Cap. 17 - Corações que só sabem se magoar e magoar os outros
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Amargurada pelo noivo sem coração que havia lhe deixado sozinha e ido atrás da ex, Ino se aproveitou da companhia de Sai e contou tudo que lhe incomodava como se fossem íntimos, reclamou de tudo que passava pela sua mente juntamente com a bebida mais forte do local sem controle algum apenas bebendo um copo após outro.
Sai não era muito sociável, não tinha amizade com os Yamanaka, mas tinha consciência de sua influência através da NRH.
Agir de manso sempre foi o estilo livre dele, mas encontrar uma garota em estado tão deplorável também não era a chance perfeita de intervir em uma nova família? Em um novo status social? De qualquer jeito, Ino e Sasuke ainda não estavam casados, ele tinha uma chance.
Todas as ideias que passavam na mente de Sai bateram em retirada quando eles saíram do restaurante. Ele podia ter seus defeitos, mas não era um canalha, não era uma pessoa inocente e muito menos mau-caráter à esse ponto.
— Vou chamar um táxi, vou deixar você na sua casa e depois vou embora, uber hoje em dia também é perigoso e se tiver bêbada pior ainda — disse chamando o uber mais perto que tinha no aplicativo, levaria menos de três minutos pra chegar.
Nas últimas duas semanas, haviam sido registrados cinco casos de mulheres que foram violentadas por motoristas de aplicativo. Felizmente, o ID dos taxistas foi localizado e eles foram pegos, mas nunca se sabia se havia mais pessoas desse tipo.
Ino estava com suas bochechas rosadas de bêbada, mas ainda conseguia se manter em pé, mesmo que trocando seus passos.
Levaram poucos minutos para chegar até a casa de Ino após a chegada do uber.
— Vou só deixá-la dentro da casa dela e volto, pode esperar? — pediu ao taxista.
— Hã? Mas já vai? — Ino estava realmente bêbada — Não vai entrar? Ainda posso beber.
— Eu tenho uma corrida, acha que vai demorar? — perguntou o uber.
Sai suspirou, teria que pegar outro então.
— Aqui — Pegou algumas notas em sua carteira e passou para o banco da frente — O troco é seu.
— Obrigada — respondeu ao pegar o dinheiro.
Ino deu trabalho para sair do carro e até para chegar na porta de sua casa. Sai a apoio em seu pescoço para a carregar até a entrada.
Uma senhora de cabelos grisalhos usando um body por cima da camisola atendeu a porta. Atrás dela estavam duas jovens de pijama.
— Senhorita Ino! — A senhora disse já passando o braço livre de Ino por seu pescoço.
— Senhora Kinami, pode trazer mais dois vinhos pra gente? — pediu com a voz embriagada.
— Ainda quer beber? — perguntou a Senhora em tom repreensivo — Você nem se aguenta em pé, vamos te levar para o quarto.
— Não vão me trazer nada pra beber? — Fez voz de dengo.
— Esqueça isso, Senhorita Ino! — disse duramente a senhora.
Assim que tentou retirar o braço em que apoiava Ino e passar para uma das empregadas, Ino o agarrou pelo pescoço e não soltou.
— Só vou se ele me levar! — Fez birra.
— Senhorita Ino, isso não é apropriado! — respondeu a senhora Kinami.
— Governanta, ela não quer soltar — disse uma das garotas que tentava ajudar Sai a se soltar.
— Como é que ela ficou tão bêbada? — Olhou para Sai esperando que ele respondesse.
— Eu pedi pra ela parar, mas aparentemente ela não ouve ninguém — criticou Sai, ela realmente não o ouviu.
— Ela é muito teimosa — A governanta suspirou como se estivesse cansada.
— Me guiem até o quarto, eu deixo ela lá e resolvemos isso — Sai passou um braço por trás dos joelhos de Ino e a pegou no colo, apoio o braço livre pelas costas dela.
As duas empregadas foram na frente, guiando Sai como ele pediu e logo atrás dele estava a Sra. Kinami.
Uma das garotas abriu a porta e Sai levou Ino até a cama. Soltou os braços da loira de seu pescoço e assim que ia sair Ino grudou nas suas costas igual macaco.
— O que foi agora?! — Sai já estava ficando sem paciência.
— Você não vai me escapar — Ino disse determinada a ficar colada.
— Senhorita Ino — As empregadas disseram em conjunto indo separá-la.
