Capítulo 16: Máquina dimensional

   O domingo passou, fiquei o dia todo com dor na cabeça e rindo do Flash, várias pessoas haviam gravado vídeos e tirado fotos do que aconteceu na festa da Liz.

   Ainda bem que tudo que tinha acontecido estava gravado em minha mente, até o meu beijo com o Peter. Mas por que falei que não lembrava de nada? Nem eu sei, mas agora ele vai sair com a Liz e provavelmente vão namorar logo, então é melhor esquecer isso.

  Já estávamos na segunda-feira e resolvi marcar para o dia seguinte o nosso trabalho. O sinal para o intervalo acaba de tocar. Pego as minhas coisas e guardo no armário, sigo para o refeitório, pego a bandeja e me sirvo com que eu queria comer. Vou para a mesa, onde estavam os garotos e a MJ.

  — Oi, Gente. — Cumprimento eles sorrindo.

  — Vocês já sabem quem voltou pra escola? — Questiona MJ.

  — Oi para você também, está tudo bem? — Ela revira os olhos e os meninos dão risadas com o que eu disse.

  — Valentina, te prepara que ela está falando para todo mundo que vai se vingar de você. — MJ me informa e apenas reviro os meus olhos.

  — Ha-ha estou me tremendo de medo. – Falo e dou uma mordida no meu sanduíche natural.

  — Só tome cuidado e a evite. — Peter fala e apenas assinto.

  — E o professor Carter foi expulso. — Ned fala.

  — Nem pra ela ter sido também. — Resmungo.

  — Os pais dela são ricos, deve ser por isso que ela continuou. — Diz Ned novamente.

  — Ninguém merece. — Beberico o suco.

  — Quando iremos fazer a nossa máquina dimensional? — Pergunta ele.

  — Amanhã. — Respondo me direcionando a todos.

  — Anny inventou de falar com o Tony Stark. — Resmunga Peter.

  — E ele aceitou nos ajudar, quer dizer, nos emprestar aquelas tecnologias maravilhosas que ele tem.

  — Sério? — Pergunta Ned com um sorriso no rosto.

  — Sim, amanhã depois da escola iremos até lá e começaremos o nosso trabalho. Daqui a dois meses teremos que apresentar esse trabalho e vamos ganhar aquele prêmio para ir à Universal.

  — Nada de Universal, vamos para a NASA. — Diz Peter e o ignoro. Volto a comer meu sanduíche natural.

  — Você sabe que vamos para a Universal e ponto final. — Diz MJ convicta.

  Rapidamente mudamos de assunto e, após alguns minutos, o sinal toca. Fomos cada um para suas salas e depois das três últimas aulas, despeço-me deles e vou para a torre dos vingadores.

  Assim que chego lá, dirijo-me para a sala onde treino. Entro, porém, vejo a Wanda e não a Natasha, o que é de se estranhar, pois é a Natasha que sempre faz os treinamentos comigo. Vou até a Wanda e a abraço. Ficamos um pouco mais próxima e ela é uma pessoa incrível.

  — Oi Wanda, cadê a Natasha? — Afasto-me dela e sorrio.

  — Hoje quem vai te treinar sou eu, pelo menos uma vez na semana vamos treinar os seus poderes, mas não vai ser aqui nesta sala.

  — Nossa, que legal, poderia ter me avisado antes. Espero não levar uma surra, igual na primeira vez com a Natasha.

  — Sou mais boazinha que ela. — Rimos e saímos da sala, entramos no elevador e seguimos para o terceiro andar.

  Saímos do elevador e entramos em uma outra sala maior do que a de antes, havia alguns objetos. Vejo uma pessoa de costas, mas só pela capa reconheci quem era, logo se vira para nós, era o Doutor Estranho. Caminhamos até ele e estendo a minha mão.

  — Olá, eu sou a Anny.

  — Olá Anny, sou o Doutor Stephen, escutei muitas coisas sobre você. — Ele pega a minha mão e cumprimenta-me.

  — Espero que tenham sido coisas boas. — Sorrio, ele solta a minha mão.

  — Vamos treinar. — Diz Wanda e assinto.

