Rascunho - Parte 6
Os olhos do Gus estavam tão arregalados que se ele fizesse qualquer movimento brusco, eles saltariam para fora de seu rosto. Mas eu nem tiro a sua razão.
Ele está embasbacado olhando a minha versão de desenho. E a semelhança dela comigo era bem assustadora. Se não fossem as roupas sexys e modo de amarrar o cabelo, seríamos iguais. Nem gêmeas se pareciam tanto assim.
Pisco os olhos diversas vezes, tentando acreditar nas semelhanças. Ver a personificação da Tex estava sendo bem mais esquisito do que ver o Lee.
— Ela é igual a você — Gustavo sussurra tão espantado quanto eu. Acho que até mais.
— Sim, ela é... Por isso as cotoveladas — não podia deixar ele falar assim de mim, quer dizer, da Tex, é, vocês entenderam.
— Pode me chamar do que for, mas você é gostosa assim, ou ela é algum tipo de versão 2.0 sua?
— Ela é igual a mim seu babaca!
— Mas como é que eu nunca reparei nisso antes?
— Você nunca reparou, pois eu sempre fui a nerd esquisita que te ajudou a passar em química! Mas pro seu governo eu sou bonita sim!
— Olhando para ela de perto, não tenho como discordar de você... Mas quem é ela? Uma irmã perdida?
— Não... Não tenho irmãs.
— Mas como isso pode ser possível? Espera aí um momento... Isso é uma pegadinha, não é? Você me chamando aqui e tal...
— Que pegadinha o quê Gus. Vê bem se eu tenho tempo ou paciência para montar uma pegadinha assim...
— Realmente, não parece ser uma ideia sua...
— Ela e a pessoa que está dentro do meu carro parece mais um sonho maluco que eu não consigo acordar...
— Muito bom saber disso...
— Mas vamos para a minha casa, lá eu vou ter tudo para poder te explicar melhor o que está acontecendo...
— Agora eu não sairia do seu lado nem que você me implorasse por isso! Vamos lá!
Tex se vira para o Lee e os dois trocam algumas palavras que eu não consigo escutar. Tex começa a me encarar e ela parece estar bem espantada.
— Quando o Lee me disse que éramos parecidas, não imaginei que seria como olhar para um espelho d'água!
— Nem eu imaginava que você ia ser tão parecida...
— Isso é impressionante!
Ela não pede permissão quando segura o meu rosto com as duas mãos e olha cada detalhe meu. Tínhamos a mesma altura, o mesmo tom de pele. Seus olhos encaram os meus e aquilo era à beira da loucura!
— Impressionante nada, isso chega a ser bizarro... — ter ela me segurando assim me mostra como aqui é real.
Me livro do seu toque e me afasto um pouco para olhar para ela como um todo. Parecia que alguém tinha recortado as minhas roupas no Photoshop e colocado umas roupas mais coladas.
— Sei que todos aqui devem estar cheios de perguntas, mas prefiro que tentemos encontrar as respostas na minha casa. Alguma objeção? Não? Maravilha, então se todos puderem entrar no carro...
Digo bem apressada e nem espero alguém se opor ou então dar uma outra ideia. Corro para a porta do motorista e vou logo dando a partida no carro. Ninguém se mexeu ainda.
— Vamos pessoal!
Tex é a primeira a entrar. Gustavo é quem abre a porta detrás para ela e indica o caminho para que ela entre. Ele senta ao lado da Tex e parece estar bem satisfeito por estar ali.
Lee volta a sentar no banco da frente e coloca o cinto de segurança sozinho. Garoto esperto! Ele volta a ler as HQ's que eu tinha dado a ele. Sem falar mais nenhuma palavra coloco o carro em movimento.
Vejo a Tex arregalar os olhos e o meu amigo tentar acalmá-la.
Só estou esperando o momento em que a minha mente vai explodir. Mas tento não nos matar no caminho de volta para casa.
