Cap. 11 - Fichas na mesa formam possíveis acordos
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Fazia muito tempo que Sakura não dormia tão bem. Para uma manhã de verão, o dia havia amanhecido frio e fresco. O calor corporal que recebia a deixava confortável, como se tivesse em sua casa ou encontrado uma.
— Bom dia — saudou Sasuke ao perceber que ela estava acordada.
— Bom dia — Se aconchegou em seu abraço.
— Não deveríamos levantar? E se sua madrinha pegar a gente aqui? — Sasuke enchia o rosto da Haruno de beijinhos.
— Ela deve tá viajando de novo e pra todo efeito estamos vestidos — Sorria feito criança enquanto era beijada.
Depois que Yahiko saiu, Sakura não o encontrou mais em lugar nenhum. Sasuke havia acompanhado Sakura até em casa. Como o tempo estava fechado, acabou chovendo e ela o convidou para entrar.
Em resumo, Sakura o distraiu da chuva lá fora enquanto jogavam cartas e acabaram caindo no sono.
Um toque ao som de Naked de James Arthur começou a tocar. Sasuke sabia que era seu celular.
Desgrudou de Sakura e ficou de barriga pra cima com um resmungo.
Virou de lado mais uma vez e pegou seu celular na escrivaninha.
— Alô?
— Onde você está? — Era seu amado irmão.
— Estou na casa da Sakura.
Sakura agitou-se um pouco envergonhada como se Itachi pudesse vê-la, como Sasuke não estava longe, ela conseguia ouví-lo do outro lado da linha.
— Venha até o meu escritório o mais rápido possível, temos negócios a resolver! — Itachi desligou sem esperar Sasuke responder.
Sasuke virou para o lado e abraçou Sakura mais uma vez, deixando um beijo na sua testa.
— Acho que agora sou obrigado a levantar.
— Tudo bem — disse com um sorriso bobo.
Sasuke saiu da cama se espreguiçando, se alongou algumas vezes antes de dar um "tchau" para Sakura e sair de seu quarto.
Abobalhada, Sakura bateu seus braços, pernas e deteve seus gritos de surtos em seu travesseiro.
Estava sentindo-se encantada. Fazia pouco tempo que conhecia aquele famoso "Raio", mas ele já havia eletrocutado sua cerejeira.
Sasuke passou em casa antes de ir para a empresa, não queria aparecer com a roupa e a cara da noite anterior.
— Óbito, o meu irmão tá me esperando? — perguntou ao chegar no escritório do secretário de seu irmão.
— Sim, pode entrar — respondeu ainda focado em suas tarefas.
O clima dentro daquela sala estava estranho quando Sasuke adentrou.
Inoichi, Mebuki, Kizashi e Ino estavam sentados no sofá, além de seu irmão, claro, que deixou um espaço para ele ao seu lado.
— É alguma ocasião especial? — Sasuke sentou já desconfiado.
Ino sorria de orelha a orelha enquanto seu irmão continuava inexpressivo.
— Como você deve saber, a NRH está procurando uma empresa do país para levar ao mercado multinacional — Mebuki tomou a frente — Escolhemos vocês, os Uchihas.
Deu palmas leves querendo demonstrar algum entusiasmo.
— Espera, por que vocês nos escolheram?
— Tentei estabelecer um relacionamento entre nós e os Yamanaka antes, mas então veio a notícia de que estava namorando a Sakura e tive que voltar atrás com minha palavra — Itachi abriu caminho para uma outra conversa.
— Agora que sabemos que o relacionamento de vocês é falso, decidimos mudar nossas condições, correto Inoichi? — Mebuki o olhou passando a fala.
— A Ino tem sentimentos por você desde que o conheceu — Inoichi limpou a garganta para continuar — Itachi nos disse que estava disposto a uma aliança patrimonial em troca do investimento na empresa.
— As empresas Yamanaka têm nosso respeito e apoio, vamos ajudá-los não apenas a se expandir lá fora, como também ajudaremos a se estabilizar e espalhar sua marca — Mebuki estava mais interessada do que deveria.
— Eu não concordei com isso!
— Ah, você já concordou sim — Itachi apontou para mesa de centro — Temos um contrato onde você concorda em se casar em troca do crescimento multinacional da nossa empresa.
— Só que eu namoro a Sakura.
— Já sabemos da farsa de vocês e bem, como somos pessoas maduras que não guardam rancor, apenas seguimos em frente.
— Decidimos anunciar o noivado à imprensa semana que vem — Inoichi disse com o mesmo tom sério de antes.
— Agora vamos poder ficar juntos, Sasuke! — Ino abriu ainda mais seu sorriso, se é que era possível.
