Capítulo 22: Minha madrinha é uma vingadora
Segunda-feira havia chegado, passei todo o final de semana evitando mexer no meu celular, porque provavelmente os traidores iriam tentar falar comigo. Fiquei apenas tentando me distrair com minha avó, fomos até o Central Park, foi muito bom.
Estava a caminho da escola, avisto a MJ na porta que logo olhou para mim, mas que em seguida abaixou a cabeça, suspiro e acelero os meus passos, quando passo por ela, me agarra pelo braço.
— Anny, precisamos conversar.
— Não temos o que conversar. — Solto o meu braço.
— Temos sim e não adianta ficar fugindo que eu não irei desistir de conversarmos. — Bufo irritada, sabia muito bem como ela era, não desistiria fácil, mas não custava nada escutar, certo?
— Está bem, como temos muito tempo vamos para a quadra de basquete. — Ela assente e entramos na escola, antes de irmos para a quadra, pego os livros que eu precisaria em meu armário e seguimos para quadra.
Assim que adentramos, havia apenas duas garotas na quadra, deviam estar fofocando ou sei lá o que, nos sentamos afastadas delas na arquibancada e olho para a MJ.
— Anny, só quero te falar que eu não sabia de nada.
— Não sei se devo acreditar em você, todos mentiram para mim.
— Eu juro, de verdade. Se eu soubesse, teria contado a você.
Olho para ela e vejo sinceridade em seu olhar e na sua fala também. Realmente, se ela soubesse teria me contado.
— Eu te desculpo. — Nos abraçamos, acabo deixando algumas lágrimas soltando pelo o meu rosto, me afasto dela e seco as lágrimas. Ando bem sensível ultimamente e precisava de um ombro amigo.
— Como você está em relação a isso? — Pergunta preocupada.
— Estou me sentindo usada e enganada, ainda não acredito que mentiram sobre algo tão importante para mim.
— Está mais magoada com o Peter né?
— Com certeza, com o Ned nem tanto mas com o Peter... — Dou uma pausa e respiro fundo — Eu estava me apaixonando por ele sabe.
— Estava ou está? — MJ questiona.
— Estou. — Passo uma das minhas mãos em meu rosto, eu estou muito frustrada. — Eu não sei o que fazer em relação a isso.
— Por que não conversa com ele?
— Eu não...não tenho nada para conversar com ele depois disso.
— Será que ninguém o fez mentir para você?
— Eu não sei e nem quero saber, apenas quero distância.
— Se você quer assim. — Ela levanta as mãos em um sinal de rendição.
— Mas eu tenho algo importante para lhe contar, que não sei se aguento guardar apenas para mim.
— Fala logo.
— No dia da festa quando fui embora com o Peter, rolou um selinho entre a gente, mas ele acha que eu esqueci.
— Por que você fingiu que esqueceu?
— Ah eu não sei, fiquei com vergonha e achei melhor fingir que esqueci, ele não iria tocar no assunto comigo como tinha bebido poderia me fazer de esquecida facilmente.
Assim que termino de falar, ouvimos o sinal tocar e nos levantamos da arquibancada, saímos da quadra e fomos para a aula de artes, pelo menos essa aula não era com o Peter.
Depois dessa aula fomos para a de química, que infelizmente seria com o Peter, assim que adentro na sala vejo ele, mas trato de desviar o olhar. MJ senta ao meu lado, pois a aula era em dupla, sentia os olhares de Peter direcionados a mim, mas apenas ignorei.
A hora do intervalo foi a pior de todas. Em uma mesa estava eu e MJ, já em outra estava Ned e Peter, quem diria um grupo que se juntou do nada, e que do nada também se desfez.
Pelo menos eu tinha MJ ao meu lado, nem tudo havia se perdido. Dessa vez o intervalo se passou lentamente, como se fosse uma tartaruga, olhei algumas vezes para a mesa dos meninos e via o Peter sempre olhando para mim.
Depois que as aulas acabaram, me despedi de MJ e fui para casa, não estava nem um pouco afim de ir para a torre dos vingadores treinar, ainda mais depois de tudo o que aconteceu, apenas quero distância de tudo, é o que eu preciso.