— Não se metam! — Ordenou séria, elas pararam na mesma hora.
— Não acha que tá indo longe demais? — perguntou Sai um pouco irritado, ele já devia ter saído daquela casa e ainda não tinha conseguido.
— Você também vai me abandonar? — Apoiou seu queixo no ombro.
Sai suspirou ao sentir uma lágrima quente descer pelo seu braço.
— Assim que dormir, eu vou embora, combinado? — Cedeu, apesar de ser totalmente contra.
— Saiam do meu quarto, por favor — Ino pediu mais mansa.
As empregadas olharam para a governanta como quem perguntasse se saia ou não.
— Vamos — chamou a Sra. Kinami, logo depois saiu junto com as empregadas.
Ino levantou animada e foi até a porta, parecia mais sóbria ou estava apenas enganado Sai.
— Vamos nos divertir juntos? — Seu tom não sugeria uma pergunta, apesar de ter sido.
Ino trancou a porta e tirou a chave, se dirigiu ao seu closet e jogou a chave lá dentro sem uma mira certa.
Voltou para a cama onde Sai a olhava sem qualquer expressão, como ele sempre fazia.
— Por que me olha tão frio? — Sentou em seu colo ao perguntar — Você não me acha bonita?
Sai passou suas mãos pelas curvas da cintura de Ino, observando o local, mas ainda tinha um olhar morto.
— Eu deveria achar? Você não tem espelho? — Apertou o lugar devagar e com força mínima, a fazendo inspirar e expirar com prazer.
— Não um que me diga o que eu quero ouvir — respondeu em seu ouvido.
Ino levantou seu queixo o encarando de perto. Nos olhos de Sair, havia uma sombra que não se escondia e a olhava assim, de forma obscura.
— Eu gosto dos seus olhos, me lembra como ele me olha, mas você tem pérolas aí dentro.
Sai ouviu com cuidado o que ela dizia. Ninguém nunca havia elogiado seus olhos antes, se é que era um elogio.
Ele estava acostumado a ouvir o quão frio e sem coração ele era, diziam que seus olhos eram a própria escuridão e quem estivesse com ele seria devorado por ela. Por conta desses motivos, Sai se fechou passando para as pessoas, mas pela primeira vez, ele viu alguém dizer que havia beleza em algo que se ele pudesse arrancava com suas próprias mãos.
Tomado por um instinto que até ali era desconhecido para si, Sai apenas se deixou ser usado por aquela loira.
[...]
— O que você tanto vê nesse celular? — Yahiko se juntou ao seu primo, sentou ao seu lado.
Yahiko espiou a tela do celular. Estava aberta na página dos Uchiha.
— Você continua seguindo ele? — Revirou os olhos meio desacreditado.
— Ele não pode casar, Yahiko. Essa garota — Olhou com raiva para a foto em que Sasuke estava com Ino — Ela roubou o noivo da minha irmã.
— Não, Nagato — Pôs uma mão em seu ombro — A vez da Karin já foi. Até quando vai ficar carregando esse fardo?
— Você não desistiu da Sakura, não acha que devia parar também? Ela nunca te olhou do mesmo jeito que você a olha, nem perto disso — Nagato devolveu a questão à nível.
— O que muda nas nossas situações é que a Sakura ainda tá viva — Yahiko não tentava o provocar e sim convencer, ele entendeu isso — Mas assim como a Karin queria pro Sasuke, tudo que eu quero é ver a Sakura feliz.
— Você é um fraco mesmo, nem luta por ela — Bufou em desprezo.
A ideologia de amar alguém de verdade era diferente para Nagato, que carregava o olhar egocêntrico de seus familiares.
— Nagato — Chamou e recebeu sua atenção, continuou ao sentir os olhos dele em si — O amor não pode ser forçado ou roubado, ele é conquistado ou você simplesmente o dá para alguém sem explicação.
Yahiko levantou e se olhou.
— Quando você aprender isso, tenho certeza que vai mudar de ideia, só espero que aprenda a tempo — Sorriu gentil.
— Não me olhe com essa cara! — Apontou se sentindo desconfortável pela energia boa que ele parecia emanar — Você vai se magoar muito se continuar com esse pensamento.
— Prefiro me arrepender por me doar a alguém e ter estado ao seu lado para o que precisasse do que me arrepender por fazer coisas erradas ou simplesmente não ter feito o que queria — Yahiko sorriu.
