11: hiatus

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#coisachata

Ainda naquela noite, ao chegar em casa, Jimin tomou um banho, e se enfiou no quarto, aproveitando que o irmão não estava, e fungando por causa da chuva que tomara, se deitou mas não conseguiu dormir. Se sentia mal. Verdadeiramente mal.

À essa altura, já devia ter esquecido da existência de Jeon Jungkook, mas esses encontros continuavam o empurrando mais e mais para dentro de sua cabeça. Nem se conheciam há tanto tempo, então, por que havia todo um drama em volta deles? Que idiota, que situação idiota.

Se respirasse fundo, até podia sentir o cheiro dele.

Se sentando na cama, irritado, olhou em volta, inquieto. Apanhou o celular, e sem nem se dar conta, abriu o instagram de Jungkook, passando rapidamente pelas fotos, antes de perceber o que estava fazendo, e então imediatamente saiu e soltou o aparelho.

— Puta merda — soltou, frustrado.

Não podia tornar a fazer esse tipo de coisa, jamais.

Ele e Jeon não tinham nada a ver um com outro, nenhuma relação, nenhum laço e nada que os ligasse. Não existia um porquê plausível o suficiente para justificar tantos pensamentos. Porra, caras como ele andam com garotas como Heiyang.

Mesmo Yoongi, só estava andando com eles porque engravidou de Hoseok. E não, não era acidez de sua parte. Ele e Jung saíram por quase seis meses, e o alfa nunca o apresentou aos amigos, tudo isso só começou depois da gravidez.

Alfas são todos iguais. Exceto Taehyung, claro o que já estava começando a ficar patético. Jimin sabia que devia esquecer. Mas toda vez que parava pra pensar, chegava a conclusão de que nunca encontraria alguém legal outra vez. Kim foi sua melhor chance. E deixou escapar.

— Cala a boca, Jimin — disse a si mesmo, enquanto abaixava a cabeça, segurando o próprio cabelo, com força. — Cala a boca, Jimin que droga, cara. Por que você é assim? Imbecil imbecil tosco!

Podia simplesmente ser como a maioria dos ômegas, e ficar quietinho, ser adorável, estar aberto, aceitar as coisas como elas são. Mas não, não tinha que ser o tipo mais complicado de lidar, de conviver.

Sentia que nunca ia casar, nem ter filhotes, porque não queria esses caras. Não queria esses brutamontes, não queria esses caras mandando em si, lhe dizendo o que fazer, lhe traindo pelas costas. Ia acabar sozinho.

Não queria morrer sozinho queria um alfa bem bonzinho. Um amor.

Odiava admitir isso a si mesmo.

Frustrado, se deitou de novo, puxando o cobertor com certa agressividade. Porra, não era pra essa noite acabar assim. E nem foi sua culpa. Pelo menos conseguiu dormir.

Já Jeon, não conseguiu pregar os olhos naquela noite. Cheio de adrenalina, chegou em casa fedendo a ferômonios que deixariam qualquer alfa em estado de alerta e defesa, e com sorte não acordou os pais, porque naquele dia não restara nem um pingo de paciência sequer. E durante a madrugada, deitou em todas as posições possíveis, mas nenhuma pareceu confortável o suficiente. Se sentia sufocado e incompleto, como se não tivesse feito tudo que precisava.

Bom, não é como se as noites passadas tivessem sido muito melhores, mas hoje as horas não pareciam ter fim, e mesmo que tentasse, não conseguia pensar em coisas diferentes. Era tudo uma imensa bagunça, e tudo acabava resultando nas mesmas questões.

Quando se tratava de Jimin então, o peito até apertava, porque apesar de ter estado poucas vezes com ele, lembrar de sua voz o rejeitando, era realmente chato. E já devia ter parado de pensar nisso, mas não conseguia. Era tudo somado aos seus outros sentimentos, e aí acabava sendo insuportável, e inesquecível também. Sabe? Lembrava das falas raivosas do pai, o lembrando do quão inútil era, e então, tudo meio que fazia sentido. O que Jimin, ou qualquer outra pessoa séria, iria querer com um garoto de bosta igual a si? Seu pai já havia lhe dito isso, então nem podia se surpreender.