Sasuke se levantou para protestar, mas antes de falar qualquer coisa, olhou para seu irmão sentado que o encarava como se fosse o atacar a qualquer momento.
— Acordo é acordo — Levantou a mão direita para Inoichi.
Assim que terminaram de falar seus termos e revisarem tudo sobre o contato, Sasuke voltou para sua casa junto com seu irmão.
— O que foi aquilo? Por que me noivou com a Ino? — Sua raiva era aparente.
— Eu apenas fechei o contrato que nós dois tínhamos que fechar — Tirou seu paletó e folgou sua gravata.
— Itachi, o que deu em você pra mudar de opinião tão rapidamente? Estava até me empurrando pra cima da Sakura e agora está me forçando a casar com a Ino?! — As palavras de Sasuke saiam uma após a outra.
— Isso era porque achei que seria a única forma de conseguirmos nosso contrato — Colocou meio copo de Old Par — A questão é que precisamos do contrato agora, a Ino gosta de você e por isso o Inoichi nos propôs e acima de tudo, tem o apoio da NRH eles estão disposto a nos estabilizar fora para fazer esse favor aos Yamanaka.
— E a Sakura? Eles sabem dos sentimentos dela por mim?
— É um jogo perdido — Virou seu copo e o encheu mais uma vez — Eles não querem casar a Sakura então não nos cederá um contrato.
— Itachi-
— Não, Sasuke! — Nem sequer o deixou falar — É a nossa empresa que está em jogo, tudo que nossos pais construíram e você sabe o quanto isso é importante pra nós dois!
Os dois se olharam. A porta principal foi aberta e ambos desviaram o olhar para ela.
— Boa noite, estavam esperando por mim? — Perguntou cheio de sarcasmo.
Itachi olhou para seu irmão de soslaio e seguiu em direção ao seu tio.
— Tio Madara, não viria no ano-novo? — Segurou sua mão em cumprimento.
— Revolvi fazer uma surpresa, não gostou? — Soltou sua mala e começou a andar pela sala.
Um sinal foi feito para Óbito pelo seu chefe e ele arrumou alguém para buscar a mala de Madara.
— É sempre um prazer tê-lo por perto — Itachi disse o contrário do que pensava.
— Soube que os Yamanaka vão assinar conosco em patrocínio da NRH, é verdade.
"Que homenzinho astuto, como ele já sabe de algo que aconteceu essa tarde?", pensou Itachi perplexo com a velocidade de comunicação que seu tio tinha.
— Isso mesmo — respondeu Sasuke finalmente falando algo.
— Mas você não namorava a herdeira dos NRH? — Encarou Sasuke em busca de um vacilo.
— Minha prioridade é a empresa, a NRH não pretende ceder um contrato com a herdeira deles, então busquei alguém que quisesse — Sasuke respondeu com seriedade.
— Então vocês fizeram uma ótima jogada — Levantou seus braços sobre a cabeça e depois os abriu para os lados — Já estarei me retirando, amanhã temos um longo dia.
— O Óbito mostrará seu quarto — disse Itachi.
Óbito esperou Madara no meio da escada e o acompanhou quando se posicionou ao seu lado.
Itachi e Sasuke apenas se olharam e não disseram uma palavra um para o outro. Sasuke decidiu deixar seu irmão com sua bebida e procurar alguma coisa para comer na cozinha.
Agora que Sasuke havia esclarecido seus sentimentos, sua vida havia virado totalmente de cabeça para baixo de novo.
Apesar da preocupação em ter que se casar com uma outra mulher, o que mais atormentava Sasuke não era ter que cumprir com sua palavra, e sim como Sakura e ele lidariam com isso.
Sakura estava tocando piano quando deixou os papéis da partitura e voou para seu quarto. Se sentou em sua mesa que usava para desenhar e pôs um lápis em sua destra.
Fazia muito tempo em que Sakura não se sentia tão inspirada. Apesar de sua animação, os conceitos de seus desenhos eram obscuros, mas não um escuro qualquer, era como o lado sombrio de algo que tivesse voltado a vida.
— Nirvana — Nomeou após terminar todos os desenhos.
Em seu painel de criação, Sakura pôs a folha e fez o escaneamento de cada uma delas.
Salvou tudo em seu programa e enviou a pasta com o nome Nirvana para o gmail que havia sido designado para si quando mudaram todos os prazos.
"O pior pesadelo não é perder alguém que você ama, e sim ter que continuar vivendo sem esse alguém. Como uma fênix que renasce quando está morrendo, os sentimentos de uma pessoa podem renascer como um Nirvana", deixou sua frase no gmail e fez o envio.
