Capítulo 4: Trabalho de ciências

  O restante da semana, não fui a escola. Minha avó estava bastante preocupada e mais coruja do que nunca. Então, optei por ficar e receber todos os carinhos dela.

  Ontem a noite a MJ enviou uma mensagem para confirmar que iriamos começar o trabalho amanhã mesmo, que no caso é hoje e me perguntou porque não fui a escola, apenas falei que estava gripada.

   Eu não queria contar para ninguém, além para a minha avó do que aconteceu, ainda mais por suspeitar de quem eu suspeito. Com certeza quem fez isso foi o professor de educação física, precisava me livrar dele, mas como? Eu não tinha nenhuma prova concreta.

  Me levanto da cama, caminhei até a janela e abro as cortinas, o dia estava ensolarado. Ótimo para sair e aproveitar o dia.

  Pego minha toalha e vou até o banheiro, onde tomei um banho morno. Volto para o quarto e coloco uma roupa simples e confortável, vou a cozinha onde encontro minha avó fazendo o café da manhã.

  — Bom dia, vovó. — Sento na cadeira à mesa.

  — Bom dia, querida, é hoje que você vai fazer o trabalho com os seus amigos né?

  — Colegas, vovó. — Beberico o café que coloquei em minha xícara do Frozen. Infantil, eu sei.

  — Minha filha, você tem que fazer amigos, nunca lhe vejo em festa de pijama com amigas e nem ninguém vindo te chamar para ir ao shopping.

  — Vou tentar ao máximo nesse ano fazer algumas amizades, não se preocupe. — Suspiro e termino o meu café.

  — Quem sabe você não arranja um namoradinho? — Ela pergunta e apenas rio.

  — Não crie tantas expectativas, vovó. — Falo a ela

  Me levanto, coloco a louça na pia e comecei a lavar.

  — Tudo pode acontecer, querida.

  Depois disso ajudo ela a arrumar a casa e fazer o almoço. Estou tão feliz pelo fato de ter o que eu mais amo, strogonoff de frango.

   A história da minha avó é tão sensacional, toda vez que ela diz que é do Brasil, eu peço para que ela descrever como é o Brasil. Sempre quis ir lá, mas nunca fui.

  O meu sonho é conhecer o Brasil, e ir na sua cidade natal em Canela no Rio Grande do Sul.

  Dona Amélia conheceu o meu avô nessa cidade, diz ela, que foi algo muito rápido, namoraram, noivaram e casaram tudo isso em menos de seis meses.

  Sempre conta que ele foi o grande amor de sua vida, tanto que depois que ele morreu ela nunca quis relacionar-se com ninguém. Infelizmente não conheci meu avô, mas quando ela relata as histórias deles é como se eu tivesse conhecido.

  Eles se conheceram em um parque de diversões que tinha onde minha avó morava, ele acertou um daqueles tiro a alvo, ganhou um urso e deu para ela e a chamou para andar na roda gigante, lá aconteceu o primeiro beijo deles. Acho tão lindo o jeito que eles se amavam, espero um dia achar alguém assim.

  Após o almoço, me arrumei e fui para a casa da MJ, como era um pouco longe, tive de pegar o metrô.

  Depois de uns trinta minutos, chego no bairro onde ela mora, olho novamente o endereço de onde ela morava no celular e continuo a andar, até que encontrei a residência dela.

  A casa dela fica em Manhattan. Logo chego em sua casa, bem bonita por sinal, toda branca, um jardim lindo na frente e de dois andares. Vou até a porta e toquei a campainha, não demora muito para ela abrir a porta.

  — Oi, Anny! — Ela dá um espaço para eu entrar.

  — Oi MJ, desculpa te chamar assim, nem somos tão íntimas. — Entro e ela me conduz até a sala.

  — Pode me chamar assim, não tem problema.