No dia seguinte, se levantou depois de ouvir os pais saírem, dando um oi para o irmão mais novo, pegou o carro na garagem e saiu. Sua cara não estava boa, mas ainda assim dirigiu até a agência do trabalhador, mais uma vez, porque sim, andava fazendo esse caminho com bastante frequência ultimamente.

Ignorando as longas filas de desempregados, Jungkook subiu as escadas e no segundo andar, seguiu para o escritório de Luke, um americano-asiático, com quem estudou na escola. Ele já o esperava, então não ficou surpreso ao ver o Jeon entrar na sala.

— E aí? — Jungkook chegou perguntando. — Já faz um mês.

E Luke apenas soltou um suspiro. — As duas últimas empresas que restavam, recusaram seu currículo também.

Não era possível. Jungkook se jogou na cadeira em frente a mesa dele, com o olhar perdido entre os papéis ali, processando aquilo. — Mas minha entrevista naquele escritório em Gangnam foi ótima. Eles só não me mandaram começar a trabalhar no dia seguinte, mesmo porque tinham outras entrevistas marcadas tava no papo, Luke.

— Eu sei, mas de repente eles mandaram email dizendo que o seu perfil não era o perfeito, e aquele papo de sempre. — disse ele.

— Qual o problema? Você disse que meu currículo é bom. Eu fiz dois anos de estágio na empresa do meu primo, e fui um dos melhores alunos da nossa turma, você lembra eu tenho meia dúzia de cursos, Luke. — explicou, frustrado.

— Jungkook — ele começou dizendo, cauteloso. — Poderia ter o currículo do Bill Gates, e ainda seria rejeitado porque seu pai está barrando as contratações. Que escritório em sã consciência iria confrontar o grande Jeon?

Ah, claro. Claro! Claro!

— Eu não quis te dizer nada das outras vezes mas para mim estava bem claro o que estava acontecendo, logo nas primeiras rejeições. — disse. — Eu só não entendo o porquê dele estar fazendo isso.

Jungkook não falou nada por um tempo, tentando não explodir de raiva. — Ele não quer que eu tenha independência. Não quer que eu saia de casa, ele quer que eu faça uma faculdade e fique nas mãos dele pra sempre! Aquele filho da puta!

Porque todos sabiam. Jungkook só estava debaixo dos pés dos pais porque assim que saísse de casa, todas as suas regalias e até mesmo direitos seriam cortados. Dificilmente algum advogado sequer se atreveria em defender Jungkook na justiça para conseguir uma pensão ou algo assim, mesmo que ele merecesse.

Se levantando da cadeira, Jungkook pisou com força no chão, deixando a marca do coturno no carpete marrom, puto, nem se despediu de Luke, apenas saiu, para não descontar a raiva no computador dele ou até mesmo nas plantas no canto. E não foi pra casa, mesmo que os olhos já queimassem pela falta de sono, dirigiu até a casa de Hoseok, porque lá ninguém os olharia feio, como em casa.

— Porra, cê tá fedendo cara — Jung soltou, assim que abriu a porta para Jeon. Jungkook não estava fedendo de sujeira, e sim de raiva, e qualquer alfa sentiria. — O que aconteceu?

— Minha vida aconteceu — resmungou, e irritado, se jogou no sofá da sala do amigo. — Sabe porquê eu não fui contratado por nenhuma empresa?

— Hm? — murmurou o Hoseok, se sentando em uma poltrona quase de frente para ele. — Porque você toca em uma banda de rock?

— Porque meu pai barrou tudo! — respondeu. — Ele impediu os escritórios de me contratar!

— Que maníaco — Jung disse, incrédulo. Porque para ele esse negócio de controle parental era muito bizarro mas claro, criado por pais liberais, nunca entenderia nada disso. — Ele não quer que você trabalhe mas quer que você entre na faculdade?

— Ele não quer que eu saia de casa! — explicou. — Se eu não me formar logo, meus outros primos vão pegar o meu lugar na empresa do vovô. Eu até vejo ele assumindo sua forma de demônio o dia que isso acontecer.

— E aí? — Hoseok questionou. — Vai fazer o quê?