Um peso enorme parecia ter saído de suas costas e alongar seu corpo para aliviar aquela tensão em seus ombros foi necessário.
Há muito tempo Sakura procurava curar suas próprias feridas quando na verdade só precisava cicatrizá-las já que nunca se esqueceria delas.
Ela seguiu até um quadro com a pintura da Miss Simpatia e o tirou da parede. Atrás do quadro havia um cofre cujo a senha era o dia em que suas irmãs e seu melhor amigo morreram.
Um álbum de fotografias estava guardado lá. Álbum esse que nunca abriu desde o acidente, mas guardou longe de sua mãe que havia destruído qualquer vestígio de que suas irmãs um dia existira.
Sentada em sua cama, Sakura folheou cada folha lembrando dos momentos que viveu. Dessa vez, ela nem sequer chorou, pois tudo que guardava daquelas três pessoas, eram as mais belas lembranças compartilhadas por ela.
O alívio que sentiu a cada risada que dava era como uma alma liberta.
— Por que eu demorei tanto pra querer lembrar de vocês? — perguntou-se, já que tudo que conseguia lembrar, eram ótimos momentos.
Em um apartamento oposto ao de Sakura, Naruto e Hinata estavam hospedados.
Hinata estava revoltada, sabia que ele havia escolhido aquele lugar justamente por poder vigiar Sakura pela janela.
— Por que é que você ainda fica indo atrás dela? — Hinata andava de um lado para o outro irritada.
— Eu já disse, ela ainda é minha, só precisa voltar pra mim — Naruto usava um binóculos infravermelho para observar Sakura de seu quarto.
— E o que eu sou pra você?
— Você também é a minha favorita, porém, a que eu tenho, Sakura eu ainda vou ter — respondeu sem desviar sua atenção.
— Essa garota só sai do meu caminho em outra vida... — Resmungou baixo.
— Ah — Naruto afastou o binóculo — Eu soube que a Sakura quase foi atropelada hoje por um carro sem placa.
Hinata abriu um sorriso nervoso.
— Por sorte, um membro da NRH a ajudou — Saiu de sua posição e se aproximou de Hinata, afastando uma mecha de seu cabelo para atrás da orelha — Não me faça escolher entre você e a Sakura, meu desejo por ela não se compara a consideração que tenho a você. Se me fizer escolher, saiba que não vou hesitar em tirá-la do caminho da minha flor de cerejeira.
Fez questão de dizer lentamente ao ouvido da Hyuuga. Um arrepio frio passou por todo seu corpo.
Naruto estava obcecado por Sakura a ponto de fazer qualquer coisa por ela, mas esse era o mesmo sentimento que Hinata tinha por ele.
Yahiko adentrou a sala de seu pai já ansioso. Raramente ele o chamava e quando isso acontecia, sempre envolvia algo maior do que ele esperava.
— Me chamou pai?
— A NRH decidiu cortar os laços de sua herdeira com o dos Uchiha — disse diretamente — O Naruto está desaparecido e acredito que não é mais da nossa conta. Pelo que descobri, você conseguiu se aproximar da Sakura.
— Não sei do que está falando.
Minato abriu a primeira gaveta de sua mesa e tirou um envelope laranja.
Tenebroso, Yahiko tirou o que tinha dentro se deparando com várias fotos dele perto de Sakura.
— Estava me vigiando?
— Acho que você devia contar para ela sua identidade. Sasuke vai noivar com a herdeira dos Yamanaka, seu coração ficará frágil e com a intimidade que tem atualmente ainda não pode se aproximar tanto — entrelaçou os dedos — Mas se ela saber sua identidade, você terá mais chances.
— Não vou tornar Sakura um de seus objetos de uso!
— Você é muito ingrato! — gritou colocando-se de pé — Eu o acolhi, te dei comida e uma boa vida. O mínimo que você pode fazer é seguir minhas ordens!
— Nunca o desobedeci nenhuma vez, mas se é da Sakura que falamos — Cerrou seus punhos buscando firmeza na voz — Saiba que eu nunca o obedecerei nem farei nada para usá-la!
Deu-lhe as costas e se retirou. Yahiko tremia. Por ser filho adotivo, ele sabia que nunca seria tratado com um amor de filho biológico — não naquela família — e que precisava sempre compensar seus tios por se tornarem seus pais, mas usar a única pessoa com quem ele se importava era jogar baixo, e ele nunca se rebaixaria a esse nível.
Sem Naruto, seu filho biológico, Minato pretendia tornar Yahiko o herdeiro de sua empresa, pensava isso antes de Naruto seguir um caminho sem volta, já que nunca viu nele o potencial que via em Yahiko.