— Você é muito chato, sabia?
Os dois saíram juntos voltando para dentro da casa.
[...]
Seguindo seus planejamentos, os dias passaram muito rápido e logo Sakura teria que partir, mudanças a deixava ansiosa.
Para acalmar sua ansiedade, Sakura desenhava com frequência, como sempre trazia ao papel o que sentia, suas coleções eram baseadas em seus sentimentos.
Seu celular tocou uma notificação de uma nova mensagem da Dra. Chiyo, onde ela pedia para que fosse ao Hospital quando tivesse tempo para discutirem os resultados dos exames realizados há alguns dias.
Julgando que já sabia de tudo que poderia se tratar e que conhecia sua situação atual, Sakura deixou essa tarefa para outro dia.
Sakura passou tanto tempo desenhando que conseguiu peças para duas coleções. Ao terminar, entrou para o banheiro e foi tomar um banho, precisava se arrumar para uma festa organizada pelos Uchiha.
Ela obviamente não quereria por os pés naquela casa, mas precisava fazer isso pelo bem das relações comerciais entre os Uchiha e a NRH, sem falar da probabilidade de criar comentários que a herdeira da NRH não teria comparecido pelo herdeiro dos Uchiha ter sido seu noivo.
Em seu closet, Sakura escolheu um macaquinho de alças finas brancas, uma pulseira de estrelas rosas e um salto rosa de amarrar.
Em poucos minutos ela ficou pronta apenas esperando a hora de Yahiko chegar e saírem para festa juntos.
Sasuke era o único que ainda não sabia o motivo daquela festa e olha que seria na casa dele.
Ino e Inoichi chegaram para se juntar a eles com antecedência como combinado.
Itachi parecia bem animado, mais do que normalmente demonstrava ser. Isso acabou incomodando Sasuke, pois ele não estava tão feliz quanto seu irmão.
— Eu não vejo motivo pra você sorrir tanto, Itachi — Comentou ao ajustar sua gravata.
— Você fala como se fosse um dia qualquer, claro que estou animado! — Abriu mais ainda seu sorriso, se é que era possível.
A porta se abriu, Ino e Inoichi haviam chegado.
— E o que tem de tão especial pra você?
— Você vai ser papai! — Levantou o rosto com convencimento.
Sasuke dobrou o tamanho de seus olhos e olhou para Ino. Ela se dirigiu com um sorriso sem graça até Sasuke e agarrou seu braço.
— Vamos passar nossa palestra juntos — Deu uma desculpa e arrastou Sasuke.
Sem palavras e boquiaberto, Sasuke saiu arrastado por Ino até seu quarto.
— Mas que merda foi essa? — perguntou à Ino quando estavam sozinhos.
Ino fez cara de chateação, aparentemente, consigo mesma.
— Eu meio que estou grávida — Falou como se ele não soubesse.
— Grávida, Ino? G-r-á-v-i-d-a? — Sasuke soletrou realmente agitado — Esse filho não é meu, é?
Ino baixou a cabeça e encolheu seus ombros.
— Com quem foi? — respirou fundo já entendendo a resposta.
— Um membro da administração da NRH.
— Da NRH? — Sasuke virou sua cabeça para os lados agora.
Ela não respondeu. Sasuke precisou de um tempo para se acalmar.
— Sabe que isso é quebra de contrato, não sabe? — perguntou mais calmo.
— Sei, traição é aceitável, mas um filho... Não tem jeito — disse manso — Vai me largar e ir atrás da Sakura?
— A Sakura...
Sasuke lembrou do seu último encontro com a Haruno, depois dela simplesmente o tratar daquela forma e aos seus olhos, aceitar Yahiko, ele não tinha esperanças, mas também não a deixaria em paz tão facilmente, não enquanto pudesse usar o que um dia viveram juntos.
— Ela já não me importa mais — falou com certo rancor.
— Quando descobriu? Foi quando o Inoichi sugeriu a festa?
— Sim, eu estava muito enjoada e ele me fez ir numa clínica, ele ficou animado e pegou o resultado. Eu não sabia como te contar — Sentiu-se envergonhada de seus atos.
— Está no início da gravidez?
Ino respondeu com um "hum" assentindo a cabeça.
— Você já conversou com esse cara?
