem para que ela não fosse àquele casamento.
Apesar de pretender dormir, Yahiko apenas manteve seus olhos fechados descansando. Havia ouvido o que Sakura disse e automaticamente o som da live, ele apenas fingiu que ainda dormia.
Sakura achou que seria muito doloroso ver o homem que ela amava se casar com outro, mas sentiu como se todas as correntes que a prendia à ele fossem quebradas. Ela decidiu deixar Sasuke fazer a sua escolha e o viu partir, talvez doesse mais se ela visse de perto, mas estar longe de todo mundo e daquela chuva de arroz, era tranquilizador.
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Notas da Autora
Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês! Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?
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