Capítulo 08

Já era tarde da noite e todos dormiram na praia, apenas para facilitar a exploração da ilha na manhã seguinte.

— Mila? Acorde, por favor.

A morena abriu os olhos sonolenta e se virou para o lado, deparando-se com Áurea sentada próxima a si.

— O que foi? — questionou em tom baixo para não acordar os outros.

— Tive um sonho e dos feios.

— E o que tinha nele? — no curto tempo que haviam vivido juntas após os reis irem embora, Áurea já tinha lhe explicado sobre os pesadelos realistas que sempre se concretizavam uma hora ou outra, como o do ataque falho ao castelo de Telmar.

A loira suspirou e estendeu a palma da mão para cima na direção da amiga.

— Feche os olhos que vou te mostrar, acho que é melhor do que eu tentasse explicar.

— Você pode me mostrar? — ela arregalou os olhos diante a novidade.

— Eu evolui meus poderes enquanto estava no outro mundo, e sei de onde eles vêm.

— Sabe?

Áurea assentiu. Mila ponderou por alguns segundos antes de colocar sua mão sob a da garota, e fechou os olhos exatamente como havia lhe instruído antes.

— Não solte a minha mão e relaxe, apenas relaxe.

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A maré estava agitada e os narnianos no barco andavam para todos os lados aos gritos, a vela púrpura do Peregrino da Alvorada balançava desenfreada contra o vento. De longe, Mila notou Caspian e ela mesmo lançando arpões para cima, e quando se virou para ver o que estava os atingindo ao ponto de naufragar, arregalou os olhos.

Uma gigantesca serpente marinha.

De longe ela viu um dragão tentando lutar contra o monstro do mar mas sem sucesso, principalmente após ser ferido por uma espada que um velho homem havia atirado e sair voando dali.

— Isso...vai acontecer? — ela perguntou em tom baixo para Áurea ao seu lado.

— Vai. Você agora está vendo o que eu vejo quando sonho, e esse é um pesadelo.

— Mas por que vai acontecer isso? Por que você consegue ver as desgraças Áurea?

A loira lhe olhou e fechou os olhos, imaginando que deveria fazer o mesmo, ela a imitou.

Ao abrir os olhos, o cenário na frente de Mila e Áurea havia mudado para uma floresta que tinha a lua como claridade junto com um pequeno fio dourado no chão, que por algum motivo a Bianchi podia sentir a magia fluindo dele.

— Onde estamos? — perguntou assim que Áurea começou a seguir o fio ao seu lado.

— Perto do Ermo do Lampião, mais ao norte se não me engano — explicou Áurea olhando para o horizonte — Estamos indo para onde o povo de Willow vivia.

— Vivia? O que houve com eles?

As duas pararam próximas a uma clareira onde um grupo de pessoas mascaradas giravam em torno de luzes flutuantes, a mesma luz que iluminava o fio que as guiou até ali.

— Quando a Feiticeira Branca assumiu Nárnia a condenando em um inverno terrível, ela procurou o povo de Willow que sabia ver o futuro através dos sonhos. Somente para garantir que não havia ninguém em seu caminho.

— E eles disseram o que para ela?

— Que dois filhos de Adão e duas filhas de Eva destruiriam o inverno, trariam a primavera e governariam Nárnia em Cair Paravel.

— Eles que fizeram a profecia?

A loira assentiu e Mila olhou para o povo dançando animado em volta das luzes flutuantes.

— O que houve com eles?

— A Feiticeira não aceitou o que eles disseram e mandou matar todos, assim não teria o risco de ninguém saber. Mas dois fugiram para longe, indo parar em Telmar e lá formaram famílias, mas como não estavam entre o povo de Willow, não são todos os descendentes que possuem o poder.

— Então… você é descendente do povo de Willow — constatou a Bianchi.

— Exato, e você também, Mila.

— Não é possível, você deve ter se enganado Áurea.

— Não tem como me enganar, quem me contou tudo foi Aslan um pouco antes de voltar para Nárnia. E quer saber mais?

— O que? Tem mais?

— A sua descendente do povo Willow era uma espécie de realeza deles, então, você também é nobre.

Mila se calou e observou o povo dançar e cantar murmúrios de algo que ela não entendia até tudo começar a tremer.

— O que está acontecendo?

— Estão tentando nos acordar com urgência — explicou Áurea dando a mão para a morena — Feche os olhos agora.

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Abrindo os olhos e sentindo o fôlego entrar em seus pulmões com força, Mila se engasgou com o ar enquanto sentava.

— Vocês estão bem? — Lúcia perguntou aflita para a morena — Estavam paradas por tanto tempo, e pálidas, pensávamos que estavam mortas ou sei lá.

— Hã…

— Estava apenas mostrando algo para ela — Áurea explica enquanto Edmundo a ajudava a garota a se levantar — Nada muito preocupante.

— Como não? Vocês murmuravam e mexiam a cabeça de um lado para o outro, as mãos não se soltavam e teve uma hora que estavam suando! — esbravejou o rei justo com a Dellavita — Como não me preocupar?

— Não foi nada demais Ed, relaxe — a loira sorriu de lado dando um beijo na bochecha do garoto — Agora, o que houve para vocês nos acordar com tanta urgência?

— O mago Coriakin pediu para chamar vocês — explicou Caspian — Ele precisa falar com todos nós.

— Então, o que estamos fazendo aqui? Vamos lá! — Mila falou e Lúcia foi na frente mostrando o caminho.

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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Revelações nesse capítulo hein! Quem gostou?

Mila e Áurea são do mesmo povo, mas como a nossa loirinha disse, nem todos desenvolvem o poder, e nem tem como ela ter se enganado porque o próprio Aslan que contou 😉 O que acham de futuramente um bônus sobre esse povo que eu inventei hein?

O filme do Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa foi lançado a 15 anos atrás e O Peregrino da Alvorada foi lançado há 10 anos. Me sinto VELHA!

Me digam o que acharam, quero saber a opinião de vocês.

Até o próximo!

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