Não sei como e nem o porquê, mas fizemos o caminho todo em silêncio, descemos do carro e ainda silêncio. Subimos pelo elevador e, você acertou, silêncio.
Abro a porta do apartamento e todos eles me encaram sem saber o que fazer.
O silêncio é quebrado pelo piado animado da Fênix do Lee que voa animada e toma lugar no topo da cabeça dele.
— Vocês podem sentar onde quiserem. Volto em um minuto — falo e aponto para a minha sala. Não vejo onde eles se sentam.
Vou para o quarto onde faço de estúdio e pego a caixa referente ao Lee e todo o seu universo e personagens. Levo a caixa para a sala e a coloco com um pouco de dificuldade sobre a mesa de centro.
Fico encarando aquele monte de papel organizado por uns bons segundos.
— Gustavo. Não sei como, mas o Lee e a Tex são personagens de uma história que eu criei. Eles estão aqui, creio eu, que com as memórias que eu dei para eles. Aqui é tudo o que eu tenho sobre eles.
— Personagens, história? Tem certeza que isso não é uma pegadinha? — Gustavo pergunta se aproximando da caixa.
— Bem que eu queria que fosse, pelo menos isso ia ter sentido... Mas podem ficar à vontade, olhar os desenhos, e se alguém conseguir uma resposta pra tudo isso, por favor, sou toda ouvidos.
Os três se aproximam da caixa e cada um pegam um exemplar. Vejo que o Gus escolheu o primeiro volume da história, Tex pegou um aleatório do meio, e o Lee pegou os últimos desenhos que eu tinha feito.
Gustavo sorri a cada página que passa. Ele sempre me encheu o saco para que eu mostrasse os meus desenhos para ele, mas quase nunca mostrava nada para ele. Agora ele tinha uma caixa inteira para olhar. Ele parecia gostar do meu trabalho, e sei que ele viu as semelhanças entre os desenhos e as pessoas do apartamento.
Tex estava bem seria e olhava as páginas com muita preocupação. Ela parecia estar desconfiada de alguma coisa e ela prestava atenção a tudo o que acontecia ao seu redor, como se algo fosse dar errado a qualquer momento.
Lee tinha seus lindos olhos bem arregalados enquanto ele encarava algumas folhas. Ele retira mais alguns papéis soltos de dentro da caixa e os espalha no chão perto da caixa.
Eu não digo absolutamente nada. Quero que eles tirem as suas próprias conclusões com esses desenhos. Fico de cabeça baixa, beliscando de leve a minha perna, ainda com esperança de acordar de um sonho. Mas nada acontece. Bem que eu poderia abrir os olhos e ver que nada passou de uma ilusão.
Mas ao erguer o rosto, ainda vejo as três pessoas na minha sala, que agora não estão mais olhando para os meus desenhos, e sim para mim, com semblantes preocupados.
Todos abrem e fecham a boca diversas vezes. Não consigo segurar uma risada que escapa da minha garganta.
— Exatamente isso. Como explicar exato?
— Não teria como alguém saber tanto assim de detalhes pessoais nossos. Não tem outro jeito de você ter tudo isso documentado tão fielmente... O que você e o Lee me contaram é verdade... — Tex diz decidida e guarda os volumes que ela tinha visto dentro da caixa.
— Mas que diabos Tessa? Anda, pode dizer a verdade pra mim... Isso TEM que ser uma brincadeira... — Gustavo parece um pouco perdido com as informações. — Pode dizer...
— Gus eu... — tento começar a falar, mas ele me interrompe.
— Você encontrou uma irmã gêmea e está fazendo tudo isso para me pregar uma peça... Só pode ser isso...
— Queria que esse fosse o caso. Mas infelizmente não é. Eu estou tão desnorteada quanto você Gus... — confesso.
— Olhando tudo isso, não tenho como ter dúvidas... Eu realmente sou um personagem seu, não é Tessa? — Lee diz e eu apenas confirmo com a cabeça.