— Marquei um encontro, mas ele me disse que meu noivo era você, que eu deveria me virar — Ino sentiu-se constrangida.
Sasuke se aproximou e segurou suas mãos.
— Temos um contrato, temos que levar isso à frente, entendeu? — Ino assentiu em resposta — Quem mais sabe sobre o pai dessa criança?
— Provavelmente minha governanta e duas empregadas.
— Você confiou em terceiros?
Ino fechou seus olhos em defesa.
— Esquece — Sasuke se dirigiu à porta — Apenas garanta que elas fiquem de boca fechada, pra todo efeito, esse filho é "meu", nunca mais fale o contrário.
Abriu e saiu.
— Sasuke...
Ino ficou encarando o local por onde ele saiu mesmo depois de perdê-lo de vista. Ela sabia que Sasuke podia simplesmente apelar para quebra de contrato, mas que não havia feito isso justamente porque sabia que o pai da criança não lhe daria assistência paterna.
Dessa vez, Ino se sentiu em débito com Sasuke. Eles podiam não ter a melhor das relações e não passarem de aparências, mas no momento em que decidiu assumir seu filho, ele havia criado um laço próximo que ela achava que nunca iria acontecer.
Aproximando-se do horário da festa, Yahiko apareceu para buscar Sakura. Usava uma calça branca, sapatos rosas e uma camisa branca da king com um macaco rosa, tudo escolhido por Sakura, ela gostava da ideia de estar sempre combinando e automaticamente, Yahiko virou sua cobaia.
— Ficou muito bom em você — Sakura abriu um sorriso ao vê-lo arrumado.
— Só você pra me fazer usar rosa — Revirou os olhos enquanto ela se aproximava.
— Ah, não reclama, eu sei que gostou, é só olhar pra cor do seu carro — Sakura apontou para atrás dele.
Yahiko também gostava de cores únicas, por conta disso, escolheu um carro rosa.
— Onde estão as chaves? — Sakura caminhou para o carro na frente.
— Está dentro-
Yahiko nem precisou responder, ela simplesmente escolheu dirigir e sentou no banco do motorista.
— Acho que ela que manda — falou consigo e se dirigiu à porta do carona.
— Você sabe do que se trata essa festa? — Sakura perguntou no percurso — É meio estranho marcarem algo com dois dias de antecedência faltando uma semana pro casamento.
— Eu também estranhei, mas não faço a menor ideia do que se passa na mente deles — Yahiko disse pensativo, também não imaginava um motivo plausível.
Chegando a casa dos Uchiha, Sakura deixou as chaves com o manobrista e entrou com Yahiko.
O salão já estava cheio e diferente do que pensaram, a festa só tinha representantes e herdeiros de empresas grandes, parecia um encontro entre jovens da Elite.
Como o novo casal da Elite havia acabado de passar pela porta principal, foi impossível não se ver formar grupos de cochichos no salão.
Sakura se sentiu um pouco nervosa, odiava aqueles olhares em si e parecia nunca conseguir se acostumar a chamar atenção.
Yahiko segurou seu braço e a olhou, um olhar de confiança que a tranquilizava, mal sabia ela que ele havia se tornado bom em se manter sob controle em público — resultado por ser criado por Minato —, mas sentia seu corpo tremer apesar de sua autoconfiança.
Procurando quebrar a tensão de sua acompanhante, Yahiko encontrou olhos conhecidos que decidiu interagir para distraí-la.
— Neji, você também veio pelo jeito — Aproximou-se Yahiko com intimidade.
Sakura observou aquele jovem. Tinha cabelos longos castanhos e seus olhos eram como os de Hinata. Apesar de ser um Hyuuga, Sakura nunca o viu em lugares importantes.
— Eu jurava que não ia te ver, ver vocês — Insinuou olhando para Sakura.
— Então deve ser verdade que você já herdou as empresas Hyuuga — Comentou Yahiko há procura de assunto.
— Sim, a Hinata renunciou e me indicou, então pude chegar até aqui — Gabou-se sem um pingo de humildade.
— Eu jurava que ela jamais deixaria a liderança da empresa, como a convenceu? — Yahiko estava realmente interessado.
— Ela não deve ter se visto capaz, apenas indicou quem ela achou que fosse — Deu de ombros.
— Boa noite a todos — Alguém disse.
Todo salão parou de conversar e se viraram para a escada onde Itachi estava à frente com Inoichi, logo atrás estavam Sasuke e Ino.