Após alguns minutos cheguei no apartamento, ponderei a ideia de contar várias coisas que eu descobri para a minha avó, mas seria muito difícil chegar nela e dizer: "Então vó, descobri que sou filha de um vingador e que ele não é da Terra"
Com certeza ela riria ou me chamaria de louca e ainda para piorar ia me colocar pra lavar as louças, então é melhor deixar isso para outro momento ou para nenhum momento. Talvez o Thor nunca venha me conhecer mesmo. Pelo visto ele tem uma família em Asgard e não precisa de uma bastarda em sua vida.
Saio do meu quarto, onde havia trocado de roupa e deixado minha mochila, vou a cozinha para lanchar e encontro com minha vó.
— Olá querida, não vai ao seu treino?
— Não vovó, estão em manutenção lá. - Minto e me sento na mesa.
— Entendi...seu aniversário está próximo né?
— Verdade...nem me lembrava. — Dou uma risada fraca. Como eu pude esquecer?
— Já pensou em algo para comemorarmos?
— Não...não estou muito animada para o meu aniversário...você sabe o motivo.
— Sei bem, querida, mas não devemos nos deixar abalar. — Apenas assinto e ficamos em silêncio.
No decorrer da semana foi a mesma coisa, escola e trabalho. Hoje já era sexta e havia acabado de chegar em casa, quando avisto a minha avó sorridente e vem até mim.
— Você tem uma visita no seu quarto. — Ela comenta eufórica.
Acelerei os meus passos igualmente ao meu coração, será que Peter veio me ver e implorar pelo meu perdão? Assim que abro a porta de meu quarto, fico surpresa com a pessoa que veio me visitar.
— O que você veio fazer aqui? — Pergunto, entro no quarto e fecho a porta.
— Olá Anny, tudo bem? Vim lhe ver saber o que aconteceu para não ter ido aos treinamentos essa semana.
— Você deve saber muito bem o por quê.
— Eu sei, mas queria ouvir de sua boca. — Diz Natasha.
— Não vou perder o meu tempo falando algo que você já sabe. — Falo rispidamente.
— Sabia que conheci a sua mãe? — Disse Natasha e olho para ela atentamente.
— Conheceu? — Pergunto surpresa.
— Sim, mas acho que você não irá querer saber a história, já que estava quase me expulsando do seu quarto. — Ela fala, reviro os meus olhos e me sento na cama.
— Pode ficar e me contar, por favor. — Ela senta ao meu lado e olha para mim.
— Eu estava em Nova York, tinha acabado de chegar e não tinha onde ficar. Estava em frente a livraria onde ela trabalhava, era tarde e ela estava fechando a livraria, então me viu e veio falar comigo.
"Perguntei para ela se havia algum hotel aberto, ela falou que provavelmente não pois como era véspera de ano novo estaria tudo lotado. Anny, a sua mãe era muito generosa e simpática, me convidou para passar os dias em sua casa e eu aceitei. Ela me cativou muito, viramos amigas, muito mesmo. Quando ela engravidou estava radiante mesmo com o seu pai, Thor, tendo indo embora sem nem ter se despedido, eu nem sabia que ele era o seu pai na época, acompanhei a gravidez dela e fui até convidada para ser sua madrinha."
Depois desse relato, eu já estava com o meu rosto molhado de lágrimas, me surpreendi ao saber que a Natasha é minha madrinha.
— Minha madrinha? Por que eu nunca soube disso?
— A minha profissão era arriscada e para não lhe colocar em perigo, me mantive distante mas sempre falando com a sua avó a respeito de você.
— Por que veio falar comigo só agora?
— Porque quero que acredite em mim, confie em mim. Eu não concordei quando resolveram não lhe contar quem era o seu pai, era o seu direito saber. Peter também não concordou, mas não podíamos falar nada.
— O Peter é um assunto que não quero comentar.
— Quero que volte a ir para os treinos.— Logo ela muda de assunto e agradeço mentalmente.
— Está bem, eu vou voltar. — Suspiro. — Foi bom essa folga, não fiquei com nenhum hematoma. — Rimos.
— Depois combinaremos uma programação de madrinha e afilhada. — Ela se levanta da minha cama e faço o mesmo.
— Posso te abraçar? — Ela assente e abraça-me, ficamos alguns minutos abraçadas.
Acompanho ela até a porta, infelizmente não poderia aceitar um café e nem bolo da minha avó, pois tinha uma reunião na torre dos vingadores, parecia que teriam um novo complexo para eles, nos despedimos e vou até a cozinha, lancho com a minha avó. Até que a Natasha é legal quando quer, quem diria que a minha madrinha é ela.
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