Saí da torre dos vingadores chorando e com uma dor em meu coração. Ainda estava sem acreditar que o Thor, Deus do Trovão era o meu pai, eu não queria ir para casa agora, preciso ir para algum lugar respirar ar puro.

  Pego meu celular meio trêmula, assim que desbloqueio vejo mensagens do Noah, por impulso acabo ligando para ele que logo atende.

  —  Alô?

  —  Noah... — Digo e dou um soluço.

  —  Anny, você está bem? — Questiona ele preocupado.

  —  Não, eu não estou nada bem.

  —  Onde você está? Estou indo agora até você.

  —  Estou em frente a torre dos vingadores.

  —  Logo chego aí.

  Ele desliga e eu guardo o celular, me encosto na parede e fico pensando. Por que eu não pensei nisso? Se eu soltava luzes, semelhante a um raio ou trovão, é claro que eu seria filha do Thor.

  Fui bem burra, principalmente de confiar no Peter. Eu já estava me apaixonando por ele, quase declarei o que sentia na hora em que ele foi em meu apartamento.

  Pelo menos não fiz essa burrice, sinto as lágrimas continuarem rolando pelo o meu rosto, realmente não devia ter acreditado em nenhum deles, talvez até MJ sabia e mentiu para mim.. Todos mentiram.

  Agora tenho que me afastar deles, falar apenas quando for necessário, por causa desse trabalho, mas eu tenho que dar um jeito de falar com o meu pai.

  Todos da torre dos vingadores também sabiam quem era o meu pai, mas não falaram nada. Todos mentiram para mim, nenhum deles mereciam o meu perdão.

  Seco as lágrimas do meu rosto e vejo o carro do Noah chegando, para na minha frente e entro nele, coloco o cinto de segurança. Logo ele começa a dirigir e seguimos para um bairro perto de onde eu moro, decido não perguntar para onde estávamos indo.

  Logo paramos em frente a um prédio de classe média, entramos na garagem desse prédio e descemos do carro. Segui o Noah e entramos no elevador, ele clica no botão para irmos ao quarto andar.

  Chegamos no andar e saimos do elevador, ele abre a porta de um apartamento e entramos. Olho ao redor e vejo o quão bonito era, bem organizado até.

  Fomos até a sala e nos sentamos no sofá.

  —  O que aconteceu?

  —  Descobri quem é o meu pai. — Comento, vejo ele arregalar os olhos e eu estranho.

  —  Descobriu? Como?

  —   Espera ai...Até você sabe quem era o meu pai? Não acredito que você sabia. — Me levanto já querendo ir embora

  —  Anny... é uma longa história.

  —  Sou toda ouvidos.

  —  Feche os olhos.

  —  Para quê? — Arqueio uma das minhas sobrancelhas.

  —  Para mim te mostrar algo muito importante. — Me sento novamente no sofá mesmo desconfiada.

  —  Está bem. — Suspiro e fecho os meus olhos.

  —  Pode abrir. — Abro os meus olhos e arregalo ao ver que era o Loki. Me levanto rapidamente e me afasto dele.

  —  Você...é o-o...Loki? Aquele que queria destruir a Terra? O irmão do Thor? — Faço várias perguntas e olho para ele assustada.

  — Calma, Anny, eu posso te explicar.

  —  Acho bom me explicar mesmo.

  —  Sente-se, por favor.

  Sento-me um pouco receosa e olho para ele, principalmente para aqueles chifres dele. Será que alguém o chifrou?

  —  O que quer saber?

  —  Por que você tem esses chifres? — Olho para ele curiosa e vejo o seu olhar de raiva.

  —  Isso não lhe interessa. — Ele fala com raiva. Levanto as minhas mãos em sinal de redenção.

  —  Desculpa, por que está aqui e por que se aproximou de mim?

  —  Bom...vai ser um pouco difícil de acreditar, mas eu vim por livre e espontânea vontade. Vim para te conhecer, lhe proteger e tudo mais.

  — E o meu...o Thor? Por que ele não quis vir? —Não consigo o chamar de pai, eu nunca tive um, isso era totalmente novo.

  — Eu...não sei, realmente não sei, eu me ofereci a vir, pois ele não tomava nenhuma atitude e também queria conhecer a minha sobrinha.