— Sinto muito — nem sei o motivo de estar me desculpando.
— Não sinta. Você é uma artista muito talentosa. Nunca tinha visto um desenho tão bonito quanto o seu...
— Obrigada...
— Eu posso ficar com esse? — Lee pergunta, eu nem tinha percebido que ele estava segurando uma folha com um rascunho dele.
Aquele rascunho era um dos primeiros que eu tinha feito dele. Acho que o primeiro desenho dele que eu tinha ficado satisfeita com o design. Eu só tinha colorido os olhos dele nesse desenho. A folha até estava ficando um pouco velha, pois no começo eu não guardava com cuidado.
No desenho, parte do seu rosto estava coberto pelos seus cabelos que voavam numa fluidez calma por causa do vento. Os olhos estavam cheios de vida e eram a mistura perfeita entre a calma e a tempestade. Sua boca estava entre aberta, e não parecia querer dizer nada.
Eu sei o motivo de gostar daquele rascunho, mas porque ele gostou desse em particular?
— Claro, pode ficar... — como eu negaria alguma coisa a ele?
— Não querendo ser rude, mas você disse que o seu amigo ia trazer alguma coisa para comer, ele trouxe? — vejo as bochechas dele atingirem um tom de vermelho bem adorável.
— Ah sim, claro. — pego a sacola com as comidas e entrego para ele. — Aqui, pode comer o que quiser...
Me impressiono com a velocidade com que ele come. Acabo pegando uma tigela de cereal que tinha no meu armário, pois o Lee come tudo em questão de minutos. Também faço a Tex comer alguma coisa.
— Aqui Lee — entrego para ele a sacola com as roupas do Gustavo. — Você pode usar o meu quarto para se trocar se você quiser...
— Obrigada — ele pega a sacola das minhas mãos e vai em direção ao meu quarto. Pelo menos ele sabe onde fica.
Olho para a Tex e penso que será bom também se ela trocar de roupa. Isso tá colado demais... Nos dias de hoje, infelizmente vai chamar uma atenção que não quero para ela.
— Eu vesti isso certo? — Lee pergunta, voltando depois de uns cinco minutos. Foi uma surpresa bem agradável ver o Lee usando roupas atuais. Levanto os meus polegares num sinal positivo e ele parece mais aliviado.
— Estou odiando admitir isso, mas o que a Tessa diz parece ser a verdade que estamos vivendo. Somos personagens que ganharam vida... — Tex fala concentrada. Parando um pouco para analisar, os nossos timbres eram bem diferentes. Pelo menos uma coisa que não era rigidamente igual...
— Pelo o que parece sim — Lee diz, sentando no sofá.
— Pensando nisso, será que foi apenas eu e o Lee que ganhamos vida? Desde que eu abri os meus olhos, estava naquele lugar cheio de pequenos compartimentos de metal com rodas, eu tenho a impressão de estar sendo observada...
— Observada? — agora era a vez do Gus entrar na conversa.
— Sim, observada. Pensei que era apenas coisa da minha cabeça, mas agora as coisas começam a ganhar um sentido. Não consigo parar de pensar que ele também ganhou vida e está por aqui me procurando, não é? — Tex parece nervosa.
— Ele? — Gustavo pergunta confuso. Ele só tinha olhado os primeiros volumes da história, até então, ele não tinha aparecido.
— Não tem como descartar a possibilidade — falo, pois sei de quem ela estava falando. Acho que o Lee também percebeu de quem falávamos, já que o seu maxilar aperta.
— Ele quem? — Gustavo volta a perguntar.
— Meu tio — Tex responde o meu amigo, e sei que a explicação dela ainda não foi suficiente para ele.
O tio da Tex, Bruce, tinha entrado na história a poucas edições... Ele tinha tudo o que um vilão precisa. Ele tinha um plano de fazer um reino de magia, onde ele era o mago mais forte. Ele era apaixonado pela Tex, mas como ela escondeu esse fato do Lee, Lee não sabia disso. O tio queria que a Tex ficasse ao lado dele, quando ele tomasse o controle da magia do mundo. E no momento, o tio dela estava bem focado em raptar a Tex e ficar com ela a força.