— Hoje convidamos em especial jovens da Elite para essa comemoração. Temos um anúncio importante a fazer — Itachi disse com um sorriso pequeno.
Yahiko e Sakura trocaram um olhar.
— Você viu ele sorrindo? — Sakura sussurrou.
— Achei que era impressão minha, mas você também viu.
Voltaram sua atenção aos anfitriões.
— Nesta noite, estaremos comemorando a confirmação da chegada de mais um membro para nossas famílias — Inoichi abriu espaço junto com Itachi para que o casal desse um passo à frente.
Sasuke não buscava diretamente ninguém na multidão, mas seus olhos encontraram os de Sakura de imediato, essa que estava tentando absorver que era o que ela realmente pensava que era.
— Pode ser cedo para que possamos realmente festejar, mas quero comemorar ao lado da minha noiva a existência do nosso filho — Sasuke disse e levou a mão à barriga de Ino.
A Haruno podia jurar que apesar dele ter baixado sua cabeça para a barriga da Yamanaka, ele havia lhe dado um olhar de canto com um sorriso satisfeito de ver sua cara espantada.
"Ele fez de próposito", pensou, "Fez isso porque sabia que eu estaria olhando, como você é baixo, Sasuke!".
Sakura deu passo para trás desconcertado que foi amparado pela mão de Yahiko em suas costas. Ele se aproximou de seu ouvido discretamente.
— Você tá bem? — perguntou tão baixo que só ela podia ouvir.
— E-eu... — Ela se sentia realmente perdida — Quero ir... embora.
Colocou as mãos no seu abdômen como se pudesse parar a dor súbita que estava sentindo que aumentava gradativamente.
"Se sairmos agora não vai ser nada bom", o ruivo tentou pensar em uma solução, mas eles estavam recebendo uma atenção demasiada, parecia que todos ansiavam para ver Sakura recair, chorar ou simplesmente sair sem dizer nada frustrada.
O celular de Sakura tocou no bolso de Yahiko. Ela o olhou e percebeu que era o seu, mas não tinha reação para pegar o aparelho, então ele atendeu e colocou no viva voz para que ela pudesse ouvir.
— Senhorita Sakura? É a Kurotsuchi. A Mebuki teve uma piora e a médica pediu pra que viesse até aqui para tomar alguma providência como familiar. O Senhor Kizashi está chorando e não fala com ninguém, acho que está em choque — disse a voz do outro lado da linha.
— Estamos voltando agora mesmo, obrigada por ligar, pode avisá-la que em alguns minutos estaremos aí — respondeu Yahiko e devolveu o celular ao bolso.
Ele virou para Neji para se despedir antes de sair.
— Vamos sair primeiro por conta dessa emergência, divirtam-se e avise que deixamos um parabéns, por favor — Pediu e recebeu um aceno como resposta.
Yahiko usou a mão às costas de Sakura para passá-la em volta de sua cintura e a induziu a sair já que parecia que não sairia do lugar. No lado de fora, ele esperou o manobrista trazer o carro e deixou Sakura no banco do carona com o cinto de segurança, ela tremia e não tirava as mãos de seu corpo.
— Yahiko... — Chamou enquanto ele dirigia.
Yahiko estava tão focado na estrada e irritado com Sasuke por Sakura que nem virava seu rosto. Se sentia instável e odiava sentir esse desequilíbrio. Ao olhar para a Haruno, ela estava suando frio e seu rosto estava vermelho, mesmo que não chorasse. Ele parou o carro imediatamente no primeiro acostamento seguro que encontrou.
— O que houve, está passando mal? — Yahiko se agitou mais do que pretendia.
— Eu... Não me sinto... Bem... — Olhou para seu colo e sua roupa estava suja de sangue.
Os olhos de Yahiko apresentavam total desespero. Ele ligou para Dra. Chiyo assim que regulou sua respiração.
— Dra. Chiyo, a Sakura está sangrando! — Disse assim que ela atendeu o celular.
— Traga ela pro Hospital, estou em casa, mas vou pra lá, ela tá sentindo alguma coisa?
— Tá suando muito e com rosto vermelho.
— Isso é um problema, ela tem febre? Onde estão?
Yahiko tocou seu pescoço, ela realmente estava com febre.
— Ela tá muito quente, estou no meio do caminho da casa dos pais dela.
