CAPÍTULO 3 - Apenas um descuido.

Hoje - 18 de Janeiro, Switzerland

Alguns dias após o ocorrido com Elay, embarquei na única coisa que me chamou a atenção nessa cidade, a vida dos Monroe. Sendo pessoas importantes para a cidade, com certeza tem algo sobre eles na internet, certo?
Em minhas pesquisas, descobri que Elay é o filho do meio e assim como eu, tem apenas dois irmãos, Dimitri, o irmão mais velho e Nicklaus, o irmão mais novo. Seus pais, Senhora Emile e senhor Jackson, vivem em uma mansão que pelos os deuses, é simplesmente perfeita! Mas, não parecem pessoas que trabalham com coisas obscuras, apenas tendem a ter muito dinheiro e com isso vem a arrogância.

— Alec! Vamos, você vai se atrasar, filho! — Vou até minha mãe que estava na cozinha, pego uma maçã e corro para fora de casa, adentrando rapidamente o veículo que David iria dirigir.

08:35 AM

Finalmente estava prestes a completar cinco dias na escola, depois do ocorrido com Elay, nada mais me tinha acontecido e os olhares estranhos, finalmente cessaram. Sem contar que pela a primeira vez estou animado para a aula de química, eu e as quatro meninas iríamos participar da mesma aula! Isso me deixa empolgado de certa forma, acho que já estou fazendo amizades.

Assim que passo pela a porta da sala de química, levo a maçã que tinha pego em casa, até a boca. Mas, alguém que estava passando por mim, rouba a mesma e continua caminhando como se nada tivesse acontecido.

— Ei, devolve! — Falo um pouco mais alto do que o planejado e quando aquele garoto alto vira-se para mim, percebo com quem estava falando...

— Eu deveria mesmo? Isso é pagamento pelo o café. — Disse o menino de mais ou menos 1,90 de altura, com calça moletom, uma camisa regata com um número enorme nas costas e na frente, que deixa seu corpo atlético ainda mais chamativo e as tatuagens que cobriam todo seu braço direito. Nunca havia notado suas íris amarelas, seu cabelo liso e negro como a noite, suas sobrancelhas grossas. Sua pele branca, seus traços não tão delicados assim, parecia que tudo entrada em completa harmonia. Sinto como se estivesse tocando uma música que se chama, Elay Monroe.

— Não deveria pegar as coisas dos outros assim! — Tentei pegar a maçã por uma última vez, mas vejo o garoto arrancar um pedaço enorme e me devolver a fruta em seguida . Bufei olhando aquela brincadeira de péssimo gosto, viro as costas e lancei a fruta no lixeiro mais próximo de mim, indo sentar-me na mesa de sempre e por alguma razão, sinto meu sangue ferver de raiva.

Uma linda mulher de mais ou menos 1,68 cm, cabelos grisalhos e pele rosada, adentra a sala com dois livros, senta-se em uma cadeira e inicia sua aula. Naquele horário, duas coisas me encomendava o tempo inteiro. Primeiro: não aguentava mais ver Luna indo ao banheiro! Segunda: um sentimento de ter alguém me observando era extremamente estranho e desconfortável.
Ouço o sino tocar pela a primeira vez naquele dia e mesmo com aquele sentimento estranho invadindo meu coração, me causando pânico de certa forma... manteve-me na sala com Camilly apenas para revisar algumas matérias.

10:42 AM

Chegando ao final da terceira aula, coloco todo meu material na mochila e saio para o intervalo. Estava vasculhando meus bolsos a procura do dinheiro que recebi de minha mãe e junto com ele, encontro um pequeno pedaço de papel dobrado. Por um segundo, até imagino que isso seja obra de Sand. Mas, assim que o desdobro, percebo que era apenas uma brincadeira de minhas colegas.

Encontro você no banheiro do ginásio!

Voltei a dobrar o papel e colocar em meu bolso enquanto sorria e assim fiz, sigo direto para o banheiro do ginásio onde qualquer pessoa poderia frequentar em horários diferentes.
Abro a porta de uma forma brincalhona e sinto algo vir contra meu rosto, causando um impacto que me obriga a cair de bunda no chão e levar imediatamente a mão até meu nariz. Sim, alguém tinha me acertado em cheio e não poderia ser diferente, precisava ser ele.

— Eu não esqueço as coisas assim tão fácil, Alexander. Esse é seu nome, certo? — Elay se aproxima e pude olhar em seu rosto, não por muito tempo já que precisava fechar meus olhos para tentar amenizar a dor horrível, provocada por seu punho. — Alexander Miller, filho de Marta miller e William. Sua mãe casou-se outra vez, não é verdade? Seu pai não fazia as coisas direito? — Sinto a provocação em sua voz e não cairia em sua jogada.