Diferente de Naruto que foi criado com liberdade, Yahiko foi criado para ser perfeito, ainda que não fosse.
Minato não iria deixar Yahiko fazer o que quisesse, nunca deixou. Ele pegou seu celular e disse para o número que ele sabia que se contasse algo interessante, cairia na boca da mídia e nos ouvidos da NRH.
— Tenho uma matéria para você, espero que faça bom uso dela — disse ao destinatário quando ele atendeu sua ligação.
O caso que Minato havia contado era algo realmente interessante e para aquele jornalista, também era uma oportunidade grande já que há anos, ninguém sabia de nada sobre o assunto.
[...]
O dia estava chuvoso, não tão bonito como de costume, mas combinava perfeitamente com o humor frio que Yahiko estava tendo.
Sentado no chão do sótão onde havia uma janela de vidro redonda dividida em quatro por dentro.
Apesar de ter virado a noite após discutir com seu pai, o que se passava na mente de Yahiko não era esse ocorrido recentemente.
Na noite do baile, ele viu a declaração de Sasuke de longe, no entanto, não era ele se tornar diretamente seu concorrente que o preocupava e sim que ele tinha certeza de Sakura tinha sentimentos por Sasuke, e se ele tivesse noivo de outra mulher, isso partiria o coração de Sakura em milímetros tão pequenos que ele não saberia medir.
— Também veio pra cá?
Yahiko virou para ver quem era, se tratava de seu primo.
— Sempre venho aqui quando quero ficar sozinho — disse voltando a olhar a chuva através da janela.
— Você não é do tipo que fica pensativo após brigar com o tio Minato — Sentou-se ao seu lado cruzando as pernas em modo borboleta cruzada.
— Você não está errado.
— É por conta da Haruno? — Chutou o que já tinha quase certeza.
— Você também já sabe?
— Sim, meus pais receberam a notícia dos Yamanaka — Limpou um pigarro de sua garganta para então entrar num assunto indiretamente — É melhor pra ela assim. Nunca esquecerei que ele prometeu proteger a Karin e ela morreu por ele.
Na mente de Nagato as vezes que Sasuke jurou que manteria sua irmã a salvo e no final falhou.
— Ele também é frio. Talvez a Sakura também sacrificasse tudo por ele quando ele não faria o mesmo por ela.
— A morte não é nada pra ela — Yahiko pensou alto demais.
— Como que não?
O olhou ao perceber que estava distraído demais.
— Estou querendo dizer que pra quem já viu a morte com os próprios olhos, ela não tem medo dela — explicou-se.
— Ainda assim é aterrorizante...
Uma notificação tocou do Jornal dos Ocultos nos celulares dos dois.
Yahiko apenas ignorou seu aparelho, já Nagato abriu a reportagem curioso, mas sua reação era de surpresa, ele estava perplexo com o tema abordado.
— Yahiko, acho melhor você ler isso — Virou a tela do celular para o mesmo.
Jornal dos Ocultos
Por Rock Lee
Bom dia, boa tarde, boa noite, vai depender da hora que você, querido leitor, vai estar lendo essa reportagem.
O caso que vos trago hoje é o caso mais antigo da Elite e que claro, para que eu esteja escrevendo sobre, não tivemos notícias ou soluções.
A tragédia ocorrida na Terceira Família Uzumaki é uma das questões mais polêmicas no mundo do jornalismo e da fama.
A Terceira Família Uzumaki era formada por Yumeri e Kayumi, e pelo filho único do Casal, Cahum.
Até o dia de hoje, ninguém havia divulgado a causa do incêndio que matou a família.
De acordo às fontes confiáveis que forneceram essas informações, Kayumi havia se afastado da mídia por estar com depressão e ela mesmo havia alcoolizado a casa inteira e colocado fogo, causando sua própria morte, a de seu marido e seu filho.
Anos mais tarde, guardando essas informações e investigando esse caso, pude descobrir a verdade! Cahum, filho da Terceira Família Uzumaki, sobreviveu ao incêndio apesar de ter se ferido, mas superficialmente.
Ao ficar órfã, ele foi adotado, renomeado e criado por seus familiares, mais especificamente, o Chefe da Família, Minato Uzumaki.
Nos dias atuais, ele é visto como potencial herdeiro dos Uzumaki após Minato desertar seu filho biológico, Naruto Uzumaki. Atualmente, o pequeno Cahum e único sobrevivente da Terceira Família Uzumaki é conhecido como Yahiko Uzumaki.
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Notas da Autora
Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês! Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?
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