  — Quando foi a última vez que conseguiu liberar seu poder? — Pergunta Doutor Stephen.

  — Foi em uma briga da escola.

  — Isso já tinha acontecido?

  — Não, foi a primeira e última vez. — Wanda anota tudo o que falo em um tablet.

  — Quais eram os sentimentos que você sentiu naquela hora?

  — Raiva, muita raiva — Suspiro ao lembrar daquele dia e de todas as palavras horríveis que Valentina dissera.

  — Você nunca tinha sentido uma raiva daquele jeito?

  — Não, não que eu me lembre. — Dou de ombros.

  — Pelo o que ouvimos, o seu poder surge quando algo ou alguém a está atacando.

  — Talvez seja só assim. — Falo.

  — Mas queremos que dessa vez faça com que os seus poderes surjam, só que com pensamentos positivos, pense em algum momento bom de sua vida. – Diz Wanda.

  — E tente atingir aquela mesa. — Assinto para o que o Doutor Stephen diz, viro-me para a mesa e fecho os meus olhos.

  Estendo as minhas mãos em direção à mesa e tento pensar em algo bom, lembro-me de um dia que minha avó me ensinou a andar de bicicleta, mesmo levando várias quedas, sempre ria com ela, porque naquele dia eu aprendi que, apesar das quedas, devemos manter sempre um sorriso no rosto. Dou um sorriso ao lembrar do dia em que provei o meu primeiro milkshake, na época tinha 6 anos de idade.

  Sinto nada acontecer, abro os meus olhos e vejo as minhas mãos. Nada, absolutamente nada aconteceu, fico um pouco frustrada.

  — Pelo visto seus poderes surgem apenas quando alguém te ataca. Agora tente se lembrar daquele dia da briga na sua escola, em que a garota falou coisas horríveis para você. — Stephen comenta.

  Fecho os meus olhos e novamente estendo as minhas mãos para a mesma direção, e rapidamente lembro-me das palavras que aquela garota me dissera: que tenho culpa de todos ao meu arredor me abandonarem, lembro da vontade que tinha de acabar com ela.

  Sinto os meus pés saírem do chão, abro os meus olhos e vejo que estava flutuando, vejo luzes nas minhas mãos e decido liberar a energia acumulada.

  Libero e a mesa que estava antes na minha frente vira pó e calmamente aterrisso ao chão, olho para a Wanda que estava de boca aberta e atenta em cada passo meu, em seguida, olho para o Doutor Stephen que estava com a mesma expressão sólida de sempre.

  — Na última vez você tinha voado? — Pergunta Wanda, curiosa.

  — Não... Eu nem sabia que poderia fazer isso. – Falo ainda sem acreditar no que acontecera, pelo visto o meu pai é bem poderoso.

  — Vamos tentar mais algumas vezes, ok?

  Continuamos o treino e quando acabo vou atrás do senhor Stark, mas não o acho e sim um tal de Happy que parecia ser um assistente dele, informei que no dia seguinte os meninos viriam comigo para fazer o nosso trabalho.

  Depois da torre dos vingadores, fui para o meu trabalho, atendi vários clientes e logo chegou a hora de ir embora, assim que cheguei em casa mandei uma mensagem no nosso grupo e avisei sobre a torre e que faríamos a nossa máquina do tempo/ máquina dimensional. Apenas janto e durmo.

**************

  Neste exato momento, estávamos em um metrô indo para a torre dos vingadores, estava mostrando para o Peter o meu projeto da máquina do tempo.

  — O seu está bem legal. — Diz Peter.

  — Obrigada, você fez algo?

  — Não, quer dizer... Eu apenas fiz alguns esboços do sistema.

  — Que tal juntar o útil ao agradável? – Pergunto e sorrio.

  — Agora estou pensando em como poderiam ser as cápsulas, mas eu faço o sistema com o Ned, aí você fica com a MJ. — Concordo e após alguns minutos chegamos no ponto onde deveríamos, descermos e fomos andando até a torre.

  Entramos com os nossos cartões de acesso, meu e do Peter é claro, fomos para o elevador e clico para irmos ao sexto andar, é lá onde ficam os equipamentos e tudo mais para criar algo. MJ e Ned estavam bem animados, logo chegamos ao nosso andar.