— Você não sabe nada sobre mim... não sabe nada de minha família! — Me coloco de pé outra vez, tentando mostrar ao garoto o mesmo ar de superioridade.

— Wow! Isso era pra me causar medo? Estou muito apavorado. — Ele levanta suas mãos como se estivesse rendendo-se e bufo incrédulo.

Eu deveria manter-me quieto na minha e abaixar minha cabeça, como de costume. Mas, não fiz nada com esse paspalho, o café foi apenas um acidente, já me desculpei diversas vezes! Isso não vai ficar assim, não permito!

Avancei na direção do garoto que claramente ficou surpreso e devolvo seu soco, acertando em cheio o seu nariz que em segundos, desce uma linha de sangue até pingar uma única gota em sua camisa que por sorte é preta.
Meu olhar de arrependimento é nítido, por que diabos eu fiz isso?! Eu vou apanhar, tenho certeza que vou apanhar!

— E-Elay... — Isso foi tudo que consegui pronunciar até ser acertado no estômago e jogado contra a parede do banheiro, batendo com tudo a cabeça no espelho que agora contém uma única rachadura.

Deslizo meus dedos pela a parte de trás de minha cabeça e recolho algo... sangue. Com minha visão embaçada e a dor de cabeça, olhei em direção á porta onde passava diversas pessoas ao mesmo tempo. Pessoas que pareciam segurar Elay com todas as forças, mas... porque tantas pessoas?

11:02 AM

Abro meus olhos com uma certa dificuldade e sentindo uma dor insuportável por todo meu corpo, rosto e cabeça. A luz da lâmpada que estava acima de nós, acaba me deixando um pouco atordoado, mas assim que me sento com ajuda de alguém, agradeço e deslizo a mão por minhas pernas.

— Você se sente bem? — Uma voz doce e amigável falava comigo.

— Me sinto um pouco zonzo. — Respondi simples e ao virar meu rosto, vejo Marta ao meu lado e segurando minha mão.

— Mamãe?!

— Descansa um pouco, o diretor me chamou aqui e deseja conversar com nós dois. Mas, você precisa descansar. — Ela beijou meu rosto duas vezes e apenas concordei com a cabeça, voltando a deitar e dormir em segundos.

11:40 AM

Duas batidas na porta, um rangido e uma única direção... mesa do diretor.

— Vamos, entrem. — Um homem alto, cabelos negros como a noite, sorriso sem defeito algum e completamente social, nos cumprimenta.

— Licença. — Disse minha mãe já adentrando a grande sala e se deparando com Elay sentado do outro lado juntamente com uma mulher de pernas compridas, cabelos loiros, pele clara e uma maquiagem bem destacada.

Minha mãe nos guiou até duas cadeiras que estavam ali especialmente para nós. Minha mãe se senta em uma cadeira mais distante de Elay e acabo me sentado ao seu lado, mantendo-me calado o tempo inteiro.

— Prazer em conhecê-la! Sou Jackson. Jackson Monroe. — E nesse momento percebi que as pesquisas feitas por mim, não foi o suficiente para descobrir tudo sobre sua vida. — Creio que vocês duas já sabem o motivo de estarem aqui hoje.

— Eu não vejo motivo para estar nessa sala! — Disse a mulher loira. Mas, a risada sarcástica de minha mãe acaba chamando a atenção de todos.

— Esse seu filho irresponsável pensa que é quem? Quem você pensa que é?! Ele bateu no meu filho, olha a situação que ele se encontra! — Minha mãe pega em meu braço, mas faço cara feia devido à dor sentida. — Desejo que ele seja punido corretamente!

— Mamãe... pare com isso. A culpa foi minha por derramar café nele. — Suspirei já cansado dessa situação. Essa não era a primeira vez que algo assim me acontece.

— Você mesmo me disse que não foi nada proposital! Isso não vai ficar assim! — Responde minha mãe com os nervos á flor da pele.

— Senhoras, acalmem-se! Não precisa dessa discursão porque já tomei minha decisão. — O homem retira seu óculos. — Quero os dois fazendo serviço comunitário todos os dias depois da aula. Isso terá duração de um mês, já que eles quebraram bens da escola.

— Pai! — Finalmente Elay se pronuncia e coloca-se de pé diante seu pai que o lança um olhar mortal. — Diretor... isso não será possível.

— Isso não foi uma pergunta e não terá votações. Vai ser serviço comunitário ou expulsão. Os dois decidem. Agora, podem se recolher.

Elay permanece a frente de seu pai por alguns minutos até pegar sua mochila que estava jogada ao lado da sua cadeira e sai da sala,batendo a porta.
Nos retiramos da sala e por sorte serei tirado da escola nos últimos horários. Elay, assim como eu, sabe que não temos outra opção. Não acredito que terei de trabalhar com aquele arrogante.

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