  Nos sentamos no sofá e ficamos conversando, logo o Ned chega e nada do Peter. Começo a ficar apertada e me levanto.

  — Onde fica o banheiro? — Pergunto para a MJ.

  — Você sobe as escadas e fica do lado esquerdo, a segunda porta.

  Subo as escadas e abro uma das portas, vejo que era o banheiro, parecia com aquele banheiro de ricos. Tão grande, parecia ser maior que o meu quarto, tinha um espelho enorme e uma pia linda.

  Faço o que tinha de fazer, quando saio do banheiro. Ouço um barulho vir do quarto ao lado, minha curiosidade logo aguçou e fui ver o que era. Dou de cara com Peter com uma roupa bem diferente.

  — Peter? — Chamo ele olha para mim com uma cara assustada.

  — Anny? O que você tá fazendo aqui?

  — Vim fazer o trabalho e você está muito atrasado. Que roupa é essa? Caramba! Você está fazendo cosplay do Homem-Aranha? — Rio.

  Me aproximo dele e toco no traje, parecia ser tão real. Mas espera aí, Peter está bem forte ultimamente, com um reflexo incrível, então ele só podia ser o Homem - aranha. 

  — Não estou acreditando... Meu Deus! Eu estou falando com o Homem-Aranha de verdade. Você é o Homem-Aranha!  — Falo perplexa.

  — Sim, eu sou...  — Antes que ele continue a falar, o interrompo.

  — Não estou acreditando que você é o Homem-Aranha... Como você joga as teias, qual é o percurso dela? Estou super curiosa.

  Então, foi ele quem me salvou, por isso sabia o meu nome.

  — Você não vai contar para ninguém sobre isso né? — Ele pergunta.

  — Não sei, Peterzinho... — Sorrio para ele e uma ideia vem em minha mente. — Para que eu não conte sobre isso a ninguém, você vai ter que me ajudar com algo.

  — Com o quê ? — Ele pergunta confuso.

  — Me encontre amanhã no shopping, na praça de alimentação às 3:00 p.m.

  Saio do quarto e nem espero uma resposta dele, desço e após alguns minutos o Peter desce e olha desconfiadamente para mim.

  Pelo visto o Ned e a MJ já sabiam, pois não estranharam ele vir do andar de cima, resolvo deixar isso quieto e começamos o nosso trabalho.

  — Gente, o que vocês pensaram? — Pergunta MJ.

  — Pensei que a gente podia fazer uma prótese capaz de obedecer a mente, ainda estou pensando sobre isso. — Diz Peter.

  — Achei que fosse apenas uma feira de ciências da escola, então podíamos fazer um vulcão. — Diz Ned e eu rio do comentário dele.

  — A gente tem que ganhar para ir a NASA. — Diz Peter

  — Vamos para a Universal. — Diz MJ convincente.

  — Que tal fazermos uma máquina dimensional? — Sugiro.

  — Igual do filme de volta para o futuro? — Questiona Ned, animado.

  — Quase isso. — Sorrio. — Mas não em um carro, podemos fazer capsulas que possam girar em torno do eixo X.

   — Isso, a rotação criaria um impulso magnético.

  Pego meu caderno e começo a desenhar o esboço da máquina.

  — Será que isso vai dar certo? Ninguém nunca fez isso. — Ned fala.

  — Ninguém nunca fez, justamente por não arriscar. Só conseguimos o que queremos, se arriscarmos. Então, podemos conseguir ou não, vamos saber apenas quando fazermos. — Digo a ele, enquanto continuo o esboço.

  — Tenho que concordar com a Anny. Se não conseguirmos, vamos ter pelo menos tentado. — Peter fala, olho para ele e sorrio.

   — Se não der certo, fazemos o vulcão com o Ned sugeriu. — MJ fala e rimos.

   Passamos o restante da tarde, trocando e anotando ideias, fazendo diversas pesquisas para o nosso trabalho, espero que dê tudo certo.

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