  Assim que saímos, vejo uma sala enorme com várias máquinas, peças e robôs. Corremos animados e fomos ver o que iríamos usar. Mostro para eles o meu projeto, ouço o barulho do elevador e vejo o doutor Bruce juntamente ao Homem-Formiga.

  — Olá, eu sou o Doutor Bruce e esse é o Scott.

  — Oi. — Todos nós os cumprimentamos e nos apresentamos também.

  — Viemos aqui para os ajudar na máquina dimensional. — Diz Scott e sorrio animada.

  — Aqui. — Estendo para ele o papel onde estava desenhado como seria a máquina. — Temos já os esboços e como queríamos o sistema.

  — Está bem montado, olha só Bruce. — Este analisa calmamente.

  — Quem desenhou isso? — Pergunta Doutor Bruce.

  — Foi eu. — Digo e sorrio.

  — Meus parabéns, está muito bom. — Ele elogia.

  — Obrigada. — Dou um sorriso. — Vamos começar?

  Eles concordam e começamos a discutir quem iria ficar com o quê para fazer. Peter e Ned juntamente ao Scott iriam programar o sistema. Eu, MJ e Bruce, utilizaríamos alguns robôs e máquinas para construir a dimensional.

  Vimos algumas peças que daria certo e iniciamos a construção. A máquina teria cerca de dois metros de altura, haveria também quatro cápsulas verticais para quatro pessoas em cada uma. Dentro dela, uma cadeira e equipamentos de segurança. Testamos para verificar o giro corretamente, e o resultado deu positivo.

  A máquina será leve, usamos peças que ajudaria na hora da rotação. Ela giraria rapidamente justamente por isso não era necessário usar as quatro cápsulas, pois sempre alguém tem que ficar de olho no sistema. 

        
 

 Ajudamos os meninos com o Scott a finalizá-lo e, assim que ligamos, vimos a máquina funcionar sem nenhum problema.

  — Como saberemos se está funcionando? — Ned pergunta curioso.

  — Que tal colocarmos um robô com uma câmera filmadora e mandar para alguma época? Depois de minutos trazemos novamente para ver se deu certo. — Dou a ideia.

  — Se der certo, Bruce ou eu poderíamos entrar para ver realmente. — Concordo com a ideia do Scott.

  Arrumamos tudo e escolhemos a dimensão de 2000, mandamos para a avenida principal de Nova York. Ligamos a máquina e vemos o campo magnético, ela some em segundos.

  Verificamos as imagens e as cápsulas não aparecem, pois são invisíveis colocamos vários espelhos que fazem a luz refletir fazendo com que a máquina fique invisível (vamos fingir que isso existe, ok?), vemos as pessoas caminhando com as roupas da década, sem celulares digitais.

  Resolvemos trazer a câmera de volta. Chegou intacta. Scott vai para a máquina, ajudamos a colocar os equipamentos de segurança e uma roupa especial, também colocamos uma câmera na roupa dele, a escolha da dimensão foi a de 1995.

  Nos afastamos da máquina e ligamos, novamente some, vimos que ele chegou e não consigo identificar em que lugar. Ele escolheu um local onde morou e passou uma parte da adolescência. Observamos que tem várias pessoas com roupas daquele tempo, cabelos de jeitos diferente também. Ele vai até uma lanchonete e pede algo para comer, bem abusado.

  Quase uma hora depois ele vem embora bem animado. A máquina ficaria aberta em apenas uma hora e meia, se ficasse mais tempo correria riscos de ficar preso.

  — Está igual à época em que eu era adolescente. Meus parabéns! Ela está mais que perfeita. — Diz ele super animado e sorri.

  — Obrigado. — Peter agradece por nós. Guardamos tudo que não utilizamos. Nos despedimos deles e fomos para o metrô todos juntos.

  Fui direto para o apartamento, tomei um banho e comi qualquer coisa da geladeira. Deito-me na cama e fico torcendo para que o nosso trabalho ganhe, começo a pensar que através da máquina do tempo eu poderia descobrir quem é o meu pai. Espero que sim. 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top