Capítulo 11
— PESSOAL! PESSOAL! É A ESTRELA AZUL!
As palavras da rainha destemida foram o suficiente para todos que dormiram na praia acordarem de supetão, e ao olharem no horizonte, uma estrela azul brilhava indicando o caminho que deveriam seguir.
Era uma chama de esperança depois de tanto tempo.
— É a estrela azul mesmo — Mila sorriu olhando para Áurea — Por favor, me diga que não estamos sonhando.
— Não. Não estamos sonhando mesmo — garantiu a loira tão sorridente quanto a morena.
— Então não temos tempo a perder — disse Edmundo — Melhor levantarmos acampamento logo e irmos.
— Mas tem uma coisa, majestades — Drinian falou chamando a atenção dos três — Não decidimos o que faremos com o dragão?
Eustáquio, em sua nova forma de dragão, abaixou a cabeça no canto da roda acanhado e imaginando o que viria em seguida, seria deixado para trás naquela terra desconhecida e nunca mais voltaria para a Inglaterra com os seus primos, não seria mais humano novamente.
Era a lógica mais incontestável.
— Não vamos deixar Eustáquio aqui — argumentou Mila — Não podemos.
— Milady, não temos como levá-lo — argumentou o capitão.
— Ora, como não? Eustáquio tem asas, da mesma forma que iremos pelo mar, ele poderá ir pelos céus. Não é necessário ir conosco no barco — ela se aproximou do dragão e ficou na frente do mesmo com Ripchip em seus ombros, como se pudessem protegê-los.
E de fato, podiam.
— Seria errado deixá-lo para trás, Eustáquio não sabia das histórias narnianas, então não podemos culpá-lo — Áurea disse em apoio a Mila — Ele pode ir voando, e nós no barco.
— Concordo com as senhoritas — disse Ripchip — E eu posso ir com ele, se não houver problemas, para assegurar que ele fique bem.
— É muito nobre de sua parte Rip — agradeceu Mila que voltou seu olhar para Drinian — Então, alguma objeção?
— Nenhuma milady.
— Ótimo — a Bianchi sorriu satisfeita e se virou para Caspian — Acho que agora podemos ir atrás da estrela.
Caspian assentiu e ordenou que levantassem a âncora o mais rápido possível. Mila ficou por último, apenas para garantir que não deixariam Eustáquio para trás.
— É Caspian — Áurea se aproximou do amigo, que observava Mila falar com Ripchip, cruzando os braços — Parece que sabemos quem mandará no relacionamento.
— Engraçadinha.
— É sério, Mila foi sensacional naquela hora. Vai ser uma rainha e tanto, não preciso nem sonhar para ter certeza disso.
Após dar dois tapinhas no ombro do amigo, Áurea se afastou deixando o rei para trás olhando Mila conversar animadamente com o pequeno rato.
Ele sabia que Áurea tinha razão.
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A porta do escritório de Caspian estava fechada, o rei estava dentro do cômodo fazia bons minutos olhando os mapas tentando descobrir quanto tempo demoraria para chegar a ilha, mas quanto mais se buscava, mais parecia que não se descobria nada.
— Posso entrar? — a voz de Mila soou de forma fraca pela brecha da porta.
— Claro.
A Bianchi notou o mapa aberto e a expressão cansada do rapaz.
— Acho que não vai adiantar tentar descobrir onde fica a Ilha de Ramandu.
— Percebi, só espero que não demore tanto.
— Creio que não vai — ela sorriu tentando passar coragem chegando mais perto dele — Não podemos perder a fé agora, estamos perto de acabar com tudo isso, perto de acabar com a névoa.
— Tem razão, não podemos desistir agora depois de tudo o que passamos.
Mila assentiu com um suspiro afastado-se do rei e procurando coragem de como falar o real motivo pelo qual havia ido ali.
— Caspian, eu posso comentar algo que está me intrigando há algum tempo?
— É claro.