Pra completar, ele ainda possui magia, e eu ainda não tinha pensado em como os dois iriam impedir os planos dele. Eu ainda nem tinha certeza de qual seria o plano dele... Mas eu já escrevi que ele sabe o plano, só que eu ainda não sei qual é.
Bruce é um homem sombrio e sem salvação. Se ele tivesse aqui, poderíamos estar com problemas... Mas prefiro não colocar a carroça na frente dos bois... A situação já está maluca como está.
— Você já tem pelo menos uns rascunhos sobre o futuro? Sabe como impediremos o meu tio? Isso é, nós iríamos impedi-lo, correto? — Tex pergunta e sinto a esperança em sua voz. Droga, tenho a impressão que vou odiar matar a esperança dela assim...
— Eu tenho algumas ideias... Mas não coloquei nada no papel... E sim, a minha intenção foi sempre de impedi-lo... Só que não decidi como.
— Isso pode ser um problema — Tex fala o que eu estava pensando e aquilo faz a minha garganta fechar de uma maneira desconfortável.
Mas o Destino resolve usar esse momento para atropelar os meus bois com uma carroça imensa! O inesperado continua a acontecer.
A Fênix dá um piado alto, e o Lee fica de pé, assumindo uma postura de batalha. Começo a olhar em todas as direções, esperando por algo que nem sei o que é.
A parede da minha sala começa a tremer, e então dissolve, virando um monte de pó cinza. Uma rajada de vento muito forte entra pelo buraco em minha parede e eu desvio o olhar para não entrar nada em meus olhos. Minhas roupas voam e eu acabo caindo de bunda no chão.
Abro os olhos assim que sinto o vento dar uma pequena trégua. Sinceramente eu já estou ficando cansada de não acreditar no que os meus olhos vêem.
Bruce, está ali, a poucos metros de nós, materializado e flutuava em sua pequena nuvem negra de poder. Era só o que me faltava, ele tinha a sua magia!
Mesmo de longe, dava para perceber o quanto ele era alto. Seu corpo magro e seus cabelos compridos, de um tom bem parecido com o meu, voavam livremente. O rosto dele bem jovem e de uma beleza diabólica nos encarava com um sorriso perfeito e perverso.
— Que alegria! Eu vim seguindo o cheiro de uma Tex, mas acabo por encontrar duas! Hoje deve ser o meu dia de sorte! — ele me encara e a minha espinha gela.
— Bruce! — a voz de Lee foi baixa, mas suas palavras cortantes. Se as palavras tivessem poder, Bruce estaria em apuros, pois deu para sentir toda a raiva do Lee em apenas cinco letras.
A cena que começou a se desenrolar na minha frente foi quase inacreditável. Ainda bem que eu já estava no chão, senão eu cairia durinha para trás, com certeza.
A Fênix entra pelo buraco da sala, nem tinha percebido que ela tinha ido embora, carregando em seu bico a espada negra do Lee. Ainda bem que aquele pássaro trouxe uma arma para o Lee, mesmo ele agora tendo que enfrentar magia. Mas melhor uma espada do que nada.
Lee parte em velocidade para cima de Bruce e a minha pequena sala começa a virar uma arena de luta. Tex saca o seu punhal e também vai em direção ao seu tio. As lutas que sempre aconteciam nos meus desenhos agora estavam acontecendo ao vivo.
Mas no papel era tão artístico, bem coreografadas, chegava até a ser bonito. Só que quando acontece na sua frente, não é bonito, de artístico não tem nada. O sangue só ficava bem quando voava no papel, quando era real, o cheiro ferroso dava arrepios.