  — Ele por acaso tem alguma família?— Pergunto curiosa. Não me lembro de nunca terem falado na TV, além do Loki, que é o seu irmão.

  — Tem, é casado com a Sif e tem duas filhas com ela. - Ele diz e faz uma cara de nojo.

  —  Não gosta dela? — Pergunto.

  — Não e nem você irá gostar, ela é uma pessoa má.

  — E você não é? —  Pergunto e ele novamente me fuzilar com o olhar. — Será que ele não tem interesse em me conhecer? — Questiono.

  — Com certeza vai, ele apenas está ocupado com os afazeres do reino. —  Apenas assinto e ele pergunta. — O que aconteceu para você estar triste, sobrinha?

  — Mentiram para mim.

  — Os seres humanos sempre estão mentindo.

  — Você também mente, pode nem falar nada. Mas o problema foi que garantiram que jamais iriam mentir para mim.

  — Quem mentiu para você?

  —  Os meus amigos. — Sinto novamente uma vontade imensa de chorar.

  — Sabia que não deveria acreditar em humanos, vou agora mesmo tirar satisfações com eles. — Ele se levanta e vai em direção a porta. Corro e agarro o seu braço.

  — Não precisa, Loki. Apesar disso ainda gosto deles. — Digo e fungo.

  — Ser humana ridícula. — Ele deposita a sua mão em meu ombro, como se fosse um consolo. Apenas deixo as lágrimas caírem, passo alguns minutos chorando até que logo me recupero e paro. — Vocês humanos são tão tolos. — Ele sussurra e rio.

  Me afastei de Loki e o acompanhei até a cozinha, ele foi até a geladeira, abriu e pegou uma garrafa de água, em seguida capturou um copo e o encheu de água, me entregou e o agradeço com um aceno, tomo calmamente.

  — Que tal pedir uma pizza? Vocês humanos gostam bastante disso. — Sugere ele.

  — Pode ser, amo pizza e também milkshake de morango.

  — Percebi, você deve gostar mesmo disso sempre está tomando.

  — Nunca tomou isso?

  — Nunca e nem pretendo.

  — Vou comprar um para você e tenho certeza que vai gostar. — Sorrio para ele.

  — Peça uma pizza e alguma bebida. — Apenas assinto, pego o meu celular e faço o pedido.

  Ficamos uns minutos em silêncio, até que decido puxar algum assunto.

  — E como ele é?

  — Ele quem? — Pergunta Loki confuso.

  — O Thor.

  — Bem chato. Principalmente as frases dele. — Ele tosse e tenta imitar o Thor falando. — "Vocês não são dignos", "Ele é adotado", entre outras.

  Rio do jeito que ele o imitou. Quem diria, eu ser filha de alguém tão poderoso assim?

  —Ele sabia que minha mãe estava grávida?

  — Não...mas acho bom ele mesmo te contar essa história. — Ele fala e apenas assinto. — E aquele menino inseto?

  — Menino inseto? — Questiono confusa.

  — É...aquele Patrick, esse não é o nome dele?

  — É Peter e não quero falar sobre ele.

  — Ele foi um dos que mentiu para você né? — Apenas assinto e ele fica calado.

  Após alguns minutos a campanhia toca, Loki se transforma no outro ele, Noah, na verdade nele mesmo. Isso é muito confuso para a minha cabeça. Vai até a porta, pega a pizza e os milkshakes, paga e vem até mim. Nos servimos e começamos a comer, ele contou várias histórias dele e do Thor.

  Neste exato momento estamos em frente ao meu prédio, ele veio me deixar, pois estava um pouco tarde.

  — Anny?

  — Sim?

  — Você não pode de jeito nenhum contar para alguém que estou aqui.

  — A minha boca é um túmulo.

  — Boa noite, Anny.

  — Boa noite, Loki. — Sorrio e saio do carro.

  Entro no meu prédio e em seguida no elevador, pelo menos esse dia não foi tão desastroso assim. Não sei se devo confiar no Loki, ele já fez bastantes coisas que deveriam causar desconfiança em mim, mas não consigo sentir isso, será que devo depositar a minha confiança nele ou não?