— Naquela noite em que teve a tempestade, quando eu estava sendo comandada pelo nevoeiro, eu me lembro vagamente de você me beijando — contou — Eu não sabia como dizer isso, porque pensei ser um sonho ou parte da ilusão, mas Lúcia me contou que aconteceu isso mesmo.
O rei empalideceu e sentiu as mãos suarem de nervoso, ele imaginava que ela não se lembraria visto que não havia tocado no assunto desde aquela noite, mas pelo visto estava enganado.
— Por que fez isso? — ela continuou — Por que fez isso se não me ama?
— Como? Por que acha que eu não te amo?
— Porque eu sei que você ainda gosta da rainha Susana, e sei que se pudesse, você iria se casar com ela e não comigo — confessou — Não sou tola Caspian, aceito ser rainha para ajudar Nárnia mas, eu sou egoísta e quero mais do que ajudar o povo porque...
As lágrimas começaram a inundar os olhos da garota, que lutava para não deixá-las cair, mesmo que seu esforço fosse em vão por algumas começarem a escorrer aqui e ali.
— Porque eu quero seu coração. Quero ele inteiro e com tudo o que tenho direito, quero ser mais do que sua rainha porque quero seu amor.
Virando as costas para evitar maior constrangimento, Mila foi em direção a porta e Caspian disparou em sua direção, envolvendo-a em um abraço por trás. Os braços do rei a envolveram na cintura, um aperto forte o suficiente para que ela não saísse dali.
— Você não é tola por me querer — ele disse ao pé do seu ouvido sentindo o corpo da garota ainda tremer pelos soluços contidos — Eu que sou um tolo por não conseguir confessar o que sinto a você.
Virando-a lentamente para si, Caspian secou as lágrimas que escorriam pelas bochechas com delicadeza, contornando suavemente o dedo pelo lábio da garota.
— Eu não te pedi para ser minha rainha somente por Narnia, pedi para ser do meu coração também. Você entrou nele timidamente, aos poucos e quando notei, havia tomado-o para si de forma que, me desesperei quando lhe vi na ponta do navio na tempestade, porque não saberia viver sem você — confessou o rei olhando nos olhos dela — Não saberia viver sem o seu brilho natural, às suas risadas ou suas brincadeiras irônicas, não saberia viver sem te ouvir cantando ou sendo gentil, protetora e amorosa com qualquer um. Eu não saberia viver sem a minha Mila.
— Caspian — ela sussurrou.
Os lábios do rei foram para a testa de Mila, que aproveitou o gesto fechando os olhos e apertando a camisa escura dele entre seus dedos.
Separando-se lentamente, as respirações se misturavam no curto espaço entre os dois e Caspian fez o que gostaria de ter feito há muito tempo, os seus lábios se colaram com os de Mila em um selar calmo.
O coração de ambos batia com força no peito e sem esperar, o beijo começou a se aprofundar em algo urgente com uma pitada de desespero querendo suprir o desejo contido. Caspian não sabia o quanto queria aquilo até ter, até sentir Mila tão colada a si, que parecia nunca ser o suficiente.
Era como se tudo estivesse no lugar que ela para sempre ter estado.
— Por favor, não me diga que estou sonhando — Mila murmurou ainda ofegante assim que o beijo terminou.
— Você sonhava com isso? — Caspian perguntou com um sorriso brincalhão nos lábios.
— Para — as bochechas da Bianchi se avermelharam — Você entendeu.
— Não é sonho, e nem ilusão. É real Mila, eu e você somos reais.
Caspian a abraçou com força novamente, sentindo-se feliz como nunca se sentiu antes.
— Eu lhe prometo, serei uma boa rainha.
— Já está sendo.
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Notas da autora: Oi pessoal, como estão após esse capítulo beeeem Milaspian?????
Sério gente, eu tava explodindo escrevendo o momento desse casal, inclusive vou até deixar a trilha sonora que me inspirou aqui, tô quase proclamando como música tema deles (recomendo ouvirem)
A fic já está na reta final e eu tô ansiosa para as surpresas que tô preparando para vocês 💞💞
Me digam o que estão achando, quero saber de tudo.
Até o próximo!
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