Jungkook não sabia, e nem teve tempo de pensar, quando o celular vibrou no bolso. E as únicas notificações ativas em seu celular eram as dos amigos próximos, mais nada.

Era uma mensagem de Jin.

"Vai me explicar como isso foi parar na internet?" ele dizia, e abaixo havia o link de um vídeo no twitter.

Abrindo, a primeira coisa que viu, foi sua imagem, socando a cara de Yohan no chão. Ia perguntar a ele como poderia saber como aquilo "vazou", mas depois de tirar o foco da cena, percebeu que fora gravado de uma live que HeiYang fizera.

Caralho.

Respirando fundo, respondeu: "Eu não sei, não sabia que ela estava gravando."

Hoseok, bisbilhotando o celular, soltou: — Cagada.

— Como eu ia saber? — Jungkook ralhou. — Se eu soubesse, não tinha deixado, né, porra

— Bom, o Jin foi contra você chamar ela pro ensaio — lembrou Jung.

— Nada a ver — murmurou, vendo a resposta de Jin chegar.

"Legal, além de espancar meu namorado, você ainda deixa sua peguetezinha nojenta gravar tudo. AGORA TODO MUNDO SABE! FELIZ???"

Farto, Jungkook começou a gravar um áudio. — Todo mundo sabe que seu namorado é um puta idiota? Ótimo! E olha, não me arrependo nem por um segundo. Faria de novo quantas vezes fosse preciso!

— Jungkook, cê não devia ter dito isso — Hoseok disse, parecendo realmente preocupado.

— Foda-se — o guitarrista bufou. — O namorado dele que é um cusão e eu saio por ruim?

— Eu falei que tocar a música do Namjoon era má ideia — respondeu o mais velho.

— Já está bem claro que eu prefiro o Namjoon umas cem vezes, então não há motivos pra surpresa.

— Todo mundo prefere, mas a vida não é sua. O Jin fez as escolhas dele. — explicou.

— Ele escolheu um otário! — Jeon soltou, inconformado.

— Sim! Mas se ele quiser morrer ao lado desse otário, ele pode vamos fazer o quê? — Hoseok disse, e soltando um suspiro, prosseguiu: — O que a sua mina fez foi mancada.

Irritado, Jungkook se levantou. — Ela não é minha mina. É outra otária.

E quase como se sentisse que estavam falando dela, uma mensagem da mesma chegou. E HeiYang dizia: "tudo certo pra party do Jay Park?"
Ele respondeu de uma só vez: "vai se foder." E saindo do chat dela, ele viu a mensagem que Jin mandara.

"Vamos reunir a banda e conversar."

Jungkook até já sabia o que iria acontecer Se jogando no sofá de novo, fechou os olhos e grunhiu de raiva. As coisas não costumavam dar muito certo normalmente, mas quando o universo queria lhe foder, ele se empenhava.

Os próximos dias foram vagarosos para Jimin, mas pelo menos conseguiu se livrar dos protetores oculares, desde que o olho terminara de desinchar, e as manchinhas conseguia cobrir facilmente com maquiagem. Não pesquisou mais o nome de Jungkook ou HeiYang, nem o de Taehyung, e isso ele considerava uma vitória, porque já estava cansado de agir como um perdedor. Não que não fosse um, mas ah.

Sem provocar a mãe ou fazer coisas erradas, Jimin conseguiu seguir as próximas semanas sem grandes confusões, sem ouvir muita merda, sem ter que encarar os olhares feios da mãe. E as vezes que foi buscar Soobin na escola, o esperou na esquina e não enfrentou mais ninguém. Estava bom assim, ainda mais depois de conseguir umas taxas em alguns restaurantes, então estava bem.

Na quarta-feira, se não me engano, ele encontrou Yoongi na cafeteria da faculdade, e apesar de vê-lo pelos corredores e pelos stories, ficou assustado com o tamanho de sua barriga. Estava imenso.

— Yoongi — chamou, enquanto ele apanhava um copo de chá das mãos da atendente.

— Jimin — ele respondeu, sorrindo tímido, puxou a barra da camisa, tentando esconder a beirada da barriga. — Oi hm, vi seu powerpoint no site da faculdade, ontem. Ficou maneiro.