— Corte caminho e venha pro hospital imediatamente — desligou.
Yahiko segurou o volante com força. Olhou para Sakura, seu suor ainda escorria pelo seu rosto enquanto abraçava sua barriga, parecia sentir muita dor pela forma que dobrava seu corpo para frente e encostava de novo no encosto do banco.
"Preciso ficar calmo!", disse para si em pensamento e voltou para estrada, dessa vez, dirigindo para o Hospital.
Ao chegar, a Dra. Chiyo esperava com uma equipe no lado de fora que tirou Sakura do carro, colocou deitada numa maca de emergência e entrou para a área de emergência.
Yahiko passava suas mãos umas nas outras inquieto, estava, nenhuma das vezes em que a viu em estado ruim de saúde ela havia ficado tão mal. Em sua mente ele apenas lembrava o rosto de Sakura, ela parecia estar sofrendo uma dor insuportável e vê-la em tal situação o fez se sentir impotente.
— Sr. Uzumaki? — Um homem de branco o chamou pelo sobrenome, ele nem notou quando ele se dirigiu à si.
— Alguma notícia? — perguntou adiantado.
Pela direção do corredor, ele também devia ter vindo da mesma sala em que Sakura havia entrado. Em seu jaleco havia uma identificação com seu nome, Dr. Mitate.
— A Dra. Chiyo está cuidando da paciente. Ela pediu pra que fizéssemos uma triagem no senhor, estava muito agitado e isso pode causar alteração em sua pressão ou frequência cardíaca visto seu histórico cardíaco, eu irei atendê-lo, então por favor, me acompanhe — Não pareceu um convite.
Receoso, Yahiko olhou para a emergência mais uma vez para depois seguir o médico a outro corredor para atendimento.
Yahiko acordou pouco mais de uma hora depois de ter adormecido após beber um copo com água. Só então percebeu que havia sido medicado.
— O que tinha naquela água? — perguntou à Dr. Mitate que estava de costas fazendo alguma coisa ao sentar na cama.
— Na verdade, apenas um pouco de pó de maracujá — disse e aguardou alguns medicamentos em um armário cheio deles.
— E você pode medir sem consultar o paciente? — perguntou e espreguiçou ao levantar.
— Temos uma autorização de sua psicóloga também, já que você tem resistência a medicamentos e se recusou a tomar o que eu sugeri — Deu de ombros simplista.
— Quanto tempo dormir?
— Pouco mais de uma hora.
Yahiko se pôs de pé.
— E a Sakura? Como ela está?
— A Dra. Chiyo disse que quando você acordasse era pra ir à sala dela — informou Mitate e logo Yahiko saiu.
Ele se dirigiu até à sala com o nome da Dra. Chiyo e entrou já que a porta estava aberta.
— Está mais tranquilo? — perguntou a Doutora.
— Calmo, mas não tranquilo — Sentou-se na cadeira — Como está a Sakura, ela tá bem?
— Graças a Deus estão bem, ela devia estar sentindo muita dor, desmaiou pouco antes de entrarmos na emergência, mas vão ficar bem — Olhou uma ficha do procedimento que fez.
— Já posso vê-la? Ela já acordou?
— Deixei uma enfermeira no quarto com ela, está sob observação e passarei a noite aqui também para acompanhar — Trocou a folha a colocando por debaixo de outra que também estava em cima de sua mão — Eu mandei mensagem para essa teimosa pela tarde, mas ela nem veio logo me ver, ela não pode se descuidar assim.
— Deu algum problema à mais nos exames?
— Não, está tudo como o último que ela fez, mas com a situação dela é melhor ter cuidado em dobro — Baixou os papéis pondo os outros em mãos — Acontece que a Sakura já passa por muito estresse, precisa se manter calma para que as duas fiquem bem.
— Espere, "as duas"? — Yahiko achou que tinha ouvido errado quando anteriormente ela se referiu à Sakura no plural, mas aparentemente, ele ouviu certo.
— Estou falando da Sakura e do bebê, Yahiko.
— A Sakura está grávida? — Yahiko estava surpreso de verdade, perplexo.
— Nem você nem ela sabia? O sangramento dela é uma ameaça a essa criança, se continuar assim ela pode sofrer um aborto. Ela está grávida há exatamente quatro semanas, será uma gravidez delicada devido à sua saúde.
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Notas da Autora
Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês! Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?
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