Bruce joga sem dificuldade o corpo da Tex para perto do Gustavo. Lee também é jogado, mas na minha direção. O homem na nuvem negra vai se aproximando do corpo caído da Tex, mas o meu amigo fica entre os dois, impedindo que Bruce se aproxime dela.
Mal tenho tempo de ver o pequeno punhal nas mãos do Bruce, acertar o braço do meu melhor amigo. O grito fica preso na minha garganta. Não consigo me mexer. Minhas pernas não obedecem ao meu comando.
O corpo do Gustavo vai ficando turvo aos poucos. Em poucos segundos, Gus vira completamente fumaça. A fumaça parece ter endereço certo e vai diretamente para um pingente de vidro em formato de estrela no pescoço do Bruce.
— Gustavo! — finalmente encontro a minha voz, mas é somente isso.
Nem sei de onde o Lee surgiu, mas ele volta a lutar com o Bruce. A espada negra acerta o rosto de Bruce, e este num ato de fúria, prende o Lee num manto negro.
Tex aproveita essa oportunidade para atacar seu tio, mas ele parecia estar esperando o golpe, já que ele esquiva com facilidade e acerta a perna de Tex com o mesmo punhal que acertou Gustavo. Ela também começa a virar fumaça, sendo também aprisionada no cordão de Bruce.
Vi gostas de suor escorrer pelo rosto de Bruce. Ele já deve estar ficando cansado. Usar magia cansa. Pelo menos eu fiz assim.
— Agora só falta uma — Bruce diz, olhando diretamente em meus olhos. Sinto como se toda gota de sangue tivesse fugido do meu corpo. E nem nessa situação de perigo consigo fazer as minhas pernas funcionarem.
— Você não vai levá-la para lugar nenhum — quase não reconheci a voz do Lee. Parecia até que ele tinha sido possuído ou algo do gênero. Ele exalava perigo por todos os poros.
— Assim você me deixa num beco sem saída, garoto. Se eu lutar contra você não vou ter forças para capturar a segunda Tex, se eu a capturar, não vou conseguir lutar contra você.
— O que você quer dizer com... — Lee nem consegue completar a sua frase, pois com um gesto de mão Bruce começa a virar fumaça e com uma grande lufada de ar ele vai embora.
Lee ainda tenta impedir, segurar alguma coisa, mas como é que paramos o vento?
Eu tinha acordado não faziam nem três horas direito e parece que já aconteceram mais coisas do que na minha vida inteira.
Meus desenhos tinham ganhado vida. Eu conheci a minha personificação e o homem que eu sempre sonhei. Conheci também um autêntico vilão, com magias e tudo. Vi uma batalha acontecer na minha sala. Eu perdi a parede da minha sala. Assim como perdi o meu melhor amigo e a minha personificação. Nem percebi o momento que tinha começado a chorar, somente senti os dedos gentis do Lee enxugarem minhas lágrimas.
— Fica calma Tessa. Enquanto eu estiver aqui, vou dar o meu melhor para que você fique bem e não precise mais chorar... — Lee está ajoelhado ao meu lado.
Não me importo com o momento, apenas passo os meus braços ao redor do corpo quente do Lee e tento me encher dessa sensação de segurança que tenho quando estou ao seu lado. Precisava me acalmar, mas não sabia como.
O que iremos fazer agora?
Não fazia sentido apenas o Lee e a Tex ganharem vida, correto? Porque se um vilão é bom, um vilão de mangá é melhor ainda! Hahahaha e com magia então, nem se fala! Hahahah
O que vocês acham que vai acontecer agora? O Bruce pegou a Tex e o Gustavo! Claro que a Tessa vai querer salvar o seu melhor amigo e a guerreira que ela criou. Mas como ela vai conseguir enfrentar a magia do Bruce?
Com esse capítulo encerramos a segunda parte do livro! Espero que estejam gostando :) No próximo capítulo vamos pensar num pleno juntos para derrotar o Bruce e resgatar a todos :)
Até o próximo capítulo :*
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