— Valeu — sorriu para ele, se aproximando. — Fiz de última hora.

— Novidade — riu, bebericando o chá. — E aí? Tudo tranquilo?

Jimin apenas assentiu. — E contigo?

— Tudo certo... parei de trabalhar, faz dois dias. — explicou. — Tava ficando pesado pra mim...

— Imagino — Jimin riu, sem graça, tentando não encarar demais aquela barriga imensa. Min Yoongi era tão magrinho, mas agora estava parecendo um baiacu. — E com o Hoseok? Tudo certo?

Queria perguntar se eles estavam namorando, ou algo assim, mas agora não tinha mais intimidade para perguntar.

— Ah, ele está ok. Só um pouco chateado com a banda, depois do que aconteceu — disse, caminhando para fora, e curioso, Park o seguiu.

— O que aconteceu com a banda? — questionou.

— Não viu no twitter deles?

Não. Jimin estava evitando tudo que envolvia Jeon Jungkook.

— Não — soltou, o seguindo pelo campus. — Algo ruim?

— Hm... hiatus. Eles vão dar um tempo. — disse, soando um pouco abatido. — Nem mesmo eles sabem quando vão voltar.

— Ahn? — Jimin não compreendeu. — Por que? Eles estavam indo tão bem...

— Bom, você estava no dia em que o Jungkook brigou com o Yohan, certo? — Min começou a dizer. — O Jin ficou puto com ele.

— Com o Yohan — Jimin só quis concluir para entender melhor.

— Não, com o Jungkook — Yoongi corrigiu, parando de andar e o olhando. — Eles brigaram feio depois.

Inacreditável.

— Mas aquele cara é um babaca! — soltou Jimin.

— Ah, o Jin ficou bravo igual o capeta, porque o namorado dele ficou desfigurado, e aquela garota, HeiYang, ainda gravou tudo. Deu o maior bafafá. — suspirou. 

Sem responder, Jimin se recordou de ver ela gravando o ensaio, e a briga. Mas Yoongi continuou: — Bem, parece que foi melhor assim. O Jin disse precisar de um tempo. Hoseok me disse que vai aproveitar pra me ajudar com as coisas do bebê, já que logo ele nasce. E tipo, o Jungkook vai ficar fora mesmo...

— Fora? — se preocupou. — Ele vai viajar?

 
— É, não entendi bem... mas parece que o pai dele o obrigou a atender a um treinamento militar.

Treinamento militar?

Assustado, Jimin levou um tempo para processar a informação. Mesmo que não tivesse nada a ver consigo, ele não conseguiu não se surpreender e também se preocupar. Jungkook iria ser uma estrela do rock, não um soldado. Como isso aconteceu?

E por que estava se importando? Nem conhecia esse garoto direito.

— Hm... posso fazer uma pergunta? — Min pediu, o olhando com cautela. Jimin apenas assentiu, curioso, e o outro ômega então perguntou: — Você e ele têm alguma coisa?

— Que? Eu e o Jungkook? — quase riu. — Não... — disse por fim, de repente deixando de achar qualquer graça. — Não... nada.

Nada mesmo.

Yoongi compreendeu, mas disse: — É só que eu ouvi umas coisas...

— Também ouvi — riu, sem jeito. — Mas tudo mentira.

— Entendi — ele respondeu. — Sabe, o Jungkook não é esse bicho de sete cabeças que você imagina.

Desconfortável, Jimin assentiu mais uma vez. — Uhum... é, eu vou indo, preciso passar na biblioteca antes que feche. Bom te ver, e... hm... cuida desse bebê.

Yoongi sorriu para ele, antes de ver o amigo se distanciar, e murmurou sozinho: — Não sei quem você pensa que engana, Park Jimin... bobo.


// vamos dar um nome chique pra capitulo curto, vou chamar de "atualização de passagem" assim ngm pode me julgar. desculpem também se tiver faltando pontuação, eu to tendo problemas com a formatação de texto... tentei arrumar o que eu vi aqui. yeah

votem e comentem, its very importante guys

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É isso, obrigada pela leitura sempre! 💜//

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