Capítulo 47: Pesadelos ou realidade?

Abri os meus olhos com o incômodo da claridade, logo os meus olhos se acostumam.

Estava em uma sala que era toda branca e em uma cadeira amarrada, infelizmente as cordas estavam fortemente amarradas, tentei até me soltar.

Cada vez que eu tentava, sentia minha pele ser cortada e sangrar, o melhor era desistir.

Começo a relembrar de tudo que aconteceu nas últimas horas, um arrependimento se assolou em meu peito, ah se eu tivesse falado sobre aquele bendito bilhete.

Só queria saber o propósito dela ter me sequestrado, será que vai fazer churrasquinho de mim? Ok, não é hora de fazer piadinha.

Ouço a porta ser aberta, único lugar que poderia entrar ou sair, quem adentra é Leslie, arregalei os meus olhos ao vê-la.

Parecia um robô, estava ereta, até demais, eu nunca teria uma postura tão perfeita igual a dela, seu rosto sem expressão e os olhos vazios.

— Leslie, o que fizeram com você? — Sussurrei com a esperança de receber uma resposta mas sem sucesso, noto que em sua mão tinha uma injeção.

Ela pegou o meu braço sem nenhuma delicadeza e posiciona a injeção.

— O que é isso? Eu não quero virar uma de vocês. — Digo exasperada, porém continuo sem receber nenhuma resposta, senti uma picada em meu braço e todo o conteúdo entra em meu organismo.

Senti todo o meu corpo formigar e minha boca ficar seca, logo os meus olhos pensam como se eu estivesse com sono e adormeci.

Desperto e vejo que estava em frente a minha antiga escola do ensino fundamental, então decidi entrar.

Vários alunos passam por mim correndo, como se não pudesse me ver. Como assim? Eu não estava mais no esconderijo da Valentina? O que eu estou fazendo aqui?

Um garotinho fofo vem correndo e esbarra em mim, ele me parece muito familiar, bem parecido com o Jason ele estudava comigo. Olhei ao redor e mais na frente vejo duas garotinhas andando de braço dados.

Decidi as seguir, ambas me pareciam tão familiar. Elas caminharam até a quadra da escola que estava mais ou menos vazia; eu gostava de vir aqui no intervalo com a Valentina.

Vejo as garotinhas se sentarem e pegaram suas lancheiras, conversavam animadamente. Aproximo-me e começo a ouvir a conversa das duas, elas sequer me notam.

— Anny? — A ruiva me chama, na verdade, chama a outra eu. Que coisa confusa.

— Sim.

— Você promete que jamais vai esquecer de mim.

— Por que está me pedindo isso?

Comecei a me relembrar desse dia, eu tinha achado bastante estranho essa promessa, pois pra mim na época eu jamais me afastaria de Valentina.

Achava que jamais seríamos separadas e que a nossa amizade continuaria pelo o resto da vida. Sinto lágrimas rolarem pelo o meu rosto, eu não cumpri uma simples promessa.

— Só quero que prometa para mim. — Diz ela.

— Prometo.

As duas garotinhas se abraçam, dois dias depois o Leonardo apareceu e eu a deixei de lado, pouco tempo depois foi embora e nunca mais tinha a visto.

Até quando ela voltou para Nova York, eu simplesmente não reconheci a minha melhor amiga. Tudo escurece novamente.

Dessa vez eu estava em frente a torre dos vingadores, sinto um arrepio dos pés a cabeça.

Era como se algo estivesse errado, nenhum carro estava em frente ao prédio e muito menos alguém andando pela avenida, como era sempre tão movimentada. As ruas estavam vazias, não havia absolutamente ninguém.

Respirei fundo, atravessei a rua e adentrei na torre dos vingadores, assim que entrei vi corpos no chão de funcionários, engoli em seco e corri até o elevador. Isso não poderia estar acontecendo, clico para ir ao último andar onde fica a sala do senhor Stark.

Respirei fundo e contei até dez para me acalmar, dessa vez não tinha música de Ed Sheeran e nem nada do tipo, apenas um silêncio assustador, isso sim.

Finalmente cheguei no andar que eu tanto queria, saí rapidamente do elevador e acabei caindo ao tropeçar em um corpo.

Era o do Sam Wilson, toquei no seu braço e seu corpo estava totalmente frio, parecia tudo tão real.

Me levantei e meus olhos se inundam cada vez mais com minhas lágrimas, estava com medo do que encontraria, empurrei a porta que estava encostada e entrei.

Arregalei os meus olhos ao avistar a Natasha caída e sem vida, me agachei e toquei o seu rosto delicadamente.

— Por favor, Nat. Não me abandona. — Digo com a voz embargada mesmo sabendo que ela não iria me responder.

Será que isso é apenas um pesadelo horrível ou é realidade? Tudo parece tão real, abracei o corpo de Nat e acabei soluçando de tanto chorar.

Direcionei o meu olhar para frente e vejo Peter, corri e me aproximei dele, vejo que ele ainda respirava fraco.

— Meu amor... não me abandona também, por favor. — Pedi com dificuldade.

— Isso é tudo culpa sua. — Diz ele em um tom frio e vazio.

— Minha? — Perguntei incrédula.

— Se você não tivesse esquecido a Valentina, nada disso teria acontecido. Ela nos matou por sua culpa, Anny. — Diz ele e logo seus olhos se fecham e sua respiração para.

— NÃO, PETER. VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR TAMBÉM. — Gritei desesperada e tudo se escurece mais uma vez.

Sinto algo me molhar, levo um susto e vejo que era Valentina com um balde. Tudo não se passou de um maldito sonho, respirei aliviada.

— Finalmente acordou, amiguinha. Pensei que não fosse mais acordar.

— Fiquei quanto tempo apagada? — Perguntei me tremendo. Essa maldita jogou água gelada em mim.

— Dois dias, mas como você acordou posso finalmente te convidar. — Arregalei os meus olhos ao ouvir o que ela disse, quatros dias??

— Convidar? Pra quê?

— Podem soltar as cordas dela. — Ordena Valentina e vejo que tinha dois jovens com ela, logo eles tiram as cordas.

Meus pulsos e pernas estavam cortados de tanto tentar me desamarrar, mas também essas cordas estavam bem apertadas. Ponderei a ideia de tentar usar os meus poderes, mas estava me sentindo tão fraca e esgotada.

— Nem tente usar os seus poderes, eles estão meio que descansando. — Valentina me alertou.

— Como assim? Você tirou eles? Como? — Perguntei a ela.

— Sim, aquela droga que demos a você fez milagres. Agora venha.

-—Para onde vamos?

— Nosso show vai começar agora. — Falou misteriosa.

Me levantei da cadeira e a sigo, esse lugar era totalmente grande e branco, era como se fosse um hospital, totalmente sinistro.

Alguns jovens passam por nós, mas não nos olhavam para a gente, apenas para frente e nos ignoravam totalmente.

Finalmente chegamos ao nosso destino, é uma sala bem ampla e tinha várias espadas, um ringue de boxe, entre outras coisas. Valentina caminha até às espadas e pega duas.

— Que tal uma luta? — Ela perguntou sorrindo.

Engoli em seco com a sua pergunta, agora eu teria de lutar pela a minha vida ou sairia morta daqui.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top